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Caderno de Cultura Caetiteense
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Os Primeiros habitantes de Caetité
&

ORIGEM DO NOME DE CAETITÉ
ÍNDICE
JUSTIFICATIVA
UM ERRO ANTIGO
OS TAPUIAS
BIBLIOGRAFIA
Caderno de Cultura Caetiteense - Conteúdo de livre reprodução, desde que citada a fonte:
André Koehne - Site Cultural do Município de Caetité - Bahia - 2002-2009
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UMA CONCLUSÃO, FINALMENTE
CAETITÉ - ORIGEM DO NOME
  Tapuia.Termo empregado pelos índios tupinambás para designar grupos indígenas adversários, de fala não-tupi.
   O termo tapuia era empregado pelos índios tupinambás e pelos cronistas da época para designar, de modo geral, grupos indígenas de fala não-tupi. Gabriel Soares de Sousa estendeu o nome a grupos que habitavam entre o Rio Grande do Sul e o rio da Prata, provavelmente de língua chamada "tupi do sul";. Pero de Magalhães Gândavo afirmou que os tapuias do rio Maranhão apresentavam afinidades com os botocudos.
   Fernão Cardim, em 1548, relacionou 76 tribos tapuias, citando, no entanto, a diversidade de línguas e cultura. Para Karl Friedrich Philipp von Martius, que os identificou com os grupos de língua jê, o termo tapuia significa, em língua tupi, "os inimigos" ou "aqueles que moram a oeste". O termo não é mais usado pela etnologia brasileira em sentido classificatório.
(Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.)
  Segundo Estêvão Pinto, em seu Os Indígenas do Nordeste, a região a oeste do São Francisco era ocupada por uma ramificação Jê dos Acroás, tribo já extinta, e mais a leste, mas em nossa direção, estavam os Camacãs ou Mongoiós, alguns já extintos. A extensa área na qual Caetité está localizada revela-se ignorada: não registra qual a família indígena aqui habitante, mas o mapa que apresenta é bastante claro: o São Francisco era um rio quase todo Jê.
  Os chamados Mongoiós foram os primeiros habitantes de Vitória da Conquista, cidade que originou-se de Caetité, e eram próximos do meniãs, dos catatóis, dos cutaxós e dos massacards, todos do sertão baiano. Este mesmo autor registra, ainda, como habitantes do perímetro entre os rios Pardo e das Contas os índios Pataxós, e suas subdivisões copoxós, manunis, panhames e maxacalís, alguns já extintos.
  É certo que, mesmo antes da chegada dos portugueses, vários movimentos migratórios foram detectados entre as diversas tribos e nações. O litoral apresentava uma qualidade de vida silvícola mais amena que os sertões, onde a irregularidade pluviométrica e a escassez de produtos extrativos eram fatores pouco convidativos. Supõem os historiadores que os povos mais fracos foram povoar estas áreas, expulsos pelas demais.
  Com a chegada dos lusitanos, e internação do povoamento, novas migrações foram forçadas, existindo mesmo campanhas empreendidas neste sentido, como a que empreendeu também aqui Manoel Nunes Viana, verdadeiro regente do sertão, no dizer de Pedro Calmon. Tudo leva a crer, entretanto, como tendo sido, já no séc. XVII, Caetité um posto de catequese de tribo Camacã. Militam a favor desta hipótese, como bem lembra Pedro Celestino da Silva, a existência de topônimos como Brejo dos Padres, ou a Lagoa dos Frades, ambos em território ainda hoje pertencentes ao Município e não muito distante da sede.
  Nestas comunidades, e em muitas outras da zona rural, é comum notar-se caracteres indígenas na população nativa, o que indica com insofismável clareza que de fato o elemento índio esteve presente aqui, sendo entretanto absorvido pela miscigenação, que principiou desde os longínquos evos da catequese.
  O mesmo Pedro Calmon registra os primórdios de nosso povoamento: "A Casa da Torre (de Garcia d'Ávila), retomou, em 1627, os trabalhos do seu fundador, e achou a comunicação do S. Francisco por Jacobina. Recolhera ela a experiência de Belchior Dias Moréa, que subira ou acompanhara o S. Francisco, entre a barra do rio Salitre e o Paramirim, de lá trazendo histórias de minas de prata, que justiçaram, por cento e cinqüenta anos, expedições, pesquisas, caças de índios. O gado rompeu com os sertanistas (...) o mapa dos caminhos do nordeste é, de um modo geral, a sua hidrografia. As terras de mais demorada conquista foram da d'entre-rios, secas e sáfaras, onde o homem é um hóspede mal aceito. O Paraguaçu levou às chapadas, o rio das Contas ao sertão de Caetité..."
  Este informe contrapõe, é certo, o papel de exclusividade que se dá à Casa da Torre de Guedes de Brito, quem, efetivamente, tomou posse deste território.
  Em 1724 Rio de Contas é alçada à condição de Vila, atestando o progresso da exploração aurífera, que iniciara, de forma que desde este período o elemento indígena foi esquecido, com a confluência de colonos europeus, em busca do ouro. Caetité apagava da memória os seus primeiros habitantes...
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