Sete Gatos e uma Louca!

Capítulo 5 – Seqüestrados por ela!


- Tiaaaa! Tiaaa Nastáciaaaaa!

- Mas o que foi, meu filho? - tia Nastácia tinha surgido da cozinha. Ela já estava acordada. Eram quase seis horas da manhã.

Todos acompanham Shiryu com os olhos e sabiam muito bem quem ele trazia nos braços.

- Será que ele morreu? - Jack pergunta para Lex e Mulder.

- Ele não morreu, mas está muito mal... - Hotohori se aproxima deles e responde à pergunta.

- O que ele tem, Hotohori? - Lex pergunta.

- Ele estava no meio da chuva e agora a temperatura de seu corpo está muito abaixo do normal.

- É isso que dá ser cabeça dura... - completa Vegeta se aproximando dos quatro.

Todos olham para Vegeta.

- Ei Vegeta! - é Mulder quem fala.

- O que é, verme?

- Por que você está só de cueca aqui na sala, hein?

- O quê? - Vegeta dá uma olhada em si mesmo. - Seus inúteis!! Por que não me avisaram antes??! Saí do quarto tão curioso para saber a razão dos gritos que esqueci desse detalhe.

- É... Um pequeno detalhe... Hahahahaha.... - diz Mulder.

- Esquenta não, Vegeta... A tia passou por aqui tão rapidamente que nem notou.. - Jack fala enquanto tenta segurar o riso juntamente com Lex e Mulder.

Vegeta volta para seu quarto imediatamente. No quarto de Aoshi as coisas não estavam nada bem....

- Meu Deus do céu! - tia Nastácia fica muito preocupada ao tocar em Aoshi. - Tadinho do menino Aoshi.

- Tia! A senhora pode fazer um remédio para ele enquanto a gente tira essas roupas molhadas dele e o coloca na cama?

- É isso mesmo! - ela grita. - Vou fazer uma beberagem que vai fazer o menino voltar ao normal num instante.

Ela sai correndo do quarto e Shiryu e Hotohori começam a despir Aoshi das roupas molhadas. Hotohori abre o guarda-roupas de Aoshi e pega uma das roupas.

- Escuta Hotohori... - fala Shiryu. - Não há algum tipo de roupão por aí, não? Essas roupas são um pouco apertadas. Se não tiver, no meu tem...

- Roupão? - Hotohori repete sem entender.

- Sim... - Shiryu se dirige ao guarda-roupa e encontra. - Isso aqui, oh...

Shiryu coloca o roupão em Aoshi com a ajuda de Hotohori. Nesse momento, Aoshi começa a tremer bastante. Ele estava começando a ter convulsões.

- Mas que droga! - grita Shiryu. - Hotohori! Vá ver como anda o remédio da tia! Rápido! Aproveita e troca essa sua roupa que também está molhada.

- Certo!! - Hotohori sai do quarto apressadamente.

Enquanto isso, Shiryu vai até seu quarto para pegar mais cobertas e aproveita para trocar-se também. Ele pega todas as cobertas que encontra e as coloca sobre Aoshi, mas este continua com os intensos calafrios.

Hotohori volta de roupa trocada.

- Shiryu! Vai demorar uns 15 minutos ainda! A tia está preparando!.

- É muito tempo.... Hotohori... Se eu pedir uma coisa, você faz? - pergunta Shiryu muito nervoso.

- Sim, mas o que é?

- Por favor, deite-se do lado esquerdo de Aoshi e o abrace... Eu farei o mesmo pelo lado direito. Lembro-me que um de meus companheiros salvou outro de meus companheiros utilizando-se do calor do corpo humano. Você se importa, Hotohori?

- Não, Shiryu... É claro que não.

Os dois agiram exatamente da forma como Shiryu havia descrito. Aoshi tremia tanto que eles tinham a impressão que ele pularia fora da cama a qualquer momento num desses tremores.

"Espero que aqueles dois agentes não venham aqui agora... Eles já estavam duvidando da masculinidade de Hotohori e aproveitariam isso para fazer gozações, mesmo que eu explicasse os motivos", pensa Shiryu.

Minutos depois, tia Nastácia entra no quarto com um copo de alguma coisa. Ela olha abismada a iniciativa de Shiryu e Hotohori.

- Eu já sabia disso desde que coloquei meus olhos em vocês, mas agora tou confirmando... Vocês são pessoas muito boas. Pouca gente faria isso por alguém que mal conhecem, mesmo se soubessem que não há calor de coberta que consiga competir com o calor do corpo humano. Tou muito feliz por tá aqui com vocês, meus filhos.

- Ainda bem que a senhora sabe o porquê de estarmos fazendo isso, tia... - sorri Shiryu. - Esse é o remédio?

- É sim, menino Shiryu... Tem que dar um jeito de fazer ele tomar. Ele ainda tá desacordado?

- Está sim, tia, mas não se preocupe. A gente enfia esse remédio goela abaixo de qualquer jeito, não é, Hotohori?

- Com certeza! - Hotohori diz enquanto levanta-se e ajeita seus trajes.

Hotohori pega o remédio das mãos de tia Nastácia e o entrega a Shiryu. Este segura a cabeça de Aoshi para a frente e faz com que o líquido do copo entre em sua boca, levando sua cabeça ligeiramente para trás nessa hora. Pouco a pouco, Aoshi ia bebendo todo o remédio.

- Pronto.... - Shiryu diz entregando o copo vazio para tia Nastácia. - Pelo menos os tremores pararam. Vamos esperar um pouco o remédio dar resultado.

Os três saem do quarto e encontram o resto do pessoal na sala.

- Valha-me Deus! - grita tia Nastácia. - Fiquei tão preocupada com o remédio do menino Aoshi que esqueci de fazer o café de vocês.

Jack se aproxima dela e a abraça.

- Se preocupa não, tia... Está todo mundo sem fome por que estamos todos preocupados com o nosso companheiro de seqüestro....

- Falem por vocês... - Vegeta estava olhando a chuva pela janela.

- Qualé, Vegeta... Não banque o durão sem necessidade. - Mulder diz de onde está, ou seja, sentado numa poltrona individual.

- E então, dona Nastácia? - Lex pergunta. - O rapaz vai ficar bem?

Tia Nastácia se aproxima de Lex com um terno sorriso, sentando-se ao seu lado e segurando sua mão.

- Menino Lex... Ele vai ficar bem agora, mas você não precisa me chamar assim se não quiser. Eu gosto muito quando me chamam de "tia" por que a minha família na verdade são todos os sobrinhos que eu conquistei através dessa palavra...

Lex olha para ela e depois passa seus olhos por todos os outros, voltando a olhar para ela em seguida.

- Ok... Tia... Não gosto mesmo de certas formalidades... - e sorriu. - Mas tenho uma coisa a lhe perguntar, se não for um incômodo.

- Diga, filho... Se a tia souber...

- Como e quando pretende ir embora daqui?

- Como eu pretendo ir embora? Acho que da mesma forma que eu cheguei... No tal do helicp... helip.. Naquele negoção que trouxe vocês também.

- E quando? - ele insiste.

- Bom, isso eu não sei... Mas quanto mais demorar melhor.... Tou ganhando por dia, sabe... Esse dinheiro vai ajudar muito lá no sítio que tá carecendo de muita coisa...

- Vamos, tia Nastácia... - Lex ainda insiste. - Não faz mesmo idéia de quem a contratou e o que essa pessoa quer conosco?

- Olha menino Lex, eu realmente não sei o nome da patroinha por que nem ela nem ninguém me disse, mas ela não vai fazer nada de ruim com nenhum de vocês não... Isso eu posso garantir... Como eu já disse, eu conheço as pessoas só de olhar pra elas...

- Ela???? - todos falam em coro.

- Trata-se de uma mulher? - pergunta Mulder.

- Por essa eu não esperava... - Lex olha o vazio.- Sete homens seqüestrados por uma mulher.

- Escuta, tia... Essa mulher deve ter algum objetivo.... Ninguém sai por aí seqüestrando os outros por nada... - diz Jack.

- Hum... A única coisa que eu ouvi bem foi ela dizer pra dona Benta assim, oh.... "Eu amo todos eles".

- O quê? - surpreende-se Shiryu que até então só ouvia. - Como pode ser isso? A senhora deve ter ouvido errado, tia.

- Não, menino Shiryu... Eu ouvi isso mesmo... Eu achei tão bonito que aceitei na hora trabalhar pra ela por esses dias, principalmente por que ela disse que vocês tudinho era cada um mais lindo que o outro, hihihihi.... Ela não tava mentindo não, hihihi....

Todos ficam vermelhos, menos Hotohori que na verdade estava indignado por ter sido colocado no mesmo patamar de beleza que os demais.

- Deve ter algo mais por trás disso.... - Lex fala alisando o queixo. - Então essa pessoa nos traz até aqui, nos deixa passar algum tempo num lugar belíssimo como esse com toda essas acomodações e depois vai nos deixar ir embora como se nada tivesse acontecido? Umas férias forçadas? Acho que não....

- Bom, a tia só sabe isso... É verdade... Se tem algo além disso, eu não sei não... Agora, vou arrumar um café pra vocês.

Depois disso, tia Nastácia levanta-se e dirige-se a cozinha. Todos ficam olhando para as caras uns dos outros sem falarem nada, até que Hotohori quebra o silêncio.

- Como podem nos colocar no mesmo patamar de beleza?! Não faz sentido!

Todos se entreolham. Shiryu apenas sorri, ele já havia percebido que Hotohori não era gay, apenas um completo narcisista. Quando tivesse chance, explicaria isso aos outros.

- Não sei se você tem consciência disso, Hotohori, mas a questão principal não é essa. - explica Lex. - Alguém seqüestra sete homens alegando amar todos eles... Isso soa normal para vocês?

Todos baixam as cabeças com a pergunta de Lex.

- É claro que isso não é normal! - inquieta-se Lex. - Essa mulher deve ser uma louca! Ela não pode fazer isso com a gente!

- Vegeta! Você disse ontem que ia embora daqui de qualquer jeito. - comenta Shiryu. - Gostaria de saber como fará isso.

- Eu? Embora daqui? - ele deixa um sorriso malicioso surgir. - Agora a história está começando a me interessar. Posso esperar mais alguns dias se for o caso e afinal, não quero deixar meus amigos de seqüestro a mercê dessa pessoa tão ardilosa.

Mulder levanta uma sobrancelha na direção de Vegeta.

- Nossa Vegeta... Não conhecia esse seu lado altruísta de ser...

- Existem muitos lados meus que você não conhece, meu caro Mulder...

- E também é a primeira vez que eu escuto você me chamar pelo nome.... Estou realmente surpreso... Mas deixe que eu esclareça um ponto aqui.... Não estou interessado em conhecer qualquer lado seu que seja, está claro?

- Totalmente claro. Todos nós aqui já percebemos que você só tem olhos para o loirinho aí... - e Vegeta aponta para Jack. Inevitavelmente todos começam a rir.

- Que tal se a gente parasse com as piadas sem graça, hã? - Jack fala seriamente. - Como o Lex disse, a nossa situação é, no mínimo, estranha...

- Certo... - diz Hotohori. - Mas o que vocês sugerem? Greve de fome ou afogamento coletivo na praia?

- Ora Hotohori, está claro que você não está fazendo questão de deixar este lugar. - Lex volta a tomar a palavra.

- Como assim? Eu também fui tão seqüestrado quanto vocês! - ele se defende demonstrando irritação. - Só que não há ninguém nos torturando, não estamos amarrados a uma cadeira ou a uma cama num quarto escuro, não estamos a pão e água, mas estamos com certeza incomunicáveis com o mundo lá fora até o dia que alguém nos encontrar ou que essa tal mulher resolva nos libertar... Não compreende, Lex? Não depende de nós... É ilógico, mas é a verdade.... Sair daqui ou ficar aqui não depende de nós...

- É... - Mulder olha fixamente para Lex. - Ele está certo.... Sabe o ditado que diz que o que não tem remédio, remediado está? Cabe perfeitamente na nossa situação.... Ficar desesperado não vai adiantar nada.

- Eu só acho que vocês têm muito sangue frio para verem as coisas dessa forma. - Lex rebate mais uma vez.

- Não é essa a questão, Lex.... - enfim Shiryu decide participar da discussão. - Estou entendendo os meninos... Não nos resta outra opção além de esperar... Não me pergunte o que, mas teremos de esperar por algo.... Se temos de esperar, não devemos fazer isso apavorados, escondidos ou preparando estratégias de ataque... Até por que não fazemos idéia do tempo que teremos de esperar.... Esperemos então... Todo mundo aqui já se mostrou muito legal. Acho que podemos esperar o que está por vi juntos, não acha?

- Como você disse... Não há uma segunda opção. - Lex diz levantando-se e dirigindo-se para a cozinha. - Tiaaaa! Esse café tá com um cheiro bom.... - Shiryu ainda pôde ouvir esse comentário de Lex ao chegar na cozinha.

Shiryu continua afundado no sofá. Ele balança a cabeça de um lado para o outro e repete baixinho para ele mesmo.

- É isso aí... Vamos esperar o que está por vir...


Capítulo 6

Capítulo 4

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