Sete Gatos e uma Louca!

Capítulo 6 - Meninos Bonzinhos à Mesa


- Também vou atrás de um gole de café, se me dão licença. - Vegeta levanta-se e segue Lex.

- Esteja à vontade, Vegeta. - brinca Jack. - Você tem todo o direito de ir e vir, contanto que esteja vestido.

- Eu não estava nu, seu idiota!

- Bom, tecnicamente não... - e Jack se segura para não cair no riso de novo.

- Não vou ficar dando ouvidos a franguinhos como vocês! - diz o príncipe dos saiyajins saindo na direção da cozinha.

Shiryu apenas olha para Jack.

- Você gosta de irritá-lo, não?

- O Vegeta é muito da hora! - ele diz batendo as mãos. - Vocês vêem como ele fica vermelho quando fica bravo? Parece que vai explodir, hahahaha!

- É, mas uma explosão como essa pode vir a machucar muita gente... - Shiryu baixa os olhos depois de dizer isso.

- Ah! O Vegeta é cão que ladra, pessoal! Ele não morde ninguém, você não concorda, Mulder?

Mulder olha para Jack e depois para Shiryu e Hotohori. Ele percebe que esses dois últimos não pareciam concordar com isso.

- Não concordo nem discordo... Estou indo para a cozinha também. - e se levanta, sumindo no corredor que dá acesso à cozinha.

- O que vamos ficar fazendo aqui? - Hotohori pergunta aos dois restantes. - Vamos lá atrás desse tal café!

Durante o café, muito falatório. Vegeta discutindo com Jack e Lex. Shiryu conversando com Hotohori e Mulder. Tia Nastácia com um sorriso do tamanho do mundo olhando para eles tomando café.

"Até parece o pessoal lá do sítio...", ela pensa satisfeita.

- Tia! - grita Jack. - Sabe que eu estou curioso pra conhecer essa mulher que mandou a gente pra cá!

- Aí, menino Jack, eu não vou poder ajudar não.

- Será que a senhora não tem nenhuma fotinha dela por aí? - Jack insiste.

- Não tenho não.

- E se a gente quiser falar com ela, tia? - é a vez de Lex insistir. - Como que a gente pode fazer?

- Mas menino Lex, eu já falei que.... - ela pára a frase pelo meio. - Ah é! Eu tinha esquecido!

- O quê?! - todos perguntam em coro.

- Que eu tenho uma carta... É, uma carta... Ela disse assim: "Tia Nastácia, quando os meninos começarem a perturbar a senhora de uma maneira insuportável pra saber algo sobre mim, a senhora entregue essa carta a eles". Foi exatamente o que ela disse... Foi sim.

- O que a senhora tá esperando, tia?!! - grita Shiryu. - Cadê a tal carta?

- Mas menino Shiryu... Você não entendeu as ordens? Não posso entregar agora não...

- E por que não? - perguntou Vegeta cruzando os braços.

- Ela disse só quando vocês tivessem me perturbando de uma maneira insuportável e vocês são tão bonzinhos...

- Como é que é? - Vegeta levanta-se da mesa de sopetão. - Quem é que é bonzinho aqui, hein?

- Calma, Vegeta.. - pede Shiryu. - Não se exalte assim por nada. A gente resolve isso, não é tia? - e Shiryu pisca enquanto sorri para ela.

- Vocês não levem a mal não, meninos, mas é que ordens são ordens, né?

- Mas ninguém vai saber que a senhora entregou a carta pra gente, mesmo a gente sendo bonzinho, tia... - fala Lex.

- Vocês é que pensam! - ela fala e se vira para o fogão.

Todos se entreolharam com semblantes de preocupação.

- Como assim, tia? - pergunta Hotohori.

- Menino Hotohori, você sabia que tem um monte daquelas coisas por aí?

- Que coisas? - pergunta Shiryu levantando uma sobrancelha.

- Câmeras... - Lex fala lentamente, fitando todos os outros um a um. - Não é, tia? - ele termina o rodízio de seus olhos em tia Nastácia.

- É isso mesmo, menino Lex! Essas coisas mesmo!

- Câmeras? - Hotohori olha para todos. - Mas o que é isso?

- De que país você veio, hein, Hotohori? - pergunta Mulder também de queixo caído pelo fato de estarem sendo vigiados por câmeras.

- De Konan, por quê?

- Nunca ouvi falar... - Jack balança a cabeça de um lado para o outro.

- Seus idiotas! Vão ficar discutindo bobagens numa hora dessas?! - grita Vegeta, esmurrando a mesa.

- O que foi, Vegeta? Por que tanta irritação? - pergunta Shiryu.

- Acontece, Shiryu, que dessa eu não gostei, percebes? Eu não admito que ninguém me vigie!

- Ele está assim por que saiu só de cueca hoje cedo pela casa. - diz Jack.

- E daí que eu tenha saído só de cueca pela casa, seu idiota? Sair de cueca ou sem cueca por aqui não vai fazer nenhuma diferença se existirem câmeras nos banheiros!

- Nos banheiros? - Lex se assusta. - Será possível?

- Não se preocupem não... - diz tia Nastácia. - Não tem essas coisas nos banheiros não...

- Tem certeza, tia? - pergunta Mulder com um olhar desconfiado.

- Claro, menino Mulder. Pode confiar na tia.

- E a tal carta? - insiste Vegeta.

- Mas, seu Vegeta...

- Tia, por que a senhora chama todos nós de "meninos" e ao Vegeta não? - pergunta Jack querendo provocar mais uma rixa com Vegeta.

- Ah, menino Jack... É que sabe, o seu Vegeta já é quase da minha idade, né? Fica feio eu chamar ele de menino.

- Hahahahahahaha!!! - Jack começa a rir descontroladamente. - É mesmo tia! Ele já está bem velhão mesmo! Até parece o pai de todos nós! Hahahaaha!!!

- Pois é, menino Jack, mas como disse a dona dessa casa, o seu Vegeta tem um charme incomparável de homem mais velho. Isso não dá pra negar, não dá não... Menino novo não consegue isso que ele tem não, viu!

- Engole essa, loirinha! - Vegeta diz ao passar por Jack, indo para a sala.

- Tiaaaa! - grita Jack. - Assim a senhora vai deixar esse cara mais orgulhoso do que ele já é!

- Se preocupa não... - diz tia Nastácia. - Se preocupa não que ela também só falou de bem de você, menino Jack...

- Ah é? - Jack levanta uma sobrancelha. - Como o que?

- Que você é muito corajoso, muito inteligente, além de muito bonito....

- Foi? - Jack não consegue esconder o sorriso de satisfação que teimou em aparecer na sua face. - Ela disse isso de mim?

- Disse sim. - tia Nastácia responde balançando a cabeça de cima pra baixo.

Hotohori se aproximou um pouco mais de tia Nastácia com certa discrição para que os outros não percebessem muito.

- Tia... - ele fala baixinho perto do ouvido dela. - Ela falou alguma coisa de mim?

- Você, menino Hotohori, ela me avisou sobre você sim... E olha, não tou querendo ser puxa-saco não, mas ela disse que tinha certeza que nunca mais na vida iria conseguir achar um homem tão lindo quanto você... Ela falava de você exatamente como o príncipe que você é... Qual foi mesmo a palavra que ela usou? Deixa eu ver...

- Lembra, tia.. Lembra por favor... - Hotohori pedia com vibração.

- Ah sim... Já sei... Ela disse que você era... Fascinante...

- Ela disse isso? - os olhos de Hotohori brilhavam feito duas estrelas resplandecentes.

- Disse sim... E os olhos dela ficaram tão acesos quanto os seus nessa hora.

- Ela está certíssima, tia. - e lhe deu um beijo na bochecha. - Certíssima, tia!!!

Hotohori se afastou dela e saiu de lá passando por todos com um sorriso que ia de uma ponta a outra do rosto.

- O que deu nele? - Mulder pergunta aos que ainda estavam no recinto.

- Ele tá feliz... - tia Nastácia responde com um sorriso. - É tão engraçado como às vezes é preciso tão pouco pra deixar certas pessoas completamente felizes, não é?

- É a essência da alma... - complementa Shiryu. - Almas transparentes conseguem ver a felicidade facilmente... São transparentes... Já almas obscuras demoram para vê-la... Demoram muito por causa da escuridão que as envolve...

- Nossa... - Mulder se admira. - Temos um poeta na casa?

- Quem dera amigo Mulder... - Shiryu sorri. - São só verdades que todos nós deveríamos conhecer.

- A chuva passou... - Mulder observa pela janela. - Não seria uma boa hora de andar por aí e conhecer o lugar um pouco melhor?

- É uma boa idéia... - concorda Lex que até então apenas ouvia. - Vamos ver o que há por aí...

- Há muito o que ver lá fora... É um belo lugar, apesar de só tê-lo visto à noite... - alguém fala na entrada do local onde eles estavam.

Os quatro presentes se viram na direção da voz. Shiryu abre um grande sorriso.

- Aoshi! Então está melhor! - Shiryu diz enquanto se levanta e se aproxima dele para tocar-lhe a testa. Aoshi acha estranho, mas não impede.

- Sim... Estou me sentindo melhor.


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