Sete Gatos e uma Louca!

Capítulo 24: A Verdade Bate à Porta


Nota inicial: Bem... é o seguinte... Não gostaria que considerassem o Shiryu com apenas 14 anos nessa história (na verdade nem mesmo no anime eu consigo vê-lo com essa idade.. *mó viajante essas idades do Kurumada* u_u). Até porque se ele ainda tivesse só 14, a Lenore nem o tinha seqüestrado (a pena é maior, heuheuheu). Tou avisando isso porque vai ter umas cenas quase hentai com ele e a senhorita "L" nesse capítulo XDDD (neste momento tem gente correndo pra longe da fic, mas também tem gente correndo pra cima) Hohoho! Quando eu disse "quase" hentai, eu exagerei um pouco, viu!

 

Manhã seguinte. Shiryu foi acordado pelo incômodo da claridade do Sol em seu rosto. Ele e os outros rapazes dormiram na varanda para que as garotas dormissem em seus quartos. Ele olhou em volta. Os outros ainda dormiam.

Pela posição do Sol, calculou ser em torno de umas sete horas. Decidiu então se levantar e seguir para a cozinha. Tia Nastácia já tinha preparado o café e dessa vez não era café para oito como ela sempre fazia. Era para dezessete!

- Bom dia, tia...

- Bom dia, menino Shiryu...

- Sou o primeiro a acordar depois da senhora?

- É, sim... Todo mundo está dormindo ainda. Quer o café agora?

- Sim, obrigado - respondeu já sentando-se à mesa.

Ela começou a servir-lhe, mas de repente parou. Olhou-o calada. Shiryu sabia o que a estava afligindo.

- A senhora tem alguma coisa pra me dizer, tia Nastácia?

- O que o menino acha?

- Acho que está angustiada porque me contou coisas que, segundo as ordens que recebeu, não poderia ter me contado.

- E o que o menino pensa sobre isso?

- Penso que não deveria ficar tão preocupada assim... Se me contou é porque confiava em mim de alguma forma. O que mudou de lá para cá?

- Muita coisa...

- Então a senhora não sabia que Lenore viria junto com as meninas, não é mesmo?

Tia Nastácia baixou os olhos. Então ele já sabia sobre Lenore.

- A tia não sabia mesmo. Se a tia soubesse...

- Não teria me contado que o "L" era de Lenore.

- A tia não teve tempo de avisar à menina Lenore que você sabia.

Shiryu sorriu, levantou-se e foi até ela. Quando a alcançou, passou um braço por sobre seus ombros, abraçando-a de lado.

- Não se preocupe! - disse ele. - Eu vou resolver tudo isso para nós todos. Acredite em mim, tia.

- Será, menino Shiryu? Será?

- Claro! Vai dar tudo certo. E o café?

- É mesmo! O café! Vou terminar de servir!

 

Enquanto Shiryu tomava café, tia Nastácia já começava a preparar o almoço. Mas num certo momento ela olhou para trás e o cavaleiro de Dragão não estava mais lá.

"Cadê ele?", pensou, desconfiada. Mas depois de alguns segundos fitando a cadeira que Shiryu ocupara há poucos instantes, deu de ombros e voltou aos afazeres do almoço. "Deve ter ido até na praia pra uma caminhada. Esses meninos gostam disso".

Shiryu, aproveitando uma distração de tia Nastácia, saiu rapidamente da cozinha e seguiu para o quarto dela. Ao entrar, percebeu que no quarto havia duas camas de solteiro. Em uma delas, a jovem Lenore ainda dormia. Ela estava de baby-doll e os lençóis não a cobriam completamente. Shiryu sentiu a face arder de vergonha e desviou o olhar, mas depois voltou a olhá-la. Aproximou-se mais e, prevendo que ela pudesse ficar constrangida se percebesse que ele a vira daquela forma, achou melhor puxar os lençóis e a cobrir. E assim o fez. Depois sentou-se no chão ao lado da cama, recostado à parede.

Uma hora se passou. E Lenore começou a despertar. Sem perceber que Shiryu estava lá, foi se desvencilhando dos lençóis e se espreguiçando demoradamente.

- Bom dia... - Shiryu disse para chamar a atenção.

Ela virou-se surpresa na direção dele.

- Shiryu?! O que faz aqui?! - perguntou, puxando os lençóis para voltar a se cobrir.

- Eu queria falar com você.... - respondeu, tentando disfarçar mais uma vez o rubor da face.

- E não podia esperar?

- Eu esperei... Por cerca de uma hora estou esperando.

- Está aqui há todo esse tempo?

- Sim. Mas não se preocupe. Você se portou muito bem...

- Quanto a mim, não sei... Mas tenho certeza de que você, sim, portou-se muitíssimo bem.

- Por... por que... está dizendo isso? - e mirou o chão ao perceber que ela se desvencilhara dos lençóis de uma vez. A cor daquela peça íntima - vinho - combinava muito bem com o tom da pele da jovem garota à sua frente. Shiryu já tinha percebido isso desde o primeiro momento ali, mas ficava muito mais complicado quando ele sabia que ela estava ciente de sua percepção.

- Se não queria me ver assim, não devia ter entrado em meu quarto - disse ela sem hesitar.

- É que... eu queria falar com você o quanto antes...

- Entendo... Vire-se!

- O quê? - ele ergueu os olhos para fitá-la.

- Estou dizendo para se virar um instante. Eu preciso me vestir de uma maneira mais apresentável.

- C-certo... - Shiryu virou-se para a parede.

Lenore então retirou a roupa de dormir e vestiu um vestido de malha com estampas azuis e brancas que acabara de tirar de uma pequena mala ao lado da cama.

- Pronto! - disse ela já pegando da mesma mala uma escova para arrumar os cabelos.

Shiryu voltou a virar-se para ela. Ele estava completamente vermelho de vergonha por estar ali naquele momento.

- Então? - Lenore indagou com um sorriso.

- É... bom... Não sei como dizer isso, Lenore... mas eu sei que você é a Éli...

Lenore franziu a testa e respirou pesadamente.

- Andou ouvindo as teorias do Vegeta... - não tinha sido uma pergunta.

- Vegeta? - ele lançou-lhe um olhar de surpresa. - Não... nem falei nada com ele a esse respeito... Não ainda...

- Tudo bem. Então você tem sua própria teoria sobre isso. Que aliás não deve ser tão diferente da de Vegeta, ou seja, Lenore começa com L, logo...

- Não é por isso, Lenore. Eu não estou supondo através de teorias. Eu... sei que você é ela... Entende?

- Por que... por que está falando assim, Shiryu?

- Desculpe. Pouco antes de você chegar, eu descobri que o "L" era de Lenore... Daí, quando me disseram seu nome ontem à noite, eu não precisei supor nada.

- Você está blefando! - Lenore quase gritou, demonstrando nervosismo.

- Não, Lenore. Sei que você sabe que eu nunca faria isso...

"Menina Lenore, tem uma coisa sobre Shiryu que a tia precisa lhe contar...", Lenore lembrou-se. "Ele sabe!", pensou imediatamente. "Ele sabe! Mas que droga! Ele sabe! O que é que eu faço agora?!"

- Shiryu, eu...

- Por favor, Lenore. Não minta para mim. - ele pediu de forma gentil.

Ela fitou o chão. Como poderia mentir para ele? Sentia que não mais conseguiria depois disso. Ele sabia. E Lenore sabia disso.

- Como... soube? - embora ela fizesse uma idéia de como, resolveu indagar. Os olhos pousaram nos dele. Havia apreensão. A verdade admitida num sopro de pergunta.

- Isso não importa. O que acha que vai acontecer quando os outros souberem?

- Diga-me isso você, que é o líder!

- Eu não sou líder de nada. Já disse isso várias vezes!

Ela desviou o olhar. De repente não sabia mais o que dizer ou como se portar na frente daquele homem. As mãos começaram a tremer. Sem saber mais o que fazer ante a situação, Lenore sentou-se na borda da cama. Os olhos agora fixados em algum ponto do chão.

- Acabou a brincadeira.... - foi a própria Lenore a sussurrar com voz triste após vários segundos de silêncio. - Foi muito bom, admita...

- É, não foi tão ruim, apesar do mau jeito do início. Eu gostei de estar aqui com eles. São boas pessoas... todos eles....

- É claro que são boas pessoas! - afirmou com segurança, erguendo a cabeça para olhar para Shiryu outra vez.

O Dragão a olhou também e sentiu um nó na garganta ao ver que escorriam lágrimas pelo rosto dela. Ele aproximou-se um pouco mais e sentou-se no chão ao seu lado.

- Não pode nos manter aqui para sempre, Lenore... - murmurou com certo carinho. - Não somos seus brinquedos. Temos amigos, família, pessoas que estão preocupadas conosco.

- Eu sei, Shiryu... - ela respondeu bem baixinho ao segurar a mão do cavaleiro. - Não ia manter vocês aqui para sempre. Acredite. E eu peço que, por favor, não conte aos outros.

- Como pode ter certeza de que eu ainda não contei?

- Você não contou. Eu sei. Você com certeza viria falar comigo antes de contar qualquer coisa a quem quer que fosse e é isso que está fazendo agora. Você não contou!

Shiryu lembrou-se de Aoshi. Era bem verdade que não tinha contado a ele diretamente. Era bem verdade que Aoshi o ouvira comentar sobre Lenore antes de sua luta contra Vegeta, mas ainda assim tinha sido por ele que Aoshi soubera. Sentiu-se mal. Mas não havia nada a fazer. Aoshi também havia pedido para que não contasse a ela que ele sabia. Suspirou.

- E até quando pretendia nos manter neste lugar? Qual era o seu objetivo? Por favor, Lenore, eu preciso saber!

- Eu queria... que vocês sete se conhecessem e que se tornassem... amigos... Eu só queria isso.

- Existem maneiras mais normais das pessoas tornarem-se amigas!

- Não vocês sete! Vocês fazem parte de mundos completamente diferentes! Nunca iriam se conhecer, Shiryu! Eu falo a verdade!

- E por que cismou justamente com nós sete? Por que é tão importante para você que nos tornemos amigos?

- Porque... eu amo vocês...

Shiryu ouviu. E sabia que ouviria algo parecido com isso - pelo que ouvira certa vez de tia Nastácia - mas nunca pensou que tais palavras o afetariam daquela forma. Mil vezes idiotas eram aqueles que não acreditavam na força do amor! Mil vezes amaldiçoado era o ódio que se contrapunha a tão poderoso sentimento. Sua simples menção era capaz de atordoar até os mais fortes guerreiros. Baixou os olhos. Mas algo ainda não fazia sentido... algo ainda precisava ser explicado...

- Como? Como pode nos dedicar tal sentimento se mal nos conhece?

- Está enganado. Eu os conheço muito bem. Só não vou explicar quando nem como, pelo menos não agora. Só peço que não conte a eles ainda, Shiryu!

- Não, Lenore... Eu não contarei...

- Obrigada! - ela quase sorriu ao mesmo tempo em que mais uma lágrima deslizava por sua face. - Muito obrigada, Shiryu!

- Não vou contar... porque é você quem vai.

- O quê? Como assim?

- Você tem até a meia-noite de hoje, minha amiga... Depois disso, me sentirei na obrigação de conversar com eles.

- Até meia-noite? Mas é muito pouco tempo!

- Mas é só o que você tem, Lenore... Afinal, seu objetivo já foi alcançado, você não acha?

- Está bem... - baixou a cabeça. - Até meia-noite...

- Eu acredito que tudo vá ficar bem no final - ele sorriu com tranqüilidade.


Capítulo 25

Capítulo 23

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