Sete Gatos e uma Louca!

Capítulo 23 - O Teste de Vegeta


Quinze minutos depois, Hotohori voltou para a "festa", levando consigo uma bandeja de salgadinhos. Lex já tinha conseguido se desvencilhar de Jesse e tinha se juntado aos outros, que apenas bebiam umas cervejas; pois as garotas, além dos salgados, tinham trazido bebidas, alguns CDs de música dançante e um som.

- Até que não está tão ruim... - disse Vegeta entre um gole e outro.

- Não, não está... - concordou Shiryu.

- Obrigado! Obrigado! - Jack estendeu os braços para o alto. - Mas o que vocês acham de aproveitarmos melhor esta noite, hein? - e apontou com um movimento de cabeça para as meninas que dançavam com empolgação.

- Jack, é melhor você não desrespeitar nenhuma das garotas. - disse Shiryu com voz segura.

- É isso mesmo, Jack! Não mexa com as garotas. - Mulder concordou em meio às risadas de todos.

- Vocês são muito moles! Vegeta, está comigo?

- Eu nunca estou com você, inseto.

- Pensei que a gente já tinha passado dessa fase, Vegeta - Jack falou, olhando de esguelha para o saiyajin, que só sorriu com um canto da boca, sem olhar para Jack, embora soubesse que este o olhava.

- Hotohori, você que é um cara que gosta de garotas, está nessa?

- Correção: gosto de uma garota!

- Que é a Miaka... - Mulder gracejou.

- Mas a Miaka não está aqui! - Jack insistiu. - E você, Lex? Vai encarar a ruivinha "arretada"?

- Não. Não estou interessado nela.

- E está interessado em quem? - Aoshi, que só ouvia, não resistiu ao comentário.

- Aoshi, se está com tanto ciúme de Lenore, não devia agir assim.

- Ciúme de quem?! - Shiryu perguntou, assustado.

- Lenore... A piloto que trouxe as garotas. - Lex respondeu.

- É mesmo? - Shiryu desviou o olhar diretamente para Aoshi. - Muito interessante, mas acho que vou buscar mais cerveja. Aoshi? Quer vir comigo?

Aoshi levantou a cabeça com ares de surpresa.

- Eu??

- Sim. Você não quer mais cerveja?

- C-claro... - disse por não conseguir pensar em outra resposta.

Os dois saíram caminhando.

- Então a Lenore está aqui?

- Parece que sim...

- O que pensava em fazer com essa informação, Aoshi?

- Nada... Eu ia contar a você...

- Ah, é? E quando pensava em fazer isso?

- Estava esperando o momento mais adequado. O que vai fazer a respeito, Shiryu?

- Falar com ela...

- Peço que... não diga a ela que eu sei a verdade!

- E por que não?

- Shiryu, não quero que ela saiba que eu sei.

- A verdade é que nós sete devemos saber.

- Vai contar aos outros?

- Não acha justo?

- Se você acha. Só quero que pense no alvoroço que vai ser...

Eles já estavam voltando para onde os outros estavam. Shiryu não fez mais nenhum comentário. Vegeta mais uma vez achou estranho o comportamento de Aoshi, e agora seguido do estranho comportamento de Shiryu. E tudo começara quando Lex se referiu à tal Lenore.

"Lenore...", pensou ele, tentando juntar as peças. "Lenore começa com.. L.... Será que...?".

- Vegeta! - Max, que não estava dançando com as outras, se aproximou dos rapazes e despertou o saiyajin de seus pensamentos.

- Não estou a fim de dançar, garota... - respondeu ele sem sequer olhar direito para ela.

- E quem falou em dançar... tio...? - disse ela seriamente, encarando-o.

Vegeta levantou uma sobrancelha e olhou para Shiryu.

- Shiryu, você disse para nós não desrespeitarmos as garotas. Mas e se elas nos desrespeitarem?

Shiryu sorriu, abrindo os braços.

- Aí vocês se viram. - respondeu simplesmente.

- Não seja idiota, Vegeta! - retrucou Max sem perder a fisionomia séria. - Só quero propor uma... brincadeira...

- Que tipo de... brincadeira?

- Queda-de-braço.

- Quê?? - Vegeta quase cuspiu a cerveja.

- Você ouviu. Queda-de-braço comigo. Agora!

- Não, obrigado - respondeu Vegeta, terminando de beber a cerveja da latinha e amassando-a em seguida. Ao abrir a mão, a lata tinha sido reduzida a uma pequena esfera mais ou menos do tamanho de uma bola de gude. Ele então a lançou na direção do mar.

- Uhhh! - Jack exclamou.

- "Não, obrigado"? - Max derrubou no chão, com um só movimento, todas as latas de cerveja que estavam sobre a mesinha em frente ao grupo dos rapazes... as vazias e as não-vazias. Depois colocou o braço em posição de queda-de-braço sobre ela. - Esta não me parece uma boa resposta.

- Ousada... - Vegeta falou para os colegas. O sorriso calculista não saía de sua face. - Gostei dela.

- Você não vai aceitar o desafio, não é, Vegeta? - Shiryu perguntou, preocupado. - Pode machucá-la!

- Cala a boca, Shiryu - Max disse sem tirar os olhos de Vegeta.

- É, Shiryu... Cala a boca. - Vegeta repetiu com olhar fixo em Max, colocando o braço sobre a mesa.

Max segurou forte e rapidamente a mão de Vegeta.

- Calma... - ele abriu mais o sorriso, já se divertindo com a situação. - Eu não vou voltar atrás na decisão.

As meninas perceberam o que estava acontecendo e correram para rodear os dois. Começava a disputa entre Max e Vegeta. Para completa surpresa deste último, Max mostrou que também tinha muita força.

Os rapazes esperavam uma vitória rápida e fácil para Vegeta, mas não foi assim. Max estava dando trabalho ao príncipe, que não esperava ter de usar um pouco mais de sua força. As meninas começaram a gritar em coro: "Max! Max! Max!".

Vegeta não gostou de sentir uma gota de suor escorrer por sua testa e elevou seu Ki, derrubando Max agora com total facilidade.

- O quê?! - Max gritou, surpresa com o surpreendente aumento de força de seu adversário. - Ainda há pouco estávamos em pé de igualdade!

- Está enganada... - disse Vegeta, pegando outra cerveja. - Eu apenas não estava me esforçando. Achei que não fosse precisar...

- Eu não acredito! - Jack bateu a mão na própria testa. - O Vegeta quase perdeu para uma mulher! E eu que já estava acreditando que ele era forte mesmo!

Vegeta já ia revidar ao comentário de Jack, mas quando viu, Max tinha agarrado Jack pela gola da camisa.

- Quase perder é ganhar por pouco, rapaz! E isso não aconteceu! Ele é muito mais forte que eu, mas eu sou infinitamente mais forte que você. Por acaso quer a prova? - disse Max em tom quase agressivo.

Jack estava, além de pasmo, ficando sem fôlego por Max estar apertando com cada vez mais força o seu pescoço. De repente a garota olhou numa certa direção e mudou a fisionomia.

- Desculpe... - disse ela, soltando Jack. - Não é da minha conta o que vocês dizem um ao outro.

Vegeta, que estava gostando da cena, franziu a testa e imaginou o porquê da mudança de atitude da garota. Por reflexo, ele olhou na mesma direção que Max. Num galho de uma árvore próxima ao jardim da casa havia um balanço e no balanço havia alguém... Lenore... Que de longe acompanhara toda a cena. A iluminação naquela área não ajudava muito, mas Vegeta tinha quase certeza de que era ela. Ele então resolveu se utilizar de sua supervelocidade para verificar.

Lenore não percebeu - nem poderia - a aproximação de Vegeta. De repente ela sentiu um pequeno impulso no balanço, fazendo com que este fosse bem para a frente e voltasse. No retorno, um novo impulso. Lenore olhou para trás e viu Vegeta. Ela sorriu e segurou mais forte nas cordas que a suspendiam do chão.

O deslocamento do ar causado pelos impulsos que Vegeta estava aplicando no balanço fazia os longos cabelos soltos de Lenore se agitarem, indo para trás quando ela ia para frente e vice-versa. Mais alguns impulsos e Vegeta parou o balanço.

- Como disse que era mesmo o seu nome? - Vegeta estendeu a mão para ela para que se levantasse do balanço, demonstrando assim que até os saiyajins poderiam ser gentis se assim eles quisessem.

- Lenore...

- Lenore... - ele repetiu. - Foi o que eu achei que tivesse ouvido. Mas na hora não dei atenção.

- E por que deveria? Sou só a piloto das garotas...

- É, eu sei. Só que eu percebi o óbvio, senhorita Lenore - deu ênfase ao "Lenore".

- E o que foi?

- Lenore começa com "Éli".

Ela sorriu. - Tem razão - concordou. - Lenore realmente começa com "L". Acho que isso não era nenhum segredo... Pelo menos não para aqueles que conhecem o alfabeto...

- Então você admite!

- Admitir o quê?

- Que você é a mulher que nos reuniu neste lugar! Você é a tal Éli!

- Só porque o meu nome começa com L não significa que eu seja ela. L é uma letra muito comum... Se eu fosse realmente ela, provavelmente teria dado um outro nome qualquer para vocês... Qualquer um que não começasse com... L... Não parece lógico?

- Mas não é só isso - Vegeta lançou-lhe um olhar desafiador. - Por que a garota soltou o Jack quando viu você aqui?

Lenore abriu uma pequena caderneta que carregava com ela e a mostrou a Vegeta.

- Estou encarregada de fazer um relatório de tudo o que acontecer aqui.

- Relatório? - Vegeta ergueu uma sobrancelha.

- Sim. Parece que vocês andaram destruindo as câmeras da casa.

- Não acredito em nada disso!

- Paciência...

- E se eu chegasse bem perto de você, assim? - Vegeta aproximou o rosto do de Lenore e deixou sua boca a poucos centímetros da dela.

- Se fizesse isso, eu o consideraria um cafajeste.

- É mesmo? - riu. - E se por acaso eu a tocasse... assim... - ele encostou os lábios nos dela e fez uma suave pressão contra eles.

- Primeiro eu agiria por reflexo e lhe daria uma tapa... assim! - Lenore estalou os dedos na face de Vegeta. - Mas depois eu ia perceber pelo seu hálito que você estava bêbado... e ia relevar...

Vegeta alisou o lado do rosto em que recebeu o tapa. Claro que aquilo não o tinha machucado de maneira nenhuma. Tratava-se apenas de um pequeno teatro.

- Ainda bem que eu perguntei antes... - disse ele com um sorriso malicioso.

- Tem razão - ela também sorriu. - Nos poupou de uma situação embaraçosa que com certeza eu teria que pôr em meu relatório. Também me poupou da dor... em minha mão... porque o seu rosto com certeza não iria sofrer dano algum...

- Como se esse relatório inútil fizesse alguma diferença para mim... A dor em sua mão, sim, seria algo com que precisaria se preocupar... se fosse o caso, é claro.

- Mas isso depende muito, Vegeta. Imagine se uma cópia das fitas e de todos os relatórios fossem entregues aos familiares de cada um de vocês? Passaria a fazer diferença para você?

- Isso é uma ameaça? - o sorriso passou de malicioso a debochado.

- De forma nenhuma. Não sou eu quem decide o destino desses materiais. Estou aqui apenas cumprindo ordens.

- Será mesmo?

- Acredite no que quiser. Eu já expus os fatos.

- Só uma última perguntinha...

- E o que é?

- Você me daria mesmo um tapa se eu a beijasse?

- Talvez eu ficasse desnorteada... meio tonta... talvez o meu coração acelerasse pela surpresa... mas sim, é possível que eu ainda tivesse coordenação motora, para erguer uma mão e dar-lhe um tapa...

- Talvez a intenção fosse fazer com que você se sentisse exatamente assim. - Vegeta pareceu satisfeito com a decllaração. Era como se isso confirmasse suas suspeitas.

- Um teste... - ela disse baixinho, desviando os olhos para o chão. - Já lhe ocorreu que talvez eu me sentisse assim não por ser a Éli, mas simplesmente por ser mulher? - Lenore ergueu a cabeça para perguntar e depois começou a se afastar dali.

- Ei! Espere um pouco. Aonde vai?

- Até a cozinha ver se a tia precisa de ajuda.

- Por que não vai se divertir com as outras garotas?

- Festas são apenas para os convidados... não para empregados...

- É só você não pôr no relatório. - disse ele com ironia no olhar.

- É sério, Vegeta. Eu preciso ir. Boa noite...

Vegeta ficou observando Lenore se afastar e se auto-avaliando também. Desde que chegara à Terra, só tinha sentido o toque dos lábios de uma única mulher. Teria sido mesmo o efeito da bebida como sugeriu Lenore? O mais provável era que sim. Mas ele não estava interessado em se interessar para descobrir. O príncipe só tinha certeza de uma coisa: o jogo finalmente se encaminhava para o fim.

Continua...


Nota: Max Guevara é uma jovem de 18 anos criada através de manipulação genética. Ela escapa da base militar onde vivia sob sigilo e passa a combater o crime nas ruas de uma Seattle pós-apocalíptica no ano de 2019, enquanto foge de agentes do governo que querem capturá-la. É dotada de força e velocidade sobre-humanas, por isso a curiosidade dela em medir forças com Vegeta. Suponho eu (XDDD) que ela já havia obtido informações sobre o poder do príncipe dos saiyajins antes de chegar na ilha.

Capítulo 24

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