- E aí? Acabou? É só isso? - Jack pergunta.
- Sim... não tem mais nada. - Shiryu responde virando a carta de um lado para o outro. - Mas por que a gente não vai atrás desse material?
- É! Vamos fazer isso por que eu tenho muita coisa pra dizer a essa fulana! - Vegeta se levanta num impulso.
Jack, Lex e Mulder fazem o mesmo, saindo do quarto em seguida. Shiryu e Hotohori ficam por último. Ambos se aproximam de Aoshi.
- Você não vai vir, Aoshi? - é Shiryu quem pergunta.
- Tenho certeza que vocês me manterão informado de tudo o que acontecer, mesmo que eu não queira, por isso, vou ficar aqui.
- Ok.. Vamos Hotohori.
- Sim! - Hotohori responde. Eles saem para alcançar os outros. Quando chegam na cozinha percebem que estes já circundavam tia Nastácia, insistindo pela chave.
- Ah! Tá aqui eles. - ela diz, desviando dos que estavam insistindo. - Olha, tá aqui a chave. - tia Nastácia entrega na mão de Shiryu.
- Escuta aqui! Por que não entregou logo essa maldita chave pra gente? - berra Vegeta.
- Ora, mas num foram vocês mesmos que elegeram o menino Shiryu como o líder? Muito justo que ele receba a chave então.
- Mas que bobagem, tia... - Shiryu fica vermelho.
- Eu também acho! - Vegeta fala pegando a chave das mãos de Shiryu. - Estou indo até onde estão as tais coisas! Quem tiver interesse, me siga!
- Vamos pessoal... Sigam o Vegeta. - Jack fala com uma careta.
Eles chegam ao sótão e encontram, tal como estava escrito, a TV, o teclado e alguns apetrechos para a instalação.
- Ok, pessoal... Podem deixar que eu e o Jack fazemos a instalação. - Mulder diz.
- Sei... E por acaso será que vocês sabem fazer? - Vegeta pergunta debochadamente.
- Tudo bem, Vegeta... Você pode fazer então. - Mulder entrega os cabos coaxiais nas mãos de Vegeta. - Faça direitinho, pois quero conversar com a senhorita Éli ainda hoje.
- Eu não... Não estou a fim. - e Vegeta volta a lhe entregar os cabos. - Não que eu não saiba. Para a informação de vocês, minha mulher é uma grande cientista e eu me acostumei com essas parafernálias de instalação e tudo o mais, mas não vejo nada de vantajoso em fazê-lo.
- Se você insiste em nos dar essa honra, Vegeta. - Mulder diz em tom de ironia pegando o material de volta e se dirigindo à sala. Todos o seguem.
Lá, Mulder segue as instruções direitinho e encontra uma tomada para comunicação que na verdade era apenas para a conexão direta do cabo coaxial e outra para alimentação (energia elétrica). Foi tudo muito simples. A entrada para o teclado também estava óbvia, pois era idêntica a de um computador. Não foi mais de 10 minutos para que o equipamento estivesse pronto para ser ligado.
- Vamos ligar? - Mulder pergunta olhando para a turma.
- Claro! - Lex, Hotohori e Jack respondem quase que em uma só voz.
Eles ligam o equipamento que inicializa com algumas linhas de programação na tela. Após o carregamento, um cursor fica piscando na tela ao lado da mensagem "identifique-se". Todo mundo fica olhando uns para a cara dos outros.
- E aí? - Mulder volta a perguntar. - Estão pedindo um nome...
- Coloca o seu, Mulder.. Só de teste. - Jack sugere.
- Ok... - Mulder faz o que o amigo propôs e digita seu nome na tela. Imediatamente após a digitação seguida de um "enter", ele recebe a mensagem pré-programada "Boa Noite, Agente Fox William Mulder".
- Será que foi ela que digitou isso? - Shiryu observa atentamente tudo o que acontece.
- Não... - Mulder responde. - Isso é uma mensagem pré-programada. Quer ver, Shiryu? - ele segue as instruções de "menu" na parte inferior da tela e encerra a seção digitando "exit". Na tela, mais uma vez a mensagem "identifique-se". Mulder digita agora "Shiryu". Imediatamente aparece a mensagem "Boa noite, Cavaleiro de Dragão Shiryu" - Viu só? É uma mensagem pré-programadaa. A máquina sempre vai nos "saudar" quando nos identificarmos.
- E se digitarmos um nome que não tem nada a ver com nenhum de nós? - Shiryu continua perguntando.
- Vamos ver, ué... - Mulder encerra mais uma seção e digita "Scully". Na tela aparece "Boa noite Agente Dana Scully. Você não tem autorização para teclar". - O quê?! - Mulder grita assustado.
- Quem é Dana Scully?? - Lex se aproxima um pouco mais.
- Sim! Quem é ela? - Jack também pergunta.
- Ela é... Minha parceira de trabalho... - Mulder responde ainda assustado.
- Parceira de trabalho, né? - Jack deixa um risinho maroto surgir. - Sei...
- Ela é minha amiga também! Minha melhor amiga, se quer saber!! Satisfeito, Jack?! - Mulder grita alto com Jack.
- Ei, Calma aí Mulder... - Jack se defende. - Não falei por mal.
- Eu sei... - Mulder percebe que não devia ter gritado tão alto. - Me desculpe... Eu só me assustei pelo fato de....
- Dessa mulher que prefere ser chamada de "Éli" ter informações sobre sua parceira. - é Lex quem completa o pensamento de Mulder. - Vamos ver uma coisa.
Lex assume o teclado e digita "Luthor". Na tela surge a mensagem: "Duas ocorrências para Luthor. Por favor, identifique-se:".
- Que bobagem... - ele diz instintivamente. - Para que serve um controle tolo como esse? Só estamos nós aqui e podemos usar o nome de qualquer um entre nós que esse sistema vai aceitar. Prova disso foi o fato de Mulder ter digitado "Shiryu" e a máquina ter aceitado como se ele fosse realmente o Shiryu. - Lex conclui enquanto digita na tela "Lex". Em resposta a mensagem "Boa noite, Alexander Luthor".
Lex digita: "Você está aí?".
Ele espera alguns instantes. Nenhuma resposta aparece na tela.
Lex digita: "Poderia conversar conosco agora?".
Da mesma forma, nenhuma resposta aparece na tela. Tia Nastácia aparece na sala e fica observando.
- Vocês acham que ela vai ficar de plantão vinte e quatro horas esperando a hora que vocês queiram falar com ela, é? - ela pergunta em voz estridente.
- Pois deveria! - Lex fala também em alto tom. - Nós não estamos aqui nesse lugar vinte e quatro horas por causa da vontade dela? Ela deveria estar do outro lado dessa tela também vinte e quatro horas! Droga!
- Tenha calma, Lex... - Hotohori toca em seu ombro. - Eu gostaria de tentar... Essa máquina parece fascinante.
- E será que você vai saber, Hotohori? - é Vegeta quem pergunta ironicamente.
- Não parece difícil... As letras vão surgindo lá... - ele aponta para a tela. - de acordo com as combinações que eu fizer neste outro aparelho. - ele aponta para o teclado. - Acho que posso fazer...
- Fique a vontade. - Lex digita "exit".
Hotohori pega no teclado com o sorriso de uma criança ao tentar descobrir como funciona seu novo brinquedo. Ele vai procurando lentamente as letras que formam o seu nome, até formar a palavra "Hotohori" completamente. Ele olha para Mulder como se perguntasse o que fazer agora. Mulder aponta para a tecla "Enter". Hotohori a aperta. Na tela surge a mensagem: "Boa noite Seishi de Susaku Hotohori".
- Ué... Você não era um imperador, Hotohori? - Jack, que por incrível que pudesse parecer estava calado há cinco minutos, perguntou.
- E sou... Na verdade Hotohori é meu nome seishi, pela estrela que represento. Se eu digitasse meu nome verdadeiro... - Hotohori procura formar a palavra "exit". Todos já estavam ficando nervosos com toda a sua demora. Ele digita agora "Seishuku Saihitei". Na tela surge: "Boa noite imperador de Konan Seishuku Saihitei". - Viram só! - um sorriso iluminou-se nos lábios dele. - Foi exatamente o que eu disse!
- Nominho difícil, hein? - Jack diz erguendo uma sobrancelha.
- Estou impressionado. - Vegeta diz em tom sarcástico.
- Mas... ninguém fala comigo... - Hotohori diz um tanto decepcionado, nem ligando para os comentários de Vegeta. - Eu queria tanto conversar com essa pessoa que me trouxe até aqui.... - ele diz tristemente.
- Por acaso vai agradecer pelas férias forçadas? - Lex pergunta no mesmo nível de ironia utilizado por Vegeta ainda há pouco.
- Sabe que às vezes você fica muito parecido com o Vegeta, Lex? - Mulder levanta-se enquanto faz o comentário. - Vamos, Hotohori. Vamos ficar um pouco lá fora. Ela não vai aparecer agora.
- Sim. Tem razão, Mulder. - Hotohori também levanta-se deixando o teclado de lado.
- Eu também vou. - manifesta-se Shiryu.
- Idem. - diz Jack.
Os quatro saem da sala.
- Bom, e eu vou terminar de preparar o jantar. - tia Nastácia também deixa o recinto.