Resident Evil: Experimento X

Capítulo 5 - Operação Ômega.


- Acorde, Carlos! Acorde!

O garoto abriu os olhos, sentando-se sobre a rede na qual dormia. Esticando os braços, bocejou demoradamente, enquanto seu pai apanhava o samburá, que estava próximo a uma das paredes do casebre.

- Ande logo, Carlos! - sorriu o pescador de descendência indígena, olhando para o filho, que se levantava da rede. - Quanto mais cedo irmos, mais peixes pegaremos!

Carlos assentiu com a cabeça, enquanto seu pai deixava a humilde moradia da família Oliveira. O menino calçou um par de chinelos e também deixou o casebre, ganhando a pequena vila de pescadores onde vivia.

Fitando o céu alaranjado daquele início de manhã, o garoto sentiu a leve brisa matinal tocar seu rosto, enquanto caminhava na direção da margem do rio. Após passar por algumas crianças que brincavam alegremente, Carlos lavou o rosto nas águas do Amazonas, livrando-se do sono que lhe restava. Olhando para a esquerda, viu o pai preparando a jangada. Mais uma manhã de pesca tinha início.

Porém, não seria uma manhã como as outras...

Um repentino som atingiu os ouvidos do menino. Hélices girando. Carlos ergueu os olhos, contemplando o céu, e espantou-se quando inúmeros helicópteros surgiram sobre a floresta, voando rapidamente para oeste.

- Veja, pai! - exclamou Carlos, entusiasmado, apontando para o céu enquanto as aeronaves sobrevoavam a vila. - Helicópteros!

- Há algo errado acontecendo... - murmurou o pescador.

O garoto correu rapidamente pelo lugarejo, acompanhando de braços abertos o vôo dos helicópteros. Assim que as aeronaves sumiram de vista, Carlos sorriu, pensando em como seria voar numa daquelas máquinas. Esse era seu maior sonho, e esperava um dia poder realizá-lo.

- Carlos!

O grito do pai fez com que o garoto voltasse velozmente até o rio. Os peixes os aguardavam.

 

Deller sentiu o vento provocado pelas hélices dos helicópteros chocar-se contra seu corpo, enquanto as aeronaves pousavam no heliporto do complexo amazônico. Assim que os motores foram desligados, Emanuel viu vários soldados saírem das aeronaves, possuindo o símbolo da Umbrella em seus uniformes.

O homem que comandava as tropas recém-chegadas aproximou-se de Deller. Turner, um combatente de grande experiência. O chefe de pesquisas sabia que aquele indivíduo estava ali para auxiliar na captura do mutante, mas ele também era o meio pelo qual os manda-chuvas da Europa controlariam as ações de Emanuel. A cúpula central da empresa não confiava nele tanto assim, afinal de contas...

- Bom dia, Emanuel! - saudou Turner, seguido por dois soldados.

- Bom dia, Turner... - respondeu Deller quase num resmungo.

- Precisaremos do máximo possível de dados sobre o mutante. Algumas equipes de busca decolarão em poucos minutos. Ah, há um homem de Bison entre as tropas. Ele também fará parte da operação.

- Hunk lhe informará sobre o que for necessário. Queira me acompanhar!

Turner e os dois soldados seguiram Deller instalações adentro, enquanto os demais combatentes, atarefados, descarregavam armas e equipamento dos helicópteros. Uma verdadeira operação de guerra estava para ter início no coração da floresta equatorial. A Operação Ômega.

 

Ele seguia velozmente pela floresta, derrubando arbustos e árvores pelo caminho. Seus passos selvagens eram guiados pela angústia. A golpes violentos, os obstáculos que surgiam em sua frente eram eliminados.

Blanka ouvira os helicópteros. Sabia que estavam ali para caçá-lo. Resistiria até a morte. Os homens que o haviam transformado naquela coisa pagariam com a vida. Em seus pensamentos carregados de ódio, o mutante mentalizava o símbolo visto enquanto fugia pelos corredores do complexo de pesquisas. Um guarda-chuva vermelho e branco.

Foi quando ouviu vozes. Crianças brincando, mulheres cantarolando enquanto lavavam roupa no rio. Blanka olhou ao redor. Havia uma povoação por perto. O mutante não podia deixar que o vissem daquela maneira, mas seu estômago não parava de roncar. Estava morrendo de fome.

Decidiu-se. Precisava se alimentar. Movendo-se furtivamente, Blanka seguiu na direção da vila de pescadores...

 

Um quarto de hotel em Manaus.

Guile andava para lá e para cá, impaciente. Barry, sentado sobre a cama, havia desmontado seu revólver Magnum e limpava pacientemente cada uma das peças usando uma flanela. Nash fazia a barba no banheiro, enquanto Roy Campbell, pensativo, encontrava-se sentado numa cadeira. Após alguns instantes de reflexão, o major levantou-se e disse:

- Só Deus sabe que experiências insanas e desumanas Bison pode estar realizando naquele lugar. O relato de vocês sobre o estranho monstro verde também me assusta. Precisamos agir logo!

- Perdoe-me, Roy, mas sou obrigado a concordar com o Nash! - exclamou Guile, se aproximando de Campbell. - O local está muito bem vigiado! Precisaríamos de pelo menos mais uns doze homens!

- Creio que, se forem as pessoas certas, três serão o suficiente - sorriu Roy de forma enigmática.

- Mas do que você está falando? - estranhou Nash, voltando do banheiro enxugando o rosto com uma toalha.

- Sou membro de uma força especial mercenária, composta pelos melhores combatentes do mundo. Terroristas, assassinos, condenados. Todos dispostos a trabalhar para quem pagar mais. O nome desse grupo é Fox-Hound.

- Fox-Hound? - surpreendeu-se Barry. - Eu pensei que isso tudo fosse apenas conversa fiada! Ela existe mesmo?

- Sim, meus caros, e ela nos auxiliará neste momento!

Dizendo isso, o major caminhou até uma mesinha que possuía um telefone, discando um número apressadamente. Os demais o fitavam atônitos, tendo dificuldade em assimilar o que haviam acabado de ouvir.

 

Lá estavam os dois, frente a frente no escuro cômodo. Dois lutadores extraordinários. Provocavam calafrios em seus oponentes. Dois campeões, dois cúmplices, dois guerreiros...

E dois gênios do mal.

- Que bom que veio, Sagat... - disse Bison, voz soturna. - Precisarei de sua ajuda para que nosso plano seja um sucesso!

- O rumor que ouvi nos corredores é verdadeiro? - indagou o comandado de Bison. - Eles conseguiram mesmo criar um soldado-elétrico?

- Sim, vi com meus próprios olhos. Um lutador e tanto, devo admitir. Assisti à luta dele contra os guardas. Ter um guerreiro como aquele no torneio lutando para nós é imprescindível!

- Compreendo. Farei o possível para auxiliar os imbecis da Umbrella. Mas, e quanto ao senhor?

Bison riu malignamente, enquanto uma intensa luz dourada envolvia seu punho direito, dissipando a escuridão da sala.

- Também farei minha parte!


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