Resident Evil: Experimento X

Capítulo 4 - Problemas para a Umbrella


O helicóptero tocou o chão, enquanto mais homens armados e outros usando jaleco saíam de dentro do elevador que levava ao laboratório, entre eles Bison.

– Lá está o desgraçado! - exclamou Guile, observando seu inimigo por uma das janelas da aeronave.

Hunk, que comandava as tropas da segurança, se aproximou do helicóptero, exclamando:

– O que faz aqui, Menezes?

– Bem, eu... - oscilou o piloto, inseguro.

Guile, Nash e Barry estavam escondidos atrás de uma caixa de madeira no helicóptero. Hunk, aparentando impaciência, disse:

– Bem, já que está aqui, leve o senhor Bison para Manaus! Houve contratempos e será melhor que ele fique lá por algum tempo até pegarmos a criatura...

– Eu ficarei aqui! - exclamou Bison, sempre frio e sinistro. - Confesso que a demonstração de força do experimento me satisfez enormemente! Quero participar de qualquer operação para capturá-lo!

Hunk tirou sua máscara, revelando um rosto intimidador. Após encarar Menezes por alguns instantes, o chefe da segurança exclamou:

– Vamos, saia daqui! Você está atrapalhando!

Sem opção, Diego ligou o motor do helicóptero. A aeronave decolou pouco depois, enquanto Deller e Vincent também chegavam ao lado de fora.

– Ele fugiu? - perguntou o chefe de pesquisas.

– Receio que sim... - murmurou Wesker.

– Droga! Hunk, venha até aqui!

Hunk se aproximou, junto com alguns de seus comandados.

– Quero que contate o quartel-general e solicite reforços! Precisamos isolar rapidamente a área se quisermos reaver nossa cobaia! Faça isso o mais rápido possível e me encontre em minha sala!

– Sim senhor!

– Quanto a vocês, Wesker e Vincent, quero que descubram o que deu errado durante a experiência!

– OK! - respondeu Wesker, ajeitando os óculos escuros.

Deller voltou para dentro junto com Bison, que sorria com grande satisfação, e alguns pesquisadores. Em seguida entraram Wesker e Vincent e, por último, Hunk e seus homens.

– Droga! - exclamou Guile, dando um soco na parede do helicóptero. - Ele estava ali, podíamos tê-lo pego!

– Encare os fatos, Guile! - disse Nash. - Havia vários homens armados lá, provavelmente sob o comando do Bison! Se tentássemos pegá-lo, estaríamos mortos ou capturados!

– Eles estavam falando de um experimento ou coisa assim... - murmurou Barry. - Deve ter algo a ver com aquele estranho homem verde que vimos atacar aqueles homens e fugir... Creio que não estamos lidando com um simples laboratório de drogas, vocês viram todas aquelas pessoas vestidas como cientistas!

– Então o Bison está fazendo experiências genéticas com humanos... - riu Guile. - Mais uma atrocidade para a lista daquele assassino!

– O que faremos? - perguntou Nash.

– Por enquanto, voltaremos para Manaus. Lá pensaremos em como agir!

 

Deller entrou apressado em sua sala. Tudo estava dando errado, mas ele possuía uma carta na manga. Aproximando-se de uma gaveta em sua mesa, tirou de dentro dela uma espécie de caixa de metal, sob a qual havia uma carta recente. Deller apanhou-a e leu o que estava escrito pela vigésima vez:

Caro amigo Emanuel Deller,

Estou lhe enviando minha maior conquista. Enquanto aquele imbecil do Spencer ainda está desenvolvendo um vírus capaz de reviver células mortas, eu creio que consegui algo bem maior que isso... Mas minha invenção não está totalmente segura em minhas mãos, e por isso preciso compartilhar este segredo contra outra pessoa.

Deller, você é um dos mais notáveis pesquisadores da Umbrella. Estou enviando a você uma amostra da minha criação. A eficiência dela ainda não foi totalmente comprovada, portanto use-a por sua conta e risco em alguma cobaia no momento propício. Mas lembre-se: nem Albert Wesker ou ninguém que trabalhe para Spencer pode saber disso. Eles não souberam valorizar meu trabalho.

Atenciosamente,

William Birkin, Raccoon City, abril de 1986.

Terminando de ler a carta, Deller colocou-a de volta na gaveta e fechou-a, enquanto abria a caixa de metal sobre sua mesa. Dentro, no meio de pedras de gelo, havia uma seringa contendo um líquido branco. O chefe de pesquisas ficou admirando o objeto, com mil pensamentos em mente, quando a porta da sala se abriu, fazendo com que instintivamente fechasse a caixa. Era Hunk:

– O senhor pediu que eu viesse até aqui e...

– Sim, sim, entre!

O chefe da segurança sentou-se numa cadeira de frente para Deller, que perguntou:

– Fez o que eu pedi?

– Sim, os reforços já estão a caminho!

– Ótimo! Nós vamos pegar nosso mutante, vivo! Mas há outra coisa que quero lhe falar, caro Hunk...

– Do que se trata, senhor?

Deller abriu a caixa de metal e pegou a seringa, aproximando-se de Hunk.

– Hunk, estique o braço por favor!

– Posso saber do que se trata, senhor? - perguntou Hunk, desconfiado, olhando para a seringa nas mãos de Deller.

– Confie em mim e estique seu braço!

Hunk hesitou por um instante, olhando dentro dos olhos ambiciosos e insanos de Deller, mas acabou cedendo. O chefe de pesquisas injetou o líquido branco na corrente sangüínea do soldado, que apesar de tudo aparentava calma.

– Isso é tudo, senhor? - perguntou Hunk, levantando-se.

– Sim, pode ir!

Confuso, o chefe da segurança deixou a sala, enquanto Deller murmurava, sorrindo:

– Estou fazendo minha parte, caro Birkin...

 

Blanka corria sem parar, numa velocidade incrível, desviando dos troncos das árvores enquanto suas folhas batiam em seu rosto. Aqueles homens eram maus, muito maus...

Uma enorme fúria havia tomado sua mente. Agora ele só pensava em vingança, vingança contra os homens que lhe haviam feito aquilo...

Logo Blanka parou, às margens de um rio. A luz do luar iluminou seu rosto, e lágrimas começaram a escorrer por sua face, misturando-se à água do rio...

 

Amanheceu o dia. Mas não era uma manhã comum. Logo nas primeiras horas após o sol nascer, a população ribeirinha pôde ver dezenas de helicópteros militares cruzando o céu, para o espanto e fascínio de muitos. O som das aeronaves não era familiar para eles, que ficavam olhando para cima, assustados e surpresos.

Naqueles helicópteros havia o símbolo de um guarda-chuva vermelho e branco. Pertenciam à multinacional Umbrella. Após o pedido de ajuda de Hunk, responsável pela segurança do complexo amazônico, os manda-chuvas da companhia, na Europa, ficaram preocupados em perder um experimento tão importante e ao mesmo tempo correr o risco de terem suas atividades ilegais expostas à mídia. Por isso era necessário agir rápido e agilmente.

Num dos helicópteros, que comandava o resto da frota, estava um homem vestindo roupa tática preta, cabelos grisalhos. Seu nome era Turner, veterano no Vietnã, herói no Líbano e que também havia participado da invasão de Granada. Era o responsável pela segurança em toda a Umbrella da América Latina.

Apanhando um rádio, Turner comunicou-se com alguém que aguardava no complexo, enquanto os outros soldados da Umbrella dentro do helicóptero preparavam seu equipamento.

– Hunk! - exclamou Turner pelo aparelho. - Você está aí?

– Ouvindo alto e claro! - respondeu Hunk, que aguardava pela chegada dos helicópteros no heliporto do complexo. - Tudo OK?

– Sim, mas ele veio! Ordens do quartel-general! Ele me dá medo!

– Ele quem?

Turner olhou para o fundo do helicóptero. Ali, sentado, estava um homem de uniforme militar tailandês, careca e com um tapa-olho no rosto. Seu nome era Sagat, um indivíduo misterioso e assustador.

– Sagat, o tal capanga do Bison! - respondeu Turner. - Política da empresa, segundo os manda-chuvas!

– Bem, ouvi falar que ele é um ótimo estrategista. Será útil em nossa empreitada para capturar a fera!

– Com o que estamos lidando exatamente, Hunk?

– Uma arma bio-orgânica, resultado da infecção de um ser humano pelo Vírus Ômega. O corpo inteiro do mutante é como uma pilha alcalina. Há tanta energia nele que é possível até desperdiçar... E matar!

– Eu entendo... Um “soldado-elétrico”, assim como vocês queriam!

– Assim como Deller queria. Aquele homem é maluco. Não mede as conseqüências do que faz. Mas sou obrigado a seguir suas ordens sem questioná-lo. Ontem, inclusive, ocorreu algo estranho quando fui até o escritório dele...

– O quê?

– Conto aqui na base. Desligo!

A comunicação foi encerrada, enquanto Turner olhava mais uma vez para a figura de Sagat no fundo da aeronave e depois para seus homens, exclamando:

– Preparem-se, homens! Pousaremos em cinco minutos!

 

Wesker digitou apressado o número no telefone que havia sobre a mesa de Deller em seu escritório. Após duas chamadas, alguém atendeu do outro lado da linha:

– Sim?

– Aqui é o Wesker! - disse Albert. - Más notícias sobre o experimento de Deller!

– Eu já estou ciente do que ocorreu. Notícias ruins correm rápido!

– A Umbrella vai vasculhar a selva inteira à procura desse mutante. Estão enviando dezenas de helicópteros com tropas para cá!

– Isso já era de se esperar. Talvez consigam pegar essa coisa, mas se isso acontecer, nosso T-Virus perderá todo o brilho que ganhou... Talvez o quartel-general reduza nossas verbas para pesquisa, enquanto Deller ganhará cada vez mais espaço dentro da companhia...

– O que devo fazer, Spencer?

– Deller é um grande amigo meu. Nós estudamos juntos, dividimos as mesmas namoradas na universidade... Mas quando se trata de pesquisas, é cada um por si!

– Como assim?

– Wesker, ouça bem: quero que você atrapalhe ao máximo esse plano para capturar o mutante. Aja nas sombras, mas sempre com o intuito de fazer a operação fracassar. Eu prometo que será recompensado!

Wesker estremeceu. Com Birkin aparentando cada vez menos interesse pelo desenvolvimento do T-Virus, Wesker suspeitava qual poderia ser a tal recompensa... O cargo de chefe de pesquisas no laboratório de Raccoon.

– E então, Wesker? - insistiu Spencer. - O que me diz?

– Pode contar comigo, senhor!

Wesker desligou o telefone, com um estranho e ambicioso sorriso em sua face.


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