Resident Evil: Experimento X

Capítulo 2 - No Coração da Amazônia


O helicóptero da Umbrella sobrevoava velozmente a densa vegetação equatorial, que Wesker observava atentamente através de uma das janelas da aeronave. A Amazônia era realmente fascinante, a Umbrella fizera bem de construir um laboratório ali. A diversidade de espécies poderia favorecer a empresa enormemente em suas pesquisas.

– Já vamos pousar! - informou o piloto, tirando Wesker de seus pensamentos.

O pesquisador pegou suas coisas, enquanto o helicóptero pousava no heliporto do laboratório de pesquisas da Umbrella, escondido no meio da selva. Lá esperavam dois homens, um vestindo terno preto e o outro jaleco.

Logo que as hélices da aeronave pararam de girar, Wesker saltou para fora do helicóptero, o sol da tarde batendo em seus óculos escuros.

– Seja bem-vindo, senhor Wesker! - sorriu o homem de terno preto. - Sou Emanuel Deller, chefe deste complexo. Você deve ser de grande valor para que o bom e velho Spencer o tenha enviado!

– Eu faço o que posso, senhor Deller... - murmurou Albert. - Quem é esse rapaz?

– Ah, esse é Vincent Goldman. Ele está fazendo um estágio aqui conosco, e revelando ter grande capacidade!

– Muito prazer! - saudou Vincent, apertando a mão de Wesker.

– Prazer! - respondeu Wesker, friamente.

– Bem, vamos entrar! - sorriu Deller, caminhando até o elevador.

Wesker e Vincent seguiram o superior até o transporte, e logo que as portas se fecharam e ele começou a descer, Albert perguntou:

– De onde conhece Spencer, senhor Deller?

– Oh, é uma longa história... Nós estudamos juntos em Harvard. Aquele sujeito não vale nada! Queria voltar a vê-lo...

– Nós estamos meio atarefados lá em Raccoon. Agora Birkin teve uma filha e talvez não vá se dedicar tanto às pesquisas.

– Birkin teve uma filha? Estranho!

– Eu também acho...

Nisso o elevador parou, e quando as portas se abriram, revelaram um longo corredor metálico, onde alguns pesquisadores transitavam. Deller disse, saindo do transporte:

– Primeiramente nós iremos conversar com o senhor que está financiando nosso projeto! O senhor já sabe sobre ele, Wesker?

– Sei apenas que é tailandês... - murmurou Albert. - Spencer fez muito mistério sobre isso!

– Bem, agora o mistério vai acabar!

E os três entraram por uma porta de ferro, ganhando uma salinha com uma mesa de madeira, duas cadeiras e uma estante de livros. Sentando numa das cadeiras havia um estranho indivíduo, vestindo uniforme vermelho e azul, capa roxa e um quepe na cabeça, que tinha o emblema de uma caveira e lhe ocultava o rosto. Deller disse num sorriso:

– Esse é o senhor Bison, Wesker!

Nesse momento o misterioso personagem olhou para os presentes, revelando um rosto frio e soturno. Ele disse, num pequeno sorriso:

– Então é esse quem o tal Spencer mandou?

– Sim, senhor Bison - respondeu Deller. - Este rapaz chama-se Albert Wesker, e é um pesquisador bem motivado!

Bison levantou-se e começou a andar pela sala, dizendo:

– Eu estou investindo na Umbrella porque soube do maior trunfo de vocês. Um vírus que revive células mortas, não? É formidável, principalmente para meus propósitos...

E Deller tomou a palavra:

– O senhor Bison treina lutadores para vários torneios ao redor do mundo, e está interessado...

– Em obter um lutador perfeito! - completou Bison. - Um lutador que possa vencer todo e qualquer torneio neste planeta, nem que eu tenha que apelar para a engenharia genética!

– E a Umbrella vai auxiliar o senhor... - murmurou Vincent. - Nós somos os melhores nisso!

– Bem, venham todos! - exclamou Deller. - Vou mostrar todo o laboratório!

Bison mais os dois pesquisadores seguiram Deller até o corredor.

 

Carlos estava realmente empolgado. Ele guardara carinhosamente o panfleto da Umbrella embaixo do colchão, e agora penteava animadamente o cabelo. Não se cansava de ler o anúncio da empresa: “Precisa-se de guarda-costas”. Logo que tivesse uma folga no quartel ele seguiria até o endereço em Manaus que havia no panfleto para fazer o teste. Quem sabe não dava uma virada na vida?

– As coisas vão começar a melhorar para você, Carlos Blanka... - disse o soldado, olhando-se no espelho.

 

– Cuidado aí!

O grito foi dado por Feldman, alertando Burton e Newman sobre dois colombianos que contornavam a casa caindo aos pedaços do vilarejo. Mas graças ao aviso eles tiveram uma ótima recepção: o primeiro levou dois tiros da Colt de Barry, e o segundo tombou com uma rajada de Newman.

Os dois S.T.A.R.S., então, começaram a contornar cautelosamente a construção, enquanto Feldman voltava para junto de Guile. Este estava esperando o momento certo para surpreender três traficantes que buscavam refúgio atrás de uma pilha de caixas.

Ao sul do vilarejo o tiroteio continuava encarniçado. Um grupo de cinco colombianos correra para lá e fora dizimado pela M60 de Kreman, montada sobre uma caixa de munição. Ao lado dele estavam Nash e Jones, que auxiliavam o colega a aniquilar os traficantes.

A igreja não estava longe, mas primeiro era necessário limpar todo o vilarejo. Guile resolveu agir e pegou os três colombianos perto das caixas por trás, atirando sem piedade com a Desert Eagle. Agora o caminho estava livre até o caminhão, onde havia mais colombianos.

Barry e Newman se aproximaram de Guile e o primeiro disse, colocando mais munição na Colt:

– Cubra-nos! Vamos limpar o caminhão!

Guile assentiu com um gesto da cabeça, e os dois S.T.A.R.S. buscaram refúgio atrás das caixas que eram usadas pelos traficantes como abrigo, preparados para atirar nos sete colombianos ao redor do caminhão.

Newman foi o primeiro, acertando um deles na altura do coração com seu rifle M16. Barry em seguida aniquilou mais dois com a Colt, enquanto os demais trocavam rapidamente de posição, gritando e atirando. Um deles começou a correr na direção dos S.T.A.R.S., mas Guile o deteve com um disparo certeiro. Nesse momento surgiram Rent, Willians e Charter, saindo de trás de uma outra casa. Eles eliminaram de imediato os três colombianos restantes próximos ao caminhão, correndo em seguida para trás de um muro todo cheio de marcas de balas.

No sul a M60 continuava trabalhando, já que os traficantes não conseguiam usar uma tática mais eficiente contra os invasores. Uns trinta deles já deviam estar mortos.

Nisso Nash viu que vários colombianos corriam para dentro de uma casa maior que as demais, onde devia ser o centro de comando. Logo surgiram fuzis AK-47 nas janelas, que começaram a disparar para todos os lados.

Ouviu-se então um breve grito e alguém exclamar:

– Homem ferido!

O pedido de socorro viera de trás do muro onde haviam se refugiado três S.T.A.R.S., e Barry tratou de correr até lá, rolando para escapar dos tiros. Do outro lado ele viu Willians tombado no chão, com o pescoço sangrando. Já não respirava mais.

– Droga! - gritou Burton.

– Malditos colombianos... - murmurou Charter, mordendo os lábios.

Agora os traficantes estavam com vantagem, amparados pela estrutura da casa. Não seria fácil aniquilar todos lá dentro matando um por um nas janelas.

– Tenho uma idéia... - murmurou Nash.

O grupo de Nash estava mais próximo do refúgio dos traficantes, com apenas uma casa no caminho.

– Jones, venha comigo! Kreman, fique aqui pronto para atirar!

– Certo!

Nash e Jones correram para trás da casa que os separava dos colombianos, e a contornaram cautelosamente. Logo estavam quase no alcance dos fuzis inimigos, protegidos pela parede da construção na virada de frente para a outra casa, onde estavam os traficantes. Qualquer movimento em falso e teriam uma bala no corpo.

– O que vai fazer? - perguntou Jones, curioso.

O sábio Nash apenas tirou uma granada da cintura, arrancou o pino e a arremessou contra a casa, fazendo com que entrasse perfeitamente por uma das janelas. Poucos segundos depois veio a explosão, lançando para fora os colombianos mortos. Jogada de mestre.

Alguns conseguiram saltar pelas janelas antes da explosão, mas então foram ceifados pela M60 de Kreman, que já estava esperando por aquilo. Todo o vilarejo então ficou em silêncio, um silêncio sepulcral e macabro.

– Conseguimos! - exclamou Guile, colocando um cigarro na boca.

 

– E esta aqui é a sala de experimentos!

Com as palavras de Deller, o grupo entrou no lugar, enquanto a pesada porta de entrada se fechava atrás dele. Wesker começou a observar as imensas câmaras vazias onde em breve estariam as armas bio-orgânicas, as maiores criações da Umbrella.

Bison era o único que parecia não se surpreender com a grandiosidade do laboratório. Ele fitava tudo calado, frio, como se já houvesse visto coisa muito melhor. Isso deixava Deller extremamente desconfortável.

– O senhor está gostando das instalações? - arriscou o chefe do complexo.

– São razoáveis - respondeu o tailandês. - Quando iniciaremos o experimento?

– Oh, muito em breve... Assim que encontrarmos uma cobaia satisfatória!

– Deverá ser uma cobaia forte... - acrescentou Vincent.

Deixaram então a sala, seus passos ecoando pelo lugar.

 

O grupo invasor estava tirando toda a cocaína de dentro da igreja, colocando as caixas e sacos empilhados no centro do vilarejo. Guile era o mais empenhado, pois saía da construção carregando grande quantidade de peso. Barry, que já havia levado alguns sacos, estava agora sentado sobre um caixote brincando com sua Colt, ao lado de Kreman e Nash, que planejavam algo examinando um mapa.

Nisso, o som de hélices girando invadiu o ar. Todos ficaram apreensivos, temendo que fosse uma represália dos traficantes, mas logo viram que se tratava de um helicóptero do Exército norte-americano. Ele se aproximou e pousou no centro do vilarejo, ao lado da pilha de cocaína. Saltou da aeronave então um homem beirando os quarenta anos, vestindo roupa camuflada e um boné das Forças Especiais. Nash correu até o helicóptero e imediatamente reconheceu aquele homem:

– Roy Campbell! - exclamou, com grande satisfação. - Você está sumido desde que foi promovido a major!

E se abraçaram. Nash havia servido junto com Roy no Vietnã, e há três anos não se falavam. O major disse:

– Não estou aqui para uma visita, Nash... Enviaram-me para dar-lhe uma importante missão!

– Outra missão? Mas nem terminamos de empilhar a droga!

Os outros homens foram se aproximando, curiosos. Nash e Campbell caminharam para dentro de uma das casas, este último fechando a porta.

– O que há, afinal? - perguntou Nash, sentando-se numa cadeira.

– O bom e velho senhor Bison está bem debaixo de nosso nariz, Nash! - respondeu Roy, braços cruzados.

– Quê? - espantou-se o militar. - Onde? Como?

– Nosso homem em Manaus viu-o com seus capangas desembarcar no aeroporto há exatas dezoito horas. Parece que ele seguiu de helicóptero para algum lugar a sudeste da cidade, suspeitamos que seja alguma base de operações de sua organização na Amazônia.

– Filho da mãe!

– Quero você, o Guile e mais algum homem nessa operação. Vocês seguirão até Manaus, interrogarão no aeroporto um homem chamado Diego Menezes, piloto que transportou Bison em seu helicóptero, descobrirão onde Bison está e tentarão pegá-lo. É chance de desmantelarmos de uma vez por todas essa maldita organização, Nash!

– Se for para ferrar o Bison, eu aceito qualquer tipo de missão!

– OK. Não temos tempo a perder. Escolha um homem da sua equipe ou dos S.T.A.R.S. agora mesmo, pois temos que partir!

Os dois militares saíram da casa e Nash começou a olhar para cada um dos membros do time. Acabou fitando Barry Burton, líder do grupo dos S.T.A.R.S., que ainda brincava com a Colt sobre o caixote, e exclamou, sabendo que ele demonstrara grande destreza nas missões anteriores:

– Guile e Barry, venham até aqui!

Guile largou dois sacos de cocaína e correu até Nash, junto com Burton.

– Vocês nos auxiliarão numa importante missão! - explicou Roy. - Temos que partir imediatamente!

– Mas e a droga? - indagou Guile.

– Os outros rapazes cuidarão dela. Agora venham conosco!

Campbell e Nash entraram no helicóptero, seguidos por Guile e Barry. A aeronave decolou e deixou rapidamente o vilarejo, enquanto os demais homens continuavam empilhando a droga.

 

Nicholai e Zangief percorriam os temidos corredores da prisão de Lubyanka, em Moscou, sede da KGB. Logo cruzaram uma porta de madeira, ganhando uma bela sala de carpete roxo e várias estantes de livros, com uma mesa no centro. Sobre ela havia uma pilha de papéis e o busto de Lênin, e atrás dela estava sentado um homem de expressão fria, de uns cinqüenta anos de idade, usando óculos para ler um documento importante.

Logo que os dois agentes entraram, o indivíduo tirou os olhos do papel e perguntou, num sorriso:

– Como estava o tempo em Chernobyl?

– Digamos que havia muita radiação no ar! - brincou Nicholai, rindo brevemente. - Mas por que o senhor nos chamou? Estávamos prontos para seguir ao Afeganistão!

– É que tenho uma missão mais importante para vocês, e que tem muito a ver com sua pesquisa, Nicholai...

Zinoviev estremeceu. Ele queria muito obter sucesso na missão no Afeganistão, mas sua pesquisa era muito mais importante, era sua vida. Zangief perguntou:

– Do que se trata, senhor?

– Os senhores já ouviram falar de uma empresa farmacêutica chamada Umbrella?

– Claro que sim! - respondeu Nicholai. - Ela vem crescendo muito no ramo! Por quê?

– Ela não produz apenas medicamentos, Nicholai. A Umbrella está há mais de uma década engajada na produção de armas biológicas, tanto que criaram um poderoso vírus chamado “T”, que é capaz de reviver células mortas. Se por um lado isso pode representar a cura para várias doenças, por outro pode possibilitar a criação de soldados indestrutíveis. E essa segunda utilidade é bem mais lucrativa!

– Mas o que temos a ver com isso? - indaga Zangief.

– Nicholai, está disposto a roubar parte da pesquisa da Umbrella para dar impulso à sua na Sibéria, criando assim armas bio-orgânicas para a União?

Nicholai novamente estremeceu. Seu maior sonho era entrar para os livros de História devido ao resultado de sua pesquisa, fosse bom ou mal. E como ele era um soviético fervoroso, desejava que as armas da União fossem superiores às do Ocidente em todos os aspectos.

– Há uma base da Umbrella na Amazônia brasileira, perto da cidade de Manaus, que está engajada em experimentos com armas bio-orgânicas. Vocês se infiltrarão no complexo como pesquisadores, roubarão a pesquisa e então fugirão!

Aquilo era música para os ouvidos de Nicholai. Era um cientista inescrupuloso, faria o que bem entendesse para prosseguir com sua loucura. Uma loucura chamada engenharia genética.


Capítulo 3

Capítulo 1

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