Resident Evil: Experimento X

Capítulo 17 - Um Show de Ilusionismo.


Nesse exato momento, na sala de espetáculos do mesmo hotel-cassino no qual entrara Blanka, centenas de turistas aguardavam ansiosos o início da atração daquela noite. Conversavam entre si, principalmente as mulheres, sobre a beleza e repentina fama do astro que ali se apresentaria em poucos instantes.

De repente, surgiu sobre o palco um indivíduo de terno, segurando um microfone. Abriu um enorme sorriso ao notar o entusiasmo da platéia. Gesticulando animadamente, o funcionário do Golden Nugget gritou:

– Sejam muito bem-vindos, prezados hóspedes e visitantes! É um imenso prazer tê-los neste recinto esta noite! Porém, sei que vieram até aqui para ver outra pessoa ao invés de mim, estou certo?

– Sim! - respondeu o público, deixando evidente sua empolgação, principalmente por parte do sexo feminino.

– Bem, sem mais delongas, vem aí o espanhol que é desejado por uma legião de mulheres ao redor do mundo! Com vocês, Vega, o grande ilusionista!

Uma música contagiante tomou o ambiente, simultânea aos gritos das mulheres na platéia. O homem de terno se retirou, ao mesmo tempo em que as cortinas no fundo do palco se abriam...

– Vega, Vega, Vega! - exclamavam os espectadores em coro, no auge do entusiasmo.

Vega surgiu sem demora, trajando seu inconfundível uniforme de toureiro. Tinha os cabelos soltos e, na face, uma máscara branca com apenas um par de buracos para os olhos. Era acompanhado por duas lindas, sorridentes e charmosas assistentes, ambas usando biquíni de cor vermelha. A euforia do público era total.

– Boa noite! - saudou o castelhano.

– Boa noite! - respondeu a platéia entre assovios.

– Vocês estão prestes a mergulhar no fascinante e maravilhoso mundo da ilusão! Jamais se esquecerão da magnífica experiência pela qual passarão esta noite! Primeiramente, peço que todos vocês olhem para mim fixamente!

Os espectadores obedeceram. Por baixo da máscara, Vega sorria de forma astuta. Simultaneamente, uma fumaça de cor roxa começou a penetrar no recinto através dos dutos do sistema de ventilação. Totalmente despercebida, ela passou a ser inalada pelo público, que sob hipótese alguma tirava os olhos do ilusionista.

– Isso mesmo! - disse ele. - Concentrem-se!

E, afetados pelo misterioso gás, os homens e mulheres ali presentes realmente foram transportados para o mundo “maravilhoso” mencionado por Vega. Viram o palco ser tomado por criaturas fantásticas, como duendes, fadas e unicórnios. Algumas jovens chegavam a suspirar de admiração e fascínio. O espanhol atingira seu objetivo sem precisar fazer um número de mágica sequer, por mais mísero que fosse.

– Viajem, meus caros! - exclamou o capanga de Bison. - Viajem dentro de suas próprias mentes!

 

– Ainda não pensa em desistir? - indagou o homem de tapa-olho, arrastando uma grande quantidade de fichas para seu lado da mesa.

– A sorte está apenas me pregando uma peça! - argumentou Dick, apanhando novamente os dados. - Serei capaz de recuperar o que perdi!

– Eu não confiaria tanto na sorte... Ela pode nos abandonar no momento em que mais precisamos dela!

– Mas ela ainda não me abandonou!

Porém, quando Valentine estava prestes a lançar os cubos mais uma vez sobre a mesa, uma voz atrás de si o interrompeu:

– Shalashaska!

A atenção de todos se voltou para o autor da exclamação. Era nada mais, nada menos que o capitão Nicholai Zinoviev, acompanhado pelo forte e musculoso cabo Zangief.

O russo de bigode ao lado do homem caolho pareceu incomodado com a presença dos dois recém-chegados. Resmungando em sua língua, caminhou até eles, enquanto o jogo permanecia interrompido.

– Mas que diabos fazem aqui? - perguntou o sujeito, Revolver Ocelot, aos comandados.

– O senhor mesmo pediu que o encontrássemos neste antro capitalista! - respondeu Nicholai com certa frieza. - Precisamos roubar a pesquisa da Umbrella!

– Ouçam, eu estou um pouco ocupado no momento e...

– Quem é aquele? - perguntou Zangief, apontando para o homem de tapa-olho.

– Um amigo... - respondeu Ocelot disfarçadamente. - Eu lhes passarei as instruções assim que puder! Agora saiam!

– Ah, meu Deus! - gritou uma mulher atrás deles em tom de imenso pavor.

O que viram em seguida foi aterrador e grotesco, mas a realização de um desejo para Nicholai...

 

Dois jipes militares seguiam em alta velocidade pelas vias centrais de Las Vegas. Num deles se encontravam Nash*, Guile, Vulcan Raven e um tenente da Força Aérea, de nome Jason Harris. No outro estavam Barry Burton, Decoy Octopus e dois soldados. O major Campbell sobrevoava a cidade no helicóptero cedido pelo coronel Court.

– Alguma pista do paradeiro de Bison? - perguntou este último através do rádio.

– Negativo, coronel! - respondeu Nash. - Ele pode estar em qualquer lugar! É como procurar uma moeda numa piscina olímpica!

– Hei, vejam aquilo! - gritou Guile, apontando para frente. - Diminua a velocidade!

Nash, que dirigia o veículo, atendeu ao pedido do amigo. Alguns metros à frente, junto a uma calçada, um homem negro musculoso, possuindo vários ferimentos e hematomas pelo corpo, entrava numa limusine junto com dois seguranças. Guile nunca poderia se esquecer daquele rosto. Pertencia a um dos principais criminosos da Shadow Law...

– É o maldito Balrog, tenho certeza! - afirmou o militar. - Se o seguirmos, encontraremos Bison! Não podemos perdê-lo de vista!

– Você manda, colega! - disse Nash num sorriso, apanhando o rádio para informar os demais integrantes da equipe sobre a novidade.

 

O caos era total no interior do Golden Nugget. As pessoas fugiam desesperadas do terrível monstro verde que acabara de invadir o local. Alguns seguranças tentaram subjugar a criatura, mas diante dos urros desafiadores desta, desistiram de imediato. Apenas Nicholai parecia tranqüilo, fitando a aberração com um sorriso na face. O mutante da Umbrella estava ali, diante dele. Obter uma amostra do sangue dela seria mais fácil que tirar doce de uma criança...

– Meu Deus, mas o que é aquilo? - indagou Ocelot, espantado.

– A solução dos nossos problemas! - exclamou o capitão. - Zangief, vá e derrube aquela coisa!

– Quê? - estranhou o comandado de Nicholai, certo de que não ouvira direito.

– Vá e derrube aquela coisa! Precisamos de uma amostra do sangue dela!

– Eu...

Nisso, Blanka havia invadido o restaurante do hotel-cassino, saltando sobre uma bancada repleta de comida e com isso afugentando mais algumas dezenas de pessoas. Uma garotinha próxima ao monstro começou a gritar de desespero. Paralisada pelo medo, era incapaz de correr dali.

– Jill! - exclamou Dick ao ver que a filha estava em apuros.

Foi o necessário para encorajar Zangief. Determinado, o russo correu na direção do mutante, provocando-o:

– Hei, coisa feia! Venha me enfrentar!

Blanka voltou-se na direção do cabo, dentes afiados à mostra. Rugindo como uma fera selvagem, o ex-soldado brasileiro saltou de cima da bancada, colocando-se em posição de combate. Uma nova e encarniçada luta tinha início...


(*) - Para quem acompanhou a fic “Street Fighter vs Mortal Kombat”, do Sliver, gostaria de esclarecer que Nash e Charlie são o mesmo personagem. É que o nome original dele no Japão (Nash) é diferente do nome que ele ganhou nos Estados Unidos (Charlie). Eu utilizei “Nash” por esse ser o nome usado no anime “Street Fighter II V”, o qual também está me servindo como base para esta história.

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