O Hóspede Maldito Medusa

Capítulo 11 - Assustadora Verdade


- O retardante! – gritou Izael assim que se dera conta de que havia sido infectado.

Atirou-se sobre a mesa, afim de alcançar os frascos verdes. Mas antes que pudesse tocá-los, Argol, em um movimento tão rápido que mal pôde ser visto pelos demais, apanhou os recipientes.

- Primeiro vai me dar algumas respostas!

- Não! Não há tempo! Preciso aplicar! Agora! – berrava ele nitidamente desesperado.

- Acalme-se. – o cavaleiro empurrou o homem na poltrona, em seguida passou o vidro a Carlos. – Qual a dose? – perguntou novamente à Izael.

- 15ml é o suficiente. Aplique 20ml por garantia.

- Se aumentar a dose o efeito não se prolonga?

- Não. Claro que não. Eu disse que o próprio organismo decompõe a droga. 15ml são suficientes para bloquear todos os sítios de ativação do T-Medusa. Pode aplicar mais, porém será desperdício. Em doze horas o efeito passa, qualquer que seja a quantidade.

- Aplique em Juli e em Milena. – pediu o cavaleiro a Carlos.

- Ei! – gritou Izael, levantando-se.

- Opa! Quietinho aí! – Niklos apontou a arma para o homem, fazendo-o sentar novamente.

- Também preciso da droga!

- Como eu disse: Precisamos de algumas respostas. Coopere e eu te darei o retardante. – Impôs Argol.

Bufando de raiva o homem acabou por aceitar. Olhara aflito o relógio, passaram-se três minutos desde a infecção. Tinha cerca de dez minutos até o vírus fazer seu efeito.

- Vamos logo! Que quer saber?

- Comece pelo seu nome. Quem, na verdade, é você?

- Meu nome é Argand Izael Menski. O cara malvado da história! – respondeu, com extremo sarcasmo.

- É você o cientista que criou esse maldito vírus?

- Maldito para os ignorantes... O T-Medusa é a criação máxima da biotecnologia! Será que não consegue enxergar, árabe? Um vírus capaz de reanimar e maximizar o potencial de células mortas. Claro, no estado atual o vírus representa mais perigo do que poderes benéficos. Mas se for desenvolvido uma pesquisa bem coordenada poderemos obter tratamentos magníficos! Praticamente todas as doenças poderiam ser curadas. Basta o tratamento certo e supervisionado.

- E foi aplicando amostras do vírus em si mesmo que conseguiu sobreviver ao ataque dos zumbis?

- Hunf... Depois que me deixaram para trás em um elevador infestado daquelas criaturas? Sim! Tinha na minha maleta uma pistola e munições. Matei as criaturas que pude. Mas ainda assim fui mordido inúmeras vezes até chegar a meu escritório. Aqui fiz algumas dosagens balanceadas entre amostras do vírus e o soro retardante, até que meus ferimentos cicatrizassem. Apliquei então em mim mesmo uma dose do antídoto.

- E pelo visto esse antídoto não funciona como vacina. É preciso que se aplique novamente o antídoto se for infectado novamente, certo?

- Exato!

- Certo... Agora, como o vírus foi liberado?

-...

Izael baixou a cabeça e coçou pesaroso as têmporas.

- Argand, responda!

- Eu... Eu libertei o vírus propositalmente.

Olhares furiosos de todos os presentes voltaram-se ao mesmo instante para o homem cabisbaixo.

- Por que fez isso, maldito?

-Tem idéia de quantas pessoas matou?

- Louco! – explodiram todos ao mesmo tempo.

As vozes se elevaram com veemência e agressões surgiram de todos contra Argand, que mantinha-se em silêncio. Argol insistiu para que fizessem silêncio, e quando conseguiu prosseguiu com a pergunta que todos se faziam:

- Por que fez isso?

- É difícil explicar... – suspirou fundo.

- Tente. Estou lhe dando a chance de se defender.

- Dr. Edward Armein me sabotou. Ele roubou os relatórios que fiz para enviar à diretoria da Umbrella sobre os processos de teste do vírus. Modificou os experimentos que propunha e adicionou erros grotescos. Em conseqüência disso os diretores me retiraram o poder sobre a condução dos testes e o passou à Edward Armein e sua equipe.

- E então jogou o vírus para matá-lo?

- Será que posso eu mesmo terminar? Não sou assassino!

- Continue...

- Pois bem... Depois que me retiraram o controle sobre as pesquisas, pedi um afastamento. Comprei passagens para Holanda, onde passaria algum tempo em Amsterdan. Mas antes disso... Deu-me um acesso de raiva e resolvi devolver à Edward na mesma moeda: sabotagem. No dia em que iria viajar, bem cedo, fui à Colméia e roubei amostras do vírus. Porém, quebrei um dos frascos sobre a bancada do laboratório e saí imediatamente, trancando-o. Meu plano era que a Rainha Vermelha detectasse o vapor emanado da solução virulenta antes que Armein chegasse, isolasse o laboratório e desse o alerta. Armein seria acusado de negligência e os diretores seriam obrigados a me chamar de volta. Tudo terminaria bem e sem nenhuma morte! Na pior das hipóteses, apenas Armein morreria, acreditem, o mundo seria melhor sem um homem como aquele!

- Mas não foi o que aconteceu...?

- Não. O sistema de detectores químicos da Rainha estava em reparos naquela manhã. Não tinha como eu saber... Armein chegou, ligou o sistema de ventilação e espalhou o vírus por toda a Colméia. Quando os detectores químicos da Rainha voltaram a funcionar já era tarde demais. Todos estavam contaminados e ela ativou o modo de segurança, trancando e isolando toda a Colméia.

- Você matou todas aquelas pessoas... – disse Juli com ira nas palavras.

- Sim, é verdade. Fui responsável pelas mortes de todos os cientistas e de toda cidade de Colosso. Não me eximo dos meus erros... Porém, os danos poderiam ser menores se não fosse a ignorância da Z.E.U.S.. O sinal de alerta foi enviado para eles e para equipe americana S.T.A.R.S., pois em seu banco de dados constava que o laboratório em Rancoon passara por uma situação parecida algumas horas antes.

- Nós recebemos o sinal e viemos imediatamente – disse Jill.

- Mas não adiantou muito. Os ignorantes da Z.E.U.S. forçaram a abertura da Colméia, foram contaminados e trouxeram o vírus para a superfície. Antes do final do dia a cidade estava em uma epidemia descontrolada. As autoridades não sabiam o que fazer. Fecharam-se portos e aeroportos. E eu acabei por ficar preso aqui. Preso no inferno que eu mesmo, embora que acidentalmente, criei...

- Acidentalmente? – protestou Juli, levantando-se – Você é um assassino! Louco! Monstro!

Carlos tentou acalmar os nervos exaltados da cientista. A mulher parecia ferver em revolta e indignação, e ainda que segurada por Carlos continuou a agredi-lo com palavras, ao passo que ele não se mostrou alterado, respondendo apenas:

- Sou culpado mesmo. Mas o fato de você enfatizar isso não nos leva a nada. Além do mais você e a garotinha estão contaminadas. E sou eu quem pode conseguir o soro, não se esqueça...

- ... – Juliane calou-se.

- Portanto controle seus nervos...

Um silêncio desconfortável seguiu-se a seguir, logo quebrado pelas palavras de Argol.

- E o soro? Onde está?

Argand puxou a manga da camisa, olhando o relógio. Em seguida voltou-se para o cavaleiro.

- Já fiz minha parte. Tenho menos de cinco minutos. Me dêem o retardante e continuo a falar.

Xx

Cumprindo sua palavra, Argol entregou o frasco a Argand.

O homem fez questão de aplicar ele mesmo a injeção. Garroteou o braço com a gravata e injetou 20 mililitros do soro retardante. Muito mais tranqüilo agora, deixou-se escorregar na poltrona respirando aliviado.

- Agora nos dê o antídoto! – exigiu Carlos, aproximando-se do cientista.

- Não tenho o antídoto!

Os olhares de todos na sala voltaram-se abismados para o homem atirado despretensiosamente na poltrona. Suas palavras foram ditas com tanta naturalidade que ao primeiro momento lhes pareceu que Argand tirava sarro de todos os demais.

- Como é que é?! – Carlos avançou contra o homem, segurou-o em pé pelo colarinho enquanto o sacudia violentamente. – Está de brincadeira? Você disse que daria o antídoto!

Argand apenas exibia um sorriso cínico no rosto. Perdendo a cabeça o soldado apontou o cano de sua arma para a cabeça do cientista, ameaçando atirar.

- Vamos ver se vai achar graça quando enfiar uma bala na sua cabeça, maldito!

Em seguida Argand, respondendo à ameaça, segurou o cano da arma e o encostou à sua própria testa.

- Pois então seja homem e atire! Mas lembre-se de guardar munição, por que mais cedo ou mais tarde vai precisar enfiar uma bala em cada uma das mocinhas! Se quiser salvá-las é melhor travar essa arma e se acalmar, grandalhão!

- ...

Carlos bufava de raiva. Tudo o que mais queria era pressionar o gatilho e ver o desgraçado morto. Mas sabia que não podia fazer isso, pois Argand estava certo. Então abaixou a arma e soltou o cientista.

- Argand, somos homens e estabelecemos um trato. Não se esqueça que você também foi contaminado, e quando o efeito do retardante passar você também vai se tornar uma daquelas coisas.

- O problema de vocês é que são estourados demais... – começou a falar enquanto ajeitava sua camisa desalinhada – Eu vou arrumar o antídoto. Mas só vou fazer isso por que aquela pentelhazinha me contaminou! Enfim... já que terei que extrair uma dose, arrumo para as duas também. Só que em momento algum disse que tinha o antídoto comigo. As únicas doses que carregava usei em mim mesmo e as que sobraram foram destruídas.

- E como vai arrumar o soro?

- Vou fazer mais...

Juli explodiu do sofá em que estava e avançou contra Argand tão logo ouvira as palavras dele. Jill saltou na frente, contendo-a.

- Ele está mentindo! Mentiroso! Desgraçado! – gritava Juli tentando tocar o cientista, e só não o fazia pois Jill a segurava.

- Por que diz isso Juliane? – perguntou Jill.

- Eu sou cientista! Não se faz um soro com produtos de limpeza. Ainda mais um antídoto para vírus artificial. Precisa-se de um laboratório de última geração, equipamentos sofisticados e reagente caros!

Os olhares convergiram para Argand, que coçava as têmporas, mostrando-se cansado de não conseguir falar até o final.

- Bando de ignorantes... – bufou para sim mesmo balançando a cabeça.

- Aonde encontramos um laboratório como esse, Juliane? – indagou Jill.

- Acho que o mais próximo laboratório da Umbrella com um instituto de virologia está em Amsterdan.

Jill virou-se para Argol nitidamente preocupada.

- Temos tempo para ir até Amsterdan?

- Não, não temos! – o cavaleiro voltou-se para o cientista – Como você pretender sintetizar mais soro antes do final do efeito do retardante? Não podemos chegar a Amsterdan!

Argand pediu silêncio por um instante, e assim que o burburinho se dissipou, começou a falar.

- Eu sequer mencionei o laboratório de Amsterdan. Só vou para lá quando essa loucura toda terminar... Vou fazer o soro aqui mesmo...

Seguiu-se um mórbido silêncio. A terrível desconfiança de todos veio a se confirmar instantes a seguir.

- Senhores... Vamos ter que descer à Colméia se quiserem viver...

E não houve um dos presentes sequer que não sentisse o coração acelerar e um gelado arrepio descer pela espinha.


Palavras do Autor: A tal das doze horas persegue qualquer cavaleiro ein! uehuehueuhue! Agora a gente entra em uma nova e última fase do fic, a incurssão à Colméia e logo depois o derradeiro fim. Abraços, acompanhem e comentem! Pinguim.Aquariano

Capítulo 12

Capítulo 10

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