Last Land

Segundo Dia - Combates Equivocados

Capítulo 8 - A Noite no Mundo de Deva


Anne está em meio a um gigantesco círculo de pessoas que a observam com curiosidade. Dá pra ouvir o som do mar e das aves marinhas sem problemas, pois todas as pessoas estão caladas, aguardando o grande gênio, como se fosse um espetáculo.

Anne, com sua espada em punho, respira fundo, fecha os olhos, levanta a arma e grita:

- Windom!

Atendendo ao chamado da moça, ela e o gênio se encontram numa dimensão de total escuridão, um breu total.

Windom:

- Há muito tempo que não nos víamos Anne, é muito bom revê-la novamente.

Anne:

- Eu também fico feliz em vê-lo de novo, meu amigo.

Windom:

- Algo de errado está acontecendo?

Anne:

- Sim, Windom, peço desculpas por lhe procurar tanto nessas horas, mas preciso que você apareça comigo no Mundo Celestial.

Windom:

- Estarei sempre ao dispor para ajuda-la.

Saindo da dimensão escura, o gênio surge, aquela gigantesca criatura meio robô meio ser vivo cai em pé na areia, marcando seus enormes pés na imensa praia.

Windom, controlado por Anne, olha para os lados vendo aquela multidão a beira mar, todos estáticos com o que estão presenciando.

Hakeshi de repente pronuncia a primeira palavra de reação ao que está vendo:

- Mas é lindo.....peguem ele!

Obedecendo a mandante, os soldados presentes no local correm na direção do gigante.

Anne, mesmo estando dentro de Windom, sente-se assustada.

Os soldados mais fortes e ágeis saltam para atacar Windom, mas conseguem apenas dar um bom mergulho no mar azul, pois o gênio agora encontra-se bem alto do chão, flutuando.

- Seus bobalhões! - Xinga Hakeshi os seus soldados.

- Pára com isso, Hakeshi! - Berra Shurato - eles precisam de sua ajuda.

Hakeshi:

- Dêem um jeito pra pegar ele! - ordena a seus soldados, que então começam a preparar cordas, em meio as ondas da praia.

Yusuke protesta:

- Qualé?! O que você quer fazer com ela?!

Seiya e Kurama correm em direção a água para impedir os homens.

Os homens do mundo de Deva lançam grandes laços, que se prendem num braço do Gênio.

Hakeshi:

- Só quero que o gênio fique aqui um tempo até eu poder fazer uma réplica em cristal.

Hiouga por ter a capacidade de criar cristais afirma:

- Está bem, em poucos minutos faço.

Hakeshi:

- Em tamanho natural.

Hiouga chocado:

- O que?!

Hakeshi:

- O Ryuma esculpe ele, então.

Lantis:

- Não pode! Anne está dentro do gênio!

O gênio tenta livrar-se das cordas aos puxões quando Seiya e Kurama arrebentam algumas cordas a golpes manuais.

Hakeshi:

- Ela não pode posar por algumas horas?

O gênio então começa a desaparecer, a tornar-se transparente, dando para ver através dele o azul do horizonte. Ele se agacha deixando Anne desmaiada à beira da praia e desaparece.

Seiya, Kurama e os soldados resgatam a garota. A essa altura a Deusa já está rodeada por olhares de reprovação, tanto dos forasteiros quanto de seus guardiões.

Hakeshi:

- Desculpe, é que fiquei irritada quando soube que gente de Zefir vinha pra cá.

Lantis:

- E por que isso a irritou?

Hakeshi:

- Porque vocês deixaram vir pra cá a...

- Laaaaaaaaaaantis!- um grito estridente é ouvido.

Esta voz dá um calafrio em Lantis e Hakeshi.

É a fadinha Primera, que acaba de chegar, voando com suas pequenas asas, assim como sua estatura de cerca de 20 centímetros, ela chega a frente do castelão e diz:

- Lantis! Você veio me buscar! Sabia que você não agüentaria ficar longe de mim tanto tempo.

Lantis nada fala, mas ela tem muito o que falar:

- Ah, meu Lantis! Você não está mais pensando naquela ruivinha antipática não é?

Lantis olha para Hakeshi, que está com um semblante aborrecido, e ele faz uma expressão de que entende o porque dela estar amuada.

Primera nem liga para isso e continua:

- Aqui, no Mundo Celestial, eu vim treinar magia para poder mostrar que sou melhor que esta tal Guerreira Mágica.

Lantis sai andando, nem dando atenção para as palavras da fadinha, que continua a falar, falar e falar, sempre o seguindo.

 

O cheiro de queimado ainda infesta os corredores do castelo, e uma quentura ainda preenche o ambiente onde Lucy combateu o lobo branco, onde neste momento Caldina varre o local, juntamente com Askot que passa a mão na testa para tirar as gotas de suor que lhe escorre.

Contrastando com o calor do quarto, o Salão de Clef havia tornado-se algo semelhante a um ambiente polar, após a luta entre Hyoga e Marine.

Lá dentro, no canto da parede um pedaço de gelo derrete-se com rapidez: é Hyoga que pôs a mão sobre ele, que, de certa forma, está revertendo o seu poder usado ali.

- É só isso que posso fazer; infelizmente terão que esperar um tempo, até que o ambiente retorne à temperatura normal. Peço desculpas pelo que fiz.

- Não tem problemaaa..aaatchim! - espirra Rafaga, ainda sofrendo os efeitos de ter sido congelado.

Em outro quarto do Castelo, Lucy está deitada numa cama, bastante ferida. Sentados à beira da cama estão Clef, Marine, e claro, Mokona bem ao lado dela.

- Pu pu!- faz o pequeno bichinho, que demonstra-se preocupado com sua amiga.

- Ei Mokona! Está preocupado? Não liga não, eu estou bem, viu?- diz ela sorrindo forçosamente e tentando se levantar, quando uma dor lhe ataca por alguns segundos - Ai!- diz ela.

- Puuu! - Mokona baixa suas orelhas e seus olhos estão tristes.

Marine:

- Lucy, não seja teimosa! Deita de novo! - repreende.

Lucy obedece.

Clef:

- Perdoem Zefir por lhes fazer passar por tantas coisas Guerreiras Mágicas.

Marine:

- Clef, Não há o que ser perdoado, nós somos Guerreiras Mágicas e queremos ajudar Zefir. Mas.. ainda está havendo convocações?

Clef:

- Creio que não. Não consigo sentir isso, mas posso estar enganado.

Preocupada com o que o amigo acabara de dizer, Lucy vira-se para o lado, pensativa.

 

Deitada numa cama, na mesma posição de Lucy, Anne no Mundo Celestial, ainda está desmaiada do esforço contínuo que havia feito nas últimas horas.

Neste mesmo quarto, estão Hakeshi, Kurama, Lantis, Seiya, Leiga, Shurato e Kuwabara.

Kurama:

- Ela deve ainda dormir muito mais nas próximas horas, para recuperar as forças do organismo.

Hakeshi, sentindo-se culpada, fala:

- Eu não sabia que ela estava tão cansada.

Leiga:

- Bem, minha deusa, agora já passou e é melhor deixar ela repousar bastante, não acha?

Primera intrigada:

- Quer dizer que, se ela está aqui, então a Lucy também tá... ah, ah, não, essa chata fica perturbando meu Lantis e...

Todos:

- Shiiiiiii - chiam todos no quarto repreendendo a fadinha para que se cale.

Kurama:

- Vamos sair.

Todos seguem a sua sugestão e vão, silenciosamente, saindo do recinto.

Mas Seiya continua recostado à parede.

Leiga:

- Você não vem, queridinho?

Seiya:

- Já estou saindo.

Seiya fica por alguns instantes, sozinho no quarto, degustando involuntáriamente o sabor amargo da consciência pesada. Olha para a garota, como se lhe devesse a alma. Fala em voz murmurante:

- De todos, fui eu quem mais te prejudicou. Um dia terei que lhe contar o que houve, mas infelizmente nesta hora terei que ser mais corajoso, do que em todas as batalhas pelas quais já passei.

Seiya, então, caminha para fora do recinto.

- Espere! - diz a voz cansada da Guerreira Mágica.

Os olhos de Pégaso se arregalam com o chamado.

- Você está acordada?! - pergunta ele.

Anne responde, em voz insegura:

- Acabei de acordar. Por que você disse aquilo? Em que me prejudicou?

Seiya esperava que o momento de contar fosse chegar logo, mas não tão breve, o que impedia-lhe de se preparar para essa ação.

O Cavaleiro sente o momento semelhante ao choque que levara quando, há anos, Saori fôra atingida por uma flecha, perto do santuário da Grécia.

Para ele, este é mais um grande momento decisivo; o de encarar seus atos irresponsáveis.

Anne:

- O que você fez que me prejudicou? - diz ela, não compreendendo o que ele havia lhe falado.

Seiya aproxima-se e diz:

- Não sei como te dizer de...

- Fério? - pergunta ela.

Seiya meneia a cabeça, confirmando.

Anne demonstra espanto.

- Mas por que? O que houve? Você viu matarem-no?

Seiya:

- Não... eu fui o responsável por ele morrer. Talvez ele tenha pensado que eu era inimigo e me atacou.

Anne levanta-se, nervosa e espantada.

Seiya:

- Não medi minha força no contra-ataque e o feri mortalmente.

Anne deixa lágrimas escorrerem mais uma vez.

Seiya abaixa a cabeça, como numa reverência.

- Eu peço perdão pelo meu ato.

Anne:

- Eu o amava! Ele era muito importante na minha vida!

Seiya:

- Não tem como não crer no amor de vocês, já que ele também lhe amava tanto que seu nome foi a última coisa que disse na vida.

Anne:

- E você o tirou de mim!! Tirou de mim!!

A garota que, normalmente, está sempre calma, repentinamente altera sua voz, invoca sua arma e a segura em posição de ataque.

Seiya olha-a seriamente:

- Se isto lhe faz mais aliviada, pode me ferir o quanto você quiser, mas minha vida não posso entregar, porque ela já tem um destino a seguir.

Anne respira forte, com o rancor preenchendo seus pulmões. Segura com força sua arma. Sua mente vagueia, segundo a segundo, entre a vingança e o perdão.

Por fim, ela acaba desintegrando sua espada, novamente.

Senta-se na cama, tapando o rosto com as mãos, já molhadas de lágrimas.

Seiya:

- Anne. - diz, com olhar de pena.

Anne grita:

- Vá embora! - sem tirar as mãos do rosto.

O Cavaleiro deixa o recinto a passos lentos, tristemente.

Pouco tempo depois.

Na árvore celestial, num salão bem amplo, onde não há paredes e sim enormes pilastras que ostentam formações semelhantes a arcos, os quais permitem enxergar-se a deslumbrante paisagem dessa terra,

Todos estão ali reunidos, enquanto a noite se inicia.

Hakeshi:

- Se vocês querem minha ajuda, então quem quiser ser transmigrado, venha à minha frente.

Seiya, Kuwabara e Yusuke aproximam-se.

Yusuke:

- E você, Kurama?

Kurama:

- Como eu disse, eu vou depois. Há o que se resolver neste planeta.

Yusuke:

- Agora, que o demônio raposa tomou o gostinho de ser herói, gostou, não é? - retorna, desistindo.

Kuwabara vê Yusuke voltar e diz:

- Se Urameshi não vai, eu também não vou. - diz e volta, também.

Yusuke reclama:

- Ah, deixa de ser puxa-saco!

Só fica Seiya próximo a Hakeshi, que diz:

- Então só vai você?

Hakeshi, fecha os olhos, concentrando-se, quando a voz de Seiya o interrompe:

- Espere! Não posso ir agora! - diz, afasta-se e pensa: - Atena vai entender que devo ficar só mais um tempo para ajudá-los. Devo isso para pagar o meu erro.

Hakeshi fica intrigada:

- Ah, vocês vêm de tão longe pra dizer que não vão mais?

- Mas eu vou. - diz a fadinha Primera, que se põe à frente de Hakeshi

Hakeshi:

- Você?

Primera:

- Quero que você me transmigre para Zefir, porque lá pelo menos é minha terra e já que o Lantis não me dá atenção mesmo, e eu me esforçando tanto por ele, é melhor eu ir embora. Não agüento mais esse desprezo!

Lantis está olhando para outra parte da sala, fingindo não ouvir.

Yusuke diz, irônico:

- Ah, coitada!

Hakeshi:

- Tá bem. Então vamos lá.

Hakeshi fecha os olhos e começa a falar palavras em sânscrito, levantando as mãos.

Todos ficam em silêncio, enquanto esse ritual é realizado.

O som das palavras da sucessora de Vishnu espalham-se pelo local, até que uma luz branca surgida no espaço onde está Hakeshi e Primera ofusca a vista de todos ali, por alguns segundos, quando então apaga-se por completo.

Somente Hakeshi encontra-se ali, agora. Primera sumiu.

Todos olham, admirados.

Hakeshi fica estática por algum tempo, surpresa por ter realizado este grande feito e então abre um sorriso e comemora feliz:

- Olhem, eu consegui transmigrá-la!! Eu nunca tinha transmigrado ninguém ainda!! Além de tudo, eu me livrei daquela chata da Primera!

Yusuke:

- Você nunca havia transmigrado ninguém?!

Hakeshi:

- Ainda não. Mas como sou sucessora da Vishnu, achei que poderia fazer isso.

De repente, Kuwabara tem um ataque de gargalhadas e cai no chão, rolando de rir.

Yusuke:

- Do que você está rindo, Kuwabara?

Kuwabara:

- Ah, ah, ah! Tira isso daqui!

Ninguém entende o que ele quer dizer.

Kuwabara ri cada vez mais alto, quando, de repente, Primera sai de dentro da manga da camisa de Kazuma, reclamando:

- Argh! Que cheiro horrível!

Hakeshi espantada:

- Você não foi transmigrada!?

Primera:

- Claro que não! Eu só me espantei com a luz e, como não podia ver nada, me escondi no primeiro lugar que apareceu, mas eu não sabia que era a camisa desse fedorento.

Kuwabara fecha a cara.

Primera, irada:

- Mas eu ouvi você falar que eu sou chata! Você não pode me chamar de chata, porque você também é chata e muito, mas muito mais chata que eu, umas milhões de vezes... entendeu? E você também não é ...

Todos ali ficam com expressões entediadas, sabendo que ouvirão Primera falar por um bom tempo ainda.

Mais tarde todos estão reunidos sentados em posição de lótus, em volta de uma grande mesa de baixa altura, estão todos os guardiões do Mundo Celestial, que agora estão presentes, junto com os visitantes que vieram de Zefir.

Os habitantes do mundo de Deva estão de olhos fechados e em agradecimento à mesa farta. Eles falam em voz baixa palavras em sânscrito, o que os visitantes não conhecem, e por isso não podem repeti-las, porém Kuwabara é o único que está junto a eles imitando o mesmo gesto.

Ao terminarem , Shurato elogia Kuwabara:

- Que legal! Conseguiu repetir com a gente! Parabéns!

Yusuke:

- Onde você aprendeu isso, Kuwabara?

Kuwabara:

- Na escola, ué!

Kurama:

- Na nossa escola nunca ensinaram isso.

Kuwabara:

- Qualé essa de não ensinaram?! Tantas vezes eles já passaram que eu já decorei tudo... - vira-se para os anfitriões- ...e quando vai ser o teste de vocês?

Ryuma:

- Teste de que?

Kuwabara:

- O teste de álgebra. Então pra que vocês estão decorando fórmulas de matemática?

Dan, o rei Riba comenta:

- Esse cara é tão inteligente quanto o Shurato quando chegou aqui.

Shurato fica irado:

- Essa vai passar Dan, mas não fala isso de novo, ouviu!?

Enquanto todos conversam distraidamente, Seiya parece bem desanimado e Anne também, sendo que ela está bem longe dele, na mesa.

Yusuke se manifesta a esses personagens:

- Que que tá havendo aqui? Agora o Seiya também tá desanimado? Tá com medo de não poder voltar?

Seiya tenta disfarçar:

- Só um pouco.

Kurama, com seu conhecimento psicológico, diz:

- Só está assim por isso?

Seiya:

- O que mais seria?

E finalmente bebe o primeiro gole no jantar.

Yusuke:

- Quem não fala nada por natureza, é o grandão aqui. - diz, batendo no ombro de Lantis.

Primera aproxima-se e dá um tapa insignificante na mão de Urameshi:

- Ei! Não bate no meu Lantis, não!

Yusuke:

- Bater? Se eu batesse, ele não agüentava!

Kurama:

- Acalme-se! Isto é apenas um jeito amigo de cumprimentar, lá na Terra.

Primera:

- Ah, é? Bem que você fala que as pessoas da Terra são meio esquisitas, Leiga.

Shurato aborrecido:

- Você diz isso, Leiga?

Leiga zomba:

- Não se preocupe, queridinho. Só digo isso quando você não está presente.

Shurato reclama:

- Parece que todo mundo tirou o dia de hoje para zombar da minha cara!

Yusuke:

- Pode ser que a Terra seja doida, mas eu quero um dia voltar pra lá, pois é mais desenvolvida e ninguém aqui deste mundo sabe dizer como consigo voltar.

Hiouga:

- Deusa Hakeshi, você já falou para ele sobre o oráculo?

Hakeshi:

- Ah, não! É verdade! Tem o oráculo do Mundo Celestial! É um lugar mágico que responde as perguntas para quem o visita.

Kuwabara levanta-se:

- Ora, então vamos agora mesmo para lá!

Hakeshi:

- Mas o oráculo exige coisas de vocês, para que possa ajudá-los.

Yusuke:

- Caramba! Até aqui tudo é pago!

Ryuma:

- Não necessariamente dinheiro. Depende do momento. Só indo lá, pra vocês entenderem.

Hakeshi:

- Como já está de noite, fiquem aqui até amanhã e partam depois.

Os hóspedes enchem-se de esperança, mas também de insegurança pelas palavras de Ryuma.

Como o castelo sobre a árvore celestial é grande, há quartos para todos os visitantes e em separado. No quarto de Seiya, ele, com luz apagada e janela aberta, está quase dormindo.

Seiya comenta:

- Está uma noite fria; vou fechar a janela.

Ele levanta-se para fecha-la, quando houve uma frase:

- Porque vai fechá-la? Sua vida não é um livro aberto como esta janela?

Seiya não sabe de onde vem a voz e diz:

- Quem é?!

- Aquela que traz a justiça. - responde a voz.

Seiya apressa-se para fechar a janela, quando uma mulher surge de fora, entrando e chutando o peito do cavaleiro sem armadura, enquanto segura-se no batente de cima da janela, balançando-se ali pendurada e saltando para cair no piso do recinto bem próximo a Seiya.

Mesmo levantando-se, Seiya não consegue ver com nitidez as feições da invasora, pois está muito escuro. Parece que ela está vestida de negro.

- Você é mulher e não pretendo atacá-la.

- Azar! Eu pretendo!

Ela fez surgir em cada uma de suas mãos uma energia luminosa, semelhante a espadas; esta luz permite que o cavaleiro finalmente possa ver as feições dela.

- Anne!? - exclama Seiya ao ver seu rosto.

Ela apenas dá um sorriso maligno.

- Eu vim para mata-lo!

Seiya:

- Não posso acreditar!

- Por que não? - pergunta ela, sorrindo sarcasticamente.

Ela, de repente, começa a chorar, lamentando-se:

- Ferio, por que você morreu?!

Seiya:

- Eu lhe peço perdão novamente.- diz, querendo evitar uma confusão no local.

Mas ela avança em Seiya, ferindo-o com um golpe de sua espada de energia no peito dele, reclamando:

- Peça perdão a Deus! Talvez ele lhe atenda! Mas pra mim nunca! Jamais!

A garota começa a perseguir Seiya pelo quarto com ataques incessantes. Ele tenta desviar-se, sempre que pode.

- Não vou lutar com você Anne, a morte de Ferio já me deixou com peso suficiente na consciência!

Ela sugere:

- Então não lute! Morra!

Seiya corre para sair do quarto, quando ela percebe e invoca uma rajada de vento na palma de sua mão, de tal força que arrasta a cama do recinto em grande velocidade, fazendo-a esbarrar na porta e tampa-la na posição vertical, impedindo sua passagem.

- Não é simplesmente sentir o peso na consciência que limpa sua culpa, somente seu sangue! Seu sangue! Ah Ah ah ah!

Ela então funde as duas espadas, formando assim uma espécie de cruz e atira-a contra Seiya.

O cavaleiro, por mais que tente desviar, esta arma parece que o segue enquanto voa girando como uma hélice de helicóptero. Tenta atingi-lo e ele desvia. Ela retorna de novo.

Isto repete-se por algumas vezes, até que um grande corte é causado em seu rosto.

A arma então volta para a feminina, porém malfeitora mão.

Seiya sente-se num dilema: não sabe se foge ou se rende-se permitindo que sua vida seja ceifada para pagar a divida.

Ela novamente se entristece, senta-se ao chão, aos prantos.

Seiya:

- Anne.

Num salto preciso, a mulher de negro joga-se no canto do quarto pegando em mãos o arco de Sagitário, que Seiya trouxe na viagem.

Seiya fica nervoso.

A garota encosta a arma de metal em seu rosto com carinho, como se fosse o rosto de uma pessoa e diz:

- Meu Ferio, você está gelado como este metal, não está? Imóvel como ele, não é? Ferio. Nunca mais vou te ver.

Seiya, observando a cena, diz desesperado:

- Vamos! Sacie seu ódio! Mate-me!

Ela levanta-se do chão agora sorridente, separando suas duas espadas luminosas outra vez, e, chegando junto a Seiya com um sorriso cada vez mais sádico.

- Vai morrer, assassino!

Seiya desiste de tudo neste momento, quando então ela volta-se um pouco para trás a fim de pegar impulso e avança para cravar as espadas de energia no corpo do Cavaleiro.

- Seiya?

Seiya percebe que ela não está mais ali, vira-se para trás e vê que Shurato acaba de entrar no quarto, após derrubar a cama que servia de porta. Junto com ele entram Lantis, Ryuma e Kurama.

Ryuma:

- O que houve aqui? Quem atacou você?

Seiya não sabe como contar:

- Estava escuro, mas eu acho que foi a...

Neste instante surge Anne na porta do recinto, com espanto ao ver que ali houve uma luta, e ao contrário do que Seiya viu, ela está com uma roupa branca folgada, um tipo de camisola dada por Hakeshi para poder passar a noite. E pergunta aos que ali estão:

- Por favor, o que houve por aqui?

Kurama:

- Sim, diga o que houve.

Seiya :

- Foi uma criatura que entrou pela janela e me atacou; foi isso?! Mas ela acabou fugindo.

Shurato vai até a janela, resmungando:

- Aaah! Ainda continua havendo monstros bagunceiros no mundo Celestial, hein?! Que droga!

Ryuma:

- Isso é muito estranho.

Kurama desconfiado:

- Concordo.

Seiya pensa:

- Anne?! Mas eu tenho certeza de que era ela.


Capítulo 9

Capítulo 7

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