Last Land

Segundo Dia - Combates Equivocados

Capítulo 7 - Discórdia no Castelo


No castelo, Hyoga com expressão séria observa Askot falar, gaguejando a sua frente.

- Éee.. desculpa...eu, sabe...éeee....

Sem permitir que ele termine, Hyoga simplesmente põe a mão em sua cabeça, transformando-o em segundos, numa estátua de gelo.

Clef ao ver o ato indaga:

- Diga-me, o que você quer aqui?

Marine:

- Ainda pergunta?! Isso é óbvio, Clef!- e grita- Iáááááá!- corre a guerreira já com sua espada apontada para o adversário.

Hyoga empurra com o pé o congelado Askot, que desliza pelo piso liso e esbarra violentamente contra Marine e carregando-a junto, até chocarem-se contra a parede do recinto, esmagando a guerreira.

O impacto porém liberta o garoto da casca gelada, caindo sobre o colo da moça.

Clef insiste:

- Pare agora! Quero saber porque você está aqui.

Hyoga o olha aborrecido:

- Para eliminar todos vocês. - e ataca - Pó de Diamante!

Num rápido movimento Guru Clef gira o cetro no ar, criando uma barreira de magia em volta dele, Marine e Askot.

Todo o ambiente se congela pelo poder emitido pelo Cavaleiro com exceção do interior da barreira.

Intrigado, Cisne aproxima-se da barreira estica a mão na intenção de transpassa-la, mas é repelido pela magia.

Marine, recobrando a consciência, vê Askot em seu colo e preocupada, fala delicadamente:

- Askot? Está ferido?

Askot faz expressão de sofrimento e diz:

- Ai, Marine, tô com muita dor! Cuida de mim um pouquinho...!

Marine com carinho:

- O que você está sentindo?

Askot:

- Meu ombro esquerdo está doendo muito! – Então ele põe a mão esquerda no seu ombro direito.- ai, ai!Marine levanta de repente derrubando ele de seu colo:

- Moleque! Se tentar tirar casquinha de mim de novo, vou te dar um tapa!

Ele fica sem graça.

Virando-se para Clef ela diz:

- Clef, obrigada pela barreira, mas eu vou sair dela, pois minha missão é defender Zefir de qualquer um que apareça.- diz, já saindo de dentro da magia de proteção.

Clef:

- Marine!

Marine:

- Não posso lutar, se me esconder ali.

Hyoga, olhando para a moça pensa:

- É uma menina, não sei se vou ter coragem de continuar. – mas vem em sua mente a imagem de Tagnov, dizendo - Lembre-se do que eu lhe disse Hyoga!Baseado nisto, ele fala:

- Não deveria, mas eu lhe aviso para retornar à barreira ou se tem como defender-se do meu próximo ataque, faça-o com eficácia ou será o seu fim.

Marine:

- Eu não fujo! Faça o que quiser!

Hyoga:

- Está bem! - Junta suas mãos e ataca - Trovão Aurora! - Um ar congelante mais poderoso que o anterior é lançado das mãos de Cisne.

Marine revida com o que pode:

- Farpas de gelooooooo!

Pequenas estacas de gelo saem da pedra mágica no dorso da mão da garota, porém com o frio que chega, as farpas juntam-se ao ar congelante e tornam-se maiores; vão como lanças na direção do cavaleiro.

Hyoga tenta desviar-se, mas só consegue de algumas, pois uma crava-se em seu braço e outras em suas coxas e no seu abdômen.

Ele fica surpreso com o que lhe acontecera.

E Marine surpreende-se por nada ter acontecido com ela. Mas ao olhar para o lado percebe uma criatura esquisita, cuja fumaça sai pelas enormes narinas. Este ser havia atirado fogo para confrontar o ar congelante. Vira-se então e vê Askot acenando dentro da barreira.

 

Já no quarto do Castelo, Lucy é arremessada sobre um móvel pelos raios negros de Tagnov.

Ela geme de dor caída no chão sobre os pedaços do móvel.

Tagnov:

- Espero que esteja aconchegante, Guerreira mágica, pois neste local seu espirito deixará seu corpo.

Com olhar satisfeito o homem lança novos raios com intenção de que estes a levem a jazer.

Porém ela revida no mesmo instante com:

- Raio de Fogo!

Uma imensa bola de fogo é lançada por suas mãos, desmanchando os raios negros e atingindo Tagnov em cheio, ferindo-o, mas logo ele se recupera e fala, enquanto pequenas chamas remanescentes queimam sua roupa lentamente, deixando seu corpo à mostra.

- Talvez o que verá agora a assuste, mas não acha justo que já que você matou meu neto em forma de lobo, eu também devo me transformar em lobo para mata-la?

A pele de Tagnov rapidamente começa a criar pêlos, suas mandíbulas se esticam, e seus dentes afiam-se, assim como suas mãos vão tendo os dedos reduzidos e, em alguns segundos, Tagnov já toma sua forma canina e verdadeira.

 

No salão, o cavaleiro de Cisne, arranca cada uma das estacas de gelo do seu corpo e comenta, vendo o monstro ao lado de Marine:

- Um monstro! São realmente demoníacos! Tenho que ser cauteloso. Ela pode usar meu poder contra mim novamente.

Clef:

- Invasor! Diga a razão pela qual nos ataca!

Marine irrita-se:

-Clef! Por que fica perguntando besteiras!?

Clef:

- Não sinto malignidade no coração dele, por isso eu pergunto!

Marine espanta-se.

Hyoga:

- A razão é a mesma que traz todos de bom coração a vir enfrenta-los. Devolver Zefir ao seu verdadeiro povo! Assim como meu amigo Tagnov faz neste instante.

Marine:

- Como assim, verdadeiro povo? Nós somos o verdadeiro povo. ..quer dizer, eu sou mais ou menos.

Clef:

- Está sendo enganado. Aquele que veio contigo é um ser de mau coração que lhe usou para satisfazer sua vingança!

Hyoga:

- Não adianta tentar fazer minha cabeça! Eu já estou ciente do modo que vocês agem. Vocês só tem a cada minuto comprovado mais ainda o que me foi dito.

Clef desfaz a barreira mágica.

Ao sumir a proteção, Askot rói as unhas, assustado.

Marine:

- Clef, não se arrisque!

Clef:

- Não Marine, eu sou muito velho e sei quando estou de frente a alguém de bom coração. Ele não vai nos atacar.

Hyoga está sem saber o que fazer.

- Vocês estão querendo me confundir!

Hyoga eleva seu cosmo sem parar, surgindo um intenso brilho ao seu redor.

Marine afoba-se:

- Dragão Marinhooo! Vaaaaai!

Um dragão d’água lança-se da mão da guerreira e com a baixa temperatura do lugar, logo torna-se em gelo, ainda no ar.Hyoga espertamente agarra a cabeça da estátua gelada do dragão, gira como se fosse um arremessador de peso olímpico e joga-o de volta, e como um tronco de árvore, aquilo atinge Clef, Marine, a criatura de Askot e Askot, chocando todos contra a parede.

 

No outro ambiente do castelo.

Lucy espanta-se ao ver aquele animal babando, com os dentes expostos para intimida-la.

O monstro salta sobre a menina, mas a guerreira escapa rolando e levanta-se, tentando logo golpea-lo com sua lâmina, porem o fio da arma resvala na pele do lobo, que retribui com uma forte patada no corpo da moça.

Lucy, usando sua espada fincada ao piso para apoiar-se enquanto levanta, comenta:

- Já me lembrei como devo fazer para derrotar você!

Ela avança contra o lobo branco.

- Aááááááh!- e com velocidade crava a espada na pedra vermelha na testa da criatura.

Tagnov:

- Guerreira Mágica, acha que eu não sabia que tentaria isso comigo? Na minha espécie, quanto mais velho mais difícil a destruição da nossa pedra vital!

Lucy espanta-se:

- O que?!- tenta tirar a espada da pedra, mas por mais que se esforce, a tal lâmina não se desprende.

Tagnov novamente a agride com a violenta patada. Após derrubar a menina, lança-se sobre seu corpo e crava-lhe os dentes no pescoço.

Pancadas são ouvidas na porta fechada do aposento.

- Lucy! O que está havendo ai?!- diz a voz abafada de Priscila, do outro lado.

- Priscil...- A guerreira começa a falar, mas começa a tossir, engasgada com o próprio sangue.

Percebendo algo errado a mulher avisa:

- Lucy! Eu vou entrar!

Em alguns segundos Priscila derruba a porta, partindo-a a golpes de espada.

Entra e assusta-se ao dar de cara com o lobo albino.

Lucy, que tentava arregaçar a bocarra do monstro com suas pequenas mãos, sem êxito no entanto, estica o braço para a amiga que invadira o local, e fala com fraca voz, enquanto seu rosto vai se tingindo do mesmo vermelho de seus cabelos:

- Priscila!

Priscila:

- Lucy!- nervosa, a ferreira aproxima-se e começa a golpear o corpo do cão por toda parte com sua arma, e ele ainda carrega a espada da guerreira fincada em sua testa. E continua literalmente mastigando o pescoço da pequena ruiva.

A mulher fica estupefata:

- Não sente meus golpes!! - irritada e determinada diz - mas vai sentir agora!!!

Espertamente, a mulher crava a ponta de sua espada no olho do lobo, que uiva de dor e de imediato solta a jovem guerreira.

Um filete de sangue escorre de seu olho, enquanto exclama:

- Não atrapalhe! Isto é minha vingança!!! Minha vingança!!!

Com sua bocarra, avança para morder a mão da ferreira, porém só consegue que a mulher num rápido ataque alargue mais ainda sua boca com a lâmina da espada.

Finalmente assustado, ele encolhe-se no canto do quarto.

Este tempo é suficiente para que Priscila vá ajudar a guerreira mágica.

Lucy:

- Priscila, ele veio se vingar porque eu matei o neto dele, mas eu não ...não queria ter... que ter feito aquilo.

Priscila:

- Não precisa guardar isso na sua cabecinha.- vira-se para Tagnov- Não acha que ela está arrependida de ter feito aquilo? Não foi o suficiente ainda?!

Tagnov:

- Palavras ao vento de arrependimento não trarão meu neto de volta!

- Por que não nos deixa?! Não precisa mais ter que voltar a ver humanos. – exclama Priscila.Tagnov:

- Minha raça não precisaria ter contato com humanos se meu neto não tivesse sido domesticado por Zagard! - Ele abre as gengivas, apresentando a enorme dentadura ensangüentada. - Eu gostaria de fazer de vocês humanos todos escravos, mas como não posso, me contento com esta vingança!

Corre, babando em ansiedade de destroça-las.

Priscila, com um movimento veloz, arremessa sua arma contra o monstro, que, para desviar-se, põe suas patas dianteiras sobre a cama do quarto, usando-a para saltar e impulsiona-lo a passar sobre a espada, a qual acaba por cravar-se na parede do recinto.

A ferreira por pouco escapa de uma mordida de Tagnov, pois Lucy atinge-o com seu poder Raio de Fogo, derrubando o corpo do canino ao chão.

Ela então aproxima-se e pega o cabo de sua espada ainda cravada na pedra da testa de Tagnov, aproveitando o seu momento desacordado.

A garota puxa a arma, mas a única coisa que se move é a cabeça do monstro.

Priscila aproxima-se e segura nos antebraços da amiga e ajuda-a a puxar com toda força.

Do lado de fora do castelo, os céus começam a refletir as trevas que estão lá dentro. Nuvens negras juntam-se rapidamente e começam a relampejar.

No quarto, as duas esvaiam todas suas forças, tentando desgarrar a espada da pedra, mas nada conseguem.

Os olhos do monstro abrem-se subitamente e ele desfere uma forte garrada nas pernas das duas, deixando-as com visíveis cortes paralelos em cada perna.

O lobo branco levanta-se, e se afasta das duas, dando passos lentos em recuo.

As duas sentem muito as dores da agressão, mas olham atentamente para a criatura, mesmo ambas estando desarmadas. Lucy põe seu braço de forma a ameaçar usar de novo o seu poder de fogo.

Tagnov:

-Agora, Guerreira Mágica, pode usar seu poder de fogo o quanto quiser.

O monstro cão aproximando-se da parede, morde o cabo da espada da ferreira cravada ali.

Priscila:

- Vai retirar a minha arma?!

Do lado de fora, as nuvens escuras soltam um gigantesco raio que vai em direção ao castelo. Mais especificamente para ponta da espada de Priscila, que havia saído do outro lado da parede.

A espada fica iluminada de energia e dentro do castelo essa energia passa para o corpo de Tagnov, que brilha como uma lâmpada.

Lucy:

- Priscila! Cuidado! Ele assim é muito perigoso!

Tagnov, já tendo absorvido toda a força da espada, larga-a e vira-se para as duas, em tom de alegria sarcástica:

- Muito obrigado pela colaboração, sua idiota.

O lobo, agora elétrico, avança contra as duas, e tocando-as, eletrocuta-as.

 

Neste ínterim, Clef em meio aos diversos pedaços de gelo jogado em volta de seu corpo, diz:

- Eu sei que tem bom coração. Seu companheiro lhe enganou.

Hyoga:

- Não pode provar isto!

Clef pega um pedaço de gelo caído ao seu lado, de formato quase plano, e o mostra para Cisne:

- Veja.

Nessa pedra começam a surgir imagens como numa TV, mostrando Tagnov atacando Lucy.

Hyoga impressiona-se:

- O lobo branco! Tagnov é o lobo?!

Clef:

- Você não sabia?!

Hyoga, confuso, desfere um soco no indefeso Clef:

- Não irá me enganar!

Marine ira-se e levanta de sobressalto, invocando sua espada e num golpe de baixo para cima, causa um talho no corpo de Hyoga.

- Iiiáááááá! - grita ela.

Hyoga assusta-se com a moça.

Clef insiste:

- Rapaz, acredite! Aquilo que você viu é o que está acontecendo agora em outra sala do castelo.

Marine:

- Escuta o que Clef diz! Deixa de ser estúpido!

Hyoga:

- Foi um truque! É mentira! Ele estava certo em tudo sobre vocês, inclusive em controlar monstros!- entra em fúria - Não vou mais discutir!

O cavaleiro consegue socar e derrubar a arma da moça, e colocando a mão no rosto dela inicia um imediato congelamento. Cristais de gelo vão rapidamente multiplicando-se, tomando a cabeça e corpo da garota, ela então usando o antebraço, que ainda podia mover com esforço, dispara de sua pedra mágica grande quantidade de água ali sobre eles mesmos, e Hyoga tendo ficado molhado também começa a ter seu corpo congelando como o da Guerreira, os dois em poucos segundos virarão estátuas geladas, Hyoga sabe disso e por isso pára sua ação congelante impedindo que ele também viesse a ser prejudicado.

Marine consegue livrar-se de parte do gelo colado em sua pele e com movimentos meio lentos ainda, apanha sua espada e avança contra Cisne, apesar de ainda ter gelo endurecendo muitas de suas juntas.

Hyoga fecha seus próprios olhos para não ver seu punho desferindo um soco no rosto da moça que cai no piso.

Askot ira-se:

- O que você fez?! Eu vou revidar por ela!!- e invoca- Criaturas Mágicas, apareçam!

Do portal mágico do garoto, surge uma enorme quantidade de criaturas de todas as formas imagináveis, que lotam o salão.

Askot todo cheio de si, do fundo do salão ordena:

- Minhas amigas! Acabem com ele, com tudo que vocês tiverem!

Todas aquelas feras atacam.

Hyoga vê-se em uma situação desesperadora, fugindo de baforadas ardentes, patadas, golpes de cauda e mordidas, que vem contra ele a cada segundo, não dando uma oportunidade sequer para ele recuperar o fôlego. Poucas chances Cisne tem para por algum monstro fora de ação, mas estas ele aproveita muito bem, congelando ou golpeando o inimigo.

Askot:

- Nunca vai derrotar todas elas! Nunca! Ah Ah Ah!

Hyoga, ouvindo o comentário do garoto pensa:

- Talvez eu não consiga, mas sei o que posso fazer.

Hyoga, aproveitando uma pausa, abaixa-se, tocando a palma da mão sobre o piso, que torna-se em segundos uma placa gelada, brilhante e azulada.

O chão torna-se liso demais e as criaturas começam a escorregar sem parar, batem a cabeça uns nos outros, caem um sobre o outro; não conseguem manter-se de pé.

Hyoga apenas olha, sorrindo.

Askot:

- Fiquem de pé! Não sejam molengas! - diz ele, antes de se desequilibrar e cair também.

As criaturas levantam-se e voltam a tombar o tempo todo, inclusive caindo sobre a já ferida Marine. Até Guru Clef não escapa de sentir o peso de um daqueles estranhos seres.

Askot:

- Pare de usar seu poder!

Hyoga:

- Por mim pode continuar do jeito que está.- diz ele, que não escorrega naquele piso e todas as vezes que um corpanzil ameaça esmaga-lo, ele desfere um golpe empurrando o monstro.

Askot morde a gola da camisa com raiva:

- Aaah! Droga! Droga!

Askot faz com que portais surjam abaixo das criaturas, que entram por eles e somem. Aproxima-se então para ajudar Marine.

Hyoga aproxima-se a passos lentos de seus oponentes, que o olham assustados.

 

No imenso azul do mar.

Todos no barco estão entediados com a viagem, sentados à proa do barco. Todos apresentam rostos de sono, formam um circulo no chão.

Kurama:

- Tenham paciência, se isto realmente é um oceano. Vamos ter que esperar muito mais tempo.

Anne, que também já está com eles, comenta:

- Já não tenho forças para usar meu poder. Leiga já sumiu de nossa vista há muito tempo.

Kurama:

- Yusuke, você já avistou algo?

Yusuke não responde, pois está cochilando sobre a amurada do barco.

Kurama suspira, decepcionado.

Seiya fecha os olhos lentamente, até que os fecha e cai pro lado, roncando, com a cabeça encostando no ombro de Lantis.

Lantis sente-se envergonhado e sacode os ombros, fazendo o cavaleiro despertar.

Kuwabara é o único que não está com sono, pois está verde de enjôo, estirado no chão.

O barco dá um repentino tranco, provocando a queda de Yusuke para fora.

Todos ficam assustados e esquecem o sono na hora, levantam-se preparados para qualquer coisa.

- Yusuke!- berra Kurama preocupado.

O que eles encontram porém, é apenas o que gostariam: Uma praia na qual a embarcação acabara de esbarrar, e Urameshi caíra de cabeça na areia branca.

Os tripulantes levantam-se e observam que realmente chegaram a um continente. Ao longo da praia está repleto do povo de Deva, bem como os soldados, e próximo ao barco está Leiga, acompanhado de Hakeshi e os outros seis guardiões.

Leiga aproxima-se e fala para Urameshi, que acaba de tirar a cabeça da areia com a boca cheia dela, vazando como uma cachoeira.

- Você é muito descuidado! Não sei como pode se gabar tanto.

Yusuke berra, cuspindo areia enquanto fala:

- Não força eu ferrar sua fuça!

 

De volta ao clima conflituoso do castelo, Clef volta a falar:

- Eu devo fazer com que você enxergue a verdade. Veja novamente o que seu amigo está fazendo!

Tocando o seu cetro no chão congelado, o espelho cristalino do gelo que mostrava apenas o reflexo de quem o pisava, agora exibe como uma imensa tela, as cenas de Tagnov atacando Lucy.

Hyoga olha para o chão, mas não demonstra surpresa, e bate o pé uma vez com muita força rachando o gelo abaixo de si, que mostrava a imagem do rosto de Lucy.

Marine também observa o gelo e assiste as cenas. Seu coração começar a palpitar nervosamente. A aflição pela vida da amiga que está sendo retalhada pelo animal, deixa-a irada:

- Lucy!- vê que Tagnov a eletrocuta - Lucy!- agora ele a morde- Luuuuucy!!!

Marine usa sua espada para crava-la furiosamente no piso, rachando-o e quebrando o gelo em minúsculos pedaços.

Marine afobada, corre para sair do recinto, passando por Hyoga como se não o estivesse vendo.

Hyoga agarra seu braço, deixando-a irada:

- Me solta! Soltaaaaa!

Soca por várias vezes para que ele a solte, mas ele é mais forte. Chega a dar seguidos talhos com a lâmina no corpo de Cisne, mas ele fica como uma estátua apenas segurando-a, e pensa:

- Seu desespero, seus gritos, suas lágrimas, sua vontade de salvar a amiga, lembra-me de diversos momentos semelhantes que passei com meus amigos. Não é possível que isto que ela sente agora não seja um sentimento sincero. Por que ela tentaria sair se isto fosse um truque para me enganar?- fala então – Vamos, se quer que eu a solte, terá que decepar meu braço.Marine não pensa. Segura firmemente sua arma e golpeia Hyoga, espirrando sangue pelo salão. Após isso, ela sai correndo do recinto.

Hyoga sofrera apenas um comprido corte, do qual ele observa o sangue escorrer, enquanto pensa:

- Ela teve oportunidade me destruir agora, mas não o fez. Nem queria me ferir. Porque perderia esta chance?

Hyoga começa a caminhar na mesma direção que Marine foi.

Askot:

- Ei! Deixe-a em paz! - diz irado e preparando para usar seu truque, quando Clef lhe faz sinal para que pare.

Clef:

- Deixe-o; a verdade chegou ao seu coração.

Hyoga corre para fora do recinto.

 

Enquanto vão descendo do barco, Leiga apresenta as pessoas para Hakeshi.

- Este é Seiya, é cavaleiro de uma deusa da Terra chamada Atena.

Hakeshi, com o maior desdém, o cumprimenta:

- Ah, oi.

Leiga apresenta Kurama:

- Este é Kurama. Diz ser meio humano, meio demônio.

Hakeshi:

- Oi.

Leiga apresenta Anne:

- Esta é Anne, ela é Guerreira Mágica.

Os olhos de Hakeshi brilham e ela fala super empolgada:

- Uma Guerreira Mágica! De Zefir! Daquelas de Zefir, da Terra dos Gênios! Os que tem o poder dos elementos?!

Anne sente-se tímida:

- É...isso mesmo.

Hakeshi fica rodeando Anne, olhando-a como se fosse uma espécie de obra de arte, comentando:

- Puxa! Eu sempre quis conhecer as lendárias Guerreiras Mágicas.

Anne não sabe o que dizer:

- É mesmo?

Hakeshi aproxima-se mais e observando uma espinha no rosto da outra diz:

- Eu não sabia que as Guerreiras Mágicas pudessem ter espinhas!

Anne fica mais encabulada.

Leiga:

- Ouça Hakeshi, minha honorável deusa. Eles vieram transmigrados por não se sabe quem e agora precisam voltar pra Terra.

Hakeshi:

- Ah é?! Tá, eu ajudo, mas eu quero uma coisa em troca.

Seiya:

- O que?

Hakeshi aponta para Anne:

- Que ela mostre o gênio para mim!

Ryuma, o Rei Dragão, que estava calado até o momento, questiona sua Deusa:

- Mas honorável Hakeshi, os gênios são sagrados para Zefir. Não são para ficar exibindo como uma curiosidade para todo mundo.

Hakeshi:

- Todo mundo?! Eu não sou todo mundo! Eu sou a sucessora de Vishnu! Eu exijo que me mostre o gênio!

Anne:

- Não tem problema. Eu invoco o Windom.

Yusuke comenta para Shurato perto dele:

- Ei, essa garota aí é um saco! Não tem coisa melhor para vocês não?

Shurato:

- A gente não pode escolher! Ela não era, mas ficou desse jeito, igual as pessoas da Terra quando se tornam ricas e famosas.

Yusuke:

- Ei, você é da Terra? Do Japão?

Shurato:

- Sou, só que eu vim morar aqui já tem bastante tempo.

Yusuke:

- Que mau gosto! Morar nesta roça braba! Eu já tinha caído fora! A cidade é muito mais divertida.

Shurato:

- É, Seu amigo ali já deve estar morrendo de saudade. Não quer nem conversa.

Ele refere-se a Kuwabara, que continua esverdeado, com as bochechas estufadas e com expressão triste.

Yusuke:

- O que?! Este aí fala pelos cotovelos!

Shurato aproxima-se de Kuwabara:

- Ei, vamos conversar um pouco.

Kazuma meneia a cabeça, negando.

Shurato dá um tapa amigo em suas costas:

- Ora! Não há porque ser tímido! Somos todos amigos! Pode se soltar!

E solta mesmo! O vômito acumulado na boca até agora:

- Blaaaargh!

 

No castelo.

Com o corpo cheio de queimaduras, o que é uma ironia para uma guerreira do fogo, Lucy tenta suas únicas formas de combate:

- Raio de Fogooo!!

Porém o seu ataque desfaz-se naquela energia que envolve o lobo elétrico.

Tagnov:

- Sua maldita mágica não serve para absolutamente nada!

Neste ínterim, Priscila finalmente consegue arrancar sua espada da parede.

Porém passa nervosamente o cabo de uma mão para outra reclamando:

- Ai! ficou quente!

O lobo energético tenta de todas as formas jogar-se contra Lucy que escapa, fazendo verdadeiras acrobacias, enquanto os móveis do local vão um a um tornando-se carvão, com o toque de Tagnov que diz:

- Não fuja! Maldita!

Lucy salta, escapando de mais uma avançada, quando ele consegue acerta-la com uma patada elétrica.

Priscila avança contra o animal e crava sua espada também na pedra da testa, ao lado da lâmina da espada de Lucy.

Tagnov:

- Você interfere demais. Vou matá-la primeiro!

O monstro, com as duas armas cravadas na testa, joga-se sobre Priscila, derrubando-a no piso e sobe sobre ela, fazendo-a receber a carga elétrica sem parar e sem oportunidade de fugir.

- AAAAAAAAAH!- grita ela desesperadamente.

Como se não bastasse, o monstro ainda morde o seu pescoço.

A amiga fica assustada:

- Priscilaaa! - e desenfreia numa corrida pulando em cima do corpo brilhante do monstro, como se ele fosse um cavalo, mesmo sendo eletrocutada por uma excessiva carga de volts e amperes, firmemente Lucy agarra os cabos das armas presas à pedra na criatura e puxa-as para cima, inicialmente forçando que a mordida da criatura em Priscila fosse cessada.

Lucy:

- Ninguém machuca meus amigos! Ninguém!

A Guerreira está sendo fulminada por toda aquela eletricidade, mas seus músculos não deixam de obedece-la, puxando com cada vez mais esforço.

Tagnov, já incomodado por estar tendo a cabeça forçada para o alto, reclama:

- Solte-me, maldita!!

Lucy agora muda o movimento e empurra para lados opostos os cabos das espadas num gesto semelhante a alavancas com toda a força dos seus braços que já expõem queimaduras graves e manchas negras.

Uma rachadura surge na pedra.

- Nãaaaao! – grita o lobo.Lucy continua e mais destemida ainda:

- Ninguém machuca aqueles quem devo proteger e como guerreira...Mágica eu te darei o mesmo destino...de seu neto!

Repentinamente a pedra é extraída da testa do monstro, ao mesmo tempo em que as espadas se soltam.

De súbito, a eletricidade de Tagnov desaparece, a pedra faz um som de sino ao bater no solido teto do recinto.

Lucy cai de cima do animal que corre sem rumo pelo quarto, girando em círculos em dores e derrubando os restos de móveis que estão pelo caminho.

Uma luz se dá sobre ele novamente, mas vai desintegrando sua silhueta, enquanto ele uiva nervosamente e seus agonizantes olhos caninos voltam-se para o lado vendo a chegada de Hyoga, o qual descobre a verdade sobre ele naquele instante.

O cavaleiro de Cisne demonstra-se muito surpreso:

- Tagnov!? Eu estava mesmo sendo enganado!

Só ouve tempo dele ver e esclarecer suas dúvida, pois Tagnov termina de desintegra-se em meio a luz que também some depois.

Lucy esgotada e ainda no chão, olha para amiga tão ferida quanto ela.

- Pensei que perderia você, Priscila!

Priscila também caída no chão, sorri:

- Cada vez tenho mais certeza de que quando Esmeralda chamou vocês, fez a melhor escolha que poderia ser feita.

E Priscila segura a mão da amiga com afeto.

Marine, que já chegara bem tarde na briga junto com Hyoga, sente-se inútil para elas naquele momento. Um aperto no coração lhe vem pelo estado em que as vê e diz em voz suave, caindo de joelhos ao lado das duas:

- Priscila! Lucy! Que bom que venceram! Mas eu demorei, me perdoem!

- Você veio, é isto que importa. - diz Priscila com um sorriso sincero.

Marine observa as queimaduras e feridas e comenta:

- Mas vocês estão muito feridas! Se pelo menos Anne estivesse aqui talvez pudesse curá-las.

Hyoga timidamente aproxima-se e diz:

- Eu ajudarei no que for preciso.

Lucy:

- Ah, quem é ele?!

Marine o olha com desconfiança.

Hyoga:

- Um amigo...se aceitarem é claro.

Lucy diz sorrindo com esforço, contrariando as inúmeras dores que sente no momento, sem saber o que Cisne havia feito antes:

- Claro!

Marine o olha com bastante seriedade e nada diz.

Neste instante chegam Caldina e Rafaga ao local e vêem Hyoga ali também, ambos apresentam uma expressão bem séria.

Nesta situação Hyoga discretamente engole em seco.


Capítulo 8

Capítulo 6

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