Xarigan desembainha sua espada de debaixo de seus panos requintados, enquanto Lantis já o esperava empunhando a sua lâmina.
Xarigan:
- Como cresceu, Lantis! Muito tempo já se passou. O que acha, castelão? Amadureceu o suficiente para enfrentar-me?
Lantis não fala. Age, avançando contra o chefe da aldeia.
É metal contra metal. O tinido do choque entre as duas lâminas se repete sem parar, pois a técnica de ambos é equivalente, e até o momento, a carne de nenhum dos dois é danificada.
Xarigan:
- Muito bem rapaz, vejo que cresceu e apareceu.
Ambos atacam-se e ferem um ao outro simultaneamente, assim como curvam-se pela dor das feridas.
Xarigan:
- Aprecio sua evolução mas não posso deixá-lo evoluir mais, castelão.
Xarigan abre uma das mãos na qual há quatro bolinhas e aproximando-as de sua arma, as esferas começam a flutuar rodeando a lâmina da espada, como um elétron a um núcleo de átomo.
Lantis olha de maneira espantada.
Xarigan:
- Não fala, mas sei que pensa o que isto deve ser. Eu chamo de órbita mortífera. Vamos à luta!
Os dois defrontam-se novamente. Xarigan ataca com sua arma incrementada, contudo Lantis usa sua espada para defender-se e aproveitando um descuido de Xarigan, chuta o peito do chefe da aldeia, que cai esborrachado no chão.
Lantis aproxima-se dele, porem vê nele um olhar irônico.
Lantis olha para sua espada e percebe que as esferas que circulavam a arma de Xarigan, agora circulam ao redor da sua, e rapidamente vão se movendo, passando pelo cabo e logo chegando a rodear o braço do castelão; neste momento as esferas tornam-se repletas de espinhos e fixam-se no braço e ombros de Lantis, ferindo-o.
O povo vibra com a vantagem de Xarigan.
koenma gagueja surpreso ao ver no monitor o chefe da aldeia:
- Xa-xa-xa...
Surge o diabóide vestido de mexicano:
- Legal, senhor koenma! Estava na hora do senhor se divertir um pouco. Vamos dançar o chá-chá-chá!
koenma:
- Tá maluco, diabo?! Eu não quero dançar isso!
O Diabóide agarra seu patrão e sugere:
- Então uma valsa.
koenma berra:
- Me larga Diabo!
Assustado, diabóide larga o baixinho, que cai de cabeça no chão, crescendo nela um galo tão grande, que levanta seu chapéu e ele reclama:
- Seu imbecil! A pancada me fez esquecer quem é Xarigan!
O azulão fica entristecido:
- Desculpe, senhor koenma, eu só queria te alegrar.
koenma esculacha:
- Nunca vai conseguir, você ainda existe!
Neste instante na aldeia, Seiya e Yusuke disparam como metralhadoras socos um no outro, mas nenhuma defesa é vazada.
Yusuke:
- Chega! Quero ver se você agüenta ess...
No momento em que soca o abdome de Seiya, ele também soca o seu, ambos recuam.
Seiya:
- Como você pode ser tão forte não sendo um cavaleiro?
Yusuke:
- E precisa saber andar de cavalo para ser forte? Eu acho que você não almoçou hoje. Está muito fracote.
Seiya:
- Você é muito convencido. Para te calar, lhe mostrarei a força de um cavaleiro de Atena.
Yusuke:
- Deixa de papo e vem pra mão!
Avança Urameshi agressivamente, porém não com prudência; dando oportunidade do cavaleiro desviar-se do seu soco e dar-lhe uma cotovelada nas costas, levando-o a perder o equilíbrio e lixar o solo com sua face.
Os habitantes da aldeia exaltam-se ao ver a vantagem de Seiya e começam a comemorar aos berros.
Yusuke vira-se para a torcida:
- Calem essas matracas, seus puxa-sacos! Ou eu baixo o cacete em todo mundo aí!
Intimidada a torcida tapa suas bocas com as mãos.
Seiya:
- É natural torcerem para quem vai vencer.
Yusuke:
- Uma ova! Beija o chão, panaca!
O Detetive Sobrenatural ainda no chão, estica seu corpo e chuta as canelas de Seiya, fazendo com que o cavaleiro caia para a frente, sobre o próprio Urameshi. Contudo, antes de cair, Yusuke começa a socar-lhe sem parar, como se fosse um saco de farinha.
Sem poder cair no chão, o corpo de Seiya sacode sob o efeito dos incontáveis socos desferidos pelo outro.
Yusuke, pondo a sola dos sapatos no tórax de Pégaso, estica as pernas com toda força, arremessando-o no ar. Porém mesmo depois desta seção de golpes, Seiya consegue pôr seus pés contra um tronco de árvore, flexiona as pernas e logo após estica-as, pondo desta vez a si próprio a cruzar o ar.
Seiya dispara:
- Meteoro de Pégaso!
Estando Yusuke ainda sentado ao solo, começa a ser atingido pelos golpes de Seiya, que o fazem rolar como uma bola de boliche, até entrar numa cabana.
Lá dentro uma mulher e uma criança gritam:
- Um castelão!
E cada uma empunhando uma vasilha de metal, começam a espancar Yusuke, formando uma "granja" em sua cabeça, até que Yusuke abaixa-se e uma panela atinge a outra, fazendo os agressores vibrar como os metais que se chocaram.
Kurama ataca Leiga com seu chicote de espinhos, o oponente usa seus aros para defender-se, acaba tendo um deles arrancado de sua mão.
Leiga:
- Meu aro!
Kurama com a arma de Leiga na mão a observa por alguns instantes e depois joga-a no chão, próximo ao Rei Karla, dizendo:
- Não quero que fique em desvantagem, pegue sua arma.
A argola está jogada sobre um tufo de capim baixo e Leiga desconfia em sua mente:
- Eu já percebi que você controla os vegetais.
Leiga quebra um galho seco de uma planta morta ao lado e com ele tira o aro de cima do capim e diz:
- Você não me engana, queridinho.
Kurama:
- Como agora, por exemplo?
Leiga assusta-se e vê o galho que segura criar ramificações, as quais encravam-se embaixo de suas unhas da mão que as segura.
Kurama:
- Esta é a trepadeira infernal. Os seus ramos são capazes de percorrer e se dividirem por cada uma de suas veias, as obstruindo e impedindo a circulação de sangue.
Leiga sente dor e medo. Sangue começa a escorrer de debaixo de suas unhas penetradas e reclama:
- Eu pensei que o truque estivesse no capim!
Kurama:
- Não se preocupe; esse sofrimento logo acabará quando os ramos chegarem ao seu coração.
Leiga:
- Isto não vai acontecer! - e com a outra mão pega seu Shakiti e grita - Ohn Karla Sowaka!
Leiga é envolvido por um forte somma e a planta de Kurama é incinerada por esta força.
Agora vestindo seu shakiti, Leiga diz:
- Sou Leiga, o Rei Karla! Não gostei do estado em que deixou minhas unhas, queridinho, deu muito trabalho para faze-las.
Avança e agarra Minamino pelo braço, dizendo:
- Vou te levar a um passeio no céu de Zefir.
O quadro reverte-se num instante e Kurama, que tinha a vitória nas mãos, agora está sendo carregado involuntariamente para as alturas pelo oponente.
Leiga:
- Espero que saiba voar. - e solta-o.
Para salvar-se Kurama lança seu chicote para cima e ele envolve o pescoço de Leiga, que vê-se em agonia.
Kurama adverte:
- Basta um puxão e eu o degolo!... Desça já!
Leiga não quer acordo e liberta-se usando seu aro para cortar o chicote, antes que algo grave acontecesse.
Kurama é entregue à sorte, seus cabelos ficam para cima pela velocidade da queda, vendo o chão aproximar-se mais e mais, e num movimento manual hábil, atira uma semente para baixo, a qual chega antes dele ao solo e em segundos se transforma numa gigantesca flor, cujo pistilo é grande e macio, e Kurama cai sobre ele, ficando a salvo.
Vendo o triunfo do oponente, o Rei Karla ainda no ar, invoca sua magia:
- Naumak Sanmandah Bodanan Makhakarla Sowaka! Tempestade de pena Karla!
Uma energia em forma de pássaro é disparada pelo guardião de Deva e vai até Kurama, que tenta fugir, mas acaba alvejado nas costas e derrubado.
Enquanto isso, no mesmo local.
Ikki:
- Detenha-se, garota! Não pretendo lutar com uma mulher.
Anne mantém-se repleta de coragem:
- Desista de atacar o castelo e eu paro.
Ikki:
- Está pedindo demais, não insista, ou eu vou esquecer que há uma moça em minha frente.
Anne:
- Eu não tenho medo!
Ikki:
- Ora, quem a pôs como guerreira?!
Anne:
- Foi nossa querida princesa Esmeralda, e em memória dela eu tenho a obrigação de defender o castelo de todos os inimigos.
Ao ouvir as palavras de Anne, Ikki enfurece-se:
- Eu vou destroçar todos vocês admiradores daquela maldita traidora!
O cosmo de Fênix torna-se uma massa de ódio e ele perde seu controle emocional, dando um violento tapa na moça, derrubando-a e partindo seus óculos ao meio.
Anne com seu rosto sangrando, pensa:
- Nunca vi alguém com tanto ódio no coração! Ele odeia tanto a princesa Esmeralda!...É ele! Só pode ser ele que matou Fério, porque sabia que Ferio era irmão da princesa.
Com seu coração tomado de mágoa, a guerreira de Windom levanta-se dizendo:
- Eu vou lutar com você até o fim!
Uma ventania de fúria começa a soprar, saída do corpo de Anne, remexendo os cabelos e as caudas de Fênix.
Ikki:
- Então possui poderes! Melhor, pois agora não preciso conter meus ataques.
Ela olha Fênix com ira, de seu olho escorre uma lágrima, a qual o vento carrega pelo ar até tocar o punho cerrado do cavaleiro.
Anne:
- V-você tirou a minha felicidade! Você tirou a minha razão de existir! Eu não vou perdoar nunca!
Anne ergue sua arma e ataca o cavaleiro com vários golpes, embalada em sua mágoa a garota deixa a cada golpe, uma gota fugir de seus olhos, enquanto exclama:
- Você não tinha o direito de fazer isso!
Ikki não compreende muito bem o que lhe diz, mas sua fúria o cega demais para que venha a ter vontade de esclarecer o que ocorre. E com agressividade agarra o pulso da moça, fazendo-a largar a espada.
Anne bate com o outro punho no braço de Fênix para que a solte, todavia a força física não é uma de suas vantagens. Então Fênix com um movimento bruto, arremessa Anne contra o tronco de uma árvore, fazendo-a gemer em dores.
Ikki:
- Escute garota! se preza tanto aquela maldita, reze para que ela a salve disto!- O seu corpo é então coberto por chamas - Ave Fênix! - ataca com sua magia, e fogo ardente é lançado contra a garota, e toda aquela área fica submersa em fogo.
Todos olham aquelas chamas, imaginando o final trágico de Anne.
As chamas se apagam aos poucos, e logo se vê a copa da árvore reduzida a garranchos negros.
Diminuindo mais sua intensidade, o fogo permite ver a guerreira intacta apesar daquele ataque, pois ela está dentro de uma cúpula de vento criada por sua magia.
Ikki:
- Como?!
Anne de imediato retribui com seu: - Tempestade Verde!
Ikki é forçosamente jogado ao alto pela ventania, caindo então sobre um grupo de Aldeões, que até tentam sair da frente mas não há tempo. E Fênix acaba ferido pelas pontas das lanças que eles empunham.
Os espadachins Lantis e Xarigan discutem mais do que lutam.
Xarigan:
- Diga-me, Lantis, ainda lhe foi passada a missão de punir-me pelo crime que vocês dizem que cometi?
Lantis:
- Sim, caso encontrasse você um dia.
Xarigan:
- Cada vez mais percebo que vocês do castelo não enxergam um palmo à frente de seus narizes!
Lantis:
- Eu o punirei em nome de Guru Clef! - levanta sua espada e raios caem do céu e são absorvidos pela lâmina e logo liberados quando Lantis ordena:
- Relâmpagos! Ataquem!
Xarigan é eletrocutado pelos raios, mas resiste bravamente, e com suas vestes fumaçando, retruca:
- Garoto insolente! Não sabe distinguir o benfeitor do malfeitor!
Lantis:
- O que quer dizer?
Xarigan:
- Descubra você! - e joga novamente as esferas espinhentas.
Porem Lantis as rebate com a espada e uma delas cai bem na frente de uma cabana, onde caíra Yusuke pouco antes.
Neste ínterim levanta-se Urameshi com irritação e arranca as vasilhas das mãos das mulheres:
- Dá isso aqui!
Corre então em direção a Seiya, o qual volta a atacar com meteoros de Pégaso. Porém Yusuke aproveita-se dos utensílios domésticos para ajudar em sua defesa até que as vasilhas se despedaçam pelos golpes de Pégaso, mas é o suficiente, pois Urameshi já lança-se sobre Seiya.
- Te peguei!
Os dois entrelaçam seus dedos um no do outro, numa medição de força, na qual não parece haver vantagem para nenhum.
Yusuke:
- É teu fim, seu imbecil!
Seiya:
- Não adianta, assim não chegaremos a nenhuma conclusão.
Yusuke larga as mãos de Seiya e coloca seu dedo indicador direito no nariz do oponente.
Seiya:
- O que vai fazer? Me dar um sermão?
Yusuke:
- Pode considerar assim... Rei-Gun!
Uma grande explosão há no local, um cogumelo de fumaça forma-se e todos param para ver aquela cena, contudo o mais impressionado parece ser Xarigan, que olha arregaladamente:
- Mas será possível? Outro!
Lantis chama-o ao combate:
- Não desvie sua atenção do duelo!
Xarigan incomodado fere Lantis com um veloz golpe, enquanto reclama:
- Deixe-me ver o que houve! Não atrapalhe!
Logo a fumaceira se desfaz e então pode-se ver Seiya caído e Yusuke tranqüilo, girando como um bambolê no dedo indicador a tiara de Pégaso. E zomba:
- Cantou de galo e virou canja. Quem vai ser o outro franguinho?
Seiya:
- Não há outro e não há franguinho! - diz o cavaleiro que retoma o combate, mas ainda não levanta-se direito pelo seu estado lamentável.
Yusuke:
- Qual é, mané?! Não quer colaborar? Tô de saco cheio de você!
Urameshi desfere chutes em Seiya, porem o cavaleiro desvia-se e o ato de chutar o ar faz o sapato do detetive sair de seu pé e voar por cima da aldeia.
No lado oposto da aldeia Kuwabara ignorando o que se passa, deitado no chão, com as mãos atrás da nuca, fala:
- Puxa, respirar aqui é bem melhor do que em Tóquio. Aqui o ar é bem mais puro.
O calçado cai no nariz de Kuwabara que o retira e reclama:
- Quem fez isso?! Já sei de quem é este sapato! Só pode ter sido o Urameshi. Você me paga! - toca-se, então - Urameshi! Ele está na aldeia! - levanta-se correndo.
No outro lado as lutas equivocadas continuam, com Yusuke e Seiya já bem acabados. Quando chega Kuwabara:
- Urameshi!
Seiya:
- Vocês se conhecem?!
Yusuke:
- Cala a boca! - e exclama - Kuwabara! Você aqui!?
Kuwabara:
- O que tá fazendo Yusuke? Pára de lutar!
Yusuke:
- Que estória é essa, Kuwabara? Está doido?
Kuwabara:
- Pára com isso, ele é meu amigo!
Yusuke fica furioso e corre em direção a Seiya que se posiciona. Porem Yusuke salta por cima dele e chega até Kuwabara berrando:
- Como você é burro! Kuwabaraaaaaa!
Derruba Kazuma no chão, sobe em cima e começa a soca-lo sem parar, xingando-o:
- Seu imbecil! Eles devem ter te seqüestrado e você nem percebeu ainda! Sua mula! Besta que nem tu não existe!
Kuwabara vai ficando com a cara cada vez mais inchada.
Seiya fica confuso com a cena, quando vê um papel jogado ao chão, logo pegando-o e abrindo-o, vendo nele desenhado as quatro figuras e comenta:
- Parece comigo e Ikki, e esses outros dois são os... Cavaleiros Dourados!
Grita Seiya com veemência:
- Parem de lutar! Isso tudo é um engano!
Kurama:
- O que?!
Leiga:
- Tem certeza, queridinho?
Diz Seiya a Yusuke:
- Qual a missão de vocês?
Yusuke:
- Destruir os assassinos desenhados no papel.
Seiya:
- Os verdadeiros assassinos são os outros dois. Chamam-se Afrodite e Máscara da Morte, nós os conhecemos.
Yusuke diz a Kuwabara, que está todo inchado:
- Foi mal, Kuwabara! Você sabe que sou seu amigo.
Leiga comenta:
- Imagina se não fosse.
Xarigan:
- Não vieram destruir nosso povo?
Kurama:
- Lógico que não. Este engano só nos fez gastar tempo e energia à toa.
Yusuke:
- Eu até achei um aquecimento legal!
Seiya observa Ikki e Anne lutando:
- Eles dois não pararam!
Os homens da aldeia sentem-se culpados ao verem Ikki com feridas consideráveis:
- Como sente-se, senhor Fênix?
- Nós traremos ervas curativas, venha comigo.
Ikki irritado por estar cercado de todos aqueles aldeões, grita:
- Afastem-se! Fênix é imortal! - Ikki aumenta seu cosmo de forma a faze-lo empurrar os homens à sua volta e com os olhos apertados de ira, olha para Anne com a intenção no mínimo de trucida-la. O cavaleiro dirige os passos novamente em sua direção.
Seiya chama o amigo:
- Ikki, pare de lutar! É tudo um engano!
Mas Fênix faz que não ouve.
Anne abre uma das mãos e uma corrente de ar é incessantemente disparada por sua palma.
O cavaleiro não tem dificuldade em ir contra esse vento, se aproximando rapidamente da guerreira.
Contudo aquele vento na verdade não tinha a intenção de ir contra Fênix e sim de ir até a espada de Anne, ainda jogado ao solo. E com um movimento curvilíneo, aquela corrente de ar faz a arma movimentar-se até que ela vem voando de volta à guerreira.
A espada vem bem na direção das costas de Ikki, que continua olhando para a garota, fixamente.
Porem o cavaleiro descobriu o ataque surpresa, e salta, deixando a espada passar. Desce então do salto, atingindo um ombro de Anne com os pés.
Ikki a vê em dores:
- Seja forte! Está apenas colhendo o fruto de sua imprudência! Agora tem que suportar a fúria de Fênix!
O cavaleiro furioso aproxima-se, aperta seu punho e desfecha um estrondoso soco, amassando o rosto. Porem não o de Anne, e sim de Seiya, que meteu-se no meio do combate. E mesmo com a face esmagada pela mão de Ikki, ele diz ao amigo:
- Ikki, o que está fazendo? Já falei que esta luta é um engano!
Ikki:
- Não se meta, Seiya!
Anne:
- Eu não quero que me defendam! Eu tenho... - chora de novo - ...que vingar a morte do meu amado Ferio!
Ikki:
- De quem fala, garota? Não conheço esse tal Ferio.
Anne:
- Ahn?! Não conhece?! Então não foi você que o matou?!
Seiya:
- É isto que estou tentando dizer. Máscara da Morte e Afrodite também estão em Zefir, e provavelmente eles são os culpados.
Ikki:
- Aqueles dois ressuscitaram?!
Seiya:
- Por isso todos nós temos que nos juntar e ficar preparados a um possível encontro com eles.
Ikki:
- Alie-se você. Não conte comigo para isso.
O cavaleiro de Fênix sem querer conversa anda em direção a mata fechada.
Leiga:
- Volte aqui, cavaleiro, não me diga que levou esse engano para o lado pessoal!?
Seiya fala, enquanto vê Ikki sumir na selva:
- Não adianta Leiga, eu o conheço e sei que ele não vai tirar essa estória da Esmeralda da cabeça tão cedo.
Na biblioteca do mundo espiritual, onde há estantes enormes, lotadas de livros, com todo o conhecimento do Reikai, koenma em cima de uma escada procura um auxílio para lembrar-se de Xarigan e passando o dedo sobre as lombadas dos livros, vai lendo:
- Xintoísmo, Xícara, X-Men, X-1999, X-Files, Xarigan.
koenma retira este último livro da estante o qual está com todas as páginas rasgadas e exclama:
- Ai! Eu não acredito!
Diabóide diz do pé da escada:
- Opa! Me dei mal!
koenma:
- Diabo! Por que este livro está todo rasgado?
Diabóide:
- Puxa! Entre tantos livros não imaginei que fosse exatamente este!
koenma:
- Do que está falando?
Diabóide:
- Ah, é que eu costumo pegar alguma coisa para ler quando eu vou no banheiro, então peguei este livro. Só que eu me distraí e quando percebi estava lendo o papel higiênico e o livro eu...
koenma:
- Chega! Nunca vi alguém tão incompetente! Por que não vai tricotar sapatinhos para os hexagêmeos do monstro centopéia?!
Diabóide:
- Tá bom, senhor koenma. - e sai do recinto.
koenma comenta:
- O que eu gosto nele é que ele faz qualquer idiotice que eu mando.
Reunidos, os grupos de Urameshi e Seiya conversam sobre seus procedimentos futuros.
Anne:
- A deusa Hakeshi do Mundo Celestial tem a capacidade de convocar as pessoas, assim como a princesa Esmeralda?!
Kuwabara:
- Muito bem, então o que estão esperando? Vamos o mais rápido possível encontrar esta Hakeshi, eu tenho que voltar antes do show de rock. Olha, estou até com as entradas da minha turma aqui. - diz, sacudindo uns cartões.
Yusuke toma-os e os rasga em picadinho.
Kuwabara dá uma "gravata" em Urameshi e protesta:
- Você tá louco! Por que fez isso?
Yusuke:
- Esquenta não, Kuwabara. Você não ia usar mesmo; o Kurama fez o favor de nos comprometer a ficar nesta roça até tudo ser esclarecido.
Seiya:
- E eu ainda tenho que esperar a volta de Ikki mesmo.
Xarigan:
- Nego esse pedido. Devem partir imediatamente, meus soldados lhes guiarão até o barco da aldeia.
Leiga:
- Que mudança de opinião tão repentina, Xarigan! Não queria tanto que ficássemos?
Seiya:
- E quanto a Ikki?
Xarigan:
- Não se preocupem, quando ele aparecer, mando-lhe aguardar a volta de vocês aqui. Vão ao Mundo Celestial e depois venham buscar o restante de quem tem que ser transmigrado.
Um dos aldeões diz:
- Vamos agora, sigam- nos.
Lantis que menos simpatiza com o chefe da aldeia, fala:
- Concordo, perdemos já muito tempo neste local.
Os heróis caminham então junto com os seus guias para o veículo aquático que está a certa distância na floresta.
Xarigan está próximo a uma cabana, assiste os outros sumirem entre a mata ao longe, ele está tranqüilo recostado a parede de madeira quando uma voz lhe pergunta de dentro do casebre:
- Já foram?
Xarigan:
- Foram neste instante. - Ótimo. - lhe responde Ikki, recostado junto à parede dentro da cabana, com seus braços cruzados e olhos fechados.
No Castelo de Cristal, Caldina e Rafaga estão no salão de entrada, em vigilância do portão principal.
Rafaga comenta, meio entediado:
- Parece que vamos ter que passar o dia todo aqui, sozinhos.
Caldina com seu jeitão assanhado, joga-se nos braços de Rafaga, dizendo:
- O dia não poderia ser melhor, não acha?
Rafaga é pego de surpresa:
- Ãhn? Ah, sim!
Caldina:
- Então beije-me, meu grandalhão.
Rafaga:
- Claro, meu amor.
Os olhos de ambos fecham-se delicadamente, bem como suas mãos se tocam, suas faces aproximam-se lentamente e seus lábios posicionam-se para tocarem-se, quando um estrondo os interrompe.
Caldina:
- Que é isso?!
Rafaga:
- Alguém está forçando o portão.
O som foi de Hyoga e Tagnov que jogam-se com o ombro contra o portão, para que ele ceda.
Rafaga usa seus fortes braços para segurar a porta, e diz:
- Eles são muito fortes, mas talvez eu os impeça de entrar.
As violentas investidas continuam, porem Tagnov comenta:
- O portão é muito resistente! E alguém o está segurando do outro lado!
Hyoga:
- Mas nós conseguiremos! - diz Cisne, que junta suas duas mãos, aponta para baixo e grita -Pó de diamante!
Um ar frio é lançado ao chão e passa pela fresta abaixo da porta, chegando do outro lado e congelando Rafaga dos pés até os joelhos.
Rafaga:
- O que?! - vê-se em apuros, pois não pode mover suas pernas grudadas no chão.
Hyoga:
- Agora vamos!
Tagnov e Hyoga com uma ombrada violentíssima simultânea, arrombam o portão, fazendo-o esbarrar em Rafaga com extrema força, que, apesar de ser solto do gelo, foi atingido de tal forma a faze-lo desmaiar.
Caldina assusta-se:
- Rafaga!
O cavaleiro e o homem-lobo invadem o salão, sendo que Caldina não se acovarda e abrindo seu leque mágico, põe-se no caminho dos invasores.
Hyoga:
- Uma mulher!
Tagnov:
- Não se engane! Lembre-se do que eu disse, Hyoga!
Caldina:
- Lamento, amores, mas daqui vocês não passam.
Ela então começa a dançar na frente deles e estrelinhas saem de seus brincos, com seus movimentos.
Hyoga sente suas pernas tremerem:
- E-estou me sentindo estranho... um sono irresistível... - seus olhos começam a fechar.
Caldina:
- Calminha, meninos! Eu vou faze-los dormir por um século!
Tagnov:
- É magia dela! - e ele abre sua mão liberando da palma vários raios negros, que ao atingirem Caldina a deixam inconsciente, pelo forte impacto.
Tagnov vira-se e ajuda a Cisne:
- Está bem?
Hyoga:
- Agora estou melhor, mas para onde iremos agora?
Tagnov discretamente usa seu faro aguçado e pensa, olhando para um dos corredores do castelo:
- Sinto em minhas narinas o mesmo cheiro que senti no local onde mataram meu neto Inov. Eu te achei Guerreira Mágica de Rayearth! - ordena então a Hyoga - Você vai pelo outro corredor; por este vou eu e lembre-se, por mais pacífica que seja a aparência deles, não tenha piedade, pois eles não terão de você.
Hyoga:
- Confie em mim.
Os dois separam-se correndo um por cada corredor.
Em seu salão Clef percebe:
- Há invasores no castelo!
Marine:
- O que?!
Askot:
- Ai, essa não! Preciso ir ajudar Caldina!
Corre Askot, para a saída, quando cai sentado, pois esbarrou no tórax protegido pela armadura de Cisne, pois Hyoga já invadira o recinto naquele instante e olha a todos no salão nada simpático.
Enquanto isso, Lucy está só em seu quarto fechado, refazendo sua única e ruiva trança. Quando ouve:
- Senhorita Lucy!
Lucy fica surpresa:
- Quem é?
Tagnov:
- Sou do povoado; estou de visita aqui e gostaria de conhecer a famosa guerreira de Rayearth.
Lucy inocentemente, fala com empolgação:
- Que bom! O pessoal do povoado é tão legal!
Abre a porta, e diz assustada com a aparência do homem:
- Mas... você parece com o ...
Tagnov:
- Inov, não é? Ele era meu único neto e você o matou!
Lucy:
- O que quer aqui?
Tagnov:
- Que pergunta tola! Achei que você fosse mais inteligente. - diz batendo a porta atrás de si e com um murro arranca a maçaneta da porta, a qual é arrebentada, deixando os dois a sós no quarto. E fala ainda - Guerreira Mágica, eu vou transformá-la num galho sem ramificações de sua árvore genealógica, assim como fez a Inov, que morreu sem descendentes, deixando nossa família a uma futura extinção.
Lucy tenta conversar:
- Eu tive que destruí-lo porque ele seguia Zagard, eu não sabia que a Princesa era a causa de todo o mau! Não fiz por crueldade!
Tagnov:
- Como um cão ele obedecia a seu dono, mas eu só obedeço aos instintos de sobrevivência da minha espécie, esta a qual você condenou! E eu neste momento condeno a sua sobrevivência!
Lucy:
- Fala isso tudo, mas você é igualzinho a ele.
Tagnov:
- Não, ele era igual a mim. Agora, adeus Guerreira Mágica!
Da mão do homem-lobo lançam-se raios negros novamente, mas Lucy foge pelo quarto, enquanto invoca sua espada.
Um imenso pano branco estufa-se pela ação do vento. É a vela do barco da aldeia, o qual Yusuke, Kuwabara, Anne, Kurama, Seiya e Lantis pegam emprestado para atravessar o mar.
Uma corda é desamarrada de um toco de árvore por um dos aldeões de Xarigan, liberando o barco para o imenso azul do mar.
Outro aldeão acena:
- Boa sorte, assim lhes deseja o nosso chefe.
Reclinado a beira do barco, Kuwabara indaga a Leiga:
- Ei, Leiga! Sobe aqui! Ainda tem muito espaço!
Leiga está sobre seu shakiti, que lhe serve de barco e responde:
- Não, queridinho, com o shakiti chegarei na frente. E você tome cuidado para não enjoar no barco.
Kuwabara irrita-se:
- Você tá pensando que eu sou molenga, é?
Yusuke comenta:
- Molenga é esta banheira de pau. Vamos levar um século para chegar nesse tal Mundo Celestial.
Anne:
- Eu vou aumentar a velocidade. - aponta suas mãos para a vela e libera uma ventania forte, dando grande velocidade ao veículo.
Seiya admirado, fala à Kurama:
- Ela é impressionante, pena que aqueles malditos mataram seu amado, mas nós faremos justiça por... qual é o nome dela? Desculpe, nem todos nós fomos apresentados.
Kurama:
- Chama-se Anne.
Seiya sente um choque em seu coração e um calafrio percorre seu corpo por cada veia, dando uma sinistra sensação gelada. Um sentimento de culpa invade sua mente como uma ventania muito mais forte que a da Guerreira Mágica, bem como em seus olhos a lembrança da cena de Fério morrendo em seus braços se repete milhares de vezes em apenas poucos segundos. O cavaleiro chega por um instante a perder o equilíbrio, tendo que se apoiar com o arco de ouro como se fosse uma bengala.
Kurama fica preocupado:
- O que foi, Seiya?
Seiya responde, meio confuso:
- Na-nada, só estou meio tonto... só isso. - retira-se para o canto do barco e com as mãos apertando a amurada fortemente, lamenta -Ela é Anne! Não pode ser isso! Não foram Afrodite e Máscara da Morte que mataram Fério! Fui eu! Eu manchei minhas mãos com sangue inocente! Isso nunca aconteceu antes! Eu o matei por engano! Droga! Eu sou o causador do sofrimento dela! Fui eu!