Last Land

Sétimo Dia - Zefir, Vértice do Bem e do Mal

Capítulo 28 - Armaduras Sagradas


- Covarde! Escória! Eu desejo, do fundo da minha alma, que tu sofras as mazelas mais terríveis que o inferno possa ter! - assim berra Landover para sua própria Guerreira Mágica, a qual apenas fica com mais medo - Estou me desvencilhando da tua maldita incapacidade, agora! - novamente berrou o gênio.

Neste instante, o corpo de Sandhye separa-se de Landover e, assustada, a garota cai e vai rolando a grande montanha arenosa, na qual havia caído.

A garota vai se arranhando bastante e, com a força que ainda tem, invoca sua espada e tenta criar um apoio, cravando-a na montanha. Falha nas primeiras tentativas, mas enfim consegue atingindo uma fenda entre duas rochas perdidas na montanha, e assim consegue impedir que continuasse a rolar. A essa altura, a garota já está com consideráveis arranhões sobre a pele e bastante suja.

- Não faz isso comigo, Landover! - pede a moça, cheia de dores.

Landover:

- Cala-te, sua inferior! Tu tens que deixar este mundo para que surja uma nova Guerreira para mim!

Marine e Anne, apesar de extremamente feridas, não deixam de ouvir.

Anne:

- Landover! Não faça isso!

Marine:

- Você é louco!

Windom:

- Reflita, Landover! Não surgirá uma nova Guerreira com a velocidade que espera.

Landover:

- Mesmo com força reduzida, sozinho, eu posso agir.

O grande gênio, ainda em forma de robô, olha para a garota e faz um movimento com a mão. Neste momento as rochas nas quais Sandhye havia se apoiado, vão se desfazendo, pois tornam-se areia, de repente.

- Nãaaaaaaaaaao!! - berra Sandhye, ao perder o seu apoio e voltar a rolar fatalmente.

Uma nova saliência, porém, na montanha, serve de apoio para Sandhye, que pára de rolar. Em dores, quase inconsciente, Sandhye cospe areia que inevitavelmente havia engolido no caminho.

- A morte outra vez está se aproximando de mim! - diz a garota murmurando com o seu costumeiro medo.

O gênio aproxima-se mais e ergue seu grande pé, mais uma vez.

- Morras esmagada, como o inseto que és!!

- A morte? A morte? Morte...? Mas eu nãoo quero morreeeeer! - berra Sandhye que encontra forças para levantar-se repentinamente, quando o grande pé vinha para pisá-la e faz com que o chão sob seu corpo em que ela está apoiada, amoleça numa areia movediça, no qual a pisada do pé do Gênio apenas serve para afundá-la em vez de esmaga-la.

- Queres fazer-te de esperta?! - ri ironnicamente Landover que havia percebido o truque dela e simplesmente não ergue o pé, deixando-o como uma tampa para que a garota não saia da areia movediça e morra sem ar.
Após essa suicida ação, a crise existencial volta à tona na mente da garota, que coloca as mãos na cabeça e fecha os olhos de agonia, enquanto terra começa a encher seus ouvidos e nariz.

- Minha mente vagueia em diversas direçõões, eu não sei o que fazer! Não sei!

A instabilidade mental da garota faz com que ela emane seu poder de forma desordenada e sem querer, ela dissolve totalmente toda a saliência na montanha que a mantinha sem cair. Salva-se do soterramento, mas outra vez corre risco de vida, pois ela cai direto sem rolar, para uma queda de cabeça, que pode resultar em fatalidade.

Mas isso não ocorre, pois o seu esbelto corpo, esbarra em diversas grandes e fortes folhas que encontra junto ao chão, que amortecem sua queda contra o solo. Ela está tão apavorada nesse instante, que nem lembra do detalhe que toda a vegetação de Zefir havia murchado.

Tal vegetação surgira tão repentinamente por causa de Kurama, que descera do castelo e imediatamente criara uma floresta abaixo da Ilha Voadora, no intuito de proteger as inúmeras pessoas que resgatam do castelo, e que este momento estão chegando por ali.

Kurama aproxima-se da Guerreira da Terra caída, olha-a com preocupação e logo agacha-se para acolhê-la em seus braços.

 

No castelo, Hades, no corpo de Xarigan, congratula-se com Seikiakko, a mulher que lhe permitiu chegar a esse mundo.

- Minha serva, você foi fundamental paraa os meus planos até agora e pode acreditar que eu a recompensarei à altura dos seus preciosos atos.

Seikiakko aproxima-se do seu senhor e, com um ligeiro gesto de cabeça, indica agradecimento.

- Sou feliz em servi-lo, senhor, e tudo que vier de ti me será bem vindo.

Xarigan, lentamente ergue sua mão, e depois numa aceleração rápida, esbofeteia fortemente o rosto da mulher sinistra, a qual não sente dor, mas foi empurrada para trás.

- Se... senhor...? - diz ela sem expresssão facial, mas surpresa na voz.

- A quem você entregou o meu corpo, mulhher maldita? Foi aquele beijo, não foi?

Agora ela entende. Xarigan neste instante retomara o controle do seu corpo, porém ele logo após essa ação veloz, começa a sacolejar, numa tremedeira impressionante, pois o corpo não sabe a quem obedecer, ambas as consciências, de Hades e de Xarigan estão num lugar oculto do cérebro de Xarigan, disputando o controle.

Xarigan:

- Você é o causador de tudo o que vem occorrendo até agora em Zefir?

Hades:

- Posso afirmar que sim.

Xarigan:

- Eu jamais permitirei que você tome connta do meu corpo! Afaste-se de mim já!! Ou eu vou...

Hades:

- O que podes fazer? Nada! Eu sou um deuus e você não é nada. Eu preciso do seu corpo, da sua mente cheia de ódio, rancor e principalmente força de vontade, para realizar meus objetivos.

Xarigan:

- Eu não posso aceitar isso!

Hades:

- Você não tem escolha! Mas o seu dom maais interessante é de fato sua força de vontade incomum. Obviamente, meu corpo original seria mais eficiente, mas o seu pode ser um razoável substituto temporário neste plano físico.

 

Ao menos por enquanto um teto improvisado está sobre as cabeças de todos que fogem do Castelo. A Floresta criada por Kurama.

As pessoas vão descendo desesperadas da ilha do castelo, mas uma coisa curiosa está ocorrendo. Elas estão se dividindo em dois grupos.

Clef, ao sair, vê a estranha divisão, mas já sabe do que se trata.

Um jovem aproxima-se de Shurato e diz:

- Nos devolva o Mestre Abner.

Shurato:

- Mas... ele...?

O jovem praticamente puxa o inconsciente Abner do ombro do guardião celestial.

Clef:

- Isso não é hora do povo se desunir! Estamos em ruínas!

Jovem:

- Em ruínas por causa de vocês! E por causa do Núcleo! - diz, apontando para Lucy, que aparece ali montada em Rayearth, neste momento.

Distraidamente, o jovem fervorosamente defende a desunião instalada e não percebe que Oddbeast o estava observando e que largara lá de cima uma espécie de bomba, que vem diretamente sobre sua cabeça.

Clef:

- Cuidado, jovem!

O jovem, apesar de alertado, não tem a grande velocidade dos guerreiros ali para fugir e apenas vê aquele objeto voando em sua direção.

Seria o fim dele e Abner, caso as folhas das plantas acima dele não mudassem de forma alargando-se e servindo como elástico que recebe e arremessa a bomba para outro lado, e mais uma folha a empurra da mesma forma e vai de folha em folha, assim por diante, até que uma determinada folha em formato de concha recebe a bomba. Logo após com seu galho, age como uma catapulta, arremessando a bomba de volta a seu dono, que defende-se atirando com o canhão nas suas costas, explodindo a bomba em pleno ar.

Yusuke dá uma risada rápida.

- Essa foi boa, Kurama!

Lucy fica observando tudo montada em Rayearth.

Ela nota aquela parte do povo em separado, a qual olha para ela (exceto as crianças) com olhar de acusação, o qual ela percebe que significa que acham que tudo aquilo é por culpa sua.

Lucy não tem nem mais lágrimas para chorar por isso; apenas pensa:

- Nunca imaginei que Zefir pudesse se tornar um inferno para mim.

Mais adiante, Sandhye já acordada, está sobre folhas, como um colchão, aprontadas por Kurama.

Sandhye:

- Eu não agi como você esperava. Desculpe. É até bom que Landover tenha se livrado de mim.

Kurama:

- Tenho certeza de que ele vai se arrepender logo.

Nos céus, Landover agora cheio de confiança, tenta atacar Oddbeast.

- CHUVA DE PEDRAS!!

O seu poder de arremessar pedras é visivelmente reduzido; elas são em menor número e menores.

Suzako de Oddbeast:

- Se seu objetivo é me sujar, você conseguiu!

Landover:

- Eu tenho que conseguir feri-lo!

- Era isso que eu queria! Agora vai ser fácil destruí-lo! - diz o inimigo.

Oddbeast volta a apontar o canhão das suas costas, mas agora aponta todos os pequenos canos para a mesma direção, para o gênio da terra.

Sem perda de tempo, Oddbeast dispara os raios, que se tornam um só de grossura tal que Landover nem sabe o que fazer, mas o gênio arrisca tudo num improvisado escudo de pedra.

Sandhye, lá de baixo vê e berra:

- Landover! Cuidado!!

Por fim o escudo de rochas foi tão ineficaz, que nem pôde reter por um segundo o poderoso raio que, sem dificuldade, atravessa Landover na altura do peito. Buraco grande e terrível, um grande rombo. O raio, após atravessá-lo, ainda destrói o pico de uma montanha ao fundo.

Landover olha para seu tronco, podendo ver o outro lado por através dele e obviamente cai, derrotado ao solo de Zefir, estrondosamente.

Windom, Ceres e Rayearth iram-se com o que acabam de ver.

Suzako de Oddbeast:

- Parte da missão cumprida! Landover morto!

Marine em Ceres mesmo ainda caída, enfurece-se:

- Por que o matou?! Por que conosco você brinca e a ele matou?

No chão, Sandhye aproxima-se do seu gênio.

- Landover! Landover! Não morra!

O gigante caído ali inerte e Sandhye ajoelhada junto à sua cabeça.

- Você não pode morrer, Landover!

Abaixo da vegetação, Abner acorda entre os rebeldes.

- São vocês, meu povo?

Ele olha em volta e vê em outro grupo de pessoas mais distante, Priscila olhando para ele, com ar de pena.

- Sierra! Nossa conversa não acabou! - pensa ele.

Nessa altura todos, menos Hades (Xarigan) e Seikiakko saíram do castelo.

Clef lamenta:

- Está tudo entregue a eles.

Kuwabara, saíra do castelo juntamente com Shiryu.

Kuwabara:

- Ei, estão mandando todo mundo sair do castelo. Que bichos eram aqueles. Que foi que houve?

Yusuke chega dando uma bronca em Kuwabara.

- Você é um burro mesmo, Kuwabara! Tava por fora em tudo? Nós perdemos o castelo para dois imbecis!

Kuwabara:

- Mas vai ser fácil toma-lo de volta, né não? São imbecis, não é?

Yusuke:

- É, mas aqueles dois são outro tipo de imbecis, diferentes de você!

Kuwabara:

- Então vamos ter que dormir ao relento?

Yusuke irritado, pensando na situação toda:

- Não! Não vamos ter não!!

Yusuke ainda irritado, começa deliberadamente a atirar o Reigun em direção Oddbeast.

O Neo Mashim vê aquela ação e defende-se, usando seus raios contra o poder do Urameshi. O Neo Mashim vira-se agora com o supercanhão às suas costas e dispara para baixo.

Aqueles terríveis raios vão para baixo, mas não contra Yusuke, que já esperava isso, mas sim contra Abner, que nota aquilo quase no último segundo e com toda sua força e velocidade, tenta empurrar o monte de pessoas que estão junto dele, num ato violento. Não tinha como ser outro jeito. E apesar da sua grande velocidade, o raio ainda o atinge de raspão, bem em suas costas, o deixando de fato esfolado. Foi inevitável que pela força do empurrão e do impulso da explosão as pessoas se machucassem na queda, com grandes raladas, traumatismos, alguns ossos quebrados, mas ainda vivos.

Com as costas em carne viva, Abner ainda assim fica satisfeito de salvar aquela gente toda da morte certa.
Suzako e Oddbeast olham para baixo e dizem:

- Azar, por pouco! Mas vamos ver...

Oddbeast volta a apontar o grande canhão, e logo dispara-o, quando uma língua de água imensamente forte passa levando Abner e os aldeões da frente da mira do raio, fazendo o Neo Mashin errar.

Oddbeast vira-se e vê que Ceres voltara ao combate.

Marine:

- Se quiser se livrar de nós, vai ter que nos matar!

Oddbeast:

- Não vale a pena!

Marine:

- Mas eu vou te obrigar! - e ataca - FARPAS DE GELO!!

Obviamente, Oddbeast usa os seus inúmeros raios do canhão as costas para se defender das farpas geladas que vão contra ele.

Windom também está em pé de volta à ação, esperando ajudar Marine, apesar de não saber muito bem como, quando uma voz é ouvida junto a seu ouvido.

- Ajude-me a chegar perto dele.

Anne vê que no ombro de Windom está Ikki.

- Ikki! Mas você não...?

Ikki:

- Você quer derrotar esse monstro, não quer? Então ajude-me a chegar perto dele.

Anne não compreende muito bem a decisão de Ikki mas concorda então:

- Está certo, então segure-se.

O gênio do Vento então ergue os braços e faz com que o ar à sua volta comece a ganhar velocidade, mais e mais. Ikki segura-se com toda força nas juntas do pescoço e ombro do gênio, para não ser carregado. Mesmo para um cavaleiro aquele vento está se tornando cada vez mais difícil de se suportar. Por um instante Fênix suspeita que ela quer derruba-lo de seu ombro, mas passa a confiar nela quando ela lhe diz.

Anne avisa:

- Você tem que ir junto, agora!

Aumentando a ventania para mais de 500 km por hora, ela lança um gigantesco tornado na direção de Oddbeast. Ikki vai de carona naquela magia, como uma pedra sendo levada pelo tornado, numa velocidade enorme, que fica difícil conseguir distingui-lo ali dentro. Inclusive Ikki resiste para não desacordar naquela situação.O Neo Mashin deixa de prestar atenção em Marine e volta-se contra o tornado gigante.

Suzako de Oddbeast:

- Deve estar brincando! Está gastando toolamente suas últimas energias!

Oddbeast, perto demais do furacão para evitá-lo, para impedir de ser carregado, desce bruscamente no chão e crava suas unhas no solo.

O furacão envolve o Neo Mashin por alguns segundos, mas não consegue move-lo do lugar um centímetro, apesar das várias dezenas de quilos de terra que são retiradas do chão e da força do vento.

Oddbeast resiste ao ataque, o furacão passa por ele e fica sem destino pela terra estéril, quando então Anne o desfaz. O Neo Mashim ergue-se novamente, voando. Porém o gênio da Guerra pára repentinamente. Algo está errado. Ele está se auto comandando. O Neo Mashim percebe que está só, agora.

Oddbeast:

- Onde ele está? Onde está Suzako?

No solo, bem no local onde Oddbeast havia descido, está Suzako, totalmente nervoso:

- Oddbeast! Porque você me largou?

Yusuke vê seu antigo inimigo ali à sua mercê e começa a massagear os nós dos dedos.

- E aí, Suzako? Então nos encontramos dee novo! Você é mesmo um pentelho!

Apavorado, Suzako começa a gritar e pular para chamar a atenção do seu Neo Mashim.

- Oddbeast!!

O gênio da Guerra procura por seu parceiro pelo chão. Não o vê, mas vê Abner pulando e acenando desesperadamente para ele. Teria ele enlouquecido?

Vendo essa oportunidade, Oddbeast obviamente não hesita em atacar seu alvo preferencial. Aponta o canhão de suas costas e dispara, atingindo com perfeição o alvo.

Lá embaixo, Suzako, mortalmente ferido pelo ataque de seu Neomashim, murmura agonizante:

- Você enlouqueceu...?

Logo após cai morto, em carne viva, com ossos e órgãos expostos.

Yusuke:

- Que doideira! O que houve, afinal?

Hyoga:

- Coisa do Ikki. Veja no ombro de Oddbeaast.

No ombro do Neomashim está Ikki. Ele havia usado seu poder mais interessante. O golpe fantasma, justamente contra um Neomashim.

Seiya, que havia saído do castelo a tempo de ver a seqüência de fatos estranhos, pensa.

- Ikki não está do nosso lado, mas também não está no deles. No final das contas Ikki tem o seu próprio lado, com seus próprios objetivos. Lado esse que ele não partilha com ninguém. Ele é de fato indomável.

Só agora então Oddbeast percebe a presença em seu ombro. Oddbeast esbraveja:

- Que?! Tem um inseto no meu ombro!

Ikki:

- Não um inseto e sim... - ataca - AVE FFÊNIX!!

O cavaleiro atinge seu poder bem na cabeça do gênio da guerra, que perde muita altura. Ele, como os outros, perde muita força sem seu guerreiro.

Quitame agora está perto e aproxima-se para ajudar.

Suzako de Quitame:

- Oddbeast! Como se deixou enganar assimm? - ataca - GAFANHOTOS INFERNAIS!!

As cavidades do corpo do Neomashim abrem-se e liberam uma grande nuvem de gafanhotos, com cabeça de leão, que vão em direção a Ikki, o qual ainda continua no ombro do inimigo.

O cavaleiro faz o cosmo da Fênix brilhar outra vez, fazendo a imagem da criatura mitológica surgir como um sol no céu negro e logo ela se transforma numa coluna de fogo, que cruza os ares, varrendo os céus dos asquerosos gafanhotos de Quitame.

Oddbeast tenta, com suas garras, espetar Ikki, mas ele agilmente salta de seu ombro, planando no ar.
Percebendo que Oddbeast está enfraquecida, Windom e Ceres se aproximam.

Marine:

- Este é por Sandhye! - ataca - FARPAS DDE GELO!!

Anne:

- Este é por Landover! - ataca - GRANDE ESPIRAL!!

Oddbeast tenta defender-se, usando os canhões de raios às suas costas, porém desta vez os seus raios estão mais fracos, menos numerosos e mais lentos, o que faz em pouco tempo os poderes das duas lhe atingirem terrivelmente, causando-lhe incontáveis ferimentos por cortes e tendo a maioria de suas garras e o canhão de raios às suas costas arrancados fora.

Oddbeast foi incapacitado. E tendo noção disso, ele toma a decisão de fugir o mais rápido possível, vendo-se em desespero.

Quitame e seu Suzako sentem-se incapazes de resistir a tantos oponentes. O que fazer então? Algo que tenha utilidade.

Sim, algo útil, algo que ajude os planos de seu mestre e Suzako sabe exatamente o que fazer. Quitame então observa Abner lá em baixo e já estando bem acima dele, apenas faz com que sua armadura se afrouxe e as cavidades se abram mais do que nunca, das quais começam a sair vermes, como aqueles que estão no castelo, porém estes de tamanho bem maior, cerca de dois metros cada um. Tais criaturas são soltas para que caiam em Abner.

O ex-cavaleiro percebe e desvia-se de todos que caem do céu, porém após caírem no chão, todos eles vão, invariavelmente contra Abner, que se encontra no meio de um grosso círculo deles.

Ele tanta saltar fora desse círculo, mas um dos bichos lhe crava as ventosas em sua perna, derrubando-o.
Kuwabara faz sua espada de energia surgir em sua mão e avança contra os monstros, porém Hyoga o barra.

Hyoga:

- Espera! Não faça isso, ou vai apenas multiplica-los!!

Kuwabara:

- Sério?! Então congela eles!

Hyoga lamenta-se sabendo que está enfraquecido.

Shurato, mais uma vez, entra em ação com seu Shakiti e, usando-o na forma de veículo, aproxima-se de Abner e o puxa para a "carona" do Shakiti e os bichos que já estavam colados em Abner são arrancados com golpes da peculiar arma do Rei Shura.

Abner fica um pouco contrariado de ser salvo por Shurato(de novo), mas mesmo assim resolve usar a educação, uma coisa que por muitos anos pouco usou, e agradece.

- Obrigado. Acho que lhe devo uma.

Shurato:

- Nós já ficaríamos felizes se nos explicasse porque estão te caçando.

Abner, nervoso:

- Eu não sei!

Shurato retruca:

- Ah, mas tem que saber! Podia, pelo menos abrir sua boca e dizer o que era o tal presente pro Indra!

Abner emudece por segundos e fala:

- Está bem, eu vou contar.

Essa conversa distraiu os dois que, de repente, vêem-se à frente de Quitame, pois ele descera ao solo e prepara um terrível golpe com seu braço serrilhado de louva-deus, do qual o Shakiti está perto demais para escapar.

O golpe é certeiro para partir ao meio os dois tripulantes do Shakiti, pela cintura. É partido no meio, de fato, mas nada acontece com Abner e Shurato e sim com o braço do Neo Mashim, que é cortado pela espada de Ceres, controlada por Marine, que assim evita a morte dos dois.

Suzako, com voz irada:

- Maldita Guerreira Mágica!!

Nem terminara de falar e o youkai é interrompido, pois o mesmo objeto cortante e pontiagudo lhe atravessa o meio do tórax. A espada de Ceres, que não perdera tempo e crava-a no peito do Neo Mashim.

Com os olhos vermelhos de veias inchadas, mais a expressão de dor, Suzako sangra pela boca, até sua cabeça cair de lado, indicando sua morte dentro de Quitame. Marine, então, retira a sua espada, percebendo o corpo amolecido do Neo mashim e fecha os olhos por um instante, tentando superar aquilo, pois mesmo ela sendo a mais irritadiça das guerreiras, ter que matar nunca lhe havia sido agradável. Assim, pela segunda vez, Quitame é derrotado e num instante ele parte para o alto, abandonando o corpo de Suzako, estirado ao solo.

Após a derrota, os grandes vermes que o Neo Mashim havia solto, desaparecem à frente dos olhos de todos ali. Vendo o tão raro momento de tranqüilidade, Shurato segura Abner pelo ombro e fala aos amigos, cobrando-o:

- Ei, pessoal! Ele tem uma coisa pra nos contar!

Ali perto, Sandhye ainda está junto ao imenso corpo de Landover. Ela está muito triste por tudo ter terminado daquela forma.

Sandhye lamentando-se:

- Landover, por que você fez isso? A gente podia ter vencido juntos!

Landover:

- Impossível do jeito que agistes.

Sandhye fica surpresa:

- V... você tá vivo!?

Landover:

- Claro que estou. Apesar de não poder me mexer do peito para baixo. Estou só... quase morto.

Sandhye:

- Por que não falou antes? Me deixou aqui chorando à toa?

Landover:

- Não era idiota para mostrar que estava vivo perto de um monstro como Oddbeast. Ele terminaria de me matar.

Sandhye:

- É... tá certo.

Landover em tom sério:

- Então tu ficaste aqui do meu lado chorando por mim, apesar de tudo o que eu falei e fiz contigo?

Sandhye:

- Foi porque eu sei que tudo podia ser diferente.

Landover irônico:

- Tu és mesmo uma idiota! Eu não faria o mesmo por ti.

Neste instante, Kurama aproxima-se , dizendo:

- Eu sei, é por isso que vocês são diferentes. É por isso que ela te completa. Ela tem sentimentos que você não possui.

Landover:

- Bobagem...!

Kurama:

- Sem ela, você age feito um tolo. Como foi na sua última ação.

Landover:

- E com ela? Fui melhor por acaso?

Kurama pega nas mãos de Sandhye.

- O medo é um sentimento básico de sobrevivência. Todos nós o temos e temos que tê-lo, para não agir estupidamente, como você agiu.

Landover, irritado:

- Como ousa me ridicularizar?!

Kurama:

- Você é convencido demais. Acha-se bom demais para ela, mas eu sinto que você já cometeu grandes erros, os quais você esconde.

Landover não responde Kurama. Cala-se, num silêncio complacente.

Enfim, Abner resolve fazer algo a favor de seus supostos rivais, e então lembra-se daquela ocasião em que ele viu algo submerso na luz ofuscante que o transmigrou para a Terra.

Abner:

- Lembro! Quando eu estava sendo enviado para a Terra eu pude ver sob a luz uma armadura dourada! Vários ali, como Seiya, Shurato e Hyoga repetem um tom surpreso.

- Armadura dourada?!

Abner:

- Sim, uma armadura dourada com várias asas, muito bela, foi construída por Seikiakko.

Shurato associa a descrição a algo que vira há um bom tempo atrás.

- Geralmente não temos armaduras douradas no Mundo celestial, a única era... o shakiti de Brafma.

Seiya:

- Brafma? Mas esse não é o deus da criação deste mundo?

Clef:

- Sim, e Seikiakko disse que Hades recriaria Zefir.

Shurato:

- Peraí, não pode ser o shakiti de Brafma! Eu o enverguei no monte Shumi e usei ele até que foi destruído por Shiva. Como e pra que fizeram uma cópia e lhe deram o poder de Brafma?

Seiya:

- Armaduras sagradas têm poder único. Não podem ser replicadas.

Landover, apesar de seu estado lastimável, não consegue evitar uma irritante risada de zombaria:

- AH AH AH AH!! Como são tolos!

Shurato:

- Que foi?? Qual é a graça??

Landover:

- Imbecil! Você é mesmo um palhaço! Não percebe? A armadura de Brafma que você vestiu era falsa.

Aquelas palavras ecoam na cabeça de Shurato.

- C... como é que é??

Landover:

- Idiota! Eu mesmo escavei muitos túneis, na companhia de Indra e encontrei o shakiti no Monte Shumi antes dele se reerguer. E o substituímos pelo shakiti falso.

Shurato:

- É mentira! Brafma até falou comigo naquele dia em que vesti a armadura!

Landover:

- Magia, Shurato! Magia de Indra e Seikiakko! Não diga que você achou que aquela armadura era mesmo especial?

Shurato retruca:

- Não era falso! Eu venci Acalanata com um só ataque com ele e fui capaz de vencer Shiva com ele.

Porém a mente de Shurato agora lembra-se que na verdade o shakiti fora estraçalhado por Shiva, e que ele com a espada de seu amigo Gae deu um ataque em Shiva que furou seu corpo repleto de energia negativa, e o próprio somma negro expelido do ferimento de Shiva acabou por consumi-la provocando sua morte. Não necessariamente o golpe a matou, e sim o descontrole de sua energia negativa e destrutiva.

Clef expõe seu conhecimento:

- Desculpe-me Shurato, mas se esta armadura era de Escudo, um material mágico e forte, mais o fato de que... Se você acreditava que estava vestindo a armadura de Brafma, num mundo como o nosso, você deve ter se tornado muito poderoso. E se esse inimigo Acalanata também acreditava nisso, isso pode tê-lo feito temer e enfraquecer de repente.

Kurama comenta:

- Uma espécie de efeito placebo.

Shurato já está com dúvidas de suas próprias afirmações, mas insiste:

- Só pode ser mentira! Não faz sentido! Por que Shiva faria Gae também ir atrás desse shakiti falso? Indra não falaria pra ela que tinha trocado os Shakitis?

Landover:

- Eu não tenho a resposta para todas as perguntas.

Shurato, com os nervos à flor da pele, esfrega as mãos na cabeça, arrepiando seus cabelos, confuso.

- Isso é doideira! Não consigo entender! Minha cabeça tá até doendo!

Yusuke zomba:

- Acho que pensar tanto é esforço demais para você.

Shurato ignorando a piada de Urameshi, continua a falar com o Gênio.

- O que vocês fizeram com o shakiti?

Landover:

- Seikiakko nesse dia estava lá e acho, ela o transmigrou.

Shurato:

- Transmigrou?

Sandhye:

- Landover! Por que você fez isso?

Landover:

- Porque eu queria vingar-me de Brafma e achei que essa seria uma ótima maneira de blasfemar contra ele. Eu não queria ser transformado num fantoche. Não pensei em conseqüências, apenas o fiz, e além disso ganhei de Indra o direito de fazer o que eu queria com os tolos que entrassem no meu falso oráculo.

Shurato:

- Você é um sujo! Por que só foi falar agora?

Landover:

- Porque somente agora deu-me vontade.

Sandhye, sentindo-se traída:

- Por isso é que queriam te matar logo, é?

A Guerreira da Terra sempre imaginou que quando Landover a ofendesse, no fundo ele teria razão, que ela era uma incapaz e que seu gênio, apesar de ser um grosseiro e impaciente, tinha uma honra, um poder sagrado, e que salvar o mundo seria um favor da parte dele. Mas o que acabara de ouvir muda tudo. Na verdade, Landover tem culpa na situação que se revela hoje em Zefir.

Sandhye aperta os lábios, como se segurasse as palavras para não lhe saírem da boca.

Landover, zombeteiro:

- O que foi, incapaz? Está decepcionada? AH AH AH!!

Sandhye:

- Landover! Você será o meu gênio!

Landover:

- Como ousa falar comigo nesse tom imperativo?!

Sandhye:

- Eu não ouso!! Porque falando assim eu não estou me atrevendo a nada, a ninguém importante! Você não vale nada, Landover!

Landover:

- E quanto vales tu? És uma covarde!

Sandhye:

- Landover, você tem uma dívida gigantesca com este mundo e eu vou obrigar você a pagar!

O gênio caído agora enfurece-se com essas palavras; seus olhos brilham o vermelho da fúria e ele coloca seus fortes braços contra o solo, para erguer seu corpanzil, num movimento lento, porém ameaçador. Ergue, então, seu enorme braço na direção de Sandhye, que, desta vez, como nunca, é inundada por uma sensação de auto-confiança e com uma expressão de seriedade, permite a aproximação do outro, sem mexer-se, nem ao menos piscar.

Como uma fera selvagem, Landover arranca a garota do chão, como se arrancasse um legume do solo e sem a menor delicadeza, envolve-a com seus dedos robustos, deixando só a cabeça da Guerreira de fora de sua mão.

Landover, com voz trovejante:

- É hora de dar adeus à sua vida!

Ela nada responde.

Landover continua:

- Vou transformar-te numa pasta de ossos e sangue!

Percebe-se, então, que o corpo robótico do gênio contrai seus músculos, numa pura intenção de esmagar a garota em sua mão.

Todos ali em volta, obviamente, pensam em interferir, mas Kurama faz sinal para impedi-los.

Seiya:

- Kurama, de que lado você está?!

Kurama:

- Calma, Seiya, sei que parece omissão, mas este é um momento muito importante para ela. Você consegue sentir?

Seiya concentra-se, por um instante:

- Entendo.

Landover está intrigado. Algo errado está acontecendo. Ele não consegue esmagá-la. Por quê?

- O que está havendo? Não consigo esmagá-la!! Parece dura como um escudo,... mas ela não parece ter mudado seu corpo!

O gênio está surpreso, tanto com isso, quanto com o olhar corajoso da menina. Ele não consegue compreender a situação, até que a resposta surge em sua mão. Ele vê, lentamente, seus dedos mudando de cor, o que indica que seu corpo está sendo transmutado.

- Como pode ser?! Tu estás me transmutando?!

Landover perde sua postura imponente e pode-se perceber seu fraquejar, enquanto observa seu corpo virando pedra. Com voz temerosa, ele volta a indagar:

- Como você fez isso??

Sandhye:

- Landover, eu aprendi uma coisa aqui, que parece que você esqueceu. Brafma é o deus que criou tudo neste mundo. Dessa forma, todos os seres deste mundo ou adotados por este mundo, têm poder cedido por Brafma.

Nervoso, Landover retruca:

- Claro que disso estou ciente!

Kurama intromete-se:

- Simples, Landover. Por mais que você não queira, Brafma ainda tem poder sobre você e as Guerreiras Mágicas e o que ocorre agora é que o poder da Terra dividido entre você e Sandhye, antes equilibrado, agora desequilibrou-se e ela superou você.

Landover pasmo:

- Superou-me??!! Como??!!

Clef, o sacerdote, entra no assunto:

- A resposta é: a força de vontade dela superou a sua. Em Zefir isso basta para reverter o quadro de uma batalha.

Landover dá um risinho nervoso:

- Não... isso não é possível!

Apesar de sua negativa, o braço do gênio já está todo convertido em uma estranha rocha amarelada e logo seu peito também está sendo transformado.

- Sandhye, você vai me matar? - indaga o gênio.

Após esta pergunta, Landover tem a desagradável visão de ver o seu braço petrificado começar a rachar. Fissuras começam a percorrer todas as partes petrificadas do seu corpo.

- Então decidiu, realmente, vingar-se de mim? Que assim seja.

Sandhye responde, porém:

- Não. Você também teve chance e não fez isso comigo. Não devo fazer isso com você.

No instante seguinte, Landover repara que, enfim, todo o seu corpo havia voltado ao normal. Agora ele podia outra vez tentar esmagá-la

Mas não o faz e lentamente abaixa o braço e afrouxa seus grandes dedos, permitindo que a garota saia.
Sandhye afasta-se da mão de Landover. Ela, neste instante, age, de fato como uma guerreira, com expressão firme e com um andar belo e majestoso. A figura de Landover torna-se um detalhe no cenário.
Mesmo Kurama fica impressionado com essa cena e com um contido sorriso ele a olha. Um bater de palmas é ouvido. Trata-se de Yusuke, que, desta forma, resolve fazer uma homenagem à garota na sua magnífica atitude.

- É isso aí, Sandhye! - berra Urameshi.

Logo outros ali também começam a bater palmas, numa salva, que enrubesce o rosto da guerreira, que não esperava por isso e perde sua pose imponente.

 

No subterrâneo do Mundo Celestial.

Ao encontrar-se cercado pelos guardiões de Deva, Suzako, e o Neo Mashim Upain, ainda enrolado em raízes diversas, em vez de atacar seus inimigos ou fugir, prefere discursar:

- Guardiões, pensam que me preocupa vocês terem me acuado aqui? Estão enganados. É tarde demais. Estas raízes que envolvem meu corpo são as últimas raízes vivas na terra de vocês; após a morte delas, é a morte decretada de toda a vida no Mundo Celestial, pois os vegetais são a base de tudo. Portanto, é questão horas para o fim da vida criada por Brafma neste mundo. Para que um novo Ciclo se inicie!

Dan esbraveja:

- Seu miserável!

O Rei Ribba, como sempre apressado, já ia agir, mas Ryuma o segura pelo braço.

- Espera! Ele está usando as raízes como escudo!

Leiga:

- Como se fossem reféns dele.

Suzako:

- Não. Vocês estão enganados! Não estou preocupado com minha vida, no momento. Mais importante são os meus objetivos concretizados.

Pouco ligando que aquelas raízes eram o que impedia os guardiões de ataca-lo, Upain suga toda a vitalidade daquelas plantas que, em segundos, tornam-se secas e suas raízes quebradiças, despedaçam-se ao redor do corpo do Neo Mashim.

Dan, pasmo:

- O quê??!! Você é maluco!!

Suzako:

- Mestre Hades, acabei de romper o elo da cadeia da vida no Mundo Celestial. Agora este mundo vai perecer para que você o possa recriar!

Lengue, irritada:

- Acho que não temos mais razão para esperar! - e ataca - FLOR SOLITÁRIA DE NALLA!!

O poder da guardiã é como um círculo cortante, que vai contra Upain, o qual pouco se pode movimentar, para defender-se e é atingido no braço.

Ryuma ataca agora:

- DRAGÃO DE FOGO! RYUMA!!

O poder na forma de dragão oriental flamejante, atinge o Neo Mashim, que sente dores e remexe-se naquele espaço limitado das cavernas.

Apesar de estar com dores, Suzako está com um sorriso de satisfação:

- Aqui, eu venci!! - pensa o youkai.

Então, usando de sua força, o Neo Mashim encosta suas costas contra o teto rochoso e, com suas fortes pernas o empurra para cima, logo causando um tremor subterrâneo, fazendo pedras descolarem do teto e caírem em número cada vez maior sobre os guardiões celestiais, que se protegem como podem. Upain, então, rompe o teto da caverna, logo encontrando-se ao ar livre. Os guardiões são soterrados por inúmeras pedras.

Após chegar à superfície, Suzako, voluntariamente, desfaz-se de Upain e já consideravelmente ferido, diz:

- Estarei de volta quando a nova era instalar-se neste mundo e com o mestre estaremos por toda a eternidade em seu reino de compaixão.

O Neo Mashim parece concordar com um simples movimento de cabeça.

Como era de se esperar, os guardiões, usando seus sommas, conseguem sair do soterramento e vêem os inimigos agora separados.

Suzako despede-se do Upain, o qual levanta vôo e logo se distancia.

Hiouga:

- Quem é você? - indaga, intrigado.

Leiga reconhece a figura e diz:

- Então você veio para cá!

Suzako não responde. Apenas começa a juntar energia elétrica em suas mãos. Alguns raios que cortam as nuvens chegam a descer, para somar-se a energia acumulada em suas mãos.

Carregado de eletricidade, agora sim, Suzako vira-se para os inimigos, pronto a atacar. Mas não há tempo, pois Hiouga adianta-se ao seu ataque e usa seu poder:

- CRISTAL DE AÇO!!

O poder do Rei Celestial surpreende Suzako.

A magia atira inúmeros pedaços de cristal, que unem-se em volta do corpo do youkai, até se tornarem uma camada que vai se engrossando cada vez mais. No fim, Suzako está preso num grande cilindro de cristal, onde não pode mover e nem respirar.

Os guardiões assistem por um momento raios percorrerem o corpo de Suzako, até que isso cessa, indicando sua provável morte.

Após esse espetáculo atroz, Lengue quebra o silêncio:

- Vocês repararam para que lado foi o tal gênio?

Leiga:

- Para Zefir.

Dan irado:

- Eu sabia...!

Hiouga:

- O que vocês sugerem que façamos agora?

Todos o olham. Parecem já estar decididos.

 

Nas terras inóspitas de Zefir.

Ele está em pé, junto a um tronco morto de uma árvore seca. Chegara ali a pouco e vê várias mulheres sentadas em pedras e troncos. Outras de pé, conversando. Todas com expressão de dúvida e medo. Naquele chão arenoso e escuro, estão as crianças dessas mulheres, estão ainda amedrontadas, se movimentam com receio, mas distraem-se com objetos simples, como bonecas, e bolas. Os raios freqüentes e a escuridão já não assustam tanto depois de horas ali. Os terremotos sim, mas eles pararam por enquanto.

Uma dessas crianças então olha para ele. E, inocentemente, o garotinho aproxima-se, com uma bola de trapos sujos na mão e diz:

- Você quer brincar de bola com a gente?

Ele não responde. Finge que não ouve.

- Quem é sua mãe? Você tá perdido? Não consegue achar ela? - insiste a criança.

Ele irrita-se e com um olhar que assusta o garoto diz:

- Cai fora, garoto!!

Chega-se então Koema junto dele e diz:

- Ei, menino, ele não é criança, não!

Garotinho:

- Não?! É baixinho assim mesmo?

Hiei, irritado, então berra:

- CAI FORA, EU JÁ DISSE!!

Agora sim. A criança se afasta correndo e chorando.

Koema:

- Hiei, a que devo sua simpática presença aqui? Até que enfim apareceu de novo!

Hiei:

- Eu estou aqui por uma razão. Estou sentindo a presença nas proximidades de um inimigo que eu já tinha enfrentado antes.

Koema:

- Ah, é?

Hiei:

- Alguém que não sei como, sobreviveu às minhas chamas negras mortais.

Koema:

- Quê?! Mas... isso é quase impossível!

Hiei resmunga:

- Eu detesto esse lugar!

 

Tensão, ansiedade, dúvida, esses sentimentos tomam conta de todos no santuário da Grécia. Atena está cercada de Cavaleiros e até tem a ajuda da Amazona do Diamante, mas tudo isso parece ser insuficiente contra aquele invasor.

Agora Karasu já passou pela casa de Peixes e está subindo as escadarias, até o salão do mestre e o templo de Atena.

Obviamente, Mu não está inerte. Está usando seu teleporte o mais rápido que pode. Porém não consegue evitar que as bombas deixadas pelo inimigo o atinjam cada vez que reaparece num ponto diferente. Não dá tempo dele usar sua parede de cristal. Ele, mesmo assim, esforça-se para continuar, sendo cada vez mais ferido.

Os Cavaleiros do templo de Atena ficam indignados com o que ocorre com Mu, mas não o podem ajudar; têm que poupar energia e proteger Atena. Shun, que arriscou sua vida para proteger Atena, neste momento está deitado nos pés da deusa, a qual acaricia sua testa, com carinho e gratidão.

- Shun, você já fez demais por mim. Agora é a minha vez de me defender.

Porém Shun acaba de retornar à consciência e logo contesta o que ouvira:

- Não Atena. Não posso permitir isso. - diz o Cavaleiro, erguendo-se outra vez, lentamente e com dores.

- Shun, pare! Você não pode mais. Não tem condições!

Shun:

- Atena, eu quero fazer isso! Eu, muitas vezes, deixei a desejar no passado e era dependente demais de Ikki. Por isso eu quero lutar e tenho condições para isso. Basta que você aceite.

A deusa percebe o pedido oculto na frase de Shun. Logo lhe diz:

- Sim, Shun, eu aceito.

Karasu está subindo a escada com tranqüilidade, até que sente algo estranho atrás dele. Com moderada preocupação, percebe uma luz dourada às suas costas. Olha para trás a tempo de ver que a luz sai da casa de Peixes. Dessa luz emerge a armadura do signo de Peixes, a qual começa a flutuar a grande altura e dali se dirige para o templo de Atena.

Karasu faz uma expressão de aborrecimento, pois sabe que isso é sinal de que eles ainda irão resistir contra ele.

A armadura do último signo do Zodíaco se aproxima de onde está Atena e Shun. A deusa, neste momento, toca com seu cetro sobre a cabeça do ferido Shun, e diz a ele:

- Shun, por mérito de ter lutado em tantas batalhas, por sua fidelidade e dedicação, eu o consagro Cavaleiro de Ouro de Peixes, por escolha da própria armadura, a qual lhe permite que você tutele por ela.

Atena afasta-se e logo Shun ergue-se para ser banhado por uma luz dourada vinda de cima, a qual também lança para seu corpo a armadura dourada que, com perfeição, peça por peça, até o elmo cobre o corpo de Shun, que, deste momento em diante, deixa de ser o Cavaleiro de Bronze de Andrômeda para tornar-se o Cavaleiro de Ouro de Peixes.

Shun vê sua armadura bela e brilhante. Nem parece que há pouco foi usada por Afrodite em batalhas ferozes. É como se tivesse se renovado por sua mudança de tutor.

Shun pensa, com um orgulho moderado:

- Gostaria que Ikki tivesse visto isso.

Neste momento, o youkai chega onde estão seus inimigos e, com sua aparência fantasmagórica, sobre o último degrau e anda os primeiros passos no salão do Mestre, onde encontra o seu oponente, Shun, de Peixes.

Karasu:

- Por que vocês simplesmente desistem? Não há jeito; eu vou conseguir. Ninguém vai me impedir!

Shun:

- Não permitirei; eu farei o máximo de mim para detê-lo!

Karasu:

- Não será o suficiente, pode acreditar. Por isso não vou perder tempo.

O demônio repete o gesto feito na casa de Escorpião: abre os braços e de dentro de sua armadura escura incontáveis bolas energéticas se espalham pelo ar, minando todo o caminho à sua frente.

- Não se mexa e ficará vivo! - avisa ao Cavaleiro.

Assim o youkai vai com tranqüilidade para passar por Shun, sem ser incomodado. Porém Shun não fica inerte. Ele lentamente começa a erguer as palmas de suas mãos para o alto.

Paralelamente ao movimento de Shun, Karasu nota que vê algo estranho no chão; ele parece escurecer, cada vez mais, tal qual o próprio espaço sideral. E como o espaço pequenas estrelas vão surgindo em vários pontos do espaço, cada vez mais, e mais, até que enfim pode-se ver que há uma gigantesca galáxia, projetada no chão a sua frente, como se fosse um slide.

Karasu, intrigado:

- O quê??!!

Isso, enfim, faz Karasu parar, receoso.

O que parecia uma apenas uma imagem agora começa a emitir um brilho incomodativo que vai deixando cada um das minúsculas estrelas, e se espalhando, preenchendo o ambiente, uma energia quase palpável, que enfim começa a tocar a sapuris de Karasu. Pela fumaça que começa a exalar de sua armadura o youkai fica satisfeito de não ter um corpo físico neste momento, pois pode ver que aquilo deve ter um calor infernal.
Mas não é só isso, o demônio começa a ser lentamente empurrado.

Shun grita enquanto ergue uma de suas mãos, lembrando o movimento que fazia ao, no passado, lançar sua Tempestade Nebulosa, mas desta vez um novo poder evoluiu junto com o novo cavaleiro dourado:

- VENTOS DOS INFINITOS SÓIS!!

Após o grito do Cavaleiro, a onda brilhante, enfim, avança com força contra o invasor, logo cobrindo-o, bem como às suas bombas energéticas.

Karasu então sente como uma ventania de proporções indescritíveis que através da sapuris arremessam-no para trás.

Todos ficam surpresos e alegres com o poder alcançado por Shun e podem ver que Karasu foi tirado do salão, bem como suas bombas energéticas. Provavelmente destruídas ao tocarem os ventos solares.
Shun foi eficaz, pois Karasu havia sido varrido do salão. Agora está caído sobre as escadarias, de onde viera, mas, obviamente, não está ferido.

Sem perda de tempo, Karasu ergue-se e sua mão volta a energizar-se. Shun também não espera e, mantendo o chão naquela fantástica escuridão, já vai preparando seu poder, agora com mais força.
Karasu já está com uma bola energética crescendo rapidamente.

Também as partículas das inúmeras estrelas já crescem a frente de Shun. Karasu, o fantasma, até está ficando cada vez mais transparente pelo acúmulo da energia que faz em sua mão e então corre escadaria acima.

O Cavaleiro de Ouro lança sua magia e seu vento luminoso vai contra o youkai. Karasu parece um louco, indo contra aquela magia, mas então ele estica o braço e põe a bola de energia à sua frente. E assim que a onda se aproxima, ele salta como se mergulhasse de frente na onda, mas colocando a bola de energia na frente, como um escudo.

Para o azar de Shun, Karasu está atravessando seu poder, como uma broca na madeira ou um torpedo na água ou um avião caça contra a barreira do som.

Claro que aos poucos a grande bola energética vai sendo consumida e reduzida pelo choque contra o poder opositor, porém para desespero geral, Karasu tem êxito e para piorar, ao atravessar os ventos, sai logo atingindo a barriga de Shun com o que sobrou de sua bola energética.

Não foi fatal, mas serviu para atordoar seu oponente. E tal atordoamento é a oportunidade que Karasu esperava e a aproveita bem, pela proximidade. Então arranca o elmo de Peixes com uma mão e com a outra agarra a nuca de Shun, dizendo, olhando-o nos olhos:

- Tenha sonhos belos...!

E logo após isso, causa uma explosão na cabeça do Cavaleiro, que banha sua armadura com seu próprio sangue e cai inerte sobre o chão.

Seika pensa:

- Eu sabia que ele não estava com condições de lutar mais.

Atena fica entristecida:

- Desculpe-me, Shun. Eu não devia ter aceito que você lutasse mais. Apesar de que era um direito seu se tornar um Cavaleiro Dourado.

Karasu então volta a andar em direção de Atena.

A Amazona de Grifo afasta Saori. Era a vez de Seika lutar. Assim ela pensava.

- Outro Cavaleiro de Ouro?! - Shina comenta.

- Mas quem? - diz Marin.

Todos os olhares desviam-se para o tal Cavaleiro de Ouro. E é mesmo. À medida que sobe as escadarias, pode-se ver o brilho da armadura dourada. E quando se aproxima o bastante, pode-se também ver que ele carrega inúmeras armas presas a ela. É uma armadura dourada, porém ela está vazia por dentro. Uma situação parecida com a Sapuris de Karasu. Só que sem nenhum fantasma dentro dela.

- É a armadura de Libra!! - avisa Marin.

Atena pensa:

- Então...o Mestre Ancião vai nos ajudar.

De fato, na China, nas cinco montanhas, na pedra junto à cachoeira, está o Mestre Ancião, concentrado, emitindo seu poder para a armadura.

- Ouçam-me. - diz, usando sua telepatia - Peguem as armas de Libra e destruam a Sapuris. Só assim ele perderá o vínculo com o mundo físico.

Jabu concorda:

- Conte conosco, velho Mestre.

Neste instante, as armas de Libra desprendem-se da armadura e as doze voam para as mãos dos defensores de Atena.

Na verdade não são muitos ali; não se compara à imensa tropa de guerreiros que havia antes da batalha do Santuário, do qual sobreviveram alguns Cavaleiros de Ouro, alguns de Prata. E por incrível que pareça, os de Bronze foram os que menos tiveram baixas.

Portanto, as armas vão para as mãos de doze guerreiros. Seika, a Amazona de Diamante de Grifo se apodera de um tridente. Marin e Shina, as Amazonas de Prata, apoderam-se, respectivamente, de uma espada e de uma barra tripla. Jabu, o Cavaleiro de Bronze de Unicórnio, tem agora o auge de sua carreira, pois lhe é permitido apossar-se de uma  barra dupla.

As demais armas são duvidosas. Quem as usaria? Os outros Cavaleiros estão com um sentimento misto e incoerente  em seus corações, pois junto com a vontade de empunhar uma arma sagrada de Libra, também há o temor de ser incapaz de cumprir sua obrigação. Sentem-se incapazes pois não tiveram participação nas batalhas recentes que os cavaleiros de Atena passaram. Porém a situação de alguns cavaleiros menos preparados foi aliviada quando um intrépido guerreiro reergueu-se no campo de batalha. Trata-se de Shun, o qual superou a sua inconsciência e está disposto a tudo para proteger Atena.

Shun, vestido na Armadura de Peixes, abre suas mãos e os dois escudos de Libra vão até seus braços, os quais pegam as armas, já prontas  a batalhar.

Outra surpresa é Mu, que apesar do seu péssimo estado físico, aparece, enfim, no topo do Santuário e assim como Shun, recebe uma arma, a outra espada de Libra. As demais armas são divididas entre os melhores restantes.

Os defensores de Atena, com movimentos rápidos, põem-se de forma ordenada em torno de Karasu.
Karasu e os oponentes olham-se por uns segundos. Nenhum atreve-se a começar a luta. Quando então, subitamente, a Armadura de Libra aproxima-se e agarra Karasu por trás, segurando-o pela Sapuris. É como um abraço violento.

Karasu começa a mexer-se violentamente, mas não consegue soltar a sua armadura negra das mãos da armadura dourada. Atira sua bombas energéticas nela, mas é em vão, pois assim como a Sapuris, ela está sem um corpo dentro dela, que possa ser ferido e pudesse fraquejar. Portanto o seu ataque é insuficiente.

A voz do Mestre Ancião ecoa dentro das cabeças dos cavaleiros, mais uma vez.

- Esta é a hora! Vocês devem atacar agora!

Todas aquelas pessoas armadas, então, andam em direção a Karasu.

Uma atitude aparentemente covarde por parte de tão honrados cavaleiros, mas totalmente justificável, visto a situação extrema que passam neste momento, pois têm à frente um inimigo que derrotara seis cavaleiros dourados, além de ter transformado boa parte do Santuário em escombros. Esse monstro não pode jamais chegar até Atena, é o pensamento geral.

Karasu berra:

- AFASTEM-SE! - e da palma de sua mão direita dispara inúmeras bolas de energia contra os inimigos, porém agora a situação é diferente, pois eles não mais precisam de desviar ou suportar nas suas armaduras tendo contato direto com as bombas, mas sim com as armas de Libra, com rápidos movimentos destroem as bombas, antes que os atinjam. As bombas do youkai, que tanto lhes trouxeram vantagens até aqui, estão aparentemente inúteis.

O ataque em massa inicia-se. O primeiro golpe é dado com razão por Mu, que, com a espada de Libra, atinge, inteligentemente, a luva direita da Sapuris, cortando logo as garras que há sobre ela, fragilizando as camadas abaixo.

Outros ataques seguem-se, ordenadamente, um por vez, numa espécie de seção de linchamento, na qual o youkai, sem poder reagir, tem sua armadura negra atingida por golpes poderosos. O próximo a aproximar-se é Jabu, o qual quer da melhor forma possível, aproveitar a sua grande chance de se mostrar um cavaleiro útil, e com sua barra dupla atinge a mão da armadura, mas aparentemente não causa efeito algum, o que o frustra um pouco.

Aproxima-se então Shun, o qual, usando os escudos de ouro, lança um após outro. Um parte a luva direita da Sapuris, verticalmente e o outro a parte horizontalmente, e logo diversos pedacinhos de metal negro caem no chão. Assim a luva da armadura foi destroçada e portanto a mão fantasma de Karasu não tem como mais materializar-se através dela e desaparece, dando lugar a algo sem forma, similar a uma chama branca, transparente, o que deve ser uma forma espiritual.

Karasu está assustado. Agora ele está desarmado. Não pode mais usar suas bombas e sabe que se todos os pedaços da armadura forem destruídos, ele perderá o contato com este mundo.

Para piorar as coisas para o youkai, aproximam-se, agora Marin e Shina, as quais atacam juntas e, com seus golpes, destroem os ornamentos em forma de asa que há na Sapuris, fazendo-a perder mais de sua beleza e defesa.

Enfim, desta vez aparece a Amazona de Grifo à frente do youkai, mas por um segundo, ela pareceu-lhe estar gigante, e com o tridente dá um golpe certeiro horizontal, no qual destrói, consideravelmente, as ombreiras da Sapuris e também a parte inferior do elmo. Certamente se houvesse um pescoço físico para unir o elmo ao corpo, este teria sido decepado.

O demônio está encrencado; a sua situação lhe obriga a pensar rápido numa solução e foi o que ele fez. Então, o rosto fantasma de Karasu abre a boca e passa, como da outra vez, a sugar a energia que o rodeia.

Mu alerta:

- Cuidado! Isso que ele está fazendo...

Nem precisou falar; Seika já havia compreendido e, com um novo golpe, tenta fincar o tridente no elmo do youkai e retira-lo dali. Porém o youkai esperava esse ataque e movimenta a cabeça, de forma que o tridente errasse e o seu cabo fique entre os chifres do seu elmo e, com a destreza de um animal de cornos, consegue prendê-lo entre os chifres, impedindo o movimento da amazona. E tudo isso sem Karasu deixar de absorver energia. E neste instante já pode-se ver dentro do seu corpo transparente, a energia fluindo, como sangue luminoso.

Então Seika não insiste mais. Larga o tridente e, com suas próprias mãos, agarra o elmo da Sapuris por baixo e com toda sua força arremessa-o para o alto, separando do corpo; deixando somente uma chama branca transparente, no lugar da cabeça de Karasu.

Mas é tarde. Karasu já havia conseguido energia o bastante para desespero de todos ali. Usa então o seu mais danoso poder e explode seu corpo espiritual com a energia acumulada. Certamente o seu espírito não pode atingi-los, mas sim sua energia, e sua Sapuris funciona como estilhaços de granadas, os quais, cada pedaço da armadura, vai como uma bala, atingindo os que o rodeiam. Dessa maneira, as costas da armadura empurram para longe a Armadura de Libra, que o segurava, contra uma parede próxima e as demais partes da armadura atingem todos ali, ferindo e/ou empurrando-os para longe.

Mu, que estava a proteger Atena, é ferido gravemente no rosto pelas garras do pé da armadura, que atirou-se contra ele, e as quais ele, com dores e sofrimento, arranca de debaixo do olho ferido, tão terrível, que o faz sangrar muito e apesar de não tê-lo cegado, abrir o olho já não lhe é mais uma tarefa fácil, pela dor que provoca.

Por uns segundos, não se tem sinal de Karasu, mas Mu sabe que isto é um engano e por isso não se surpreende quando vê o elmo da Sapuris flutuando no ar, sozinho e começa a surgir o rosto fantasmagórico de Karasu, com um pescoço de chamas brancas.

Karasu:

- Estou livre pra continuar!!

Atena olha seus defensores; vendo as condições em que todos se encontram, não consegue evitar que uma lágrima escorra por sua face. Ela encosta-se na grande estátua de Atena do Santuário e vê que do olho da estátua uma lágrima também escorre.

Logo a cabeça flutuante de Karasu olha para o seu peito, caído próximo a Seika e este rapidamente voa de volta a seu lugar, no corpo fantasma de Karasu.

Os demais pedaços da Sapuris não tardam a voltar para Karasu, logo a formando quase a toda de volta, exceto a luva, que foi despedaçada, partes das ombreiras e ornamentos que também quebraram e um dos pés, os quais estavam na palma da mão de Mu e ele decide não soltá-los, para impedir que se juntem de volta ao inimigo.

Mas pouco adianta, pois a falta de um pé não faz com que o fantasma de Karasu manque; e ele caminha mais em direção à Atena, sem problemas.

Atena olha a estátua e olhando-a de novo para seus defensores, diz:

- Perdoem-me, perdoem-me, por tudo isso... Mu! - chama-o, então.

O Cavaleiro de Áries, o único que está próximo dela.

- Está na hora da deusa da guerra assumir o seu papel. - diz Saori.

Mu receia, por um segundo, mas fala:

- Entendo. Se assim deseja.

Para surpresa geral, Mu, que empunha a espada de Libra, com ela golpeia... Atena.

- Não pode ser!! Os meus olhos me enganam!! - todos ali pensam.

Então, logo após isso, Saori olha seus braços e pode ver um de seus pulsos sangrando.

Shun:

- Mu, o que significa isso?!

O Cavaleiro de Áries não responde. Mantém-se de olhos fechados, como se estivesse auto- analisando o seu ato.

Saori, então, vira-se para a estátua e estica o braço, de forma que o sangue do seu pulso caia sobre o pedestal. O cosmo cor de ouro da deusa emana de seu corpo.

Karasu assiste a tudo surpreso e dessa vez parado, sem reação alguma.

A estátua gigante também começa a brilhar, na cor dourada.

Atena:

- Por uma razão que eu considero boa, muitas reencarnações de Atena têm guardado este segredo, porém vocês, meus atuais defensores, vêm sofrendo atrocidades seguidas por minha causa, mas eu me fartei de ficar inerte e vou agir com vocês.

Todos olham atentos para a grande estátua brilhante. E algo acontece. Ela começa a lentamente reduzir de tamanho.

- Mas... o que?! - murmura Shun.

Não é somente isso. A estátua, além de diminuindo, está se transformando, mudando de branco pedregoso para dourado.

Marin surpresa:

- Está ficando parecido... uma armadura!!

É isso mesmo. A estátua transforma-se, tomando uma forma ainda mais bela e ornamentada, do tamanho de uma pessoa, mas que obviamente não é mais uma estátua.

Shun pasmo:

- Então esta é... a Armadura de Atena!?

Todos olham pasmos para aquela incrível armadura.

Saori nunca foi vista vestindo aquilo. Muitos nem sabiam que ela existia, apesar de parecer óbvio.

Atena:

- Sim, esta é a Armadura Sagrada de Atena.

O silêncio de surpresa é temporário, quando então Karasu muda sua expressão de surpresa para um sorriso enigmático, que logo se transforma num riso contido, que em seguida torna-se uma provocante gargalhada, o que chama a atenção de todos.

- AH AH AH AH AH!!!

Zombaria e satisfação parecem os ingredientes dessa risada, a qual intriga e põe dúvidas nas mentes de todos ali que observam este terrível invasor.

- Por que? - todos se perguntam.

 

Em Zefir, perto da ilha do castelo, as pessoas tentam ainda assimilar as palavras ditas por Abner e Landover.

Inclusive Anne e Marine deixam os seus Gênios para juntarem-se ao grupo.

Seiya diz:

- Seria possível que de alguma forma Hades está usando o poder do Shakiti de Brafma para se manifestar em Zefir?

Clef:

- É o que parece.

Hyoga:

- Hades é mesmo esperto. Resolveu atacar antes este mundo do que a Terra.

Shurato:

- E será que tá tudo bem por lá?

Clef:

- Se eu não tivesse enfraquecido tanto eu poderia enxerga-la, ou ouvi-la.

Lucy:

- Eu posso tentar enxergar a Terra. Acho que sendo núcleo isto é possível.

Seiya pensa:

- Nem gosto de pensar nisso. Eu decidi ajudar Zefir. E agora descobri que Hades é a mão por trás disso tudo. Será que foi um erro não ter voltado pra Terra?

Shiryu ouvindo toda esta conversa diz:

- Desculpem-me. Eu... não compreendo o que vocês falam. É horrível não se lembrar de nada.

Seiya dá um tapinha no ombro do amigo:

- Acalme-se Shiryu, tenho certeza de que logo você poderá lembrar de tudo.

Shiryu pensa:

- Shiryu? Eu sinto como se meu nome não fosse este.

Kurama pensando na situação indaga:

- Este Deus Brafma. Vocês oram para que ele mantenha a o mundo de vocês intacto. Mas ao mesmo tempo alguém está usando o poder de Brafma do Shakiti dele para que conflitar com o próprio dono do poder.

Kuwabara:

- Repete , eu não entendi.

Shurato:

- Mas como Hades pode estar usando o Shakiti de Brafma!? Somente o sucessor de Brafma pode usar ele.

Abner começa a caminhar para subir de volta na ilha flutuante. Quando Seiya o indaga:

- Ei! O que você vai fazer?!

Abner:

- Isso é óbvio! Se aqueles vermes grandes desapareceram quando o gênio morreu. Os pequenos devem ter também! Eu vou entrar lá e resgatar Xarigan.

Yusuke:

- Deixa de ser trouxa! Não viu que Hades está no corpo de Xarigan.

Abner:

- Não tenho mais a temer! Minha morte não faz diferença agora que eu já falei tudo. E Além disso sou obrigado a ajudar Xarigan, porque ele me ajudou a deixar de ser o Máscara da Morte!

Sem ouvir as sugestões alheias, Abner lança-se na magia que envolve a ilha voadora e com ela em segundos flutua até lá.

Abner logo caminha em direção a porta do Castelo de Cristal disposto a ajudar seu amigo.

- Estava faltando alguém sair?- vêem a mente esta pergunta em Abner, porque olhando para os portões do castelo , há alguém saindo, um homem bem alto. Ele está repleto de vermes colados à sua pele e vai expulsando-os com tapas desesperados, fazendo-os cair ao chão e desaparecerem. É Xarigan!

Abner chocado:

- Xarigan?!

Xarigan aparenta cansaço e estende a mão pedindo ajuda de Abner.

- Abner! Eu... eu consegui me livrar de Hades!

Abner aproxima-se de Xarigan:

- Eu vou ajudá-lo.

O ex-cavaleiro passa o braço pelos ombros do amigo e segura-o para mantê-lo de pé:

- Vamos! Nós temos um grupo de pessoas aqui que são simpáticas ao nosso propósito, vamos pra junto deles.

Abner observa os locais na pele de Xarigan, onde os vermes estavam agarrados; filetes de sangue escorrem, além de estarem avermelhados pela sucção das ventosas das criaturas asquerosas.

Andando juntos conversam.

Xarigan:

- Não compreendo como, mas eu me libertei de Hades.

Abner:

- Como foi isso?

Xarigan:

- Não sei como. Foi repentino.

Abner:

- Repentino?

Xarigan intrigado:

- Sim repentino, eu retomei minha consciência de repente e Seikiakko mandou que os vermes me atacassem, então fugi....Mas isso tudo me pareceu tão estranho. A não ser que... AFASTE-SE DE MIM! - berra o chefe dos rebeldes.

Num ataque surpresa, Xarigan saca sua espada numa tentativa de degolar Abner num golpe só. Porém Abner foi hábil, o suficiente para aparar a espada com as palmas das mãos, unindo-as aos lados largos da lâmina.

Hades voltara a tomar o corpo de Xarigan.

Abner diz:

- Era esperado você fazer um ataque surpresa! Seu deus maldito! Mas... diga de uma vez: Por que você quer tanto me matar!?

Hades:

- Eu não tenho que te dar respostas e também não tenho que perder todo esse tempo para livrar-me de um ser insignificante como você!

Hades faz com que todo o corpo de Xarigan brilhe e inclusive a espada que empunha, fazendo com que as mãos de Abner sintam-se queimando e ele é obrigado a largar e recuar.

Clef lá de baixo avisa com sua telepatia:

- Abner! Saia daí! Ele é poderoso demais!

Abner, apesar de não gostar do seu pai, sente que neste momento é bom obedece-lo, principalmente quando Hades crava sua espada no chão e ela forma uma larga fenda, que vai se abrindo cada vez mais na direção de Abner.

Essa fenda é extremamente funda, o suficiente para poder ver o chão muito abaixo da ilha voadora que estão agora.

Abner salta para o lado, a fim de evitar cair na fenda.

Abner:

- Maldito! Você quer destruir a ilha e o Castelo?!

Hades:

- Para mim não importa, pois agora eu sou o deus da criação neste mundo!

Hades agora desfere outro golpe do outro lado, que faz com que uma nova fenda profunda alastre-se na ilha voadora até encontrar o canto da ilha e a outra fenda já aberta no meio da ilha.

Impressionado, Abner sente que o chão começa a ceder.

Clef alerta:

- Proteja-se! A Ilha vai...

As fendas provocadas por Hades fazem com que metade da ilha se parta e perca sua magia, caindo como uma rocha no chão bem abaixo. Abner que estava sobre ela foi surpreendido de forma que acaba por cair juntamente com tudo aquilo, esbarrando muitos metros abaixo no solo com toneladas de terra e rocha. Obviamente, Hades ficou na parte da ilha que não caiu. Dando risadas.

Clef desesperado:

- Abner!!

O velho sacerdote toma uma atitude básica de um pai numa hora destas e mesmo não tendo muitas forças aproxima-se dos escombros e começa a cavar com as mãos, com os olhos repletos de medo e lágrimas.

- Meu filho.- murmura o sacerdote.

Mas ele não fica sozinho, logo muitos outros chegam para ajudá-lo a procurar o ex-cavaleiro.

Seiya porém resolve encarar Hades, saltando sobre o amontoado de Pedras e usando-o para aproximar-se da ilha, ficando bem no cume das rochas desabadas podendo ser bem visto por seu inimigo.

Seiya:

- Hades! Porque você veio atacar Zefir!? Nós estivemos muitos anos esperando você aparecer na terra para a nossa guerra, e você aparece por aqui para incomodar quem não tem nada haver conosco! Tenha um pouco de vergonha na cara e encare a mim e meus amigos cavaleiros e deixa esse povo em paz.

Hades:

- Seiya de Pégaso. Então estou pessoalmente diante da lenda contemporânea do santuário de Atena. Saiba que a estória de seus feitos têm percorrido até o meu reino. Você é mesmo um grande guerreiro.

Seiya:

- O que você pretende com essa conversa? Vamos ao que interessa Hades, venha enfrentar o novo Seiya. Seiya de Sagitário. - e ataca - Cometa Magno!

Apesar de Hades ser superior em poder, a magia de Seiya é de consideravelmente forte. Tanto que Hades desvia-se em vez de bloquear os cometas dourados que passam perto de sua cabeça.

Hades:

- Lamento, não estou interessado em brincar com você. Tenho algo melhor a fazer.

O deus encarnado então ergue novamente a espada e repentinamente salta da ilha, e no salto, coloca sua espada na vertical com a ponta para baixo, e ainda apóia um pé no cabo para dar força. Ele cai sobre o monte de rochas, próximo a Seiya, mas cravando a sua lâmina, a qual brilha forte, entre as rochas. Seiya fica em guarda esperando alguma reação, mas Hades continua ali parado com a lâmina cravada nas rochas. Na base das rochas, um grito.

- Aqui! Achei ele!- Berra Shiryu tendo encontrado Abner soterrado entre as rochas, só vê a cabeça após ter retirado uma pedra.

Abner está com um rosto todo ferido e visivelmente fraturado. Mas ainda consciente.

Ele lentamente abre os olhos vendo quem o encontrara, e desabafa:

- Como a vida é cheia de ironias. Não podia ser outro a me encontrar.

Shiryu:

- Se nós tivemos conflitos, agora não é hora pra discutir isso.

Logo outros aproximam-se de Shiryu para ajudar a retirar as pedras.

No cume das rochas Hades então que estava imóvel, move sua lâmina até ela sair da rocha. Mas logo a crava de novo junto ao lugar de antes, fazendo-a brilhar.

Na mesma hora, Abner abaixo, berra de dor:

- Arrrgh!

Hyoga tenta acalma-lo:

- Calma!

Hades novamente retira a espada e a recoloca nas rochas, provocando um grito mais agonizante de Abner. Só então Seiya olha e vê que Abner está bem abaixo de onde Hades está cravando sua espada. De alguma forma o deus faz com que sua magia faça com que sua lâmina se estenda até lá embaixo, atingindo o ex- cavaleiro.

Seiya:

- É um maldito traiçoeiro! COMETA MAGNO!

Hades desta vez vê-se obrigado a defender-se da magia de Seiya, e para isso usa a espada, qual retira das rochas e usa para bloquear os cometas dourados. E logo após aproximar-se de Seiya e golpeá-lo de modo que o derruba do cume rochoso, ficando o deus livre pra voltar a cravar a espada naquela local.

Abner cheio de sangue escorrendo da boca, grita ainda mais desesperado:

- AHHH! Por favor! Me ajudem sair!

Hyoga:

- Não puxem ele ou vai rasga-lo.

Yusuke:

- Então eu vou destruir todas pedras de uma vez. - começa a aumentar sua aura.

Abner desesperado:

- Eu compreendi tudo. Eu sei... arghh!...Vocês precisam me tirar daq... argh! Rápido!! Por que eu tenho que mandar vocês todos... PRO INFERNO!! - exclama Abner essa frase que desconcerta todos ali que estão tentando ajudá-lo.


Desculpem leitores, demorei um ano para terminar este episódio. Bom, mas está aí. Não prometo o próximo para breve, mas farei o possível para não demorar tanto.

Nestes últimos tempos achei interessante que voltaram a produzir Cavaleiros lá no Japão. A tão esperada Saga de Hades, que quando iniciei esta estória achava que nunca seria feita. Mas que bom que me enganei.

Agradeço a ajuda de meu amigo Wagner.

Obs: Não deixem de me escrever, amigos leitores. Eu escrevo pra vocês e vocês escrevem pra mim. Não parece justo?

Wlad

Capítulo 29

Capítulo 27

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