Last Land

Sétimo Dia - Zefir, Vértice do Bem e do Mal

Capítulo 27 - Decisões Dolorosas


É a madrugada do sétimo dia, desde a chegada dos visitantes inesperados.

Dormir? Bem que maioria ali no castelo e ao seu redor gostaria, mas a quantidade de horror e adrenalina que os últimos acontecimentos trouxeram, impedem qualquer pessoa sã até de piscar os olhos.Alguns bebês e crianças pequenas no pátio do castelo que até já estão seacostumando com os sons estrondosos que se dão a cada instante, pela ignorância do risco de vida que correm, até conseguem dar um pequeno cochilo.

Entre os adultos, a divisão entre eles fica cada vez mais evidente, pois enquanto alguns ainda crêem que o atual núcleo seja capaz de trazer a ordem de volta à sua terra, outros tornam-se cada vez mais cépticos, diante da crescente destruição que os rodeia.

- Pare! Pare de iludir meus filhos! Você sabe que está tudo perdido desta vez! - grita uma mulher, agarrada aos seus filhoss, repreendendo um homem que lhes trazia ao seu ver, falsas palavras de esperança. - Meus filhinhos, meus tesouros, vamos orar juntos para que Brafma reserve um bom lugar pra nossas almas!

Enquanto isso, Xarigan desafia a mulher sinistra:

- Pois seja um zumbi ou não, com minha espada vou partir seu corpo maldito em tão minúsculas partes, que será possível passá-lo por uma peneira. - diz bravamente, erguendo sua espada em posição de combate.

Seikkiako:

- Você fala demais, Xarigan. E não pode cumprir nada do que diz.

Os olhos do rebelde apertam-se, numa expressão irada, e com um avanço à frente, dá um golpe rápido horizontal que passa raspando ao rosto da ex-núcleo.

- Está bem. - diz ela - Eu fui ferreira de Zefir. Não crê que eu posso usar uma lâmina?

Estranhamente, de algum lugar do castelo, surge, rodopiando no ar, uma espada, que lembra do tipo medieval européia, craveja de jóias. Ela cruza a sala e cai, corretamente, na mão de Seikkiako.

- Por que a surpresa? - indaga ela - Em todo este mundo circulam armas já feitas por mim um dia. Vamos, Xarigan, ponha toda sua ira para fora!

Xarigan:

- Então suporte a minha ira, se assim for capaz!

Xarigan avança contra a mulher para desta vez, lhe desferir um golpe vertical, porém Seikkiako defende-se com sua espada e salta pra trás.

Ele insiste com mais golpes, ainda mais rápidos, seguidamente, mas Seikkiako desvia-se com movimentos corporais precisos e graciosos, como se fosse uma toureira dando olé ao touro, coisa que logo Yusuke havia notado.

Xarigan apressa-se em tentar novo avanço, e cravar sua espada outra vez no abdome da mulher, mas, num pequeno salto ao lado, ela sai da frente, fazendo-o passar direto.

- Olé, chifrudo! - Grita Urameshi

Mas isso não tira a atenção dos dois, na luta.

Seikkiako parece recusar-se a atacar. Apenas defende-se dos golpes de Xarigan.

- Ataque-me, vamos! Você está brincando comigo?

 

Na histórica Grécia, um novo momento histórico é escrito neste instante em que Karasu vai atravessando as sagradas casas zodiacais e passou gloriosamente por Virgem e agora adentra a sétima casa, Libra. O youkai, com pressa, entra no local e corre a toda velocidade que seu corpo lhe permite, apesar de agora sua face não mais demonstrar expressão de cansaço.

A presença desse indivíduo na casa de Libra, na Grécia, faz com que na China, nos 5 picos, o mestre ancião seja interrompido de sua meditação junto a uma gigantesca cachoeira. Os olhos do velho se abrem com imensa surpresa.

- Isso não poderia ser!

Após o susto, o ancião se concentra na sensação que sentiu. Ele sente um concentrado de energias misturadas que preencham Karasu.

- É isso mesmo! Uma sapuris no Santuário. - diz, com certo desgosto.

Ele ergue-se nas suas curtas pernas e olha ao longo da paisagem cheia de cachoeiras.

- Mas eu sinto que o selo de Atena continua lá.

O mestre, então, sente uma invasão ocorrer em sua mente. Uma voz suave, que chega a ele. Trata-se do seu amigo Mu.

Mu :

- Mestre ancião, sou eu, Mu . Aconteceu algo muito estranho aqui, no Santuário!

Mestre ancião:

- Creia que eu já sabia. Trata-se da Sapuris.

Mu:

- Então o senhor já sabia! Por acaso aconteceu alguma coisa com o selo de Atena?

Mestre Ancião:

- Não. Ainda está lá. Hades não poderia estar suplantando a barreira das dimensões.

Mu:

- Você acha que poderia não ser ele?

Mestre Ancião:

- Só ele tem poder sobre todas as Sapuris. Só ele pode ter entregue a Sapuris para aquele que está invadindo o Santuário.

O youkai acaba por passar pela casa zodiacal de Libra, já chegando na escadaria seguinte.

 

Sob o manto infinito de nuvens escuras, as investidas de Ceres e Windom parece pura pirotecnia, pois Oddbeast defende-se, sempre com suas incontáveis armas. E ele revida, atingindo cada vez mais os dois gênios com suas armas e, conseqüentemente, atinge suas respectivas Guerreiras Mágicas.

Pavor, pânico, medo, angústia, impotência, são alguns dos sentimentos negativos que tomam conta da quarta Guerreira Mágica. Ela de fato se absteve e está ridiculamente encolhida à beira de uma montanha, limitando-se a gritar toda vez que suas amigas são feridas.

Neste momento, Ceres leva um golpe de algo similar a um porrete, que Oddbeast materializou.

O Gênio das Águas cai de costas no pico de uma montanha, ficando apenas seguro pelas costas, com o corpanzil torto.

Da mesma forma está Marine, ensangüentada, também tendo sua coluna forçada com a posição. Por acaso trata-se da mesma montanha em que Sandhye se refugia agora, e esta olha o outro gênio apavorada. Marine vira sua cabeça para ela e lhe diz com voz enfraquecida:

- Covarde! Fujona!

Sandhye, chorando:

- Não, Marine, não diz isso!

Marine:

- Eu menti... quando disse que você poderia ser uma Guerreira Mágica! Eu te odeio!

Nesse instante Windom cai no pé daquela mesma montanha, com Anne extremamente ferida.

Sandhye decide mexer-se; aproxima-se de Windom e exclama para a outra Guerreira Mágica:

- Anne! Agüenta! Você precisa levantar e tentar de novo!

Windom chega a erguer a sua gigantesca cabeça e parte do tronco, mas sua força cessa e ele volta a tocar totalmente o solo.

- Não dá... eu não posso mais...!

Sandhye:

- Anne, me desculpa, sou uma covarde! Uma inútil!

Anne:

- Eu não posso te desculpar... você não fez nada de errado. Apenas seguiu seu coração; sabe o que é melhor pra você.

Landover com uma voz forte feito trovão:

- Você é um castigo de Brafma para mim!

Sandhye nunca havia se sentido tão insignificante e indesejável. Sua mente depressiva logo assimilou tais palavras de todos ali e chegou a seus pensamentos:

- Meu pai não devia ter tentado se matar. Era eu que devia! Eu sou uma mala sem alça. Um desgosto, uma desonra! Como e por que, entre tantas garotas, eu fui a escolhida?

No salão do castelo, Xarigan, como de costume, não se amedronta e expõe toda a sua ira em palavras de ressentimento contra Seikkiako.

- Pois bem, seu cadáver ambulante! Por que não se desvencilha da sua covardia e encara-me honestamente? Prometo que dividirei seu corpo em pedaços e aos pedaços você continuará com sua vida eterna! Revida mulher maldita!

Agora, enfim, Seikkiako parte para o confronto. Os golpes da mulher são rápidos, como o vento e parecem vir de todas as direções; suas defesas são precisas e, apesar de ser uma batalha, seu corpo movimenta-se com leveza e graciosidade.

Xarigan, por sua vez, golpeia forte como um urso. Suas defesas são como uma parede inexpugnável e seu corpo movimenta-se com ansiedade e ódio.

A desarmonia no conflito dos dois é evidente.Uma das partes se mostrará frágil diante do estilo do oponente. E logo o primeiro ataque certeiro ocorre. Xarigan atinge a mão de Seikkiako, no cabo da espada, cortando-lhe os dedos mínimo e anelar. Todos ali observam tudo, inclusive Rafaga, que acabara de chegar ao local. Os dedos de Seikkiako não sangram; parecem que já estavam com o sangue seco e coagulado, antes do ferimento.

Xarigan:

- Você é mesmo uma zumbi!

Seikkiako porém continua a segurar a espada, mesmo com a mão que lhe faltam dois dedos e então abre a outra mão e uma outra espada vai direto para ela. A ex-núcleo, empunhando duas espadas, faz alguns movimentos com as armas, graciosos como anteriormente, para exibir toda a sua perícia, com os instrumentos letais. Impaciente, Xarigan avança contra ela, tentando lhe fatiar num golpe vertical, porém ela desvia, como se estivesse dançando, inclinando seus quadris e tirando seu corpo do caminho.

Ainda assim, Xarigan tenta mudar o rumo de sua lâmina para um golpe horizontal, todavia a mulher defende-se, usando a lâmina de uma das espadas e com a outra encosta a ponta da lâmina no pescoço do oponente.

- Situação conhecida, não? - ironiza ela.

Porém Xarigan surpreende com um rápido movimento e, com o cabo de sua espada, bate e tira a lâmina inimiga de perto dele.

Xarigan:

- Conhecida?! Conhecido se tornará o dia de hoje, quando eu livrar Zefir do seu sofrimento. E por isso eu não tenho mais tempo pra perder com você!

Xarigan agora dá seu antigo golpe energético com a espada. Seikkiako cruza as espadas para preservar seu corpo e uma das lâminas se parte, após conter o impacto.

Xarigan avança, pula e tenta usar seu golpe de cima para baixo. Seikkiako tenta se defender, colocando sobre a cabeça a espada inteira e o que sobrou da outra.Desta vez ambas as lâminas são despedaçadas e a energia ainda consegue atingir o rosto da mulher, fazendo um horrível corte bem no meio do rosto, sobre a testa, nariz, boca e queixo.

Seikkiako vê-se com dois inúteis cabos de espadas nas mãos.

Xarigan, cheio de orgulho, de peito estufado, ergue sua espada, vira para os aldeões que estão naquele salão.

- Povo de Zefir! Neste instante, eu, Xarigann, que sempre lutou por vocês, irá destruir um dos maiores flagelos de Zefir!

Xarigan, exibicionista, gira sua arma, faz movimentos velozes e complicados e enfim direciona sua lâmina contra a inimiga. Porém seu golpe erra o alvo e logo depois Xarigan põe a mão na cabeça.

- Q... que... que está havendo?!

Xarigan se desequilibra e cai no chão, tonto.

- Maldita tontura! Lute como uma guerreira, sua covarde! Não use seus truques só porque está perdendo!

Seikkiako:

- Eu nem precisaria! Que dano você poderia mme causar? Eu sou imortal! Isso não se trata de minha magia!

Xarigan:

- O que é, então?

Ela não responde, com clareza.

- Você descobrirá em breve.

O guru resolve falar novamente:

- Seikkiako, como pode alguém como você era,, que tinha tanta preocupação com o povo, agora agir assim?

Seikkiako:

- Um povo mais sofrido precisa ser ajudado. A população de Zefir é de bom coração, portanto vão ao paraíso após a morte. Por isso eu quero matá-los, porque seria impossível a convivência com o povo que irá surgir.

Xarigan:

- Que espécie de filosofia é essa sua, feitiiceira?!

Seikkiako:

- Uma menos egoísta do que a sua!

Xarigan irrita-se, mas ainda está tonto:

- Que a minha?! Não seja tola!

Clef:

- Seikkiako, foi Indra quem te mudou? O que ele disse?

Seikkiako:

- Não, foi o mestre que me mudou. Vou contarr-lhe, caro Guru em compensação aos anos que me foi fiel.

Foi há muito tempo atrás, o início da grande conspiração que assola a atual Zefir.

Seikiakko estava nervosa, ansiosa, inquieta. Os sonhos das pessoas desesperançadas e sofridas retornavam sempre às noites, para atormentá-la e isso provocou dias seguidos de insônia na então Núcleo de Zefir.

Olheiras enormes já circundavam seus olhos e ela estava, mais uma vez, ajoelhada no chão, com suas pernas ocultas pela longa saia, rezando fervorosamente, a fim de proteger o seu povo.

- Deus Brafma, por favor, proteja Zefir, impeça que este povo venha a ter sofrimento similar a esses dos sonhos que me atormentam, eu imploro, por favor. Eu confio na sua santa intervenção, que porá fim a este meu estranho pavor.

Após a sua oração, Seikiakko viu entrar em seu aposento, o fiel Guru Clef, que esperou que ela terminasse sua prece, para aproximar-se.

- Princesa Seikiakko, há uma visita no castelo para você. É do Mundo Celestial.

Seikiakko ergueu-se e delicadamente bateu em sua saia, para tirar a poeira do chão, respondendo com ar fatigado:

- Guru Clef, hoje estou muito nervosa pra receber visitas.

Clef:

- Trata-se do Mestre Indra, Princesa. Ele é um monge do Palácio Celestial.

Seikiakko:

- Sim, já ouvi falar dele, mas é melhor pedir pra ele voltar outro dia. Não estou bem, hoje.

Diante da negativa da Princesa, Clef, receoso por passar má impressão ao visitante estrangeiro, resolveu comentar algo que ouvira dele.

- Ele disse que sabe sobre seus sonhos.

Esta frase mudou, imediatamente, a falta de interesse de Seikiakko, que logo virou-se e disse ao Guru.

- Bem, nesse caso é melhor eu falar com ele. Talvez ele me ajude a entender o que está acontecendo.

Assim, logo o sacerdote de Zefir deixou o recinto para permitir a entrada do monge do Mundo Celestial, o qual logo ao entrar, cumprimentou a Núcleo de Zefir, ajoelhando-se à sua frente.

Indra:

- Fico honrado em conhecê-la, honorável Princesa.

Seikiakko:

- Digo o mesmo, honrado Monge Celestial. Por favor, sente-se. - disse, apontando uma cadeira ornamentada.

Ajeitando sua escura capa, ele sentou-se, arrumando-se na cadeira, com tranqüilidade. Olhou ao seu redor, admirando o recinto.

- A cultura de Zefir me é fascinante.

Seikiakko:

- O estilo barroco que dizem haver no Mundo Celestial também incita a minha curiosidade de conhecê-la.

Indra:

- Ouvindo suas palavras, sinto-me no direito de lhe oferecer este convite, para que você vá até lá um dia, e se fosse em minha companhia, eu ficaria lisonjeado.

Seikiakko:

- Mas isso não será possível, pois eu sou o Núcleo de Zefir e preciso ficar aqui e orar, para que minha terra esteja sempre em paz e harmonia. - um nervosismo tomou conta de sua voz, que tremula - E jamais eu quero ver o povo sofrer, sentir-se desesperado e cercado de aflição - ela não conteve as lágrimas que formaram-se nos seus olhos.

Indra observando-a, percebeu que havia chegado ao ponto que desejava:

- Sei dos sonhos que vem tendo, Princesa Seikiakko.

- Sabe?!

- Sim, e vim ajudá-la a compreende-los.

Ela abaixou a cabeça, num gesto de submissão.

- Senhor Indra, se sabe disso, peço que me diga, eu suplico. Se os sonhos são o destino do meu povo, se há alguma maneira de impedir tal sofrimento.

Indra:

- Não, Princesa. Tais sonhos não se referem ao passado ou futuro do povo de Zefir.

Ela ficou intrigada, emudecendo, e ele continua:

- Tais sonhos referem-se ao presente, de um povo que nunca, jamais terá paz. Vive numa eterna punição e não pode nem mais morrer, para deixar essa sina.

A mulher, então, tornou-se compadecida desse comentário e indagou:

- E este povo, qual é? Não é admissível que um povo, seja ele qual for, sofra os flagelos que vi nos meus sonhos.

Indra:

- É sobre isso que quero lhe falar. Você pode ajuda-lo, auxiliando o grande mestre Hades.

Ela ficou muda, analisando o que ouvira.

- O povo sob o domínio de Hades, são os infelizes pecadores, os que cometem deslizes de conduta na vida física, um local chamado Tártaro. - explica Indra.

Seikiakko sentiu-se ofendida:

- Você acha que eu deveria ajudar um povo que procurou o seu próprio sofrimento?

Indra:

- Eles são pecadores como eu disse, mas quem não é? Você acha que algum ser no Universo merece a punição eterna, por uma tolice do passado? Hades acha que não, e precisa de sua colaboração.

Seikiakko:

- E por que Hades não os liberta, se tem tanta compaixão?

Indra:

- Hades já faz isso há milênios. Ele pune os maus que chegam ao seu mundo, mas quando eles alcançam o arrependimento são libertos dos castigos, mas são impossibilitados de sair do obscuro Tártaro. Hades quer abrir novos mundos para os arrependidos e Zefir será um deles. Ele não pode vir ainda a este mundo, mas falo com ele através da minha alma.

Seikiakko:

- O que?! Minha terra?! Eu...

O monge, porém, interrompeu-a:

- Onde você poderá viver eternamente como a líder desse novo mundo de Zefir.

- Vida eterna? - indagou ela, já perdendo aquele ar indignado de poucos segundos atrás.

- Hades pode fazer isso. - respondeu o outro.

Seikiakko relutou por segundos, mas respondeu negativamente.

- Não. Isso que me propõe é absurdo! Não vou trocar o meu povo por outro, mesmo que... minha vida não seja eterna. Deixe-me, e passar bem, Indra.

Indra, após uma reverência, deixou a sala, sem falar mais nada.

Logo que ele saiu do recinto, Seikiakko questionou-se:

- Mesmo que minha vida não seja eterna?

Após isso não foi preciso mais de dois retornos de Indra, para que Seikiakko "pensasse melhor" em suas propostas e fosse corrompida por possibilidades e poderes nunca antes vistos.

 

Na Grécia, na casa zodiacal de Escorpião, Milo, o Cavaleiro Dourado, representante do respectivo signo, já sabe de sua perigosa incumbência. Ele aguarda o invasor, com preocupação, por saber que o inimigo conseguira até passar por Shaka, considerado o mais forte do Santuário. Contudo Milo continua ali, para defender Atena, sempre.

Milo pensa:

- Por mais perigoso que seja, eu não vou recuar; tenho que proteger Atena e compensar o tempo que levei para acreditar que Saori Kido era Atena.

O auto incentivo do Cavaleiro neste instante, vai ser posto à prova, pois Milo percebe a chegada do estranho. Passos são ouvidos lá para a frente. Escorpião vê a silhueta de Karasu envolta pela luz do sol, na entrada da casa zodiacal.

Um já viu o outro. Nesta situação, o youkai e o Cavaleiro começam a caminhar lentamente, em direção um ao outro.

Quando chegam a cerca de 2 metros, param, olham fixamente um para o outro, com expressão séria.

- Apenas saia do caminho! - exige o youkai, sendo o primeiro a romper o silêncio.

Milo decide não perder tempo com palavras, pois é óbvio que um inimigo que passou pelo Cavaleiro de Áries, Touro e Virgem, não irá, simplesmente, desistir contra ele, mesmo porque ele sabe que não é o mais forte dos Cavaleiros de Ouro.

Dessa forma, a primeira ação de Milo é, em alta velocidade, apontar seu dedo indicador na direção da testa do youkai e sua unha parece avermelhar-se e alongar-se num instante, o suficiente para furar a testa do inimigo, logo após reduzindo-se para seu cumprimento natural.

Após o ataque, Karasu baixa a cabeça, mas continua de corpo em pé.

Milo comenta:

- Eis a Agulha Escarlate, que irá detê-lo, invasor!

Karasu volta a erguer a cabeça:

- Boa tentativa. Teria sido fatal ao meu cérebro, se eu o estivesse usando.

Logo o youkai faz sua mão voltar a carregar-se de energia.

- Vou me livrar de outro idiota no meu caminho.

Milo:

- Não pense que será fácil. Sei o que fazer contra você!

Karasu irônico:

- É? Então faça ou vai me deixar preparar um presente ainda maior pra você? - refere-se à bola de energia, que vai cresccendo na palma de sua mão.

Milo:

- Seu corpo pode estar insensível, mas mesmo assim há um limite para ele.

Karasu, irônico:

- Você acha que tem?

Sem responder, Milo faz sua unha do dedo indicador voltar a crescer e ficar pontiaguda, avermelhada e põe-se a correr para o youkai, que revida, lançando a bola energética que produzia, mas erra de longe o Cavaleiro, o qual desvia-se e passa junto a Karasu, deixando-o com 4 furos no seu peito, feitos pela Agulha Escarlate.

Milo olha impressionado para o inimigo, vendo que ele não demonstra sinal de dor ou fraqueza.

Karasu, irônico:

- O que foi? Eu deveria estar sentindo alguma coisa?

Milo pensa:

- Não é possível! Com essa quantidade de ataques da Agulha Escarlate, ele deveria ao menos ficar tonto.

Karasu:

- Você não tem opção, a não ser me deixar passar.

Após mais uns segundos de rosto a rosto, Karasu simplesmente passa andando por Escorpião, contando com a surpresa que dera a ele.

Porém o Cavaleiro vira-se para ele e de seu corpo é emitida uma onda, que afeta o corpo do inimigo, erguendo-o a centímetros do chão. Estranhos raios avermelhados erguem Karasu do piso.

Impedido de andar está o youkai, porém dor nenhuma ele sente. Escorpião, tendo capturado o oponente, anda tranqüilamente, para ficar cara a cara novamente com ele, não deixando de dizer palavras de intimidação, que são, usualmente, faladas a quem o enfrentar:

- O Escorpião captura sua presa e a faz sofrer com a dor que seu veneno pode causar.

Karasu:

- Eu vejo o que faz no meu corpo, mas é perda de tempo. Não posso sentir dor.

Milo:

- Discurso de gente arrogante! O veneno do Escorpião vai destruir todas suas veias e músculos!

Karasu começa a tremer, como se estivesse com muito frio, mas uma energia azulada contorna sua pele, e, com ela Karasu, enfim, liberta-se da armadilha e volta a andar.

Milo:

- Não é possível! Que energia é essa?

Karasu começa a disparar suas bombas contra o Cavaleiro.

Milo leva uma bomba no peito; é protegido pela armadura, mas decide sair da linha de tiro do oponente, correndo para trás de uma pilastra da casa zodiacal.

Karasu começa a bombardear a coluna junto ao Cavaleiro e começa a rachá-la.

Milo observa a pilastra ruindo com os ataques, até que ela começa a cair para o lado do youkai. Escorpião, então, habilmente salta sobre a coluna durante a queda.

Aquele sustento da casa está caindo por cima de Karasu, mas este usa de seus poderes explosivos, para impedi-la de deformar seu corpo insensível. Todavia, sobre a pilastra vem também Milo, que, com sua Agulha Escarlate, do alto desce como um avião e atinge Karasu seis vezes, diretamente no tórax e abdome. Não satisfeito, Milo ainda salta por cima do invasor e atinge as costas do youkai, com mais doses de seu ataque. Karasu não geme de dor, mas fica parado, como se estivesse paralisado.

Milo:

- A Agulha Escarlate vai deixar o seu corpo em condições impossíveis de continuar sua invasão. Nada poderá fazer pra evitar a falência total de seu organismo.

Karasu está enfraquecido. Começa a andar, mas seus passos tornam-se bambos.

- Com esta quantidade de veneno, seus órgãos estão se acabando! - brada Milo

Karasu, porém, começa a sangrar, sangrar muito pelos orifícios causados pela poderosa unha do inimigo.

- É questão de tempo. - observa Milo.

O youkai, porém, para surpresa do Escorpião, começa a voltar a andar com mais firmeza, mais velocidade.

- Isso não pode ser!! - berra o Cavaleiro, que rapidamente coloca-se à frente do inimigo, de novo.

Karasu:

- Saia da frente!!

Milo, sente-se frustrado; vê que suas perigosas agulhas são ineficazes com o sujeito e aborrecido, já lhe vem à mente a sua arma final. Ele apresenta sua unha pontiaguda para o demônio.

Milo:

- Você é um privilegiado; terá a honra de ser despachado deste mundo pela Antares, a estrela que fica no coração da constelação de Escorpião. Ela ferirá seu coração com o meu golpe de misericórdia. Outra vez Milo avança contra Karasu e lhe atinge exatamente o coração, ficando com o dedo cravado no youkai por uns segundos. Logo então retirando-o , juntamente com uma cachoeira de sangue do ferimento.

Milo afasta-se e observa. Karasu sangra e vai se tornando mais e mais pálido e coloca lentamente as suas mãos nos seus ombros opostos.

- Venci. - pensa Milo.

O Cavaleiro, vendo o inimigo naquela posição por muito tempo, aproxima-se, com a sensação de segurança de que o invasor está morto.

Ledo engano, pois Karasu, repentinamente, mexe-se, apertando o seu próprio tórax, com demasiada força e fazendo com que um esguicho de sangue saído do orifício no seu coração, espirre na face do Cavaleiro, que chega a se engasgar.

Karasu:

- Idiota! Mortos não podem morrer novamente!

Milo, ainda tossindo:

- Que?! COF! COF! Me fez tomar de seu sangue maldito!

Karasu:

- Maldito e envenenado!

Os olhos do Cavaleiro abrem-se pasmos.

É verdade: o veneno excessivo que lançara contra Karasu circulava pelo seu sangue.

O youkai sente seu corpo falhar, os membros não obedecem.

A junção do veneno terrível de Milo com as hemorragias que sofre neste instante, têm atrapalhado muito suas condições físicas. Tanto que ele não consegue evitar cair no chão.

Milo suspira, com sensação de vitória ao ver isso.

O youkai porém, pensa:

- Preciso da sua ajuda mestre; ajuda com sua força contornando o meu corpo e fazendo-o mover-se.

O Cavaleiro de Escorpião fica frustrado ao ver um singelo brilho contornando Karasu, suficiente para que ele erga-se outra vez do piso e volte a caminhar.

Milo age rápido e agarra-o pelas costas, prendendo-lhe pelas axilas, com seus braços encouraçados de ouro:

- Da oitava casa não passará!!

Karasu:

- Por quanto tempo mais me suportará, Cavaleiro? Até seu próprio veneno fazer efeito?

Apesar de Karasu estar dominado, as palmas de suas mãos estão livres. Assim, ele começa a concentrar energia numa delas e logo a dispara contra o Cavaleiro, que sente a ferida no seu abdome, porém seus braços estão ocupados, mantendo Karasu preso e nada pode fazer, se erguer os joelhos, perde apoio e o youkai se liberta.

- Largue-me!! - diz Karasu.

- Jamais! - diz Milo.

Karasu, outra vez, dispara uma energia explosiva de sua mão, no corpo do Cavaleiro, que aperta os olhos de dor.

- Largue-me!! - insiste o youkai.

- Jamais, eu já disse!! - responde o Cavaleiro.

Karasu espera sua energia tornar-se ainda maior e a solta, explodindo e queimando parte da armadura do Cavaleiro, abrindo feridas no corpo dele. Contudo ele se mantém.

- Largue-me!! - esbraveja o demônio.

- Jamais, até o final!! - afirma, veemente, Milo.

Porém, havia sido um blefe, porque além da dor atroz que sente das bombas, está enfraquecido pelo veneno que ingerira.

Então Karasu, no quarto ataque de suas bombas, faz Milo recuar, e estando tonto, Escorpião coloca os pés afastados um do outro e vê as grandes feridas que estão de um lado de seu tórax e abdome.

Karasu ameaça:

- Pela sua insistência, eu farei com que suas palavras não tenham sido mentiras, por que o final será agora!!

Karasu, com precisão, cria uma nova bomba e a atira exatamente na direção da cabeça de Milo. Contudo, a bomba do demônio esbarra em algo invisível. Algo como uma Parede de Cristal.

- Não! Será o SEU final!! - diz a voz de uma outra pessoa na casa zodiacal.

O demônio vira-se e vê uma reluzência dourada, que preenche o ambiente antigo da casa zodiacal. Trata-se da luz emitida pelo cosmo e armadura do cavaleiro de Leão, que chega ao local.

O Youkai observa o Cavaleiro, que não estava anteriormente em sua casa.

- Por que não estava em sua casa zodiacal? - quer saber o demônio.

Aioria:

- De que reclama? Pois aqui estou eu, e suas chances se esgotam!

- Mas você ainda pode se render. - diz uma outra voz, mais mansa.

É Mu, de Áries, que chega pelo caminho já percorrido por Karasu.

 

Aquilo havia de servir agora, mas será que ela havia aprendido com clareza? Lucy não crê nisso, pois nos fins de semana que ficava em casa e assistia aqueles programas de resgate de para-médicos e bombeiros, sempre admirava a bravura e a importância desses profissionais, e muitas vezes já lhe passou pela cabeça de ser um deles e poder ajudar as pessoas.

Porém ela via a arte e a beleza de tais profissões, mas não prestava atenção às técnicas, especificamente as de ressussitação. As chances passam e se não a agarrarmos, podemos nos arrepender depois. Assim agora pensa a Guerreira Mágica.

Ela faz o que pode. Tenta, com suas pequenas mãos, pressionar por baixo da armadura de Lantis, para que seu coração volte a bater. Ela desejava encostar os lábios nos dele, mas não assim, não nessa situação, tentando inutilmente soprar ar nos pulmões do homem.

A pobre Guerreira Mágica das chamas nas últimas semanas teve dias de reencontro, mas também uma grande maré de azar, que vem junto com a maré de lágrimas que vêm sendo derramada dos seus olhos. Se as técnicas da terra não funcionam, talvez o poder que lhe foi dado, sirva para salva-lo. - assim pensou

Lucy:

- Lantis, por favor, eu te amo... acorda!

A núcleo de Zefir impõe suas mãos sobre a cabeça do amado. Um brilho é emitido de suas palmas.

- Deus Brafma, por favor, ouça esta humilde serva, que já tantas vezes ajudei o seu mundo! Traga meu Lantis ... traga-o de volta.

Ao lado dela está Priscila, com uma mão cerrada e trêmula, posta sobre seus próprios lábios; seus olhos encharcados observam o desespero da mocinha.

- Por favor! Por favor! - berra Lucy, bombardeando o corpo de Lantis com as luzes do seu poder - Não me deixe sofrer assim! Troque a minha vida pela dele! Brafma, ouça-me! Eu imploro!

Priscila não suporta vê-la assim e agarra a menina, interrompendo sua ação e encostando a cabeça dela no seu peito, como se quisesse protege-la daquela visão triste e mórbida.

- Não Lucy, não faça mais isso! Não adianta, menina! Não adianta, minha menina!

- Eu preciso tentar, Priscila! Me deixa! - diz ela, querendo resistir ao abraço de sua amiga.

- Lucy... menina, fazer alguém voltar da morte, não é uma coisa possível em Zefir...! Mesmo para o núcleo!

- Se não, se não... a princesa Esmeralda não teria chorado a morte de Zagard... - murmura a Guerreira, entendendo.

Priscila não fala mais nada. Apenas envolve a sua amiga com os seus braços e com o manto da compaixão, que tem por ela.

Para Seiya e Hyoga, ver tal coisa é de profundo desgosto. Como pode ter Ikki agido de forma tão impensada? Assim vem a questão na mente dos outros Cavaleiros de Bronze.

Seiya olha para o falecido Lantis. Vê as duas jovens abraçadas. Logo vira-se e vê Ikki ma outra sala erguendo-se ferido em meio aos escombros da parede e a raiva começa a invadir o coração de Seiya.

- Como pôde, Ikki?! Você jurou que era nosso amigo e agora agiu dessa forma?! Pois agora, pra mim você é um injusto, um perverso, do qual eu devo livrar o Universo!

Seiya salta nesta outra sala, estica seu braço e abre a palma de sua mão. E obedecendo o seu comando, o arco e fecha de ouro de Sagitário saem do quarto, onde estavam e, flutuando, vêm em alta velocidade, colocar-se sobre a mão de Seiya, que logo envolve seus dedos em torno do arco de da flecha.

Ikki:

- Eu cometi um erro, Seiya, mas não serei hipócrita de pedir desculpas, mesmo porque não quero que sejam estúpidos suficientes para me perdoar.

Seiya:

- Não, não pretendia perdoar. - ele aponta o arco dourado para Fênix e segura a flecha dourada, esticando-a na corda do arco, segurando a flecha com a ponta dos dedos - Só quero saber uma coisa: por que você não me ouviu? Por que iniciou essa sua busca insana, não dando ouvidos a seus amigos?

Ikki:

- Porque eu sou assim, Seiya! Nem você, nem meu irmão, nem Atena me mudaram, realmente! O Ikki da Ilha da Rainha da Morte nunca morreu; apenas se ausentou, temporariamente.

O cosmo flamejante de Fênix volta a se acender.Seiya afrouxa os dedos, lenta e ameaçadoramente.

A apreensão que se dá na casa zodiacal de Escorpião é gigantesca neste momento. O youkai ferido mas insensível, está atento aos três oponentes que lhe cercam. Tendo em vantagem sua imensurável velocidade, o Cavaleiro de Leão vai em direção à sua presa.

Aioria soca o oponente sobre sua armadura ou nas poucas partes descobertas do seu corpo. Os seus golpes revestidos por um brilho dourado jogam o corpo do demônio de um lado para outro, como se fosse um saco de pancadas.

Uma imagem de um leão surge na aura dourada do Cavaleiro e parece até ser possível ouvir o rugido da fera, que rege a força de Aioria. Todavia, Karasu não aparenta se abalar com isso.

Aioria:

- Eu vou vingar a derrota de Shaka e Aldebaran! CÁPSULA DO PODER!!

Inteligente, o Cavaleiro direciona seu poder contra o pulso do inimigo, para, talvez, decepá-lo e deixá-lo indefeso.

É um bom plano, atingir a junção da luva com o antebraço da armadura e cortar fora a mão do youkai. Iria acertar, não fosse a tal energia estranha que contorna Karasu agir novamente, a qual dá velocidade e força para o demônio usar a palma de sua mão energizada para barrar o golpe, o que resulta numa explosão diretamente na mão de Aioria, que recua surpreso e olha para o sangue que escorre dos seus dedos, abaixo da armadura.

Karasu:

- Eu sou indestrutível! Já disse!

Aioria tenciona reagir, mas Mu faz sinal para que ele pare.

- Que foi, Mu? - questiona Leão.

O bom Mu é quem, agora, anda na direção de Karasu. Este abre a mão, preparando-se para atacar, porém o Cavaleiro apenas aproxima-se de Milo e puxa-o pelo braço, para junto dele e Aioria.

Aioria:

- Esta será a sua última tentativa para impedir este inimigo, sem ter que partir para técnicas conjuntas.

Os outros Cavaleiros olham surpresos; sabem o que isso quer dizer.

- Nada que farão poderá me deter! - afirma o youkai.

Mu:

- Sabendo que este ser é um provável servidor de Hades, tenho que deixar minhas atitudes benevolentes para enfrentá-lo.

Karasu:

- Vocês, Cavaleiros, têm o costume de sempre blefar tanto assim?

Mu, ignorando o comentário:

- Dê mais uma passo à frente e não me responsabilizo por sua integridade. - avisa Áries.

Karasu dá uma risadinha irônica e volta a correr.

O Cavaleiro de Áries então não contém mais o seu esplendoroso poder e ataca.

- EXTINÇÃO ESTELAR!!

O youkai tem sua fuga interrompida, pois uma cascata de microestrelas chove sobre seu corpo de forma que os 3 espectadores vêem-no desaparecer aos poucos, inserido nas luzes.

Milo:

- Parece que você conseguiu, Mu .

Mesmo Áries não crê muito nisso. Aquele ser é muito estranho e possui aliados obscuros. De fato, pois a luz cessa. E mesmo depois do poderoso golpe dado pelo Cavaleiro, ainda está Karasu lá. Sua armadura continua inteira, mas agora olhar para o youkai é uma coisa muito desagradável de se fazer, pois as partes não protegidas por sua armadura de Garuda agora estão em carne viva; seu rosto está desfigurado e volta a respingar sangue. Contudo, ele ergue-se do chão de novo.

Mu abismado:

- Impossível!! Mesmo com a Extinção Estelar não foi possível destruir o corpo dele!!

O esfolado que agora é Karasu, diz:

- Hum... ainda bem que eu não sinto mais dor, não é? Mas eu tenho certeza de que vai doer muito, quando eu fizer isso com vocês! - e com uma risada fantasmagórica, começa a, com as duas mãos acima da cabeça, criar uma nova esfera de energia - Esta será suficiente para pôr todo este Santuário abaixo! - brada Karasu.

Os Cavaleiros vêem, preocupados, a ação do inimigo.

Aioria:

- Só há uma forma de aniquilar o corpo desse demônio.

Milo:

- Você não pode estar falando da técnica proibida.

Aioria:

- Sim, estou. O Sopro de Atena.

Milo:

- Não pode ser, Aioria! Isso é uma técnica pra covardes! Foi proibida por Atena, por ser um ataque de 3 Cavaleiros contra apenas um!

Aioria:

- Contra um Cavaleiro pode ser covardia, mas essa coisa na nossa frente é um monstro das profundezas infernais. Façamos isso ou fracassaremos ao proteger Atena.

Milo:

- Mas... Mu, você não concorda com isso, concorda?

Mu:

- Na verdade eu chamei Aioria pra vir aqui, já pensando nessa possibilidade.

Aioria:

- A honra ou a vida de Atena. Escolha, Milo.

Milo fica assustado; olha para o inimigo que já tem uma esfera do tamanho de um carro.

Aioria, irritado:

- Decida-se, Milo! Ou pior será o contra-ataque do inimigo!

Milo, suando frio:

- Está certo. Vamos em frente.

Logo os três se posicionam próximos; seus cosmos dourados se elevam em sintonia e, uma força incomensurável, de maneira a brilhar tanto que extingue-se neste instante, toda a sombra que havia no interior da casa zodiacal de Escorpião.

- Nos perdoe, Atena. Fazemos isso para impedir que o inimigo lhe alcance. - diz telepaticamente Mu, para Saori, no topo do Santuário, percebendo tudo com muita apreensão e preocupação.

Sob a luz mais que ofuscante, o horrível Karasu continua erguendo sua esfera energética sobre sua cabeça. Ela agora já tem o tamanho de um caminhão.

- Vocês não têm noção da tamanha explosão que isso tudo causará.

Milo:

- Espero que seja o suficiente pra lhe dar um fim!

Aioria:

- Vamos. Não percamos mais tempo! AGORAAAAA!!

E eis que os signos de Áries, Escorpião e Leão cedem suas energias aos seus escolhidos, permitindo que eles agora invoquem o Sopro de Atena. O último recurso que tinham para deter o avanço do misterioso inimigo.

O centro da explosão é como o sol, impossível de se olhar, pois arrisca-se a cegar a quem a olha. Em questão de décimos de segundos, a casa zodiacal de Escorpião deixa de existir, engolida pela luz, que ainda se alastra pelas escadarias que a envolvem, levando abaixo cada degrau, transformando rocha maciça em cascalho, que rola as encostas onde foi construído o Santuário de Atena.

A já fragilizada casa de Libra vem abaixo, antes mesmo da luz devastadora lhe alcançar. Suas paredes vão desabando, como um castelo de cartas. Com a cor de um branco absoluto, a energia emanada do conflito do Sopro de Atena contra a bomba energética de Karasu, devora tudo em seu caminho. A casa de Virgem já começa a ter suas ruínas esmigalhadas ao ser engolida pela luz, a qual agora segue também para Capricórnio.

Com a consciência do dever que lhe foi dado, Shun está a frente do templo de Atena. A fachada do local está coberta pela corrente de Andrômeda, como uma malha protetora, num formato similar a uma gigantesca teia de aranha, na qual o ponto central encontra-se à frente da porta, justamente onde agora está Shun segurando-a firmemente, com sua força, sua vida, sua alma. Para que não atinja os aposentos de Atena e seus leais seguidores.

Aquela força devastadora acabara passar a casa de Peixes e agora vai, vorazmente, em direção a Shun, o qual não consegue evitar que, neste instante, praticamente aprisionado pelas suas próprias correntes e esperando aquela fúria de energias, ele passa pelo mesmo que sua constelação regente, Andrômeda, a qual foi acorrentada em rochas no mar e sendo entregue à potência das águas de Poseidon. - Será que a armadura de bronze resistirá? SSerá que eu resistirei? - indaga-se ele - Mas o que me importa é que eu cumpra o meu dever de proteger Atena.

Enfim, a onda que em vez de gelada é de um calor causticante, o ardor tórrido que sente neste momento, é maior que todos que qualquer que já teve que suportar, anteriormente. Mesmo de olhos fechados, aquela brancura aniquiladora é vista, pois transpassa as pálpebras do Cavaleiro, que não acredita na sua própria sobrevivência posterior a esse evento.

Uma visão de destruição, de escombros até o horizonte, e antigas e preciosas construções e esculturas em ruínas sem fim nas sagradas casas zodiacais. De Leão para trás e de Capricórnio para frente as casas zodiacais ainda permanecem de pé, porém repleta de rachaduras e de colunas derrubadas. A técnica proibida foi muito além do que se imaginava que poderia causar.

A junção do imensurável cosmo de 3 Cavaleiros Dourados, com a mistura de forças que protegiam Karasu, causou um hediondo efeito colateral.

A estátua de Atena, apesar de rachada ainda lá está, firme como a deusa que representa, e o templo do mestre do Santuário e Atena, protegido pelo sacrifício de Shun, o qual só permitiu pequenas fissuras na sagrada fachada.

No piso milenar, junto a porta de entrada, pode-se ver pedaços de metal, alguns na cor rosa, outros cinza, mas que certamente lembram pedaços da armadura do Andrômeda e sua corrente. Mas Shun não se pode ver por ali.

No castelo, Abner, que torcia para que seu amigo vencesse agora, vê-se obrigado a intervir, chegando junto a Xarigan, o qual está passando mais mal ainda. Ele põe a mão no seu peito, em dores.

- ARGH! O que está havendo?! - berra o rebelde

Abner, preocupado:

- Xarigan, o que sente?

Xarigan:

- Não sei... acho que meu coração bate rápido demais.

Abner, nervoso:

- Você está suando frio!

Rafaga enfim intromete-se:

- O que fez com ele Seikiakko?

Seikiakko:

- Rafaga, como você era pequeno quando eu saí do castelo...!

Rafaga, ficando em guarda:

- Não mude de assunto! Sei que você não é confiável! Agora.

Seikiakko:

- Que poderá fazer a mim, Rafaga? Se nem enfrentar Zagard você foi capaz!

Rafaga, austero:

- Pois eu mudei; eu melhorei muito, desde tal fato! Venha testar! Pode usar tudo que você tem!

Yusuke cochicha para Shurato:

- Ele não vai durar nem um minuto. É só ver o nível de força dessa mulher!

Shurato:

- Agora eu vou interferir.

Yusuke segura-o, de novo.

Shurato:

- Que é?

Yusuke:

- Peraí... é que eu também vou.

Seikiakko larga todas as armas que segurava, voltando a ficar de mãos vazias. Rafaga, enfim, avança e, com um golpe energético similar a Xarigan, tenta atingi-la, mas ela usa sua magia, que a envolve como um escudo que desfaz o ataque.

Seikiakko:

- Agora é minha vez de atacar.

Yusuke, esfregando os nós dos dedos:

- Calma aí, perua! Agora a gente vai entrar na festa!

Shurato:

- Isso mesmo! O que você tem a dizer, agora que está cercada?

Seikiakko:

- Perda de tempo! Não posso ficar perdendo tempo. O mestre está chegando! Na sua forma provisória.

Yusuke zomba:

- Tá falando do Stay Puft?

Sem entender a piada terrena de Urameshi, Seikiakko olha para a janela, por onde entrou e faz um sinal com a mão inteira.

Do lado de fora, ainda estava Quitame, o qual enfia um de seus braços serrilhados para dentro. Lá dentro, a ponta do braço gigante crava fortemente no chão.

Clef:

- O que significa isso?

Rapidamente, através desse braço, inúmeros vermes , oriundos de diversas partes do corpo de Quitame, usam o braço do Neo Mashin como uma ponte e começam a se espalhar pelo piso.

Shurato:

- BLERGH!! Que nojo! - exclama o Rei Shura, que pisa sobre um verme, que é reduzido a gosma verde. Contudo, ele vê que a gosma que estava no chão, em segundos se recupera dando origem a um outro verme e que a gosma que ficou abaixo de sua sola também gera mais um bicho. Então o verme mergulha na planta do seu pé.

- AAAI!! - berra Shurato, pois a dor da mordida, é realmente devastadora e para piorar, pode-se ver o verme inchando, enquanto chupa seu sangue.

Desesperado e já com o bicho preso à sua sola, volta a pisar esmagando-o, resultando numa outra gosma verde, avermelhada de sangue.

Contudo, a gosma volta a tornar-se um novo verme.

Shurato foi um exemplo. Na verdade, quase todos ali já estão sendo cercados pela criatura, com exceção de Seikiakko e de Xarigan, próximos a ela.

Abner, por sua vez, não está sendo poupado, porque os bichos pulam sobre ele, que usa a sua grande velocidade para golpeá-los, mas é pior, pois após isso, cada gota de gosma torna-se um novo verme.

- Mas que diabos é isso?! - berra Rafaga, que vê que seus golpes que fatiam os vermes, só servem para multiplica-los. Se ele corta a cauda, uma nova cabeça cresce lá e a cabeça antiga dá origem a uma nova cauda.

Clef, por sua vez, usa a sua barreira mágica para envolver ele e os aldeões que ali se encontram. Mesmo estes tendo se rebelado contra o núcleo.

Yusuke, enlouquecido, fica a dar tapas nos bichos, que saltam para sua pele, sem parar.

- Sai pra lá, peste! - berra Urameshi

Shurato supõe que sua magia pode destruir tais criaturas então:

- NAUMAK SANMANDA BODANAN ABILAUKEN SOWAKA! O PODER DE SHURAAAAA!!

A energia em forma de cabeça de leão vai contra uma multidão de vermes no chão, bem como a pata do Gênio da Peste, e age como uma enxurrada de luz, que desintegra o corpo dos vermes por completo.

Após o ataque, a pata de Quitame se recolhe, sendo retirada do castelo.

Shurato comemora:

- Consegui! Acabei com eles!

Yusuke:

- Muito bom! Você serve mesmo pra alguma coisa!

Seikiakko:

- Eu lhes digo, deixem logo este castelo, pois agora ele pertence a meu mestre.

Shurato desafia:

- Fugir, por quê?

Neste instante pode-se ver que, no lugar onde Shurato abatera os vermes, no chão começa a se formar uma camada de um metro de vermes, que vão se formando.

- Mas que?! - exclama o Guardião Celestial.

Seikkiako:

- Basta uma partícula, para que os vermes cresçam novamente! E imaginem a quantidade de partículas que sobraram.

Agora, o monte de vermes já alcança dois metros.

- Cacete! O que vamos fazer? - berra Yusuke.

Clef:

- Vamos fugir! Vamos abandonar o castelo!

Rafaga:

- O quê?!

Clef:

- Não tem jeito! Vamos logo!

Abner, em meio a vermes que lhe mordem, tenta puxar Xarigan consigo, mas o chefe dos rebeldes não consegue andar.

- Vamos Xarigan! Rápido!

Xarigan, suando frio, com olhos vermelhos:

- Não consigo... mexer! Algo... errado! Vai, Abner!

Abner:

- Não, sem o senhor!

- Vai, Abner!

- Não! - Resiste o ex-Cavaleiro.

Todos começam a abandonar o local.

Clef vira-se e pede a seu filho:

- Abner, vem! Temos que ir!

Abner:

- Não!

Clef:

- Filho, por favor!

Xarigan:

- Vai... Abner, vai!

Abner:

- Eu vou conseguir salvar você, Xarigan!

Seikiakko:

- Fique, Abner e faça parte de nós. Nós reconstruiremos Zefir.

Abner:

- Não faria parceria com você, nunca!! - disse, tirando um verme do pé da orelha.

Seikiakko:

- Basta eu querer e os vermes não te atacarão e você será um de nós!

Clef:

- Não, Abner! Por favor!

Abner, porém, está preocupado com Xarigan, que calou-se e baixou a cabeça.

- Xarigan! - grita o ex-Cavaleiro.- Fale alguma coisa!!!

Xarigan volta a erguer a cabeça, agora aparentando calma, dizendo:

- Abner, fique conosco!

Abner:

- O quê?!

Xarigan:

- Fique conosco! É uma oportunidade de tomarmos Zefir!

Abner:

- Como pode se aliar a ela de repente?!

Xarigan:

- Este é o único caminho não vê!? É a renovação! Um mundo onde pessoas como você poderão obter um perdão! Compreende?

Abner:

- Xarigan, porque esta falando isso?! Sabe qquais são os planos dela! Nós queremos uma nova Zefir, mas com o mesmo povo! O meu verdadeiro povo! No qual eu e você nascemos! Não uma horda de sádicos arrependidos como eu!

Xarigan pondo a mão sobre a cabeça de Abner num gesto paternal:

- Abner, eu quis arrebanha-lo para um novo futuro, onde pessoas como você poderão ter uma chance de felicidade, mas você se entregou ao conservadorismo dos tolos que encontrou pelo caminho ...- seu tom de voz se transforma - Seu impertinente! Se tivesse sido trazido a Zefir da forma que eu queria, não daria trabalho!

Do corpo de Xarigan uma energia monstruosa é transmitida pra cabeça de Abner, como um terrível choque que faz o ex-cavaleiro ser arremessado contra a parede da sala, espatifando-se nela e logo após no chão.

- Q..Quem é...você!? - diz Abner, logo depois perdendo a consciência.

Inúmeros vermes logo vão para devora-lo.

- Espero não me arrepender disso! - diz Shurato, que, rapidamente passa com seu Shakiti em forma de veículo e puxa Abner para cima, colocando-o no veículo e fugindo com os demais castelões.

 

Numa das salas do castelo, Seiya continua apontando a flecha de ouro contra o Cavaleiro de Bronze, que fora seu parceiro. Seu semblante é de decepção e raiva. Vê o Fênix na ponta de sua flecha.

Porém Seiya não pode evitar de pensar em Shun, o que diria ele quando seu irmão fosse morto por ele. E o novo Cavaleiro de Sagitário fecha os olhos por um segundo, para pensar em toda a situação. Porém após essa piscada de olho, Fênix não está mais à sua frente. Onde estará?

Seiya vê, então, uma mão agarrando sua flecha dourada.

É Ikki do lado dele que , de forma apavorante, fala junto o seu ouvido:

- E você, Seiya?! Quem pensa que é para querer me punir? Esqueceu o que você fez com o tal de Ferio?

Seiya:

- Mas eu me arrependi, Ikki!

Ikki soca-lhe com força, ao mesmo tempo que arranca sua arma e a lança num dos cantos da sala.

Ikki:

- Você nada mais é que um assassino! Assim como eu sempre fui!

Seiya:

- Não sou igual a você!

Ikki:

- Só porque você quer? Não tenho dúvidas de que é!

O cosmo do Cavaleiro de Fênix se eleva e começa a formar a imagem da sua criatura representante.

- AVE FÊNIX!!

O poder flamejante de Ikki vai contra Sagitário, que tenta parar o ataque com sua aura e mãos. E consegue.

Seiya:

- Ikki, com quem pensa que lida? Eu sou um Cavaleiro de Ouro agora!

Ikki:

- Enfim mostrou sua característica arrogância, Seiya! Mas saiba que eu não seria Fênix para sempre. Eu seria um Cavaleiro Dourado, breve, mas não preciso disso pra vencer você.

O corpo de Ikki parece desaparecer, dando lugar a uma Fênix, que voa até o teto da sala. Vai em direção da janela, na qual quebra a vidraça e sai.

Seiya:

- Ikki!? Não fuja!

Seiya crê que ele desertou da luta. Vai até a janela, vendo Ikki no ar à distância. Ele está indo embora. Contudo a Fênix vira curva e volta na direção do castelo, especificamente para a janela de onde saiu, mas mergulhando como um falcão flamejante em altíssima velocidade.

Seiya mal tem tempo de notar o ataque de Ikki. Só teve tempo de tentar se defender, mas é como se tivesse tentando para um míssil.

Fênix vem com força de impacto tamanha que atinge Seiya, o qual pela força é derrubado no chão, que se rompe, atravessando-o e vindo a cair no andar de baixo, dentro de uma espécie de piscina, na verdade, uma banheira coletiva, de águas quentes.

Por incrível que pareça, há gente lá. Moças estão tomando banho naquele momento. Talvez por ignorarem a luta que já estava ocorrendo no castelo ou para esquecerem por serem incapazes de ajudar, ou talvez por pura alienação que é um tipo de gente que há em qualquer nação. o fato é que ao ver Seiya, o qual fica constrangido, as moças fogem para as bordas, vestem suas roupas e fogem do recinto, apavoradas. Uma das últimas a sair, uma garota de cabelos castanhos, compridos e lisos, com exceção de duas mechas salientes que se assemelham a antenas, berra e foge, enquanto atira um sabão na cara avermelhada do cavaleiro:

- Seu tarado!

Logo após o vexame, Seiya sabe que corre perigo, mas antes que ele chegue à margem, Ikki também mergulha naquela piscina.

Ambos começam a trocar socos e chutes dentro d'água, em golpes tão poderosos, que ondas do tamanho das que existem no mar são criadas naquela banheira.

Num determinado momento, Ikki segura a cabeça de Seiya e a bate contra o fundo da piscina várias vezes, até rachar o piso e tingir a água com o sangue do Cavaleiro Dourado novato. E ainda a mantém lá, no fundo, pisando na face de Seiya, na intenção de afogá-lo, enquanto mantém a sua própria cabeça fora d´água pois aquilo não é muito fundo.

Ikki:

- Morra, Seiya!!

Seiya está de barriga para baixo. Ikki segura um dos seus braços com o outro pé. O único braço livre de Seiya não alcança os pés do inimigo. Bolhas de gás carbônico saem da boca e nariz de Seiya, em agonia.

Ikki:

- Quanto você agüenta ficar debaixo d'água, Seiya?

Seiya foi pego de jeito. Está ficando sufocado; quanto mais se mexe, mais cansado fica.

Ikki:

- Saiba que estou fazendo isso pra mostrar que posso vencer você sempre. Quando e onde eu quiser!

Seiya já roxeando o rosto, começa a apelar de novo para sua energia dourada, e com ela dá um forte soco no chão já rachado da piscina, abrindo um buraco, para um quatro inferior, o qual começa a receber a água da banheira que vaza.

 

Nas ruínas das 12 casas, mais especificamente nas da casa de Escorpião, que estava no centro da explosão, e que as ruínas lembram mais uma piscina de cascalho, algo mexe-se por baixo das pequenas pedras.

Logo uma mão ferida ergue-se das pedras, seguida do corpo, que pertence a Aioria; o Cavaleiro de Leão até perdera seu elmo no acontecimento. Está gravemente ferido; com o único olho que pode abrir, ele olha ao redor, vendo o que ocorrera. E sua alma agonia-se com essa visão.

- Não, não!! Como pode?! Eu não devia ter insistido com isso!

- Acalme-se, Aioria. Atena está bem. Veja! - diz Mu, que também está ferido, mas seu poder de se teleportar lhe havia ajudado a ficar de pé, rapidamente.

Áries aponta o templo do mestre do Santuário, onde está Atena, o qual foi protegido por Shun. O Cavaleiro de Leão suspira com alívio, mas indaga:

- Onde está Milo?

Mu:

- Está inconsciente. Por enquanto é melhor que ele descanse.

Aioria:

- E o invasor, onde está?

Mu não sabe responder.

Aioria, então em meio às dores e gemido, levanta-se das pedras, logo com o olhar perscrutante de um verdadeiro leão, vasculha pelos escombros e pedras, a fim de encontrar algum vestígio do inimigo. Após pouco tempo, logo vê a ponta de um metal negro, saindo dos entulhos.

Com ira, o Cavaleiro ergue a peça com força suficiente para trazer à tona o corpo de Karasu. Porém vêem-lhe apenas o peitoral da armadura, sem seu dono.

O Cavaleiro olha ali próximo e vê entre as pedras, o que parece ser mais daquele metal escuro. Mu aproxima-se, e, apesar de estar cansado, usa seu poder telecinético e puxa dos entulhos as demais peças da Sapuris de Garuda, e nada do corpo de Karasu.

Mu remonta a armadura na sua forma de criatura representante. Algo que se assemelha a uma ave infernal, com garras, além das asas nos membros superiores e também possui cornos e cauda de duas pontas.

- Será que ele fugiu? Mas...

Mu:

- Eu também não sinto mais a presença dele.

Aioria:

- Então conseguimos aniquila-lo.

Mu:

- Parece que sim.

Aioria:

- Quando o selo de Atena perdeu o efeito?

Mu:

- Ele ainda não perdeu o efeito.

Aioria:

- Como?! E como é possível que uma Sapuris consiga romper as barreiras das dimensões, para estar aqui?

Mu:

- Não sei. Parece que Hades arrumou uma maneira de fazer suas Sapuris surgirem neste plano existencial, com o selo de Atena ainda ativo.

Aioria:

- De fato, estes são os inimigos do qual não podíamos sair do Santuário durante a batalha contra Poseidon. Servos de Hades são terríveis! Poderia atacar repentinamente, como de fato ocorreu.

O Cavaleiro de Áries, de repente sente-se assustado.

- Não pode ser!

- O que foi? - indaga Aioria, até que ele também consegue perceber o que ocorre - Não. Não é possível.

A Sapuris de Garuda começa a emitir a energia estranha do Karasu, e logo começa a se desprender as peças, para, peça por peça ir se posicionando no ar, como se novamente um corpo a estivesse vestindo. Uma voz fantasmagórica sai de onde deveria haver uma cabeça.

- O mestre não me mandaria aqui, se não tivesse certeza que eu poderia cumprir a missão.

Mu, pasmado:

- É um espírito. O espírito do invasor está vestindo a Sapuris!

Quase transparente, pode-se ver que se trata da imagem de Karasu vestida naquela armadura. Orgulhoso do poder a ele concedido, o youkai exclama:

- Vejam! Agora nem me tocar vocês poderão mais!

O Cavaleiro de Leão, apesar de exausto e muito ferido, usa a ira de ver seu inimigo de volta, para encher-se do seu cosmo dourado e desafiar o oponente.

- Veremos! CÁPSULA DO PODER!!

Mu, alerta:

- Cuidado, Aioria!

O Cavaleiro de Leão avança com seu soco energético, mesmo com o punho ferido, direcionado na face do oponente, porém o golpe passa direto pelo inimigo, agora um ser imaterial.

E aproveitando o descuido, Karasu aproxima sua mão fantasma para perto do pescoço do Cavaleiro, e, emitindo uma bomba energética que explode na nuca de Aioria, que desprotegido sem seu elmo, acaba caindo inerte sobre os escombros da casa de Escorpião.

Mu, nervoso:

- Aioria!

Não satisfeito, Karasu abre seus braços e, de dentro de sua Sapuris, bolas energéticas são espalhadas aos milhares pelos ares, num raio de centenas de metros. Praticamente, até o final dos escombros da casa de Peixes, o ar está repleto de bombas. O caminho até o templo do mestre está tomado pelas armadilhas do demônio.

Karasu então já volta a correr em direção a seu objetivo, sem ser incomodado pelas bombas, que saem da frente da Sapuris do Garuda.

O Cavaleiro de Áries vê-se sem poder agir, pois percebe que está impedido de usar o seu teletransporte até tal distância, mesmo porque o poder que age sobre aquele local, limita a distância que Mu pode usar sua magia e Karasu, agora livre, continua seu caminho, como um fantasma que não pode ser tocado.

 

O momento é de uma tristeza profunda naquela sala lotada de instrumentos bélicos. Levada pela tristeza, Lucy está sentada no chão, sem ânimo para erguer sua própria cabeça. A companhia de Priscila naquele momento é importante, mas insuficiente para consolar a terrível seqüência de desgostos que afligem a mocinha.

A ferreira de Zefir acaricia os cabelos ruivos da Guerreira do Fogo.

- Lucy, lamento muito, menina. Lamento.

As gotas salgadas que pingam dos olhos da menina, molham sua própria saia.

Priscila:

- Eu não posso te pedir calma ou para que see conforme, mas posso te dizer que nós, seus amigos, sempre estaremos com você.

Enfim, a moça resolve falar algo.

- Priscila, por que Zefir me castiga tanto, por que? Deve ser uma punição por eu ter sido tão burra e ter cometido tantos erros!

Priscila:

- Você não cometeu erros. Fez o que deveria ser feito.

Lucy balança a cabeça, negativamente, discordando da opinião de Priscila.

Ambas voltam a se calar.

Hyoga ficou quieto todo o tempo. Acha que não tem direito de tentar consola-la e menos ainda de tentar punir Ikki pelo crime dele. Só se vê obrigado a lembrar de sua presença no local, ao ver os vermes vindos do corredor, que começam a entrar no ambiente.

- Que são essas criaturas?! - exclama ele.

Os bichos então começam a saltar em cima dele, para sugar o sangue por sua pele.

O Cavaleiro agarra dois deles no ar e usa do seu cosmo para congela-los, mas está fraco e apenas consegue esfriar os corpos dos platelmintos. E foi tempo suficiente para vários deles grudarem em sua pele e começarem a sugar seu sangue.

Desesperado, Hyoga começa a arrancá-los e a esmagá-los, e acaba presenciando o incrível poder de multiplicação e regeneração das criaturas.

Na entrada do corredor, do qual faz parte a sala de armas, surge Rafaga, na intenção de alertá-los. Porém ele encontra a passagem tomada pelas criaturas, as quais não adianta atacar. O castelão então resolve gritar:

- Não ataquem, ou se multiplicarão!! Temos qque deixar o castelo!

Lá dentro , ouvem o aviso, perplexos.

Priscila:

- Vamos abandonar o castelo? Agora?

Os vermes continuam em número cada vez maior, invadindo o ambiente e agora as mulheres também começam a ser uma fonte de alimentação.

Priscila ameaça cortar um verme que retira de sua perna, mas Hyoga alerta.

- Cuidado! Se você fizer isso, ele se multipplica!

Lucy também é atacada e os bichos começam a colar em várias partes de sua pele e a garota, pelo seu estado emocional atual, não tem tanta pressa em se livrar deles.

Priscila:

- Lucy, não deixe! - diz ela mesa, puxando aalguns bichos presos a ela.

Lucy ouve e retruca com raiva:

- Claro que não, porque eu SOU O NÚCLEO! O NNÚCLEO!

Como um tecido banhado em álcool, o corpo da garota vira uma grande fogueira, atingindo em cheio o corpo dos asquerosos seres.

Atingindo-os em cheio, mas não afastando-os, pois eles sob o fogo apenas começam a ficar luminosos como metal aquecido e em conseqüência, a garota começa a sentir através deles o calor das suas próprias chamas.

- AAAAH!! - grita Lucy, com terríveis dores de queimaduras.

Nesse instante, Hyoga e Priscila se aproximam dela rapidamente, arrancam as criaturas presas em seu corpo.

Hyoga:

- Como podem ter resistido ao fogo?

Neste momento à porta do recinto surge Rafaga, que como protetor do núcleo, vai de fato zelar pela segurança de Lucy.

Todavia isso lhe custou que dezenas dessas criaturas lhe colassem no corpo e ele só tem tempo de dizer:

- Fujam! Todos estão sendo levados daqui! - e cai desacordado no piso.

Hyoga, desesperadamente, começa a arrancar os vermes presos no castelão, com a ajuda de Priscila.

- Ele pode morrer! - berra Priscila.

Lucy então volta a olhar para Lantis e enojada, vê que ele também está repleto das criaturas sanguessugas.

- Lantis! - exclama ela e começa a tentar tiirar aquela praga de sobre ele..

Tendo livrado Rafaga, Hyoga coloca o grandalhão sobre seus ombros para levá-lo, enquanto, com seus pés, chuta os vermes que se aproximam.

- Vamos embora! - berra ele.

Priscila:

- E Seiya?

Hyoga:

- Seiya sabe se virar. Ele fugirá, mas preciiso ajudar vocês.

Lucy:

- Mas... e Lantis?!

Priscila:

- Menina, eu sei, mas é uma emergência. Lanttis, infelizmente está morto.

Lucy:

- Mas eu não quero deixar ele ser devorado ppor esses vermes! Ele precisa de um funeral digno!

Priscila olha para Lucy e a garota parece compreender seus pensamentos.

Colocando as mãos nos ombros de Lucy, diz Priscila:

- Se houvesse outra forma... mas não podemoss carregá-lo daqui, agora. Pobre Lucy!

Lucy:

- Não, eu compreendo... é melhor do que deixxa-lo à mercê dessas coisas!

Após se livrar de mais alguns vermes que a incomodavam e ao corpo do seu amado, o núcleo de Zefir aproxima-se de Lantis:

- Meu querido Lantis, você foi o meu primeirro, único e o meu verdadeiro amor. O que farei agora, espero que eu possa proteger sua alma dessa maldade que está a nossa volta.

A moça ergue os braços e chamas surgem sobre o corpo de Lantis. Chamas altas, que se aproximam do teto. Contudo, ao contrário do que ocorre com Lucy, essas chamas vão, aos poucos, consumindo o corpo de Lantis. Ela está, de fato, cremando o corpo do seu amado.

Ela já sofrera muito antes e resolve fechar seus olhos, para poupa-la de ver enquanto o corpo do seu amado está sendo deformado. Ela concentra-se em seu espírito, em sua alma, a parte imortal e indestrutível de todo ser vivo.

- Lantis, essas são as chamas da minha paixãão. O seu corpo desaparecerá do mundo, mas sua imagem viverá eternamente no meu coração. E espero que quando for minha hora, os deuses da Terra e de Zefir permitam que eu possa vê-lo, mais uma vez.

Pouco mais de um minuto foi necessário para que o corpo de Lantis fosse totalmente consumido. Seu grande esqueleto desmancha-se, como areia.

Enfim, somente restam ali, a espada do castelão, bem como a sua armadura.

Lucy agacha-se no local onde estava Lantis e tocando o chão, como se tocasse na pele do seu amado, murmura:

- Adeus, meu querido Lantis.

Priscila, Lucy e Hyoga fazem uma rápida oração, cada qual para o seu deus e despedem-se de Lantis e pedem proteção para sua alma.

Após o ritual, enfim, voltam à realidade e se livram dos vermes que os atingem, mas estão cercados.

Hyoga lamenta:

- Infelizmente não teremos tempo de fugir. SSeu eu tivesse a minha força de volta...!

Os bichos asquerosos estão pelas paredes, chão e teto, como se fossem um tapete.

Os três se espremem cada vez mais em um círculo, no meio da sala, onde chutam os vermes que se aproximam, mas são perturbados pelos que caem do teto sobre suas cabeças.

Priscila:

- Estamos perdidos!

Porém neste instante, surge, saltando sobre aquele tapete de criaturas, Rayearth, com uma visível ferida na cabeça.

Lucy:

- Rayearth! Eu sabia que estava vivo!

O ex-gênio, saltando até próximo a eles, com as patas tomadas pelas criaturas, avisa:

- Vamos, subam em mim!

Sem perda de tempo, os três sobem nas costas do lobo gigante e logo ele foge pelos corredores tomados pelos bichos.

As malignas criaturas ainda tentam cair sobre eles, mas Rayearth consegue ser veloz o suficiente para escapar.

 

Num andar do castelo, Seiya conseguiu escoar a água da piscina, interrompendo a tentativa de afogamento. Seiya então percebe que Ikki o soltou e com velocidade ergue-se novamente de pé na piscina seca, quando então sente algo cair em sua cabeça. Algo que, repentinamente, morde sua face.

Seiya puxa a coisa e vê o verme. Logo olha para cima e vê que outros estão para cair sobre ele e logo sai do lugar, evitando que um asqueroso bolo de platelmintos lhe cubra.

O novato Cavaleiro de Ouro olha ao redor e nota Ikki também observando uns vermes que estão no chão próximo a ele.

Seiya:

- Ikki, você sabe o que são essas coisas?

Ikki:

- Sim, sei. São oriundas das dimensões infernais, do tártaro.

Seiya:

- Isso significa...

Ikki:

- Que Hades tem a ver com tudo isso. Tem influenciado Zefir.

Seiya:

- Tudo, você diz, o seu comportamento também?

Ikki:

- Provavelmente.

Seiya sente-se aliviado.

- Tinha que ser algo assim. Você não podia ter jogado tudo pro alto por uma loucura à toa!

Ikki austero:

- Seiya! Continue lutando!

Seiya fica pasmo.

- Que?! O que está dizendo Ikki, se agora você sabe que está sendo influenciado?!

Ikki:

- Não seja teimoso, Seiya! Eu sei o que faço de minha vida!

O Cavaleiro de Fênix salta, faz seu cosmo flamejar e vai contra Seiya, chutando-o no rosto, fazendo o Cavaleiro de Sagitário esbarrar na borda da piscina, girar o corpo por cima dela involuntariamente e terminar esbarrando na parede do canto da sala.

Ikki, imponente:

- Vamos! Já que é tão exibido, mostre que pode me derrotar!

Seiya esfrega a mão na boca para limpar o filete de sangue que por ela escorre e, com muita raiva, olha o ex-aliado.

- Está certo, Ikki. Se quer tanto ser mau, então morrerá como tal.

Sagitário olha e percebe que está no canto da sala, exatamente. Ele então rapidamente volta a levantar-se e faz sua energia brilha como ouro.

- COMETA MAGNO!! - dispara contra o teto, arrebentando boa parte dele e fazendo cair em suas mãos o arco de Sagitário.

Seiya sabia que ele estava exatamente naquele ponto do andar de cima.

Sobre a chuva de pequenas rochas e vermes, Seiya estica a flecha no arco outra vez, mirando o oponente, e brada:

- Se é assim que tem que agir com você, então farei da Fênix cinzas mais uma vez. E se mais uma vez você voltar da morte, espero que seja fora da influência de Hades. Eu sei das minhas culpas. Eu mereço uma punição pelo que fiz, mas eu penso em me entregar às autoridades de Zefir, não agora, mas depois que eu ajudar este povo. E se Hades está agindo aqui, tenho ainda mais motivos pra lutar por eles.

Desta vez, sem hesitar, Seiya lança a flecha contra Ikki.

- Melhor não pensar, para não ter tempo de mudar de idéia - pensa Sagitário. Aquele fora seu amigo, mas agora se assemelha mais a uma constante ameaça. Ao ver aquela seta disparada tão repentinamente em sua direção, surpreende o cavaleiro de Bronze de Fênix.

Seiya pós ter disparado sua arma enfim fecha os olhos, engolindo seco, com um vestígio de remorso, mais pelo Shun do que por Ikki.

Mas, novamente Seiya é surpreendido por Ikki. A sua flecha errou o alvo . Ikki passa sobre sua cabeça em forma de uma ave envolta em chamas, ou seja, uma fênix. Seiya vê a criatura que o olha com um olhar de predador e sente as garras desta ave lhe atingirem a cabeça, não fatalmente, mas como advertência.

- Muito tem que crescer ainda, Seiya! Este poderia ter sido o fim!

Logo, porém, a ave em sua cor flamejante atravessa o buraco para o andar acima, desaparecendo de vista Apenas resta a flecha dourada cravada na parede. Seiya havia perdido a luta, sabia que se Ikki quisesse poderia ter lhe dado um golpe fatal quando passou sobre sua cabeça.

Sagitário vê que a quantidade de vermes que caem do teto é cada vez maior e ele então pensa no que ele tem que fazer agora, sair dali.

Um sacrilégio ocorre em Zefir. No milenar castelo de Cristal , o pátio onde era o local mais seguro de toda zefir nestas ocasiões de turbulência, é obrigado a ser esvaziado as pressas por Kurama, Caldina e etc. que praticamente enxotam as pessoas dali, pois o vermes sanguessugas infernais começam a invadir o espaço. Os corredores se tornam uma gigantesca correria, todos fogem com toda velocidade possível , as crianças e velhos têm que ser auxiliados por parentes ou mesmo carregados. Quem não tem parentes , o que é comum devido as constantes destruições que ocorrem ultimamente em Zefir, tem que ser auxiliado pelos castelões ou pelos estrangeiros que ali estão abrigados.

- Como pude? Ser tão incompetente a ponto de termos que evacuar o castelo de Cristal. Serei eu o sacerdote que levará Zefir a destruição? - pensou Clef.

Não há como negar. Tudo indica que Zefir está se acabando. Nenhuma força combatente é capaz contra o infernal invasor que surgira. A Vida de sua população foi ameaçada e se depender destes inimigos atrozes, a história de Zefir será apagada, bem como sua cultura, sua beleza e sua existência. Esse poderá ser o último dia de Zefir.


Desculpe a demora. Mas eis o vigésimo sétimo capítulo de Last Land para vocês, meus amigos leitores. Entramos no sétimo dia da estória e agora vocês terão grandes revelações e grandes batalhas Espero que tenham gostado. Digam se adoraram ou odiaram. Escrevam-me.

Agradeço as sugestões do meu amigo Lexas para este capitulo.

Agradeço também o incentivo do meu amigo Rengaw.

Wlad

Capítulo 28

Capítulo 26

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