Last Land

Sexto Dia - Lembranças, As Peças que Montam o Passado

Capítulo 25 - Falência


Gente cheia de olheiras, marcas roxas horríveis ao redor dos olhos, estômagos que roncam e vão pedindo alimento, crianças chorando, adultos encolhidos sentindo a dor do chamado da natureza para alimentação, a qual não vem.

- Eu quero comida, mamãe!! - diz uma criança, agarrando-se à saia da mãe.

A mãe lamenta-se:

- Não tenho, meu filho... não tenho!

A fome tornara-se generalizada no Mundo Celestial.

Os guardas do palácio, os guardiões e até a deusa Hakeshi, não menos famintos, entregam o que ainda têm de comida para o povo faminto, e a cada bocado de comida oferecido, um grupo de pessoas, lançam-se umas contra as outras, para devorar os grãos oferecidos, como pombos numa praça.

A autoconfiança dos guardiões e da deusa estão em estado lastimável; uma tristeza muito grande toma conta de cada um deles, dentro do palácio.

Hakeshi:

- Como pode? Como pode isso estar acontecendo com o meu povo?

Leiga:

- Em Zefir está parecido. A sorte é que no castelo eles conseguem produzir comida.

Dan:

- Zefir?! Tenho certeza de que é por causa de Zefir que tudo isso tá acontecendo! Aquele lugar espalhou sua maldição por todo o planeta!

Hiouga:

- Vai com calma, Dan.

Hakeshi, pensativa:

- Mas... e se for mesmo? O que faremos?

Neste momento, Lengue, que estava lá fora, aproxima-se dos outros e solta a notícia.

- Lá fora, um homem me pediu uma coisa... que não é comida.

Ryuma:

- O que é, então?

Lengue:

- Um fazendeiro disse que viu algo que está fazendo murchar toda sua plantação.

Hakeshi:

- Será que é isso?

Leiga:

- Para que perder tempo, minha deusa...? Vamos lá ver!

 

Enquanto isso, nas terras do outro lado do oceano, a batalha dos gênios ao redor do castelo continua.

Dwhell faz tudo que lhe é possível para tentar tirar a vida de Landover, porém ele procura evitar de usar os seus braços sombras contra Ceres. Sem dúvida, essa situação torna-se insustentável para o gênio da morte, não quer destruir o seu inimigo com o seu poder fatal, para não dar o alívio para sua alma. De fato, Suzako e Dwhell tinham certeza da vitória final. Dwhell transforma seus braços em sombras e os lança contra Landover, mas Ceres coloca-se na frente e o Gênio da Morte faz tudo para "frear" seu ataque.

Marine:

- Vocês tem tanta certeza de que vão vencer, a ponto de desperdiçar chances de se livrar de seus inimigos?

Suzako de Dwhell:

- Você não entende? Nós já ganhamos há muitos anos. Breve teremos todo este mundo e vocês que agiram como juizes da vida alheia, vão pagar caro.

- Não será como vocês planejam! - surge agora Windom, que se ergue de novo e reforça a desvantagem do Gênio da Morte - O que você quer dizer com já venceram há muitos anos?

Suzako de Dwhell:

- Você não acha que eu vou falar, acha?

Dwhell avança na direção de Landover novamente, contudo Windom e Ceres colocam-se à frente. O Neo Mashin continua e, com dois braços de cada lado, agarra um dos braços de Ceres e Windom e torce-os, aproveitando a sua vantagem numérica de membros.

Aproveitando a dor das Guerreiras, ele utiliza seus últimos dois membros livres e os transforma em sombras e ambos vão contra Landover.

Sandhye estica o braço e faz surgir rapidamente um escudo de pedra, erguido das rochas do chão lá embaixo, que vêm em fração de segundos, se amontoar à frente do gênio. Porém os braços sombras desviam-se do escudo e fazem curva para atacar Landover pelos lados.

- Erga os braços e ataque!

Obedecendo o gênio, ela faz o gesto ordenado; direciona as palmas das mãos para as sombras.

- Diga! Diga! - berra, apressadamente, Landover.

- O que?

- Você sabe, maldita!

- CHUVA DE PEDRAS!!

A frente das palmas das mãos de Landover começam a se materializar muitas pedras, que logo que se formam atiram-se contra as sombras, destruindo-as.

- Consegui! - exclama Sandhye.

- Não! Eu consegui! - reclama Landover.

O Suzako, no interior de Dwhell fica preocupado:

- Não é fácil atingir aquele gênio, mas não posso soltar estes dois para ter os quatro braços restantes livres.

Landover para sua Guerreira:

- Sabe o que fazer agora? Sua minúscula mente captou minhas novas informações?

Sandhye:

- Sim.

Sandhye ergue os braços e novas partículas de rocha vão se formando em suas palmas das mãos, as quais, aos poucos vão se tornando em formato cilíndrico e encompridando até que os dois cilindros juntam-se e tornam-se um só, e se afinam nas pontas.

Finalmente têm sua aparência final. A de uma grande lança de mineral transparente, amarelado.

Sandhye pensa:

- Tudo isso é um jogo! Um jogo de videogame! - tenta ela convencer a si mesma.

Landover então atira a lança contra Dwhell.

- LANÇA DE CRISTAL!! - grita Sandhye.

Suzako vendo aquilo vindo em sua direção, pensa:

- A derrota é inevitável, mas nossa vitória já está garantida. Que venha a dor.

A lança atravessa o peito de Dwhell, que imediatamente larga Windom e Ceres, enquanto é levado pela força do disparo da lança que, enfim, alcança o chão e crava-se nele com a ponta que transpassa o corpo do Neo Mashin.

Com o olhar esbugalhado, o Suzako dentro do gênio, dá seus últimos murmúrios:

- Senhorita Seikiakko, traga logo a paz para nós, sofredores!

E mais este Suzako morre.

Sandhye coloca as mãos no rosto, barbarizada:

- Meu Deus! Que coisa horrível eu fiz!

- Antes ele do que nós. - diz seu gênio.

- Obrigada pela preocupação.

- Eu não ligo pra você. Só não quero ficar mais fraco.

- Eu imaginei. - diz a garota, desanimada.

Windom e Ceres aproximam-se, trazendo Anne e Marine para cumprimenta-la.

Marine:

- Parabéns, Sandhye! Agora posso dizer que você é uma aluna razoável.

Anne:

- Que é isso, Marine? Ela foi ótima!

As felicitações não duram muito. Neste instante surge outro Neo Mashin, Oddbeast, o qual voa como um foguete, com o tubo às suas costas.

Marine:

- Olhem aquilo!

Suzako de Oddbeast:

- Guerreiras Mágicas! Conheçam o Gênio da Guerra!

Anne:

- O gênio é outro, mas a voz é a mesma. Não pode ser a mesma pessoa que estava em Dwhell!

Abaixo da ilha do castelo, o povo de Xarigan, liderado por Abner e Ikki, observam a luta dos gigantes no céu, junto ao castelo.

Abner lamenta:

- Não podemos invadir com aqueles gigantes lutando.

Ikki:

- Por que? Está com medo de que seus aldeões se firam? Isto é engraçado, partindo de você, Máscara da Morte.

Abner:

- E o que tem? Eu quero mudar! Mudar minha vida.

Ikki:

- Quer ser o que eu tentei ser nos últimos anos? Você até pensa que vale a pena, mas depois descobre que os outros apenas sentem pena de você. Que tudo ao redor de você é uma mentira.

Abner:

- O mundo em que eu vivia ainda é pior do que este que falou. Pra mim este será o suficiente. Por que eu mereceria coisa melhor?

Ikki desta vez acaba por calar sobre os comentários do Máscara da Morte. Não tem argumentos para discutir.

- Só vamos nós, está decidido! - diz Abner.

Um dos aldeões se opõe.

- Não! Por favor! Queremos ajudar a libertar Zefir! Sempre esperamos por isso!

Ikki vira-se para os solados, todos parecem concordar com o outro.

A uma certa distância de onde estão os homens aldeões, mulheres e crianças da aldeia de Xarigan esperam maridos e pais buscarem-nos para leva-los para o castelo, o único local seguro em Zefir. Koema acabou ficando por ali, preocupado com toda aquela gente.

Enquanto não há terremoto, o deus Juiz está sentado numa pedra, aguardando nem sabe o que, mas pensa no seu escritório:

- Tomara que o diabo esteja fazendo tudo direito! É melhor nem pensar nisso. Tenho medo do que eu posso encontrar quando voltar.

De repente, ele vê uma mãozinha à sua frente, querendo pegar-lhe a chupeta.

Koema afasta a cabeça e vê que é um garotinho.

- Eu quero doce gostoso!

Koema:

- Ei! Não posso te dar isso.

Os lábios da criança tremem e logo ela começa a chorar, irritantemente.

- Ele não quer me dar o doce! BUÁAAAAAAAAAAAAA!

A mãe da criança se aproxima e, abraçando-a, indaga ao deus:

- Você não tem outra com você?

Koema:

- Desculpa, não tenho!

- Egoísta! E não tem vergonha de chupar coisas nesta idade?!

A mulher, aborrecida, coloca o filho no colo e o carrega.

A criança olha para Koema, mostra a língua e diz:

- Seu feio!

Koema reclama, murmurando:

- Por isso é que não gosto de receber crianças no Reikai, principalmente quando vem com a mãe.

 

Enquanto isso, dentro do castelo, no salão do núcleo, os dois detetives sobrenaturais estão frente a frente.

Xarigan ameaça:

- É bom que você pare agora, rapaz! Eu sou um bom espadachim, mas sou um ótimo lutador sem armas. Eu não tenho tempo, então não vou me conter e mostrarei tudo que sei fazer! Não sou apenas um detetive espiritual. Sou também um guerreiro de Zefir!

Yusuke:

- Mesmo!? Coincidência. Eu também não sou só um detetive espiritual. Então cala a boca e mostra logo o que você pode fazer!

Xarigan adere à sugestão e faz seus punhos cerrados brilharem num tom azulado e logo após ataca o outro com socos em alta velocidade.

Yusuke porém vai defendendo-se de cada um dos golpes, não deixa que nenhum o acerte e zomba:

- O shotgun até minha avó sabe fazer, coroa! Usa alguma coisa nova!

Yusuke começa a revidar também, usando o mesmo golpe e os dois ficam trocando socos energizados, sem que nenhum seja atingido.

Num momento, porém, Xarigan permite que um soco lhe atinge o rosto, mas no mesmo instante ele dispara:

- REI GUN! - Xarigan dispara sua magia para baixo, aos pés de Urameshi, fazendo-o voar longe junto com os pedaços arrancados do piso e cair sentado brutalmente no trono do núcleo.

Xarigan salta o buraco criado no chão e vai até o trono e, antes que Yusuke se recomponha começa a soca-lo, usando o Shotgun, prendendo-o no trono a socos.

O corpo do rapaz é socado sem parar, seu rosto é virado de um lado para outro pelos socos do homem.

- É muito melhor saber usar seus recursos do que criar novos e não desenvolvê-los! - adverte Xarigan.

Yusuke tanta reagir, usando suas pernas, mas Xarigan, antes dele atacar, pisa sobre o joelho de Urameshi.

- Droga! Ele me pegou de jeito! - pensa Yusuke.

Xarigan está irado; cada soco dele é terrível. Ele não poupa ponto algum da cintura para cima do inimigo, simplesmente carimba-o, com seus punhos energéticos.

A base do trono do núcleo começa a rachar, não suportando a pressão dos golpes de Xarigan, apesar de Yusuke estar recebendo todos.

Há tentativas frustradas de Urameshi erguer os braços, mas sua cabeça balança tanto, que ele não consegue se orientar direito, e continua a apanhar brutalmente.

Xarigan, enfim, termina a seqüência de golpes com um soco com ambas as mãos abertas no tórax de Yusuke.

A base do trono quebra de vez e este cai para trás, junto com Yusuke.

Xarigan olha o que fez e comenta:

- Não tem problema. Mando fazer outro trono pra mim, mais bonito!

O homem vira-se para sair da sala.

Yusuke, como já tem bastante experiência em lutas, recobra sua consciência logo e, aproveitando sua postura de 90o, caído ainda sentado no trono, dá uma cambalhota para trás e logo está de pé de novo, correndo na direção de Xarigan, que já saía do recinto, acompanhado por outros aldeões.

- Tudo está rodando! - reclama Urameshi.

Yusuke, porém está meio tonto e notando que vai cair, tenta impedir que o outro fuja e cai, puxando a calça de Xarigan, deixando seu traseiro à mostra, fazendo assim com que os aldeões ao redor fiquem pasmados.

Irado, Xarigan puxa suas calças e volta ao recinto, chutando o garoto caído.

- Como ousa me humilhar? - esbraveja o chefe dos rebeldes.

Yusuke, mesmo levando chutes no abdome, que o fazem encolher-se, pensa:

- Isso mesmo, esquece a garota!

Então, no próximo chute dado por Xarigan, Yusuke lhe agarra o pé e o torce, chegando a estalar, fazendo o grandalhão cair também.

No chão, Xarigan tenta atingir Yusuke com cotoveladas que erram o alvo e racham o piso. O rapaz desvia-se, rolando.

Urameshi tenta reagir mesmo no chão, virando-se repentinamente, disparando o seu Rei Gun, porém Xarigan usa seu dedo indicador para absorver o poder do ataque.

- Isso você não aprendeu a fazer, não é?

- É mesmo, né? - zomba Urameshi.

- Morra, moleque!!

Xarigan, ainda deitado no chão, atira de volta o poder de Yusuke.

O rapaz, porém reage, ao mesmo tempo.

- REI GUN!!

Os dois Rei Guns se chocam em meio aos dois oponentes e há uma explosão que joga os detetives longe, fazendo ambos rolarem sem controle pelo piso, até que Xarigan bate na parede com velocidade e Yusuke encontra em seu caminho o buraco cavado pelo Rei Gun de Xarigan minutos antes e cai nele para o andar inferior.

O chefe dos rebeldes vê aquilo com satisfação e com dores ergue-se do chão.

 

Na Grécia, aquele homem sinistro de capa continua seu atrevimento calmamente, subindo as escadarias do Santuário. Ele já faz o percurso até a casa de Áries. E Mu o Cavaleiro de Ouro já está à porta esperando o estranho visitante.

Ao se deparar com o Cavaleiro de Ouro, imponente à sua frente, o homem pára de andar.

Mu:

- Quem é você? Por que está no Santuário?

Ele responde, num tom educado:

- Eu trago mensagens para Atena. Por favor, deixe-me passar.

Mu:

- De quem? Quem é você?

O homem olha-o com seu rosto mascarado. E fala:

- Meu nome significa algo para você, já que não reconhece meu rosto? Creio que não. O importante é quem me mandou.

Mu pensa por uns instantes. Nada em sua mente associa este rosto sinistro a qualquer coisa, é um total desconhecido.

- Quem o mandou? - insiste o cavaleiro.

- Ela saberá.

Mu apesar de não conseguir identificar o sujeito como um indivíduo de fato perigoso, olhando para o rosto sinistro de Karasu, já decide recusar o pedido:

- Pode deixar seus recados comigo. Eu os transmitirei a ela.

Karasu:

- Preciso falar com Atena pessoalmente. É importante.

Mu:

- Desculpe, mas sinto uma energia estranha em você. Não posso permitir que passe.

Karasu:

- Já suspeitava, mas terei que ir assim mesmo.

O demônio nem parece ligar para a advertência do Cavaleiro e vai andando como se pouco se importasse. O Guerreiro de Áries coloca a mão no ombro do invasor para pará-lo.

- Já disse. Não pode passar.

Karasu põe sua mão direita sobre a mão do outro no seu ombro e uma explosão ocorre. Mu vê-se agora com sua mão ensangüentada. Fica perplexo com isso.

Karasu volta a andar, entrando na casa zodiacal com velocidade. Mu corre e coloca-se à frente do invasor, novamente.

- Quem é você? - indaga ele.

Karasu abre sua capa e várias esferas de energia se espalham pelo ar, em volta de Mu, que se surpreende.

Karasu agora corre para atravessar a casa, no máximo que sua velocidade demoníaca permite e, nesta ação, faz um movimento com a mão para suas bombas que obedecem e, todas ao mesmo tempo, jogam-se contra o corpo do Cavaleiro de Áries, que está completamente cercado.

Muitas explosões se sucedem então. Duram alguns segundos, mas são bem fortes. No local da explosão há fumaça, fuligem e rachaduras no piso. Porém, nada do Mu. Na verdade o Cavaleiro de Áries se teletransportou do meio daquelas bombas e voltou a surgir ali próximo, vendo as bombas chocarem-se umas contra as outras, apenas como um surpreso espectador.

A fuga de Áries foi válida para impedir que se ferisse, mas agora o invasor já está quase passando por sua casa. Todavia Mu volta a desaparecer.

Karasu em alta velocidade vê a saída da casa zodiacal se aproximando. Quando então ele é obrigado a parar repentinamente, pois o cavaleiro reapareceu, agora bem a frente da saída.

Mu:

- Meu dever é guardar esta casa, e você não pode passar por ela a não ser que Atena permita. Fale agora qual seu objetivo aqui!

Karasu aperta seu olhar, indicando raiva, e sem responder abre as mãos fazendo com que novas esferas luminosas surjam e se espalhem no ar.

Mu não se preocupa.

Karasu com um gesto irritado ordena o avanço das bombas contra o cavaleiro, mas Mu consegue se safar criando uma barreira de energia transparente.

As bombas esbarram nessa barreira, explodem, mas nada conseguem fazer contra ela.

- Agora o Escudo de Cristal está estendido por todo o vão da saída. Desista agora! - afirma Áries.

O demônio pára por um instante e nota o brilho daquela barreira praticamente invisível que se estende por toda abertura da casa.

Porém o Youkai volta a criar energia com suas mãos, porém em vez de diversas esferas ele cria apenas uma que vai crescendo, até se tornar grande como uma bola de praia, e passando esta grande esfera para outra mão segurar, ele cria mais uma do mesmo tamanho na mão direita.

Enfim uma das bombas é lançada contra Áries, mas apesar do cavaleiro notar que ali há muito mais poder que as bombas anteriores ele não pretende tomar nenhuma providência diferente, pois confia na sua defesa. E ele estava certo, pois a grande esfera explode na barreira resultando apenas num simples abalo.

Todavia enquanto o cavaleiro observava sua defesa, sentia que Karasu estava lançando a segunda esfera, só que não viu que ele disparou a outra esfera de energia contra a parede ao lado da saída do templo, criando um buraco nela, grande o suficiente para o Youkai usar para fugir da casa zodiacal. E foi o que ele fez sem perder tempo. O cavaleiro só consegue localiza-lo já subindo as escadarias para a segunda casa.

Mu fica um pouco frustrado, por um momento amaldiçoa sua benevolência e resolve tomar medidas mais drásticas contra o homem.

Karasu, por sua vez, percebe que Mu viria atrás dele e não seria nada fácil escapar. E pára. Áries vê Karasu agachar-se no degrau, como se sentisse dores e começar a soltar gemidos de agonia.

- Por favor, preciso falar com Atena. Se não...argh!

Aquela encenação não convence Mu, o cavaleiro é sábio e seus dons psíquicos lhe dão capacidade para perceber aquela farsa, e aproxima-se com intuito de ter uma conversa áspera ou, se preciso, lutar com ele.

Porém enquanto o cavaleiro se aproxima, Karasu está tocando com sua mão direita brilhando no degrau da escadaria. Quando Mu está bem próximo, Karasu salta quantos degraus para cima é capaz. E o degrau onde o demônio energizava com a mão explode, como se fosse uma de suas bombas, quase debaixo do nariz de Mu que é obrigado a recuar.

Um efeito dominó se desencadeia naquela explosão fazendo com que dezenas de degraus abaixo e acima do degrau energizado também explodam, fazendo voar pedaços de mármore para todos os lados.

A Explosão obriga Mu a voltar para junto da Casa de Áries.

O youkai já está bem longe quando a poeira começa a reduzir e permitir o cavaleiro ver o tamanho incrível do rombo que surgiu na escadaria que separa Áries de Touro. E como ela é feita como uma ponte, criou-se um abismo ali.

Áries se vê obrigado a parar, mas logo toma uma providência e se concentra para usar sua telepatia.

Mu, por telepatia:

- Escutem! Um invasor entrou no Santuário! E infelizmente me enganou e passou por minha casa!

Todos os demais cavaleiros dourados e Atena, ouvem o comunicado.

Shaka, que, como sempre, estava concentrado em posição de lótus, indaga também telepaticamente:

- Quem é esse invasor, Mu?

Mu responde por telepatia:

- Não sei. Não consegui reconhecer sua energia.

Shaka apenas ouve, mas nada diz.

Na Casa Zodiacal de Touro, Aldebaran termina de colocar seu elmo dourado para receber seu indesejável visitante. Sai à porta da casa e coloca um dos pés sobre o toco de uma pilastra quebrada. Fica imponente, aguardando o inimigo chegar, enquanto estala seus dedos com suas enormes mãos.

 

Nos céus sobre a Ilha Voadora do castelo, a situação está mais complicada ao chegar Oddbeast. Nesse momento o Gênio da Guerra aponta aquele tubo das suas costas, como se fosse um canhão e dispara rajadas de energia, algo que não parece mágico, parece mais tecnológico.

O raio é ininterrupto e Ceres, Windom e Landover têm que mover-se rápido, para não serem atingidos.

Eles desviam, porém o castelo de cristal não pode fazer isso e tem suas paredes atingidas pelo raio que estremece todo o seu interior, chegando a fazer o velho Guru cair no chão, enquanto caminhava no corredor.

Mokona, apavorado, exclama:

- Puuu!

Anne vê o ocorrido e comenta:

- Nossa! Mas isso pareceu mais um raio de energia, tipo de Autozan, do que uma rajada mágica!

Marine:

- Não é hora de analisar, Anne! Ele vai destruir o castelo!

Suzako de Oddbeast pensa:

- Não tenho a intenção de destruir o castelo, mas se pensarem isso, posso confundi-las.

Oddbeast agora faz suas unhas crescerem e, aos poucos, estas vão se assemelhando a garras de aço.

Marine prefere não esperar para ver o que vai acontecer e avança contra o oponente, atacando:

- DRAGÃO MARINHOOOO!!

O dragão da água vai contra o Neo Mashin, mas este reage, usando suas garras para, em movimentos ligeiros e precisos como artes marciais, picotar a magia inimiga que desfaz e cai como uma simples chuva.

Essas gotas de chuva vão tirando um pouco da aridez do solo da ilha, que, neste momento, começa a ser invadida por Abner, Ikki e os aldeões. Por sorte deles a estranha magia que serve de elevador do chão abaixo até a Ilha Voadora ainda existe.

Aquele pequeno exército vai marcando seus calçados na terra molhada, enquanto acima deles os gênios lutam.

Ikki:

- Venham rápido! Preocupem-se apenas em entrar no castelo! - avisa ele, para evitar que algum aldeão fizesse a tolice de parar para ver o espetáculo acima.

Sandhye olha aquele monte de gente, vindo lá em baixo:

- Olhem!

Anne:

- É a aldeia de Xarigan!

O Suzako de Oddbeast também vê aqueles pequenos passando abaixo de si e murmura:

- Essas pessoas... vou mostrar o quanto sou piedoso com elas.

O Neo Mashin prepara o tubo as suas costas novamente, para disparar.

Ceres, Windom e Landover aguardam o ataque, quando na verdade Oddbeast muda e aponta para aquelas pessoas embaixo e dispara.

- NÃO!! - berram em uníssono as Guerreiras Mágicas.

Aquelas pessoas lá em baixo passavam com certa tranqüilidade; mal têm tempo de ver uma forte luz vindo sobre elas.

Abner e Ikki vêem, mas é tão no último instante e a grossura do raio que vem é tamanha, que eles só têm tempo de virarem-se e presenciar um terço dos aldeões serem desintegrados pelo ataque.

Mas o raio não cessa; continua cavando um buraco no solo, mas então começa a se movimentar para o lado, a fim de pegar mais aldeões, que afastam-se dele, desesperados.

Abner, chocado, vê alguns fragmentos de ossos na cratera aberta pelo Neo Mashin.

- Por que os atacou?! Por que?! Por que?! - berra o ex-Máscara da Morte.

Lá em cima as Guerreiras não haviam ficado inertes, obrigando o Neo Mashin a cessar o ataque. Marine faz Ceres atacar com:

- FARPAS DE GELOOOOO!!

Anne a segue usando o poder que desenvolveu na última vinda a Zefir. Apesar de não ter muita prática, ela tem que se livrar desse inimigo, de qualquer maneira e grita:

- GRANDE ESPIRAL!

Esse ataque é feito de inúmeras ondas de ar, que agem como lâminas.

- Dessa ele não escapa! - grita, cheia de raiva Marine, que desta vez torce para que ele fique picadinho.

Oddbeast, num movimento rápido, faz o tubo canhão que traz às costas abrir-se como pétalas de uma flor e assim aumentar o seu campo de ataque, e Suzako grita:

- DEFESA EXTREMA!!

Oddbeast defende-se, contra-atacando com inúmeros raios menores que atingem cada um dos ataques inimigos, antes que atinjam o Neo Mashin.

As três garotas ficam surpresas, mudas.

Logo abaixo, Abner olha com ira para o Neo Mashin, enquanto gesticula para os homens da aldeia correrem o mais rápido possível para o portão do castelo.

Eles chegam ao portão.

Ikki, com poucos chutes, esmurra o portão, até que ele se abre. Porém, em vez de qualquer deles entrar, quem sai é uma criatura bizarra, controlada por Askot, que logo avisa:

- Não posso deixar vocês entrarem, já que querem matar a Lucy!

Ikki:

- Ousa nos desafiar, moleque?

Askot dá ordem a um monstro que tem a bocarra de um sapo, corpo largo tipo hipopótamo e patas cascudas.

- Citroen, afaste eles!

O monstrão cospe de sua bocarra uma espécie de ácido, que espalha-se no chão e impede que qualquer um possa pisar ali, com o risco de, provavelmente, corroer seu pé, já que tal líquido borbulha e fumaça. Como o líquido se espalha pelo chão, todos são obrigados a andar alguns passos pra trás e, nesta ação, Máscara da Morte vê algo perto da parede do castelo. É uma espada. A espada de Xarigan.

Abner preocupa-se. Aproxima-se e pega a espada do seu salvador, no chão.

- O que houve com Xarigan? - ele olha para cima e deduz que ele pode estar lá no castelo.

Neste ínterim, Ikki quer abrir passagem para entrar. Recorre a seu cosmo, fazendo-o aumentar de forma a erguer lascas do solo banhado pelo ácido à sua frente, também levando o líquido a combustão, e não poupa em atacar a criatura e Askot com uma rajada de cosmo flamejante, que lança o garoto conjurador e sua criatura para longe.

Assim o caminho para a invasão volta a se abrir.

Ikki chama os outros.

Ikki entra seguido de Abner, que agora orgulhosamente e com fúria carrega a espada, olhando para trás, esperando seus soldados, quando o primeiro resolve pôr o pé dentro do recinto, a mesma luz que atacou os aldeões antes, volta a ataca-los, cobrindo todos os homens lá fora.

- NÃAAAAAO! - berra Abner.

Com o cessar da luz, Abner coloca a cabeça para o lado de fora do castelo e vê partes de ossos dos aldeões por todo o solo, crânios, bacias, cúbitos, metacárpios e etc. Era uma visão aterradora, mesmo pra ele, pois toda a sua tropa havia morrido dessa vez, sem sobrar nenhum.

Abner ira-se:

- Eram apenas sonhadores! Vou destruir você por isso! - berra o ex-Cavaleiro para Oddbeast, que nem o ouve.

Ikki impede que Abner ataque:

- Se você for lá, nunca vai vencer! Vamos tomar o castelo e o núcleo. Então você poderá destruir até a alma daquele gigante!

Neste momento chega ali na entrada do castelo, um dos aldeões rebeldes que vem do corredor.

Aldeão rebelde:

- Senhor Abner, eu sou a favor de Xarigan. Quero ajudá-los.

Abner:

- Onde está Xarigan? Conseguiu achar o núcleo?

Aldeão rebelde:

- Xarigan está sendo impedido e o núcleo fugiu para o salão onde está o irmão de Zagard.

Definitivamente Ikki não esperava por este comentário, que o surpreende bastante.

- O irmão de Zagard?! - diz Ikki.

Abner:

- Vamos ajudar Xarigan.

Ikki:

- Não, eu vou até o núcleo.

Abner:

- Por que? Pretende tornar-se núcleo antes de Xarigan?

Ikki:

- Só vou matar o núcleo para ele. É mais fácil o Seiya se tornar núcleo do que eu, porque ele alimenta falsas esperanças, mas eu não.

Abner:

- Vamos, então.

Os dois partem para o corredor.

 

Enquanto isso, na sala das armas, Lucy, totalmente absorta em seus objetivos, continua a usar todo o calor do seu corpo para trazer a vida de volta ao seu amado.

- Lantis, por favor, me responda Lantis!

Na sala Priscila assiste o que vem acontecendo. Ela porém ainda não ousa se meter no assunto.

- Lantis, você me ouve? Diga que sim.

Lucy sente que ele aperta sua mão e o sorriso da garota se abre, enquanto seus olhos escarlates brilham de alegria, enquanto chama seu amado.

- Lantis! Lantis!

O espadachim, enfim, abre os olhos. Seu corpo já tem a coloração normal, mas ele diz com voz cansada:

- L-Lucy, q-que bom ver você...seu calor é aconchegante.

- Lucy fica até um pouco envergonhada pelas palavras ditas por ele, mas as adorou.

- A... Lantis! Eu...

Lucy prepara-se para levantar-se, quando ele a impede, puxando-a novamente para sobre o seu corpo.

Lantis:

- Não!...- e com esforço ele diz - Não me prive... de te tocar! Eu, desde que te vi pela primeira vez, senti algo por você, sabia que você seria muito importante para mim.

O olhar de Lucy é de um amor profundo, assim como o de Lantis, mas ela está confusa.

- Lantis! Você me falando essas coisas... eu não esperava, mas eu...

- ... desejava? - completa ele.

Ele senta-se ainda no chão e ela também, ao lado dele.

Lantis:

- Eu estou falando tudo isso, porque eu sinto que tenho que dizer tudo isto agora. Não devo guardar mais o que sinto.

Ele coloca a mão no rosto dela, acariciando-lhe a face.

- Minha menina da Terra! - diz ele.

Lucy:

- Eu pensei que nunca iria ouvir isso de você.

Lantis:

- Eu tinha que deixar de ser um covarde e falar o que meu coração sente por você! Acho que não temos tempo a perder. Nós já ficamos muito tempo separados. Eu aprendi muita coisa neste tempo congelado, pois a única coisa que eu podia fazer ali era mesmo pensar, refletir sobre meus atos. Premeditei abrir meu coração de vez a você se Brafma me permitisse vê-la novamente. Não posso mais errar, mesmo porque se eu continuasse com minha frieza habitual, alguém poderia tira-la de mim.

Lucy chora de emoção:

- Lantis, eu amo você. Nunca eu poderia me apaixonar por outra pessoa.

Lantis:

- Nem eu, Lucy. Eu te quero.

Lucy desabafa em seu ombro:

- Lantis, eu não posso ser núcleo, eu amo você mais que os outros. Não poderia ser imparcial.

Lantis:

- Você não precisa pensar nisso. Pense somente em nós dois.

Neste momento ambos esquecem dos seus passados. Não lembram do seu presente perigoso e não se preocupam com o futuro incerto.

Ela observa o rosto másculo e cabelos lisos do seu amado.

Ele olha com carinho para o rosto arredondado, cabelos ruivos e olhos cor de fogo de sua amada.

Seus rostos se aproximam, se desejam. A beleza de um é como um imã para o outro. Seus lábios se movem lentamente, preparando-se para o momento tão esperado e enfim tocam-se, com carinho. O braço de Lucy envolve o pescoço do seu amado. O braço dele envolve a fina cintura da moça. Sentem nesse beijo uma magia que os inunda, uma magia muito mais forte que a de Zefir, algo indescritível, uma magia chamada amor. O amor que vinham retendo durante anos, agora pode se liberar com toda a força de suas almas.

Priscila assiste aquilo tudo. Ela sente-se feliz e prefere não intervir novamente.

Quando então alguém surge para atrapalhar: é Ikki, que entra na sala das armas.

Priscila, assustada:

- Você!? Você é aliado de Xarigan!

A ferreira pega sua espada para lutar.

Ikki:

- Eu só faço o que me dá vontade! E saia do caminho!

Fênix já se preparava para agredir a mulher, armando o punho.

- Parado aí, Ikki! - ralha a voz de Seiya atrás de Ikki.

O Cavaleiro de Fênix vira-se e vê, não só Seiya, mas também Hyoga.

Hyoga:

- Deixa a garota em paz! Pra chegar a ela, vai ter que nos enfrentar primeiro.

Lantis e Lucy já estão de pé e, desta vez, estão observando o que acontece na sala. Lantis, porém, continua segurando a mão de sua amada, num sinal de proteção e olhando para Cisne, fala:

- Você! Eu deveria te odiar! Mas graças a você eu mudei. E estou grato por isso. - agradece ele, sentindo o afeto da mãozinha de sua amada.

Lantis agora olha com severidade para Fênix e avisa:

- Jamais vai se aproximar dela! - diz o espadachim, pegando sua arma.

Ikki:

- Posso apostar sua vida na dela?

Hyoga, irritado, agarra o braço de Ikki, já emanando um cosmo branco sobre ele.

Hyoga:

- Você não vai fazer nada, porque eu não vou permitir!

Ikki, com desdém, vê Cisne tocando seu braço, na intenção de congelá-lo, mas até o momento nenhum cristal de gelo se forma no corpo do Cavaleiro de Fênix.

Ikki:

- O que houve, Hyoga? Está tão frio quando uma simples geladeira!

Então Fênix ataca Hyoga com um soco no rosto, derrubando-o sobre as relíquias daquele recinto.

Seiya:

- Ikki! Você é um desequilibrado!

Lucy toma a frente de Lantis:

- Parem! Eu é que tenho que enfrentá-lo!

- Você não! - exclama Lantis.

O Cavaleiro de Fênix fica impaciente e parte direto para seu objetivo. Seu cosmo age com uma explosão naquele local e envia fogo em todas as direções, no mínimo atordoando todos que estão ali.

Como uma ave, ele voa e aproxima-se da garota, que fecha os olhos, assustada. Contudo o Cavaleiro passa por cima dela num salto e, ao pousar no chão, agarra Lantis pelo pescoço e, apesar do grandalhão ser consideravelmente mais alto que ele, Ikki consegue colocá-lo contra a parede, numa pancada violenta, a ponto de derrubar outras peças de seus respectivos lugares nas paredes.

Lucy, com sua conhecida valentia, em segundos nota o que ocorre. Invoca sua espada e desfere um poderoso golpe energético; ao mesmo tempo que a sua tiara de núcleo brilha. O ataque obriga Ikki a soltar o pescoço do outro, já que se não o fizesse, provavelmente seu membro seria amputado, caso a energia o tocasse.

Neste instante, Seiya o agarra pelas costas para afastá-lo dali.

 

Enquanto isso, o sentimento do medo é o mais acentuado no coração das Guerreiras Mágicas, especialmente o de Sandhye, que escora-se numa montanha próxima, escondendo a cabeça, enquanto grita.

- Nós vamos morrer! Não tem como escapar!

Anne faz Windom se aproximar de Landover e diz:

- Sandhye, levante-se! Você tem que se superar!

- Não dá! Vamos morrer! - reclama ela.

Landover:

- Maldita! Erga meu corpo desta montanha!

Suzako de Oddbeast pensa:

- Acho que o momento chegou.

Oddbeast voa mais alto e faz sinal com o braço, chamando Quitame, que está do outro lado das montanhas distantes.

O gênio da peste levanta vôo, carregando Seikiakko na sua cabeça, assim como fez com Xarigan e vem em direção ao castelo.

Marine avista:

- Olhem! É aquele de novo! E... está carregando alguém.

Anne força sua visão.

- Uma mulher!

Quitame vai tranqüilamente em direção do castelo, quando Windom coloca-se à sua frente e invoca um largo escudo de vento, impedindo sua passagem.

Oddbeast , rapidamente, aproxima-se e num disparo de um raio do seu tubo, consegue ir rompendo o escudo mágico de Anne, até que o traspassa, atingindo o corpo de Windom e, conseqüentemente, da Guerreira do Ar.

- AAAAH! - a contida garota, desta vez não consegue reprimir um grito desesperado de dor, ao ver que um grande rombo é feito em seu abdome.

- Anne! - gritam as outras duas.

Windom volta a cair, mas Ceres o segura logo abaixo.

Suzako de Oddbeast, com ironia:

- Que pena! Acho que exagerei! Talvez ela não sobreviva a esse ataque!

Windom está nos braços de Ceres, que pousa sobre a Ilha Flutuante.

Marine, triste, fala com a amiga:

Anne, você vai agüentar, não é? Diz que vai!

Anne cansada:

- Eu juro que vou... Marine, mas nunca conseguiremos vencer Oddbeast assim. Ele é feito para a guerra. Nossos três gênios não poderão fazer nada.

Marine:

- Você tá dizendo que só com Rayearth junto?

Anne:

- Provavelmente, só com Rayearth poderemos nos juntar num Rayearth definitivo.

Sandhye, vendo o ocorrido com Anne, a malignidade de Oddbeast em suas ferir suas amigas, as desgraças que ele fez até o momento, destruindo tantos aldeões inocentes, seu coração enche-se de vontade, muita vontade de chorar.

E, mais uma vez, Sandhye entra em prantos e encolhe-se no pé da montanha.

- Eu perdi! Eu perdi! - lamenta-se.

Quitame então tem o caminho aberto por Oddbeast e consegue chegar até a janela do castelo e inclina a cabeça para que Seikiakko desça dela e entra pela janela.

A mulher desce como de uma escada e coloca os pés sobre o parapeito da janela.

 

Dentro do castelo, na sala das armas, Seiya, ainda segura Ikki com muita força; tenta, cheio de raiva quebrar os braços do Cavaleiro, usando as juntas de seu cotovelo como uma prensa.

- Se é preciso, vou quebrar as asas da Fênix! Agora! - diz Seiya, enquanto continua a esmagar os braços de Ikki, a ponto de estalarem seus músculos e começarem a ficar roxos.

Porém Fênix está com expressão tranqüila. Não solta gemidos ou palavra alguma. Está estático, parece que nem sabe que Seiya está ali.

- Seiya! O Ikki... ele não percebe você! Ele está absorto! - intromete-se Hyoga, que observa-o de lado, já que Seiya está atrás dele e não poderia ver seu rosto. E continua - Ele parece ocupado, prestando atenção em outra coisa!

Seiya o solta de repente e coloca-se à frente de Ikki, para ver seu rosto:

- Ah não! Será que ele...

- Lantis! O que foi? - berra Lucy, que vê seu amado parado como uma estátua, com os olhos vidrados.

Ninguém. É isto que Lantis vê. Ninguém na sala das armas. De repente vê-se sozinho naquele lugar. Nada ele fala, mas sua mente está confusa.

O grandalhão começa a caminhar, e a única coisa que ouve é o som dos seus próprios passos. Nem os trovões do colapso e menos ainda o canto dos pássaros do mundo mágico e nem ao menos vozes de gente.

Ele aproxima-se das armas penduradas nas paredes. Estão todas inteiras e arrumadas, como antes dele ter sido congelado.

Lantis aproxima-se de uma espada na parede e um sentimento fraternal o faz lembrar o nome do dono da tal arma, o qual ele pronuncia sutilmente:

- Zagard.

Lantis olha com certa dose de angústia aquela arma, que está tão limpa e polida, que pode ver seu próprio rosto refletido na lâmina.

O espadachim observa aquilo com saudade, apesar do seu rosto não mostrar sentimento algum. Quando então vê um chapéu ser colocado sobre sua cabeça no reflexo. É um chapéu cheio de pontas negras, com aparência similar as chifres. Um chapéu como o de Zagard.

Lantis nota, então, não tratar-se de seu reflexo e sim de Zagard, que está atrás dele neste instante.

Lantis vira-se, assustado, ao ver o irmão ali.

- Zagard! Você...?! Mas... isso não é possível!

Zagard:

- Lantis! Você não me ajudou, quando eu precisei, por que?

Lantis:

- Claro que não, Zagard! Você sabia que não podia fazer isso!

Zagard:

- Deixou que eu e Esmeralda morrêssemos.

Lantis:

- Não me culpe! Você escolheu esse caminho!

Zagard:

- Como se o seu caminho fosse diferente...! Sabe que toda vez que o núcleo de Zefir se apaixona, acaba morto, juntamente com aquele que ama.

Lantis:

- Isso não vai se repetir!

Zagard cala-se.

Lantis imagina que tinha obtido vantagem no diálogo, mas Zagard observa a porta por onde agora entra Esmeralda, trazendo Lucy inconsciente, num estado de levitação.

- Lucy! - berra Lantis - O que houve com ela? Esmeralda!! Você também vive?!

Esmeralda está com seus olhos azuis encharcados de lágrimas e fala com sua mansa voz:

- Lantis! Lamento muito!

Lantis aproxima-se e pega o corpo de Lucy do ar, logo conferindo seu estado e ele percebe que ela ainda vive e não está ferida.

Esmeralda abraça-se a Zagard, amorosamente.

Esmeralda:

- Zagard! Que triste o destino do seu irmão e da pobre Guerreira Mágica!

Zagard:

- Esmeralda, este é o destino em Zefir, assim como aconteceu conosco.

Lantis irrita-se com aquela conversa estranha:

- O que vocês estão falando? Nós estamos bem!

Zagard e Esmeralda abraçam-se mais. Parecem estar muito tristes.

- O que vocês estão fazendo? - volta a indagar Lantis.

De repente ruídos podem ser ouvidos na sala. É o som das armas que neste instante se sacodem nas paredes, como se houvesse um terremoto, mas as paredes não se movem.

É quando então as armas penduradas saem de seus respectivos ganchos e apoios e começam a flutuar.

Esmeralda e Zagard continuam abraçados lamentando.

- Zagard, Que coisa triste! - diz a bela loura.

- Também sinto por eles, Esmeralda.

Lantis sabe que algo de ruim vai ocorrer, desembainha sua espada, mas para sua surpresa ela foge de sua mão e põe-se a flutuar juntamente com as demais, que já estão por todos os lados.

- Não! - Exclama Lantis, abraçando Lucy, pondo-a no colo e tentando correr para fora do recinto.

Porém para o azar do castelão, uma lança avança contra ele e transpassa suas duas pernas simultaneamente, prendendo-as fazendo-o cair com seu corpanzil no chão, até sobre a pequena guerreira.

Flechas, lanças e espadas começam a vir em direção ao casal e não demora para que a primeira espada ultrapasse o braço de Lantis e para a primeira lança transpassar suas costas de forma a sair pelo outro lado ainda atingindo o peito da guerreira abaixo dele.

Esmeralda e Zagard continuam abraçados sem fazer nada, enquanto Lantis e Lucy são perfurados a todo instante pelas armas da sala que já criam dúzias de feridas que jorram cada vez mais sangue.

- Ela não! Ela ...! - berra Lantis, quando uma adaga transpassa-lhe sua garganta, destruindo suas cordas vocais.

Da boca do castelão só sai sangue agora, como uma cascata. Os corpos de ambos já estão tingidos totalmente de vermelho. As armas não param de avançar e seus corpos já estão com tanto metal cravado no corpo que se equivaleria a quantidade de ossos.

- Não posso ainda estar vivo! - pensa desesperadamente Lantis, notando o estado em que se encontra, usando seu único olho, pois o outro já tem uma flecha enfiada no globo ocular.

Olha para sua amada, seu olho se enche de lágrimas, por vê-la com várias lanças, adagas e espadas cravadas no tão frágil corpo, ela já está morta.

- Lucy! Espero poder encontra-la além da morte! É o que mais desejo! 

Como golpe de misericórdia, a própria espada de Lantis vem em sua direção e lhe atravessa de ouvido a ouvido, numa cena extremamente violenta.

Lantis então cai morto, mas não toca o chão devido aos cabos das armas que estão fincadas em todos os lados de seu corpo, mantendo-o erguido do chão, mas totalmente sem vida.

Na sala das armas, Lucy desesperada sacode Lantis para que ele se mova e saia daquela posição de estátua:

- Lantis! Fala alguma coisa! Por favor!

Finalmente o castelão se move, mas simplesmente para cair no chão , totalmente inerte.

Lucy deita sobre ele o abraçando com todo seu amor, ela não quer crer no que está havendo, ele está morrendo.

- Lantis! Você não morreu! Não faz isso comigo! Não faz isso comigo não! Não! Não! P-Por..favor!

Os berros de desespero da garota são em vão.

Seiya está pasmado. As cenas daquela situação o deixa indignado. Olha para Ikki quase não acreditando que ele tenha realmente feito aquilo.

Seiya:

- Ikki! Usou o golpe fantasma só pra ver se era a mesma Esmeralda da Ilha da Rainha da Morte?!

- Exato.- responde Fênix secamente.

Seiya irado:

- E não era! Eu tenho certeza que não era! Não é mesmo?! Fala, Ikki!!

Ikki tranqüilo:

- Não. Eu me enganei.

Seiya:

- E você matou Lantis pra isso!!?

Ikki:

- Agora já está feito! Perdas acontecem!

Seiya ouve aquela frase como se fosse combustível para a chama de ódio que lhe preenche o coração:

- IKKI! SUA ALMA É PODRE!!! EU VOU TE PUNIR POR ISSO!

Os punhos cerrados de Seiya começam a tremer de raiva, seus dentes cerram-se e de repente seu cosmo aparece, mas numa cor dourada.

Fênix fica surpreso:

- Cosmo dourado!?

Seiya pensa cheio de determinação:

- SAGITÁRIO! SE VOCÊ É MINHA NOVA CONSTELAÇÃO! ME AJUDE! DE DÊ FORÇAS PARA PUNIR OS INJUSTOS! PARA DESTRUIR OS PERVERSOS!

A criatura meio humana, meio cavalo surge na aura de Seiya e o cavaleiro enfim lança seu poder:

- COMETA MAGNO!

O poder criado pelo novo Cavaleiro de Sagitário, faz Ikki ver a imagem de sua Fênix ser flechada pelo sagitário.

E é isso que ele sente já que Seiya lhe atinge a armadura com com poucos socos, que concentram toda energia, diferente da que era espalhada pelo meteoro de Pégaso. As mãos de Seiya causam-lhe vários ferimentos graves e sua armadura sofre vários buracos, seu corpo é arremessado contra a parede chegando a derruba-la, fazendo Ikki cair na sala ao lado.

 

Xarigan, no salão do Núcleo, não está em boas condições, mas isto não impede que ele erga-se do piso e tente mais uma vez sair do recinto para procurar o núcleo. Os aldeões rebelados ainda tentam ajudá-lo.

Xarigan:

- Me levem ao núcleo!

Porém quando Xarigan iria sair ele ouve um som, e vira-se, vendo que Yusuke retornou do buraco em que caíra.

Shurato trouxe Yusuke com seu Shakiti, o guardião Celestial por acaso passava no andar inferior.

- Valeu! Até que você serve pra alguma coisa! - diz o detetive agradecendo.

- Eu digo o mesmo- responde Shurato.

Yusuke berra para Xarigan:

- Calma aí, Palhaço! A luta nem começou e já vai fugir?!

Aquele rapaz é chato, muito chato. Xarigan já está farto deste indivíduo e pega em sua veste umas esferas pequenas metálicas que criam espetos ao seu redor. Retruca irado:

- Fugir?! De você jamais!!

Xarigan põe as esferas para ficarem flutuando em torno de seus pulsos, como se os orbitassem.

Os detetives sobrenaturais partem para um novo confronto.

No corredor. Abner afobado continua correndo procurando encontrar Xarigan . Porém surge alguém no seu caminho. É o velho guru, o seu pai.

Clef:

- Filho! Consegui sentir sua presença! Ouça-me por favor!

Abner porém faz expressão de ódio e passa direto por Clef , mas não sem esbarrar no Guru propositalmente para derrubá-lo.

O sacerdote cai estirado no chão e os aldeões rebeldes não se incomodam de pisar sobre o Guru e seu cetro durante a corrida.

O ex-cavaleiro de ouro avista então o salão do núcleo. Mas nota que está muito silencioso para estar havendo uma batalha.

Abner quando entra no recinto vê Xarigan, Yusuke e Shurato surpresos, olham para alguém, é uma mulher, de longos cabelos, a pele parece muito mais pálida que antigamente, porém seus olhos maquiavélicos são inesquecíveis.

- Você! - exclama Abner.

Ela sorri para ele com naturalidade.

Definitivamente era ela, Seikiakko A gênese da vida desgraçada que tivera está a sua frente. Neste momento olhando-a, Abner para poder ter sua vingança sente vontade de voltar a ser o Máscara da Morte.


Olá pessoal,

É ótimo terminar mais um capítulo de Last Land, e espero que este tenha satisfeito todos vocês leitores que acompanham esta serie. Finalmente Abner e Xarigan estão diante da inescrupulosa Seikiakko. A estória finalmente está chegando ao seu ápice e prometo grandes revelações para o capitulo 26.

Agradeço a ajuda do meu amigo Lexas que foi o meu beta deste capitulo e me ajudou a evitar alguns erros.

Wlad

Capítulo 26

Capítulo 24

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