Last Land

Terceiro Dia - Aparições

Capítulo 10 – O Misterioso Landover


No templo do Oráculo, o Cavaleiro de Pégaso não entende as armadilhas que o destino lhe tem aprontado, ultimamente. Nunca em sua vida cometera tantos erros e acumulara tantas dúvidas em sua mente. Faria de tudo para não ter que ir para Zefir se soubesse o que viria a acontecer, mesmo tendo sido tragado, involuntariamente, para essa terra de castigos.

Ele fica em lamentações, circulando seus pensamentos, enquanto observa o amigo caído.

De longe, Shurato lhe pergunta:

-Você já o conhecia? Ele está morto?

A pergunta de Shurato choca Seiya, que fica no receio dessa possibilidade.

Ele olha o dragão tatuado nas costas, novamente. Já nem quase se percebe a figura ali, deixando-o angustiado, já que ele sabe que a intensidade das cores da tatuagem é proporcional a vitalidade do amigo.

-Não! Por Atena! Shiryu! - exclama.

Após isso põe a mão sob o nariz do Cavaleiro de Dragão e comenta:

- Está só desmaiado. Ele respira.

Repentinamente, a armadura de Dragão é cuspida da parede e o Oráculo comenta:

- Isto é dele, não? Não se preocupe. Ele não viu que o grande amigo o agrediu. O meu poder sobre as rochas que constituíam suas vestes de pedra é que sustentavam seu corpo. Eu já o encontrei desmaiado no fundo de um lago. Que grande amigo você é, que deixa o outro abandonado, sem auxílio. - diz, em tom cínico, o Oráculo.

Seiya irado:

- Eu não sabia que ele estava aqui!

Kurama:

- Cuidado, Seiya! Ele está te provocando!

Seiya coloca a braçadeira esquerda da armadura em Shiryu. Quando vai pegar as restantes peças da armadura seus pedaços voam e encaixam-se sozinhos no corpo de Shiryu.

Oráculo:

- Vocês não deveriam me considerar inimigo. Eu apenas estou brincando com vocês. Não pretendo fazer-lhes nada de grave. Sou apenas um ser solitário. Vocês não imaginam quanto tempo leva para que alguém tome coragem pra chegar numa das entradas do meu domínio. Digam-me, se vocês fossem extremamente poderosos, assim como eu, não gostariam de brincar um pouco com os mais fracos?

Shurato:

- Se você se sente tão solitário, por que você não, simplesmente, faz amigos, em vez de complicar a vida de quem lhe procura?

Oráculo:

- Amigos?! Para um ser como eu, fazer amigos não é vantagem. Minha vida é muito longa, quase eterna. Veria meus amigos envelhecerem e morrerem, por isso é melhor não os ter.

Seiya, ainda irado, esbraveja:

- Você não quer ter amigos... prefere destruir as amizades dos outros. É só isso que você quer. Então eu vou destruir todo este templo, nem que isto desabe sobre nós.

- Não, Seiya! - grita Kurama.

Porém o cavaleiro invoca novamente seu cosmo e faz um ataque impensado:

- Meteoros de Pégaso!

Os socos em forma de meteoro atingem todas as quatro paredes do local, enquanto ele vira seu corpo em todas as direções.

Grandes buracos se formam nas paredes. Os círculos metálicos que servem de iluminação também são atingidos, fazendo com que uns caiam e outros quebrem.

Neste momento, pela destruição dos círculos, a escuridão total toma conta do recinto e o medo invade a alma de cada um deles.

Do lado de fora, o sentinela e o restante do grupo ouvem um grande estrondo dentro do local.

- Mas o que tá acontecendo lá? - berra Kuwabara, ameaçando invadir, novamente.

O sentinela interpõe-se à sua frente e pede:

- Por favor, respeite as ordens do Oráculo.

- Eles podem estar precisando de ajuda. - replica Kazuma.

Primera:

- Lantis! Meu Lantis pode estar ferido!

-Calma, minha fadinha, por enquanto é melhor esperar. - diz Leiga, porém ele também demonstra expressão preocupada.

Sentinela para conter Kuwabara, diz:

- Espere! Olha, eu tenho a certeza de que nada de mais está acontecendo, pois se seus amigos precisassem de ajuda, com certeza chamariam você que deve ser um sujeito muito forte e poderoso.

Kazuma, todo orgulhoso, comenta:

- Sabe que você tá certo? Então eu posso ficar tranqüilo.

A escuridão reina dentro do templo. Todos os sons e todas as vozes se calaram. Não parece haver mais nada ali.

- Tem alguém vivo, ainda, aí? - grita Seiya, com a voz nervosa, com medo do que havia feito.

- Sim, eu, seu imbecil e vou te arrebentar pela morte dos meus amigos. - retruca Yusuke.

Kurama:

- Quem morreu, Yusuke? Eu estou bem.

Lantis:

- Também estou.

Todos se calam, novamente.

Yusuke:

- Shurato...?

Nenhuma resposta é ouvida.

Kurama:

- O que houve com ele? Ainda está em cima do shakiti?

Yusuke:

- Deixe eu ver.

- Ai! - grita Shurato, de repente - Alguém me beliscou!

Yusuke:

- Ó cara! Você dormiu? Não acredito!

Shurato, meio sem graça:

- Escureceu, né? Então...?

Aos poucos, a luminosidade começa a reaparecer.

Percebe-se que os círculos estão de volta à parede. Esta encontra-se inteira, novamente.

Tudo parece intocado, deixando todos impressionados.

- Mas está igual como era antes! Mais limpo e organizado que antes! Até o totem central voltou! Inteiro! - diz, impressionado, Shurato.

Kurama:

- Com uma diferença: o chão tornou-se sólido, novamente, conosco enfiados meio corpo dentro dele.

Oráculo:

- Ah, ah, ah! Este momento com vocês é de grande valor. Não sabem como estou me divertindo!

Yusuke determinado:

- Se acha que isso é um problema, está enganado.

Ele invoca toda sua força e com um soco energizado, consegue arrebentar a camada de rocha à sua volta, que o prendia ao piso.

Já Kurama usa as raízes de suas plantas que racham o solo ao seu redor e Lantis crava sua espada no chão, rachando-o, impulsionando seu corpo para fora daquele sólido chão.

Shurato voa com seu shakiti por todo o templo, já que não precisa mais servir de bóia para os amigos e olha para todos os cantos, procurando achar algo e reclama:

- A gente escuta, mas não vejo ninguém! Não vejo nenhum lugar em que ele possa estar escondido.

Kurama:

- Não pode ser um espírito, pois eu o veria.

Seiya impressionado:

- O que é ele? E como reconstruiu tudo, com tanta facilidade?

Oráculo:

- Eu posso manipular toda a terra que me cerca, assim como manipulo vocês sob meus domínios. Irão me divertir por um bom tempo, ainda.

Yusuke:

- Por que você não aparece? Você não tem uma cara pra eu surrar?

Lantis, com uma expressão surpresa:

- Terra? Eu... eu já sei quem você é, suposto Oráculo, como estávamos no mundo celestial, descartei essa idéia, mas agora... sei que é você, Landover!

A voz ecoante do Oráculo calou-se, repentinamente.

- Não tem coragem de reaparecer? - exclama Lantis.

Kurama:

- Você sabe como revelá-lo?

Lantis:

- Acho que sim.

O castelão enche os pulmões de ar e grita, com todas as forças:

- Anne, entre aqui! Precisamos que entre!

Do lado de fora, a garota ouve o som baixinho e diz espantada:

- Estão me chamando lá dentro.

A sentinela diz, meio nervoso, fingindo que nada ouvira:

- Eu não ouvi. Eu não ouvi nada. Acho que você se enganou.

Kuwabara:

- Se enganou uma ova! Eu ouvi também!

Primera:

- E era a voz do Lantis! Mas por que ele está chamando ela e não a mim?

Anne direciona-se para a entrada.

- Não entre, por favor! - a sentinela interpõe-se, novamente.

Anne, apesar de gentil, diz com veemência:

- Me desculpe, mas terei que entrar. Meus amigos correm perigo.

A sentinela responde:

- Se vocês entrarem, eu vou correr perigo. Então não quero passar por esta situação.

O porteiro do Oráculo apresenta um tipo de pequeno amuleto e invoca um poder, dizendo algumas coisas em sânscrito.

Leiga impressiona-se:

- É o poder da ocultação!

- Ocultar, o que? - diz Kuwabara.

- Olhem! A porta sumiu! - exclama a fadinha, apontando a entrada do templo agora coberta como se fosse parte da parede que reveste a caverna.

Leiga pega seu shakiti e veste-o e, em poucos segundos cobre seu corpo.

- Agora só eu posso desfazer isso. - diz o sentinela que corre para fugir.

Leiga:

- Você é que pensa. - e lança uma pena na direção do homem, atingindo-o na mão, fazendo com que largue o amuleto, o qual cai longe.

O guardião de Deva voa baixo com suas asas, enquanto o sentinela avança com toda velocidade para agarrar o amuleto.

Os dois chegam ao objeto no mesmo instante. Suas hábeis mãos cruzam o chão, raspando os dedos no solo arenoso, deixando nela suas marcas, levantando poeira.

A sentinela, nervoso, assustado com a disputa, tem as mãos unidas e, aos poucos vai separando-as, até que vê em suas palmas o amuleto.

- Consegui! - exclama.

Leiga sente-se frustrado.

Kuwabara, agora, avança contra o homem.

- Ei! Me passa isso aí! - diz, pulando em cima do cara e, puxando-o pela gola, ordena: - Passa o amuleto, ou vou te dar uma surra!

Ele olha as mãos vazias do homem.

- Onde está o amuleto?

Com uma expressão dolorosa e cor arroxeada no rosto, o homem apresenta um alto nó na garganta, o qual ele consegue, com esforço, engolir e suspira aliviado.

- O que?! Você engoliu o amuleto? - pergunta Kazuma.

Todos ficam estupefatos.

- Pelo menos hoje sei que vocês não vão entrar lá. - fala, rindo, o sentinela.

Leiga:

- Engana-se, se pensa que não iremos conseguir.

Anne:

- E como faremos?

Leiga:

- Deve haver uma maneira.

Anne desanima-se.

Dentro do templo o Oráculo diz aos visitantes:

- Percebo que nem todos que estão aqui precisam ser transmigrados, não é? Para que saibam meu nome têm que ser habitantes deste planeta. Faz tempo que eu não ouvia alguém pronunciar Landover. Isto é bom. Você pode repetir?

Lantis:

- Devia ter notado a mais tempo. De fato devia ser loucura Clef vir pedir ajuda a um ser desgovernado como você.

Landover:

- Sim, desgovernado. Sem governo. Sem ninguém que dite as regras à minha vida. Isto nem a Brafma eu permito.

Yusuke pensa:

- Landover? Lembro-me de terem falado esse nome quando cheguei ao castelo de Zefir. E minha ajuda substituiu a necessidade de procurá-lo.

Landover:

- Amigos, como vocês puderam ver, estão presos comigo. O meu sentinela usou corretamente o amuleto da terra que lhe dei e vocês não ficarão aqui toda a eternidade, só porque vocês, pobres inferiores, são mortais.

Yusuke revolta-se:

- O que?! Ficar aqui com um maluco que nem você? Nunca! - e atira - Rei gun!

O poder em forma de cometa saido do dedo indicador do rapaz, vai em direção à entrada tapada da caverna, a caminho da parede rochosa, a qual, repentinamente, muda sua consistência, tomando uma forma lisa e espelhada.

A magia rebate nesse espelho e volta em direção aos que estão dentro do templo.

Todos em seu caminho desviam, mas ela volta a rebater em outra parede, que também toma o efeito espelho.

Desta vez a magia quase pega Seiya, que está ainda meio chocado com o que vem acontecendo, mas que acaba por desviar-se na hora H.

Yusuke:

- Isto não vai acabar nunca?

Landover:

- Claro que vai. Quando atingir um de vocês. Ah, ah, ah!

Lantis coloca-se à frente da energia com sua arma em punho.

Kurama:

- Não, Lantis! É possível que acabe dividindo o Rei gun em vários.

Lantis compreende, porém, ao tentar sair da frente, acaba sendo atingido de raspão, com força suficiente para derrubá-lo e feri-lo.

O poder ricocheteia, novamente, na parede e, por azar do castelão, ou por sorte de Landover, a energia vai em direção à Lantis, novamente, que percebe tarde aquele ataque.

- Lantis! - berra Yusuke.

Lantis, porém, não tem como desviar-se e o poder Rei gun esbarra com toda a força que carrega, causando estrondo e um forte brilho.

Porém Lantis não sofre nada. Abre os olhos, surpreso por isso e vê que à sua frente está Shiryu, que havia usado o seu escudo da armadura do dragão para barrar a magia.

O cavaleiro volta-se para ele e diz:

- Está bem?

- Estou. Obrigado. - agradece o castelão, surpreso por ter sido salvo por um homem que há pouco nem sabia se estava vivo.

Seiya contente:

- Que bom! Sempre surpreendendo. É ótimo vê-lo em ação de novo.

Shiryu:

- Eu estava num local totalmente diferente deste. E com Hyoga. Agora que acordo estou aqui. Você pode me dizer o que está acontecendo?

Seiya:

- Hyoga também está aqui? Mas não tem como te explicar. Só tenho perguntas até agora.

Yusuke desesperado:

- Lantis! Você disse que sabe quem é esse tal de Landover! Como podemos vencê-lo?

Lantis:

- Nós não o conseguiremos! Só Anne pode fazê-lo! Ela tem que entrar aqui!

Landover com sua voz agora bem irritada, berra, ecoando sua fala por todo o recinto.

- Já que estão me considerando como um inimigo, também vos considerarei assim.

De repente, o teto começa a movimentar-se. Trata-se de estalactites, que surgem aos poucos, extremamente pontiagudas caem do teto logo que crescem, em direção à cabeça de quem estiver abaixo delas.

Por enquanto todos conseguem desviar-se.

Shiryu coloca seu escudo para cima, a fim de proteger-se.

Lantis pensa:

- Você tem que nos ter entendido, Anne!

Fora do templo, Primera, Kuwabara e Anne cercam o sentinela que mostra um sorriso amarelo no rosto.

- Quer dizer que, se usarmos nossa força contra a rocha não adianta? - indaga Kazuma.

- É mágica. Vai apenas perder tempo. - afirma ele.

Neste momento Leiga acaba de usar seu poder do somma, mas tem resultado inútil contra aquela parede, que apareceu tapando o caminho. Seu poder apenas desmancha-se ao esbarrar ali.

Kuwabara sacudindo o sentinela:

- Você não tem uma cópia deste amuleto? Vamos, responda!

Anne pensa:

- Mas eu ainda não compreendo porque chamaram exatamente a mim. Eles até não gostam que eu entre em combate e Leiga e Kuwabara... - Ela olha o sentinela sacudindo Kuwabara, agora, e continua a pensar: - Quer dizer... Leiga é mais forte que eu... talvez eu possa ajudá-los em alguma coisa especial... ah... claro! Só se for o Windom. É isso! - ela afirma - Pessoal, vou tentar! - ela levanta sua espada, gritando: - Windom!

De repente o corpo da garota se eleva por alguns metros. Some no ar e retorna no interior do gênio windom, pisando naquele chão com os pés gigantes daquele ser em forma de robô.

- Windom! - exclama maravilhada a pequena Primera.

Anne, usando aquele magnífico acessório mágico, pega sua espada e aproxima-se do monte. Prepara-se para desferir um ataque, quando a voz do seu gênio lhe diz:

- Anne, não é correta a forma como irá fazer isso. Eu sinto uma presença muito importante e muito antiga no interior deste monte, porém uma presença muito rebelde, por isso gostaria de lhe pedir que eu possa voltar à minha forma original.

Anne não compreende muito bem a razão, mas concorda:

- Claro, Windom!

Uma transformação se dá aquela imensa criatura, e, aos poucos, o gênio toma o formato original de seu corpo, que é um gigantesco pássaro de cor esverdeada, de longas plumas gigantescas, desproporcionais ao seu tamanho.

Anne sente-se surpresa por estar agora sentada na base do pescoço daquele animal sagrado de Zefir.

No interior do templo, estão todos parados, sem saber o que fazer, após terem cessado os ataques de Landover.

Porém ele fala, em tom preocupado:

- Não esperava ter que vê-lo novamente, nunca mais, mas agora sei que você está aí fora, Windom. Maldito o tempo que sempre revela o oculto. Aproxima os separados. Não queira que eu abandone o destino que escolhi, pois ninguém é digno de dar-me ordens.

Lantis esboça um sorriso e murmura:

- Você compreendeu, Anne!! Você compreendeu!

O vozeirão de Windom responde a Landover:

- Não vim convencê-lo do que você já sabe. Que é um desertor! Só quero pedir-lhe que pare com suas diversões grotescas e os deixe seguir seus caminhos.

O falso oráculo responde:

- Eu vivo para mim mesmo, Windom. E minha diversão é quem vem a mim. Não pode obrigar-me a deixá-los.

Ao pé do monte o gigantesco pássaro abre suas longas asas, que lembram grandes leques pela beleza que apresentam.

O sol deixa de bater sobre Leiga, Primera e Kuwabara, pela enorme sombra que é formada por aquela ave.

- A hora de enfrentar-me chegou, Landover!

Um forte vento começa a soprar naquele local do Mundo Celestial. Os olhos de Windom brilham.

Primera esforça-se, com suas pequenas asas, para não ser arrastada pelo vento, porém não resiste.

Contudo, Leiga a segura nas mãos e voa com ela para trás de uma pedra à distância, onde Kuwabara e o sentinela assustados, já estavam escondidos.

Um enorme tornado forma-se abaixo de cada asa do gênio, que os lança contra o monte, o qual, por sua vez, começa a ter as terras que o envolvem carregadas por esse furacão.

No interior do monte, Yusuke sem compreender o que vem acontecendo, pergunta para Lantis:

- Ei, Lantis, com quem ele está falando? Com Windom, gênio da Anne?

Lantis:

- Exatamente.

Repentinamente, um dos buracos que leva a luz do sol ao templo alarga-se demais; as pedras remanescentes são levadas pelo vento.

Anne, incrivelmente, não sendo carregada por aquela poderosa ventania, a qual está afetando o monte que esconde o templo de forma incrível; seu cume está cada vez mais baixo e plano; os buracos que permitem a entrada da luz solar alargam-se ao mesmo tempo, enfim, a ponto de tornarem-se um só, formando uma grande cratera sobre o templo e permitindo que a gigantesca ave pouse à sua borda e é isto que faz Windom neste momento e o vento cessa.

Windom:

- Landover, deixe as camadas de terra a qual se esconde e venha aceitar o meu desafio. Vencendo-me, espero que não sinta remorso de deixar Zefir com apenas dois gênios e não quatro, que seriam originalmente caso você não fosse um desertor.

Anne, surpresa, pensa alto:

- Landover é um gênio! O quarto gênio!

Lantis, lá do piso do templo olha para o grande pássaro onde Anne se encontra montada e pensa:

- Quantas coisas sobre Zefir ainda estão ocultas. Nos perdoem por isso!

- Cuidado! - grita Shurato, pois uma das paredes do templo começa a ruir.

Grandes blocos rochosas do monte se desprendem, rolando até o solo. Um grande estrondo se pode ouvir.

Uma grande criatura acaba de surgir de uma parede, onde ficava o tótem, arrebentando a estrutura do monte. Os que estão no templo, usam seus poderes e habilidades para fugir dos pedregulhos.

Uma gigantesca mão, coberta de pelos, agarra o pescoço de Windom, pulando com seu corpanzil puxando o gênio de Anne para dentro de seu templo.

Windom tem seu corpo aerodinâmico arremessado totalmente contra o chão do local.

Anne, porém, continua sobre ele e grita:

- Windom! - diz ela, preocupada com a sua criatura tão importante.

Ela, então, assim como todos ali, levanta o olhar para observar a forma de Landover. O suposto Oráculo, que brincava com as pessoas que se aproximavam, tem longos e fortes braços, pés com dedos compridos e muito flexíveis, uma comprida pelugem prateada cobrindo-lhe a pele e seu tronco arqueado aproximando mais ainda sua face ameaçadora contra os que estão no local.

Landover tem a semelhança de um grande gorila de pêlos cor de prata e pele dourada. Seus dentes onívoros mostram-se à medida que sua bocarra diz:

- Infelizes são vocês, suas criaturas insignificantes! Vocês não conseguirão sobreviver para ver o fim desse combate.

 

Na frente do grande castelo de Zefir, Clef, sentindo que a brisa sacode seu manto, está muito ansioso. Ele caminha pela beirada da ilha flutuante onde se encontra o castelo. Priscila, Marine e Lucy já recuperada, aproximam-se dele.

Lucy:

- Clef, você está muito ansioso! Por que você veio até aqui? Nunca te vi tão nervoso!

Priscila:

- Lucy, Clef sentiu a presença de Landover e quer lhe esclarecer algo mais sobre Zefir, que nós não lhe falamos, ainda.

Marine:

- Mas quem é Landover?

Clef:

- Landover é o gênio que rege o elemento terra.

Lucy:

- O que?! O quarto gênio? Nunca nos falaram que Zefir tem quatro gênios!

Clef:

- Landover, inicialmente, quando foi designado por Brafma juntamente com Rayearth, Ceres e Windom ajudou Zefir a livrar-se de uma crise há quase mil anos atrás, quando criaturas surgiram pela má atuação do núcleo e foi um bom aliado. Contudo, diferente dos outros gênios, ele rejeitou ser controlado por uma Guerreira Mágica e foi o único a lutar com a forma animal, que é de grande força. Porém após a paz voltar a reinar, ele rebelou-se, alegando não querer ser um fantoche de Guerreiras Mágicas, ou de quem quer que seja. Landover, mantém-se, a partir de então, como um tipo de eremita que gosta de prejudicar e humilhar aqueles que se aproximam dele. Ao longo dessas centenas de anos ele tornou-se uma temível lenda em Zefir pelo gesto inusitado que tomou e sente-se orgulhoso por nunca ter se submetido a ordens de uma Guerreira Mágica. Mas neste momento sinto que a força dele está como nunca e também a força de outro gênio, certamente Windom.

- E a Anne? - diz Lucy, assustada.

- Guru Clef, o que podemos fazer? - pergunta Marine.

Clef:

- Não sei, mas vou tentar me comunicar com ele. Estamos correndo o risco de ficar com dois gênios.

Marine segura uma das mangas de Clef e diz, tristemente:

- Por que você nunca conta tudo pra nós antes que seja tarde?

Lucy chorosa:

- Mas, porque Zefir não consegue a paz? Sempre estão surgindo conflitos? Porque a crise nunca se acaba apesar de nosso esforço?

Clef triste:

- Lucy, infelizmente acho que Zefir já está adaptada a este sistema de núcleo desde o começo do mundo; é a escolha de Brafma.

Lucy:

- Mas esse sistema do núcleo é tão... tão triste... não só por Esmeralda, que por seu amor por Zagard causou uma catástrofe, mas porque eu também havia sido escolhida e eu ... amo Lantis.

Priscila:

- Eu sei, Lucy, mas infelizmente Zefir não pode mudar certas regras.

Lucy nervosa:

- Não estou entendendo! Por que vocês estão dizendo isso? Zefir é livre do núcleo! Eu aboli o núcleo de Zefir e a tiara sumiu! Lembram?

Clef, com olhar de compaixão:

- Lucy, me perdoe, não havia contado para ninguém além de Priscila, mas... a tiara retornou.

Lucy fica estática com o comentário.

Os olhos vermelhos da ruiva tremem em suas órbitas com o que acabara de saber.

Numa sala oculta do castelo, o chafariz mágico guarda acima de si a tiara de núcleo, que está novamente lá, esperando para ser recolocada, fornecendo a paz para Zefir, em troca da devoção de uma alma, a qual já havia escolhido que seria a de Lucy.


Capítulo 11

Capítulo 9

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