Last Land

Terceiro Dia - Aparições

Capítulo 11 - Guerra Elemental


O templo, naquele ponto do Mundo Celestial será o local do combate de duas das criaturas mais poderosas de Zefir.

O ar percorre contornando o corpo da grande ave Windom, enquanto no lado oposto as paredes e chão pulsam juntamente com o coração irado do gorila Landover.

- Anne desça, por favor. - pede Windom, abaixando o pescoço, permitindo que a garota desça de seu dorso.

Anne obedece, porém olha para o gênio com uma expressão que o faz exclamar:

- Anne, você não pode me ajudar!

Yusuke corre até Anne e puxa-a pela mão.

- Vem, Anne. Sai de perto desse King Kong!

Lantis alerta a todos:

- Protejam-se todos, ou melhor, se pudermos fugir daqui talvez sobrevivamos, pois não se trata do combate apenas de dois animais sagrados, mas da terra contra o ar!

Todavia, antes mesmo que eles se preparassem, Landover começa o conflito. Avança, pisando fortemente no chão, criando uma espécie de terremoto a cada passada e arma um soco, que torna sua mão peluda recoberta por rochas que se desprendem da parede e acumulam-se em seu braço, como uma luva maciça e perigosa, a qual ele usa para socar o corpo bem mais esguio da gigantesca ave, que cai no primeiro golpe.

- Windom! - berra Anne preocupada.

A grande ave levanta-se não muito devagar e abre suas asas, liberando um grande tornado contra Landover, que vê-se envolvido por aquela ventania.

Ele está exatamente no olho do tornado. Seu corpanzil começa a, lentamente, girar no mesmo sentido do vento. Apesar de forçar suas patas contra o chão rochoso, não consegue evitar ser girado pelo redemoinho.

Os pequeninos visitantes do templo estão quase sendo arrastados pela ventania.

Lá fora, os outros estão ansiosos por saber o que há. Não conseguem ver o que realmente está acontecendo no monte.

Primera:

- Não agüento mais! Lantiiiiiiiis!

A fada, extremamente aflita, vai em direção do buraco sobre o monte.

- Espera, fadinha! - exclama Leiga, que com a ajuda de seu shakiti vestido, voa também para lá.

Kuwabara:

- Ei! E eu?! Sempre tô sobrando! - irrita-se.

O sentinela exclama, olhando atrás de uma rocha:

- Mas que é isso?! Vou trocar por um monte de coisas!

Trata-se do Arco do Sagitário que ele pega atrás de uma rocha.

- Ei! O Seiya deixou isso aí com medo que o Oráculo o quisesse!

- Mas ele não vai voltar mesmo. - responde.

- Vira a boca pra lá! - protesta Kazuma.

Primera, impensadamente, foi até a borda da cratera sobre o monte e a forte corrente de ar no local a captura de repente. Ela grita, assustada.

- Primera!! - exclama Leiga, que voa para ajudá-la.

O grande gorila encontra-se preso à corrente de ar; seu corpo agora gira, sem parar, como um pião; seus braços tentam agarrar-se à parede próxima, mas não conseguem.

A pobre Primera é puxada para dentro daquele furacão.

- Lantis! Me ajuda! - pede ela, já percebendo a tolice que fizera.

Porém lá embaixo é muito difícil de distinguir a fada, que começa a girar em torno daquele gigantesco hominídeo.

Windom que usa sua energia elemental para conseguir derrotar o gorila; pensa:

- Se eu conseguir derrotá-lo agora, eu o vencerei.

Leiga, nervoso, observa de longe, percebendo que ninguém notou a fadinha ali; ele observa e consegue vê-la entre as rochas que haviam se soltado do monte e também seguem aquele círculo no ar em torno de Landover.

Yusuke, vendo o guardião no alto, diz:

- É o Leiga! O que ele vai fazer?

O furacão começa a sair do lugar, em direção à parede.

Leiga nota a intenção, e, num vôo suicida, desce como um falcão e invade a corrente de ar, tornando-se mais um objeto ao redor de Landover.

Shurato:

- Leiga! Você ficou louco! - exclama Shurato.

O Rei Karla, para tentar reduzir sua velocidade, põe-se a voar contra a correnteza, mas não tem forças suficientes para suportar muito tempo. Ele invoca seu somma, como uma ajuda extra.

Finalmente Primera vê a ajuda que tem disponível, estica o minúsculo braço e grita:

- Leiga! Me ajuda!

Leiga estica seu braço para agarra-la quando passar, contudo na hora em que ela passa, uma pedra atinge o corpo do Rei Karla.

Leiga cede à força e é carregado por um tempo, mas forçando contra a correnteza, novamente vê Primera aproximando-se.

Finalmente consegue puxá-la entre as mãos.

- Peguei você de novo, fadinha!

Ele então tenta sair da correnteza, mas não tem forças.

Windom:

- Devo cancelar minha investida, ou posso ferir-lhe!

Leiga porém responde:

- Não faça isso! Eu garanto que escaparei! Continue!

Windom então intensifica seu poder e lança o tornado contra a parede, esperando esbarrar o gênio inimigo contra ela.

O furacão chega até a parede.

Leiga, como havia dito, consegue escapar, pisando sobre uma rocha no ar e forçando seu corpo como num trampolim.

Landover porém é arremessado contra o paredão, mas nada sofre, pois ele havia se tornado macio como um colchão com a magia do gorila, e amorteceu sua queda.

Landover:

- Ah! Ah! Ah! Como pensa em ferir-me usando o meu próprio elemento? Não seja tolo!

Leiga pousa à frente do grupo.

Yusuke:

- Para que isso?! Que você fez?!

Leiga abre suas mãos e mostra Primera em suas palmas.

Anne:

- Primera! Eu não vi!

A pequena fada ainda caída nas mãos do Rei Karla, olha-o emocionada e diz:

- Leiga, muito obrigada por me salvar!

Leiga sorri para ela.

- De nada, minha fadinha.

Windom, apesar da forma e cabeça de ave, pode-se perceber sua ira:

- Landover, deixe-os sair do local!!

Landover:

- Eu pensava justamente o inverso, Windom!

O gênio inimigo ergue os braços e seus olhos brilham como duas estrelas. Neste instante toda a parede rochosa que os circunda começa a tremer, enquanto Landover diz:

- Vou enterrar todos os que estão nesse templo e acabar a lenda do Oráculo de forma gloriosa, carregando um gênio de Zefir para a morte. Ah! Ah! Ah! Porém se pensam que também irei morrer, não se enganem. A terra só me feriria se eu permitisse, então irei para outro lugar e recriarei o templo.

As paredes parecem estar ficando mais altas e o tremor mais intenso.

- Landover, sei que pode me ouvir! - diz uma voz suave, que invade a mente do gorila.

Landover:

- Você é... eu já te ouvi antes... Guru Clef, o sacerdote de Zefir.

Clef:

- Sim, Landover e venho pedir que você demonstre alguma compaixão por seu mundo.

Landover:

- A compaixão por meu planeta é meu desprezo à minha liberdade.

As imensas paredes começam a ruir e as pedras vem sobre a cabeça de todos.

- Escudo do Vento! - grita Windom, o mesmo poder que cedera a Anne, quando tornara-se Guerreira Mágica.

Um grande escudo invisível em forma de cúpula cobre tanto o gênio quanto os guerreiros que ali estão.

As pedras caem com violência incrível sobre o escudo; com certeza elas vem com força maior do que somente sob a ação da gravidade.

- Landover, atacá-los te fará feliz? Deixar Zefir mais sem proteção te alegrará? - fala Clef na mente do gênio.

Landover:

- Como vêem, vivo no Mundo Celestial agora. O que acontece em Zefir não me atinge. Sendo assim, tanto faz.

As pedras quando caem no escudo de ar fazem um barulho estranho, como se fosse uma pancada grave, acompanhada de um zumbido rápido.

Clef:

- Desde o início deste milênio você tem se recusado a agir de forma sensata. Acha-se livre por isso?

Landover:

- Sou livre, Clef. Brafma escolheu um ser que não tem vocação para submissão.

Clef abaixa a cabeça cansado da telepatia e pela conversa difícil com Landover.

O sacerdote diz para os que estão seu lado:

- Acho muito difícil conseguir um acordo com ele. Vocês talvez tenham mais chances.

Ao falar essa frase não é mais para as Guerreiras Mágicas e sim os gênios Rayearth e Ceres, que estão no lugar delas, em suas formas de robôs.

Rayearth comunica-se com Landover:

- Landover, assuma sua verdadeira função! Zefir precisa de sua ajuda.

Ceres acrescenta:

- Você nasceu para ser como nós.

Landover:

- Não me compare com vocês. Vocês são fantoches! Eu tenho vida própria.

- Não se iluda, Landover. Assim como nós, você não consegue mais viver como uma criatura normal. Você tem necessidade de manter-se escondido e por mais que você ache que é livre, você tem tão pouco contato com outros como nós...! Mas enquanto nós nos tornamos amigos das Guerreiras Mágicas, que nos procuram, você apenas faz inimigos - diz Rayearth - As Guerreiras Mágicas praticamente são nossas únicas amigas, mesmo as que só vemos uma vez na vida.

Ceres:

- O seu orgulho provocou sua solidão.

Landover:

- Não! Eu não aceito isso!

Seiya vira-se para os amigos:

- Eu vou tentar atacá-lo. Usarei meu golpe contra a chuva de rochas. Não vou esperar mais a conscientização de alguém como ele.

Lantis:

- Você não compreende! Há uma guerra elemental aqui!

Seiya:

- Desculpe Lantis, mas não fico mais de braços cruzados.

Shiryu:

- Vamos atacá-lo. Eu ajudo na sua defesa.

Seiya meneia a cabeça para o amigo e ambos lançam-se fora do escudo de ar.

O cavaleiro de Pégaso usa seu golpe contra as pedras que lhes avançam:

- Meteoro de Pégaso!

Cada meteoro saído da mão de Seiya destrói uma pedra, devido a grande velocidade do Cavaleiro. Ele praticamente atinge todas as rochas que avançam, reduzindo-as a um fino pó, aos poucos formando uma nuvem marrom ao seu redor.

Landover:

- Seu insolente! Como ousa enfrentar-me!? Pequeno idiota!

Shiryu:

- Mais um pouco Seiya, e eu o atacarei com meu golpe diretamente em Landover.

Seiya:

- Certo! Vai, Pégaso! Me ajuda!

A energia do Cavaleiro aumenta mais e seus meteoros vão superando as pedras que surgem sem parar.

À medida que seus meteoros superam as pedras do gênio, Seiya vai avançando em seus passos. O cavaleiro fica mais confiante.

- Desista, Landover! Deixe-nos em paz!

Landover protesta:

- Eu sou um ser mágico! Você é um simples guerreiro. Não pode me derrotar!

- Ouviu? Você não pode derrota-lo! - diz uma voz feminina, que deixa Seiya nervoso, pois já a ouvira antes.

Seu olhar desvia-se do objetivo principal e volteia para os arredores, porem não há ninguém.

- Estou aqui! Bem em frente! - diz ela quando seu corpo, como se fosse um fantasma, vai surgindo à frente do Cavaleiro.

É a mulher de negro, com um sorriso ainda mais diabólico.

- Você?! - exclama Seiya.

- Ouviu bem? Você não pode derrotá-lo! E eu não permitirei isso!

A misteriosa inimiga invoca as espadas energéticas e desfere um golpe traspassando a coxa de Seiya, que sente sua carne queimar.

Ela, de imediato, desaparece e Seiya, por ter perdido o ritmo do ataque, é atingido violentamente por várias pedras lançadas por Landover e por elas levado a uma horrível queda contra o solo.

- Seiya! - grita Shiryu, que corre para ajudá-lo, pois mais alguns segundos sob a chuva de pedras será o fim do Cavaleiro de Pégaso.

Contudo, ao tentar ajudá-lo, ele relaxa em sua própria defesa e é atingido violentamente pelo ataque de Landover.

Ambos os Cavaleiros caem ao solo.

Kurama, o mais rápido que pode, invoca suas plantas semelhantes a cipós e as lança para laçar os dois caídos.

Shurato, Leiga e Yusuke ajudam Kurama a puxar os Cavaleiros para dentro do Escudo Mágico de Ar.

Primera aproxima-se dos caídos.

- Oi? Vocês estão me ouvindo? Por que vocês fizeram essa besteira se não sabiam se daria certo?

Seiya com bastante dores, responde:

- Daria certo... me atrapalharam.

Lantis:

- Quem?

Leiga:

- A poeira não nos deixou ver nada.

Seiya baixa a cabeça:

- Ninguém. Fui eu mesmo que errei o golpe.

Shiryu vira-se para Kurama:

- Obrigado. Se não fosse você morreríamos ali fora.

Kurama:

- De nada, Shiryu. Conte com seu amigo, Kurama.

Shiryu:

- Kurama?

Kurama sorri.- É, ou Suichi Minamino, que é meu nome humano. Por que?

Shiryu, um pouco impressionado:

- Por nada.

Clef apela novamente:

- Landover, conscientize-se de uma vez!

Landover:

- Nunca!

Rayearth:

- Landover! Pare com isso, agora! Deve deixar Windom em paz!

Ceres:

- Concordo com Rayearth. Você deve deixá-los sair, pois pode ser tarde pra vocês dois.

Landover dá pequenos saltos, como um macaco enfurecido e sorri:

- Jamais será tarde pra mim! É tarde para eles que estão resistindo a meu poder, mas não por muito tempo!

Todos ficam apreensivos. Até o próprio Windom.

Rapidamente o chão abaixo deles começa a mudar da forma plana, tomando aos poucos formato que lembra um colchão de faquir, com estalagmites extremamente pontiagudas.

Todo o grupo começa a sentir dores pelos espetos penetrando nas solas de seus sapatos.

Windom grita:

- Subam em minhas costas, todos! Rápido!

Com os pés feridos, e muitos até sangrando, todos conseguem subir às costas da gigantesca ave.

Porém, por causa do excesso de peso, o pé da ave acaba sendo traspassado pelos espetos no chão.

- Windom! - grita Anne em desespero.

- Morram! Malditos que vieram me perturbar! - grita Landover, que fizera cessar a chuva de pedras, para deliciar-se com a cena.

Windom desfaz o escudo e lança uma corrente de ar contra o gigantesco gorila, que joga-o no chão, porém os espetos tornando-se macios e flexíveis, amortecendo a queda de Landover.

Com muito esforço Windom, batendo suas asas, consegue tirar o pé ferido do espeto e voa para sair do templo.

Furioso por vê-los tentando sair, o grande hominídeo abre a bocarra, exibindo seus dentes, mas sem emitir som algum.

Ele força suas pernas e dá um enorme salto, caindo à borda do buraco formado no monte.

Anne:

- Windom! Vamos embora!

Carregando toda aquela gente nas costas, Windom tenta distanciar-se, quando Landover arranca um gigantesco pedaço da montanha com suas mãos imensas e o atira na ave. Kuwabara, assistindo lá de baixo grita:

- O que farei agora? Eles não têm chance!

Todavia, quando aquela meia montanha vem para a direção do gênio, vários dos guerreiros que estão sobre Windom, usam seus poderes reduzindo a rocha em muitas outras menores.

Porém essas pedras menores são o suficiente para machucar Windom, que perde altitude até cair no chão como um avião em emergência e arrasta seu corpo verde contra o solo, derrubando todos os "passageiros" pela dolorosa trajetória.

Landover, neste instante, acaba de pular ao solo em frente ao monte, provocando um breve terremoto.

Ele levanta os braços e abre a boca com raiva, como se estivesse mais nervoso ainda.

Windom está no chão.

Todos ficam assustados, principalmente sua respectiva Guerreira Mágica.

- Windom, ele está vindo!

Windom:

- Acalme-se Anne. - diz o gênio com o olhar triste.

Landover faz com que terra acumule-se ao redor de seu braço novamente, formando sua luva maciça.

Corre para perto de Windom, parecendo mais irado e desesperado. Yusuke, Kurama, Shiryu e Shurato tentam colocarem-se em seu caminho, mas são enxotados com um chute que dispara uma onda de areia sobre eles.

O gorila irado com sua mão envolta em rocha levanta-a.

- Desista, Landover! - fala Windom.

Landover desce seu braço com toda força sobre a cabeça da ave, provocando uma estrondosa pancada que soa como uma dinamite numa pedreira.

- Windom! - gritam os amigos de Anne.

O impiedoso Landover prepara o golpe novamente, e com mais vontade, atinge o pássaro gigante de novo, como um martelo.

- Wiiiindom! - grita Anne, já chorando. Suas lágrimas voltam a rolar intensamente.

Windom já está muito ferido. Sua cabeça está com as penas arrepiadas, seus olhos quase não se abrem.

O violento Landover, com os olhos esbugalhados, levanta sua mão mais uma vez, com mais ódio, ainda.

- N Ã Ã Ã O!! - grita Anne.

Novamente ouve-se um estrondoso som, até bem pior que os anteriores. Anne e os outros ficam perplexos com o que presenciam. O gênio Windom está caído ao chão, parecendo cansado, porém Landover acabara de cair ao solo ao seu lado, e ao contrário de Windom, parece estar inerte.

Kuwabara exclama:

- Ahn, mas o macaco caiu?!

O sentinela fica pasmo:

- Mas... os... o... esse é o ... oráculo?!

Kuwabara:

- Viu? Demos um jeito nele. Agora você pode descansar. - diz dando um tapinha no ombro do homem, que cai como uma estátua por estar em estado de choque.

Windom, com esforço, levanta-se do chão.

Anne fica feliz em vê-lo melhor.

- Windom! Que bom! Pensei que ele iria te matar, meu amigo! Windom! - diz ela chorosa, aproximando-se dele.

O gênio do ar, abaixa a cabeça e ela abraça seu pescoço ainda chorando.

Yusuke intrigado:

- Peraí! Não saquei ainda como você acabou com o King Kong. Como foi?

Kurama:

- Asfixia.

Shurato:

- Asfixia, como? Não entendi.

Windom:

- Foi como bem disse. Landover é mágico como todos nós gênios, mas basicamente fomos animais. Por isso eu, ainda dentro do templo, quando lancei a corrente do ar que o jogou no chão, nesse momento criei uma ausência de ar ao redor da cabeça de Landover. Assim ele ficou sem poder respirar, até quando caiu inerte. Ele não compreende que determinadas capacidades como ficar sem respirar, só pode ser conseguida com a união dos poderes com uma Guerreira Mágica.

O corpanzil de Landover subitamente vai se tornando transparente até sumir.

Anne:

- Windom, ele está morto?

Windom:

- Não, minha Guerreira Mágica. Ele só foi descansar na dimensão em que vivemos na parte ativa de nossa vida. E se me permitir, eu também gostaria de descansar.

O gênio do ar também desaparece aos poucos.

Shurato:

- O que ele queria dizer com parte ativa da vida?

Lantis aproxima-se:

- É uma área dimensional onde os gênios ficam quando estão aguardando um chamado das Guerreiras Mágicas.

Anne:

- Isso significa que ele nos ajudará?

Lantis não sabe responder.

Shiryu:

- Para onde vamos?

Seiya diz, encaminhando-se para o outro:

- Vou pegar meu arco com o Kuwabara e... ainda vamos decidir.

A perna do cavaleiro falseia, quando ele tenta andar, pela profunda ferida provocada em sua coxa.

Yusuke:

- Cara, isso não foi um ataque de pedra!

Kurama intrigado:

- Esta ferida é de um instrumento cortante e muito quente! Nada a ver com os ataques de Landover. Quem fez isso, Seiya?

Seiya fica sem jeito:

- Foi Landover.

Kurama:

- Por que mente, Seiya?

Seiya:

- Na verdade é... foi uma mulher que surgiu e me atacou bem na hora em que eu usava meus poderes contra Landover. Eu até o atingiria, mas ela surgiu e me atrapalhou. Foi ela também que surgiu no meu quarto e me atacou hoje de madrugada.

Shiryu:

- Mas eu não vi nada te atacando!

Seiya:

- Ela é estranha. Veste-se de negro e aparece e desaparece como se fosse um fantasma.

Kurama:

- Não sabe nem dizer como ela é?

Seiya não sabe o que dizer. Vira os olhos lentamente na direção de Anne. Os outros olham na direção dela.

Anne parece um tanto fora de si neste instante. Fita o céu, mas não parece estar prestando atenção a ele.

Kurama aproxima-se de Anne:

- Anne, o que foi?

Anne demora um pouco para responder, mas diz, por fim:

- Landover está falando comigo. Ele diz para nós retornarmos à caverna e procurarmos uma parte oca na parede. Se a arrebentarmos, teremos uma passagem pela qual devemos seguir.

Lantis:

- Devemos fazer isso?

Anne:

- Windom diz que sim.

O sentinela extremamente feliz fica passando por cada um deles ali e beijando-lhe os pés, dizendo:

- Obrigado, obrigado, obrigado! Você me libertou!

Ele segue de pé em pé deixando-os sem jeito, até que chega ao último par de sapatos, o qual o dono põe o pé na frente, esperando orgulhoso que ele o beije.

- Demonstre seu agradecimento, vamos! - diz Kuwabara.

O sentinela, ao ver o dono do sapato, pega um pedra ao lado e desfere uma tremenda pancada no pé de Kazuma, que grita de dor.

Leiga, puxando o ex-sentinela para que ele levante, diz:

- Escute, beijoqueiro, se quer agradecer sua liberdade, vá até a deusa Hakeshi e avise que eu e Shurato iremos para Zefir.

- Claro, claro. - diz o alegre homem, que, entusiasmado, sai correndo para longe, dando cambalhotas e saltos.

Primera:

- Leiga, você vai para Zefir?

Leiga:

- Se está tudo bem no Mundo Celestial, e esses problemas estão acontecendo em Zefir, porque não ajudar?

Primera:

- Que homem generoso!

Shurato:

- E mais tarde pode atingir o Mundo Celestial, também.

 

Do outro lado do planeta, Clef ainda sob o vento que balança sua roupa e novamente na companhia daquelas belas moças em vez dos gênios, agora sorri singelamente, olhando para o céu; as suas belas companhias também estão mais tranqüilas.

Marine:

- Que bom que Landover se rendeu, mas precisava isso tudo acontecer?

Clef:

- Ainda não se pode considerá-lo um novo amigo, mas ele se dispõe, pela primeira vez, ao verdadeiro propósito de um gênio, apesar de que ele diz que faz isso só para conhecer outro modo de viver. Ou de se tornar mais forte.

Lucy:

- Clef, se ele se dispõe a toda função de um gênio, então...

Marine:

- Landover é o gênio da terra, então...

Marine e Lucy falam surpresas, olhando uma para a outra:

- Teremos a quarta Guerreira Mágica!

Clef e Priscila sorriem e meneiam a cabeça, positivamente.

O magnífico sol brilha contra o planeta, aquecendo-o ainda bem forte, apesar da nova crise que surgiu.

 

Não podendo ver o sol já por algumas horas, o grupo entrara na caverna indicada por Landover e já estão há algum tempo atravessando um imenso túnel. Sob a luz produzida pelo corpo de Primera, que usa sua mágica se tornando assim um tipo de lanterna guiando o grupo.

Eles finalmente localizam algo além de estalactites e estalagmites desordenadas.

Pilastras trabalhadas e um chão perfeitamente liso, surgem à frente deles.

Anne:

- Olhem! Parece um templo. Me lembra onde eu, Lucy e Marine conseguimos nossos gênios.

Lantis:

- É um templo. O templo da Terra, onde Landover ficava originalmente, mas que criou um túnel até o Mundo Celestial, onde criou outro templo.

Shurato:

- Então já estamos em Zefir?!

Lantis:

- Acredito que sim.

Yusuke:

- Mas onde está a porta de entrada disso aqui?

Lantis:

- Por cima. A pessoa entra aqui por cima.

O grandalhão aponta para cima onde há um grande portão, o qual por si só abre-se lentamente, permitindo a entrada da luz do sol de Zefir.

Kurama enche suas mãos de sementes que brotam, transformando-se em cipós, agarrando cada um ali, levando-os para fora do lugar.

Logo todos pisam no solo verdejante de Zefir, novamente.

- Finalmente vou conhecer Zefir! - diz Shurato.

Primera:

- Meu lar! Meu lar!

Não foi preciso muito tempo depois de caminharem por Zefir, depois de saírem do templo para logo algo surgir diante de suas vistas.

- É a aldeia de Xarigan. - diz Seiya, reconhecendo os casebres que surgem ao longe.

- Vocês encontraram Xarigan! - diz Primera, espantada.

- Talvez lá possamos repousar. - diz Kurama.

Eles aproximam-se e vêem as casas da aldeia, as fogueiras ainda apagadas, pois ainda é dia, os utensílios domésticos em diversos locais, porém não vêem pessoa alguma.

- Onde foram parar?! - diz Kuwabara.

Eles olham para todos os lados e a ausência de seres humanos é total.

Lantis começa a ficar inquieto. Olha para os lados, preocupado.

Yusuke, sentando-se no chão:

- A gente se arruma por aqui, até eles voltarem.

Lantis:

- Não. Temos que ir para o castelo, agora!

Kuwabara:

- Qual é a pressa, cara?

Lantis:

- Vocês sabem que Xarigan odeia o castelo. Ele foi atacá-lo! E estão em menor número lá.

Anne:

- Mas Lantis, por que Xarigan iniciaria uma guerra sem razão?

Lantis:

- Ele já fez muita coisa sem razão. Ele é um criminoso.

Kurama:

- E qual o crime que ele cometeu?

Lantis contém-se por alguns segundos.

- Ele cometeu um crime muito grave. Imperdoável! - fala Primera, irritada.

Lantis:

- Ele matou o filho de Guru Clef.

Mais uma vez todos espantam-se com a nova revelação sobre Zefir.

Anne:

- Lantis, não sabia que Clef tinha um filho.

Lantis:

- Sim, seu filho era mais velho que eu, que era apenas uma criança pequena. Xarigan inicialmente havia salvo o garoto de um acidente que ele mesmo provocou e foi aceito no castelo por ter evitado o pior ao filho do sacerdote de Zefir, pois em Zefir há essencialmente três tipos de seres que são privilegiados por Brafma de poder alcançar mil anos de vida. Esses são os gênios, os quais Brafma escolhe a cada mil anos quatro seres de Zefir para tornarem-se gênios. A família de sacerdotes de Zefir, mais especificamente, o sacerdote e seu primogênito somente tem essa benção e também as fadas de Zefir.

- Sou eu! Sou eu! - diz Primera, para começar a atrair a atenção de todos ali - Eu vou viver ainda 982 anos! Eu só tenho 18.

Yusuke:

- Estamos falando de idade e não de centímetros. - zomba Yusuke.

- O que?! Seu folgado! Você...

Primera e Yusuke começam um bate-boca à parte.

Seiya para Lantis:

- Então Xarigan ao matar o filho de Clef cortou a corrente da vida milenar dos sacerdotes...!

Lantis:

- Exatamente. Se Clef viesse voltar a casar e ter outro filho, ele não viveria mil anos. E diz-se que um sacerdote não pode adquirir suficiente sabedoria, a não ser que viva centenas de anos.

Anne:

- Compreendo, Lantis, mas talvez eles não tenham ido para o castelo, não sei.

Kuwabara:

- Vamos tirar logo a dúvida de uma vez. - ele enche os pulmões e grita - Tem alguém aí, ainda? - em som bem alto para alcançar toda a aldeia.

- Nada vivo... - vai falar Shurato, quando Yusuke põe a mão em sua boca.

Passos calmos são ouvidos por trás de uma cabana. Vem em direção do grupo, o que os deixa preocupados.

- Há gente aqui... nós dois...!

A presença inesperada daquelas duas pessoas ali deixa todos estupefatos.

- Shiryu! - diz com voz irada o homem revestido pela armadura dourada de Câncer.

- Máscara da Morte! - exclama Shiryu, com o olhar fixo no antigo inimigo que ressurgira à sua frente.

Os Cavaleiros de Ouro jogam ao chão as frutas que estavam comendo.

Seiya:

- Vocês os expulsaram daqui?

Máscara da Morte:

- Podem não acreditar, mas já não havia ninguém quando chegamos. Se houvesse gente nós os destruiríamos e com muito prazer diríamos a vocês.

Shiryu irritado:

- Você nunca muda, Máscara da Morte!

Máscara da Morte:

- Mudo. Para um ódio cada vez mais forte contra todos e você, principalmente!

Lantis:

- Eu estou dizendo! Eles foram para o castelo e eu vou pra lá, agora!

Shiryu:

- Eu ainda não compreendi direito a missão de vocês amigos, mas eu tenho algo pendente aqui para resolver. Podem partir. - diz, olhando austero para o Cavaleiro de Câncer, que sorri.

Seiya:

- Não, Shiryu! Não sei como ele volta tantas vezes da morte, mas você não tem mais que enfrentá-lo. Você o venceu sempre, não tem que provar nada!

Máscara da Morte:

- O que foi, Shiryu? Está se acovardando? Eu o desafio!

Shiryu:

- Não; Seiya está certo. Eu já lhe venci, Máscara da Morte e lutar com você não tem nada a ver com os objetivos do grupo. Então esqueça!

O Cavaleiro de Ouro fica indignado:

- Como?! Não pode me deixar nesta ânsia, seu maldito!

Yusuke e Kurama aproximam-se dos homens de armadura dourada.

Yusuke, com olhar irônico:

- Kurama, tá lembrado dos desenhos que a Botan me passou?

Kurama:

- Estava lembrando disso agora.

Yusuke:

- São iguais a estes dois, só que no desenho eram menos feios.

Afrodite ira-se:

- Feio?! Como ousa?!

Yusuke, massageando as mãos;

- Aí galera, podem ir! Nós recebemos a missão de torcer o pescoço destes panacas aqui.

Seiya assusta-se:

- Mas eles são Cavaleiros de Ouro! Vocês não têm idéia do poder que eles tem!

Yusuke volta-se para Seiya:

- Você é que não tem idéia do nosso poder!

Kurama:

- Por favor... vão para o castelo! Nós nos encontraremos lá depois. Acreditem.

Kuwabara:

- Urameshi, eu vou ficar para ajudar!

Yusuke:

- Cai fora, Kuwabara! Estes caras aqui não são brincadeira!

Seiya:

- Se eu duvido que Yusuke e Kurama se agüentem, você menos ainda!

Kuwabara:

- Uma ova! Dessa vez não vou deixar vocês lutarem sozinhos! Quero me divertir também!

Máscara da Morte comenta:

- Divertir? Insolente!

Primera desesperada berra:

- Vamos logo! E o castelo? Vamos!

Shurato:

- Está bem, vocês três ficam aí. Nós vamos pro castelo. Mas eu não vou perdoar se vocês não aparecerem, entenderam?

Yusuke:

- Valeu! Mas vão embora logo!

Anne:

- Nós os esperaremos.

O grupo parte correndo.

Enquanto eles vão sumindo da vista de Yusuke e o companheiro, os Cavaleiros de Ouro esboçam um sorriso de deboche.

Máscara da Morte:

- Tem muita confiança de que nos vencerá. A que isto se deve?

Yusuke:

- Enfrentei Seiya há pouco tempo. Sei como é o poder de vocês, Cavaleiros.

Máscara da Morte:

- Conhece os cavaleiros? Só que Seiya é cavaleiro de bronze e eu sou de ouro. Entende a diferença?

Yusuke zomba:

- Sei. Você tem que tomar cuidado para que não roubem e derretam sua armadura para fazer brincos de madame.

Máscara da Morte:

- Parece que você não compreendeu muito bem. Vou ter que mostrar-lhe de outra forma.

Afrodite:

- Veremos se toda essa confiança durará por muito tempo.

O Cavaleiro de Peixes faz surgir rosas vermelhas em sua mão. As pontas dos espinhos brilham como estrelas, demonstrando seu afiamento.

Kurama surpreende-se e também faz uma rosa surgir em sua mão.

Afrodite arregala os olhos surpreso com o que vê, mas logo um sorriso irônico retorna aos seus lábios. Fala, então:

- Você também usa rosas? Esta luta vai ser muito interessante!

Na vila abandonada de Xarigan, irá iniciar a luta mais terrível que aquele vilarejo poderia suportar.


Capítulo 12

Capítulo 10

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