Aratron

Capítulo 3: O dia do Caos. Parte 1


Um policial estava chegando em seu departamento naquele momento, ele se surpreendeu ao ver que só havia três colegas de trabalho no estabelecimento.

- Martin, Nelman, Alex... cadê todo mundo? - Questionou Kevin intrigado.

- Kevin, você não viu o que ta acontecendo lá fora? - Perguntou Nelman.

- Sim, eu vi... o pessoal ta todo fugindo do hospital, mais não é só isso, minha vizinha começou a ter alucinações as quatro da manhã, depois ela começou a atacar tudo também.

- O resto do pessoal da polícia ta lá fora ajudando a população. - Explicou Martin.

- Pelo menos os policiais que não estiverem com alucinações. - Concluiu Alex.

- Bom, não temos tempo a perder, temos que levar os prisioneiros para o mais longe possível daqui, depois voltamos e ajudamos na cidade. - Começou Kevin. - Alex, você prepara o carro, Martin me ajuda a soltar os prisioneiros e Nelman fique cuidando para ninguém entrar, e use balas de borracha. - Todos aceitaram as ordens. Nelman desceu até a recepção e fincou os olhos na porta, enquanto Alex saia pela mesma para pegar o carro e colocar bem em frente da entrada, Kevin e Martin foram soltar os prisioneiros.

- Martin, solta o Sam e o Blade, eu vou soltar o Billy. - Gritou Kevin descendo as escadas apressado. - Quando eles chegaram no andar onde o caçador de vampiros e o irmão de Dean estavam, Martin foi soltá-los, e Kevin continuou descendo mais um lance de escadas.

- Tão soltando a gente por quê? - Estranhou Sam enquanto Martin procurava a chave certa de sua cela.

- O centro da cidade ta um caos! O pessoal que tava no hospital, e mais alguns novos casos que surgiram essa manhã... Ficaram loucos e tão destruindo tudo. - Respondeu o policial.

- E onde o outro ali foi? - Perguntou Blade apontando para a escada por onde Kevin desceu.

- Ele foi buscar um prisioneiro de segurança máxima... - Explicou Martin terminando de abrir as celas.

- Se o prisioneiro é de segurança máxima então ele pode precisar de ajuda. - Falou Sam já fora das grades.

- Tem razão, mais não tentem nenhuma gracinha, me sigam e não façam nada! - Eles concordaram apenas acenando com a cabbeça e seguiram Martin pelas escadas. Enquanto isso, Alex já havia trazido o carro para frente da entrada do prédio, e já tinha aberto as portas, estava apenas esperando os outros.

- Não demorem muito... - Pensou em voz alta, vendo as pessoas destruindo as vitrines, vidros de carros, acionando todos os alarmes possíveis, destruindo o interior das lojas e das casas. Ele via aquilo amedrontado, as pessoas que estavam fazendo aquilo pareciam andar como se o peso de suas pernas fosse muito grande para elas levantarem, elas quase se arrastavam, alguns o faziam literalmente se arrastando pelo chão da rua. Ele nem percebeu quando um desses que se arrastava pelas ruas, se levantou do lado de uma caminhonete da polícia, e com uma força sobre-humana ele arrancou a porta, afastou o banco e pegou um lançador de foguetes, o homem não tinha um físico avantajado, e era quase raquítico, mesmo assim conseguiu empunhar habilmente o lança foguetes acima de seu ombro direito, quando Alex percebeu, se desesperou e tentou encontrar sua pistola, quando achou, não teve tempo de atirar, pois assim que a empunhou um foguete já vinha na direção do carro, o projétil destruiu o carro e o empurrou para dentro da delegacia de policia, de onde não estava muito longe, além dos destroços do carro acertarem outras duas viaturas próximas, e as chamas logo fizeram os outros dois carros explodirem junto. Depois disso o alucinado ainda tentava atirar de novo e de novo contra o carro, sem entender que a munição havia acabado. Martin e os outros prisioneiros iam de encontro a Kevin que estava à frente de uma porta pesada aberta olhando fixamente para dentro da cela.

- Kevin? Aconteceu alguma coisa? - Perguntou Martin estranhando a feição no rosto do companheiro.

- O prisioneiro... Fugiu... - Murmurou Kevin com um rosto de espanto. Ele e Martin se entreolharam por alguns instantes, e de repente um barulho de explosão foi ouvido por eles, seguido da serragem que caia do teto. Kevin percebeu que a construção do prédio estava cedendo. - Vamos subir. - Os quatro foram subir as escadas, mais no meio do caminho houve um desmoronamento que bloqueou o caminho deles.

- E agora? - Desesperou-se Martin.

- Tem um buraco na cela do prisioneiro... Acho que ele fugiu por lá, podemos usar o buraco para fugir também. - Gritou Kevin para ser ouvido no meio do barulho da estrutura do prédio cedendo.

- Melhor irmos logo ou vamos ficar soterrados! - Gritou Blade em mesmo tom.

 

Na área denominada como Old Silent Hill, dois carros vinham a toda velocidade na direção norte da rua Midwich.

- Droga, pra onde o Dean ta indo? - Se perguntava Leon estranhando o caminho que estava sendo tomado pelo outro carro.

- A gente devia ter dobrado a direita na Rua Bloch, não á esquerda. - Disse Heather.

- Eles estão dando a volta. - Apontou Dante.

- Não, eles vão virar na Finney. - Concluiu Ivan.

- Acho que entendi se formos pela Rua Finney e dobrarmos a direita na Crichton não teremos problemas com pontes sendo elevadas. - Disse Leon dando uma olhada no mapa.

No outro carro...

- Não conhecia essa parte da cidade. - Disse James.

- Da última vez que esteve aqui você chegou pela Rua Sanders não foi James? - Questionou Constantine.

- Mais ou menos isso... eu cheguei pela estrada Wittse, e só depois acabei na rua Sanders.

- Então, você veio do outro lado do lago, o hotel Lake View não fica muito longe do motel que estamos hospedados.

- Tem certeza que por aqui é mais rápido Constantine? - Perguntou Dean trocando de assunto.

- Se você levar em consideração que o hospital Alchemilla é um dos únicos da cidade e é onde está a maior parte do pessoal com sintomas de alucinação, assim que atravessarmos a ponte seremos atacados... - Raziel interrompeu a explicação de Constantine.

- E daí teremos que lutar, perderemos tempo e correm o risco de eu fugir.

- Sei que você não conseguirá fugir e o ferimento em suas costas ainda está profundo.

- Não sei, mais vamos perder muito tempo... - reclamou Dean.

- Melhor perder tempo andando do que lutando. - Concluiu James.

- Ele tem razão... Ali na frente, dobre a direita na Rua Crichton.

- Tudo bem, vou ser um chofer bonzinho, desde que no final a gente tire o meu irmão desse caos.

Kevin, Martin, Blade e Sam atravessaram o túnel “engatinhando” enquanto atrás deles a delegacia de polícia era totalmente demolida, após alguns minutos caminhados desconfortavelmente, eles finalmente chegaram a uma caverna larga, a visão era quase impossível a não ser pelas lanternas dos policiais do grupo.

- E agora? - Perguntou Sam um pouco aflito.

- Já que estamos aqui, vamos atrás do prisioneiro que escapou. - Disse Kevin desanimado.

- Não vamos algema-los? - Estranhou Martin.

- Não precisa, acho que vamos precisar uns dos outros. - Concluiu Ryman.

- E também... Estamos desarmados. - Reforçou Blade.

- Tem um caminho ali! - Disse Sam que prestava atenção no caminho por onde as lanternas passavam clareando.

- Vamos! - Comandou o ex-policial de Raccoon.

James e Dean que estavam nos bancos da frente do carro deste último, achavam estranho o fato de Constantine estar levando Raziel com eles, ainda por cima sem nada para o segurar, nem ao menos uma simples corda, já John Constantine sabia exatamente o que estava fazendo, ele conhecia muito bem o vampiro, apesar de não saber como ele saiu do inferno para onde o exorcista o havia mandado pessoalmente. Raziel é um vampiro em busca de poder, enquanto os ataques continuarem em Silent Hill, ele terá de quem absorver poder. Não demorou muito tempo para o grupo chegar perto da delegacia de polícia, ou pelo menos onde ela deveria ser, já que no lugar havia toneladas de escombros.

- Meu Deus... o que houve aqui? - Murmurou James para si mesmo, mas foi ouvido por Raziel que o respondeu friamente:

- Demoliram a delegacia, e provavelmente vão querer derrubar a cidade inteira. - Após a explicação do vampiro, Constantine ia dizer alguma coisa mais foi interrompido por Dean:

- Sam! - Ele gritou pelo irmão apavorado com o estado da delegacia, desceu do carro e saiu correndo em direção aos destroços do prédio. O outro carro pilotado por Leon acabara de chegar, e os passageiros viram a mesma cena vista pelos demais. Todos desceram dos carros, com exceção de Dean que a esta altura já estava ajoelhado diante dos destroços, enquanto recebia olhares de lamento dos outros. - Sam... - Murmurou ele para logo em seguida se levantar e ir até o porta-malas de seu carro quase que atropelando os outros. Guardou em seus bolsos uma pistola com munição normal, uma stun gun*. Além disso empunhou uma shotgun antes de fechar o carro e sair em direção aos “alucinados” mais próximos do prédio, quando ia atirar no primeiro foi interrompido por Dante:

- O que você pensa que ta fazendo?

- Salvando essa cidade. - Dean respondeu friamente.

- Não pode matá-los! São doentes. - Heather entrou na conversa, e logo em seguida veio Leon:

- Calma, eu sei o que você ta pensando, mais fica frio, não vai resolve as coisas só saindo por aí matando todo mundo!

- Você diz isso porque tem medo que eu acerte sua namorada! - Dean falou em tom forte, quase gritando de raiva.

- Ele tem razão! - Interferiu Ivan.

- Ótimo... - Indignou-se o irmão de Sam. - Então vamos ficar aqui sentados, esperando esse pessoal demolir toda a cidade.

- Não é bem assim. - Constantine tomou a palavra. - Eles estão sendo controlados... Temos que matar a coisa que os está controlando.

- E qual é o plano? Sair por aí perguntando pra esses doentes quem é que ta controlando eles? - O filho de John Winchester não conseguia se conformar.

- Acho que temos que nos dividir. - A inesperada voz de Raziel tomou o lugar. - Temos que vasculhar as ruas. E não temos ttempo a perder, eles podem estar sendo controlados tanto daqui quanto de qualquer lugar da cidade.

- Ele tem razão, eu preciso achar a Sherry rápido. - Incentivou Leon.

- Pra irmos mais rápido podemos nos dividir em quatro grupos. - Comentou Ivan.

- Eu e James vamos para o lado mais ao sul do lago Toluca. - Começou Dante. - Lembra os caminhos?

- Perfeitamente.

- Podem ir com meu carro, não vou sair muito longe daqui. - Exclamou Leon Kennedy. Dante e James acenaram com a cabeça e entraram no carro, mais antes que partissem, Dante gritou para os outros:

- Alguém tem que vir para o farol, a gente vai passa lá no caminho, ganhamos algum tempo.

- Raziel! Ivan! Podem cuidar disso? - John tomou a frente. O vampiro e o pistoleiro nem se deram ao trabalho de responder, simplesmente entraram no carro que logo saiu em disparada. - Leon, eu te ajudo a procurar a Sherry e a Claire.

- Ótimo. Se possível podemos ir agora? - Leon estava com uma expressão de quem está atrasado para a própria festa de aniversário, mais Constantine foi quem deu o primeiro passo em direção ao hospital, logo os dois estavam correndo rua abaixo.

- E a gente? O que a gente faz? - Heather perguntou sem esperar uma resposta. Dean nem ao menos ouvira o que ela falara, o tempo todo sua mente estava consumida de raiva, ele olhava fixamente para onde antes era o prédio da polícia. Heather percebendo isso, se aproximou e pôs sua mão sobre o ombro de Dean que reagiu fortemente virando para trás quase assustado enquanto Heather recuava alguns passos ainda mais assustada. - Temos que fazer alguma coisa... vamos vasculhar pelas ruas, ver se a gente acha alguma coisa. - Foi só então que Dean se lembrou do que ouviu os outros conversarem minutos atrás e que estavam divididos em grupos.

- Está bem... - Respondeu ele a contragosto.

- Alguma idéia de por onde podemos começar?

- O shopping. - Disse Dean sem pestanejar.

- Porque o shopping? - Heather estranhou a decisão do companheiro.

- Não sei... meu irmão... ele seguia os instintos dele, nunca entendi isso, mais agora acho que entendo, e tenho uma sensação de que devemos ir para o shopping.

- Ta legal. Vamos lá! - Os dois entraram no carro de Dean e partiram em direção ao estacionamento do shopping.

 

- Claire? O que você está fazendo? - Perguntava a garota desesperada que tentava se esquivar das facadas que eram desferidas por sua melhor amiga desde a morte de sua mãe. Mas o corredor estreito do terceiro andar do hospital não favorecia a quem procurava uma fuga. Há algumas horas todos os pacientes do hospital começaram a destruir tudo, Claire foi uma das últimas a começar com os acessos de agressividade, mais seu alvo definido desde que começara, era a garota Sherry. - Para Claire! - A garota continuava gritando sem resultados. Sherry correu para o fim do corredor onde aparentemente ficaria cercada, sua protetora se aproximava com a faca segurada pela mão direita acima da linha do pescoço, não havia mais do que dois metros de distância entre as duas quando a porta do quarto 306 se abriu bruscamente acertando Claire que caiu no chão. De dentro do quarto saiu uma mulher idosa que tentou atacar Sherry com uma cadeira, mais a garota não pensou duas vezes antes de atravessar sua amiga caída no chão e correr para o elevador do hospital deixando para trás as suas duas agressoras.

 

- Você viu aquilo? - Perguntou Sam apontando para um canto da caverna por onde Martin havia acabado de passar a lanterna.

- Vi sim. - Respondeu o policial portador da lanterna.

- O que era? - Interessou-se Kevin apontando sua lanterna também para o lugar.

- Não deu pra ver... foi muito rápido, mais estava lá. - Explicou Sam. Nisso Blade percebeu uma movimentação perto de si próprio, não deu um segundo entre a sensação que o caçador sentiu e o golpe que o mesmo desferiu com o punho esquerdo sobre o autor da movimentação. Considerando-se a escuridão que estava no lugar, ninguém nem ao menos notou o feito do caçador de vampiros, até que um som de agonia foi ouvido, seguido por outro som de peso caindo.

- Aqui! - Gritou o meio-vampiro segurando um homem pelo colarinho da camisa.

- É ele! - Animou-se Kevin ao reconhecer o homem que Blade havia pego, ao mesmo tempo que apontava a lanterna para o rosto dele. - O prisioneiro!

- Muito bom trabalho Billy Coen. Nem imaginamos que você estava fazendo este túnel, e ficou bem grande. - Ironizou Martin.

- Não fui eu que fiz isso, hoje cedo acordei na minha cela e este túnel estava aberto. - Tentou defender-se o prisioneiro com o rosto ainda sangrando.

- Tem idéia de quem pode ter feito isso então? - Interessou-se Sam.

- Tenho certeza absoluta, eu o vi. - Respondeu Billy.

- E como era? - Voltou a perguntar o caçula dos Winchester.

- Vocês não iam acreditar. - Disse e olhou para o outro lado, mais o sangue em seu rosto ainda era visível.

- Eu não fiz isso. - Interrompeu Blade percebendo uma cicatriz mais profunda em seu braço direito, enquanto Martin e Kevin algemavam o fugitivo.

- Escute, tem que nos contar, tem coisas estranhas acontecendo aqui na cidade, se você viu alguma coisa precisa nos contar! - Incentivou o irmão de Dean. Billy pensou um pouco antes de começar a falar:

- Era... era como se fosse uma pantera negra, não foi muito longe daqui. O animal começou a caminhar na minha direção, quando chegou bem perto ele se ergueu em duas patas e virou... bom... parecia um homem misturado com o próprio animal que era antes. Depois começaram a aparecer partes de armaduras em partes de seu corpo quase que aleatoriamente, e por final uma espada que ele sacou e tentou me atingir, foi quando ele acertou meu braço, desarmado eu sai correndo, foi quando achei vocês e comecei a segui-los.

- Isso faz quanto tempo? - Perguntou Martin desconfiado.

- Não mais que quinze minutos. - Respondeu o fugitivo.

- Estranho... - Todos voltaram à atenção para Sam. - Quando eu e Dante enfrentamos um dos espíritos ele parecia uma mistura de um homem com um pássaro.

- Acha que pode ser um não é? - Kevin tomou a frente.

- Sim, se estiver aqui em baixo... temos que destruí-lo antes que ele nos destrua.

- Do que vocês estão falando? - Billy perguntou, mais Martin também estava interessado na resposta que viria. Foi Blade quem respondeu:

- Um ataque, estão atacando a cidade, usam as pessoas como instrumento para destruir as coisas e formar um exército para depois irem eliminando cidade por cidade e transformando pessoas em zumbis que obedecem ordens. - Sam estranhou o fato de Blade saber tanto:

- Como sabe disso?

- Antes de vir para a cidade, eu recebi uma carta e fui avisado de que haveria um vampiro por aqui, acho que era o Raziel, mais na carta também falava sobre isso, mais não achei que essas coisas existissem. - Respondeu o caçador.

- Você sempre combateu apenas vampiros não é?

- Sim... achei que fossem as únicas aberrações desse planeta.

- Pessoal. - Kevin interrompeu a conversa. -Se isso que vocês falaram é verdade então temos que sair daqui o mais rápido o possível.

- Eu... - Desta vez Billy foi o centro das atenções. - Quando eu estava andando por aí eu achei uma sala...

- Uma sala? - Estranhou Martin. - Aqui em baixo?

- Não era bem uma sala... mais tinha uma mesa com alguns papéis em cima e algumas estátuas e decorações antigas.

- Lembra o caminho? - Interessou-se Martin.

- Sim, posso guiá-los até lá.

- Então vamos! - Incentivou Sam.

 

Leon e Constantine desciam a rua Crichton em disparada, não estavam a muito mais que meia quadra do hospital quando uma porta de uma loja abriu bruscamente a poucos metros frente a eles, de dentro do estabelecimento saíam oito pessoas andando de forma um tanto desequilibrada, mais a visão de todos era focada nos que ainda não faziam parte do grupo.

- E agora? - Desesperou-se Leon.

- Não deixem eles te acertarem... se você desmaiar, vira um deles. Procure alguma coisa que possa usar pra se defender. - Incentivou Constantine.

- Que ótimo... pelo menos eles não vão tentar me morder até a morte.

- É esse o espírito! - Encorajou o exorcista.

- Muito motivador. - Retrucou em tom sarcástico. Em seguida Leon correu para sua esquerda onde havia um estacionamento, logo atrás veio Constantine e em seguida o bando de “servos-zumbis”. Leon correu para trás de um carro onde achou a tampa de uma roda solta, era pesada, mais o deixaria em desvantagem, John distraia os agressores correndo de um lado para o outro, Kennedy correu por trás dos carros que havia no lugar, havia um carro estacionado em 15º mais adiante que foi perfeito para Leon se esconder e acenar para Constantine, esse último correu para perto do esconderijo do companheiro sem revelar a posição do mesmo, as pessoas que os seguiam carregavam pedaços de madeira e canos. Quando eles passaram por Leon, o mesmo acertou o tampo da roda na cabeça de um dos inimigos que desmaiou na hora, os outros se viraram para Leon e Constantine pode pegar um pelas costas e aplicar um golpe próximo a região do pescoço que o fez desmaiar e John recolheu o cano que este segurava. Um dos agressores tentou atacar Leon com um pedaço de madeira, mais acertou somente à parte da roda que Leon usou para bloquear o golpe e depois girar quase desequilibrado-se enquanto segurava a pesada parte da roda com apenas uma das mãos, pode acertar três inimigos que estavam ao seu redor, os três caíram, mas somente dois ficaram inconscientes, o terceiro tentou vingar o dente que acabara de perder acertando a parte de trás do joelho de Leon com um taco, o ex-policial de Raccoon caiu ajoelhado largando o pedaço da roda que carregava, e pronto para ter a cabeça usada como bola de baseball. Mas o exorcista que nesse meio tempo havia derrubado dois com o pedaço de cano que tinha nas mãos, agora acertou a cabeça daquele que derrubou Leon o fazendo desmaiar, e dando tempo para Leon conseguir se recuperar do golpe, pegar o taco de baseball do inimigo caído e em seguida dar um golpe na vertical no ombro de um dos inimigos que teria arrancado o braço do mesmo se Leon não tivesse controle sobre sua própria força, em seguida aproveitando que o inimigo estava caindo ao chão, Leon lhe deu um chute no meio da testa para terminar com a luta. Ao final Leon se apoiou sobre o taco que usara para conseguir ficar de pé tamanha era a dor no joelho.

- Consegue continuar? - Perguntou Constantine respirando profundamente.

- Acho que consigo. - Leon tentou dar um passo mais teve que usar o taco de madeira para não cair. - Ai.

- Vamos, eu te ajudo. - Constantine segurou o braço direito de Leon e o jogou por trás de suas costas servindo de apoio para a perna direita ferida de Leon. Os dois continuaram o caminho, Leon achou estranho o fato de não ter ninguém cuidando dos carros ou ninguém que tivesse vindo pegar o carro enquanto estiveram lá, e além de não terem visto ninguém completamente normal desde que saíram dos carros.

 

Dean e Heather haviam acabado de chegar no estacionamento do Shopping que ficava a não mais que quatro quadras do hospital, desceram do carro, Dean foi direto para o porta-malas e guardou as armas que tinha pegado anteriormente, ele já estava mais calmo e a possibilidade de seu irmão estar vivo passou pela sua cabeça.

- Sabe usar uma dessas? - Perguntou Dean erguendo uma pistola.

- Sim. - Respondeu Heather.

- Tem balas de borracha. - Dean jogou a pistola para a companheira. - E se a coisa esquentar. - Ele jogou um pente com munição real para ela logo em seguida. Ela apenas consentiu com a cabeça enquanto Dean pegava os mesmos itens para levar consigo, com as balas de borracha já armadas. - Atire entre os olhos pra desmaiar alguém, mais esteja entre dois ou dez metros, se não a bala pode atravessar, ou pode não ter efeito algum. - Explicou já fechando o porta-malas.

-Há quanto tempo faz isso? - Questionou Heather com os dois já andando pra dentro do shopping.

- Isso o que?

- Você sabe... essas coisas estranhas.

- Há quanto tempo eu caço?

- Isso.

- Desde que minha mãe morreu.

- E isso foi quando?

- Quando eu tinha uns quatro anos. - Heather parou de caminhar, Dean andou alguns passos até notar que sua amiga havia ficado para trás. - O que foi?

- Você já caçava essas coisas com quatro anos? - Perguntou perplexa.

- Na verdade não caçava propriamente dito... mais via meu pai caçar. E desde aquela época eu já estava aprendendo a lutar. Eu só cacei sozinho de verdade quando eu tinha treze anos, uma coisa seqüestrou meu pai, e Sam não estava pronto para isso, daí eu tive que matar uma coisa sozinho.

- Você teve infância?

- Nunca precisei de uma... mais viemos aqui para caçar ou para ficar discutindo meu passado?

- Tem razão... desculpe. - Ela correu para ficar ao lado dele novamente e os dois adentraram o shopping.

 

Ivan e Raziel haviam acabado de sair do carro.

- A gente volta em duas horas no máximo. - Disse Dante ainda dentro do veículo.

- Estaremos aqui. - Respondeu Ivan no tom frio que sempre teve. E o carro partiu. - Vamos. E não tente nenhuma gracinha.

- Quero tanto acabar com isso quanto você. - Respondeu Raziel tão frio quanto o companheiro.

- É melhor que seja assim. - Os dois tiveram uma caminhada difícil e com vários obstáculos desde o porto até o farol, tiveram que passar por dentro de um barco onde havia um homem que tentou atacá-los, Ivan não teve remorso em puxar o gatilho e acabar com a vida dele, e nem foi reprimido por Raziel. Até que eles finalmente chegaram no farol.

- Posso chegar lá em cima bem rápido. - Disse Raziel medindo a torre do farol com os olhos.

- Então vá, eu vasculho por dentro. - Ivan entrou pela porta e Raziel que já havia se recuperado das últimas lutas pode convocar a Soul Reaver em seu braço que o auxiliou em escalar até o alto da torre. Dentro do farol Ivan não encontrou mais do que uma escada e um barril de óleo mais ao lado, mais quando começou a subir os degraus percebeu uma luz branca no alto. Sem perder sua expressão fria, o padre cuja alma havia sido vendida a um demônio, continuou subindo em direção a luz. Quando Raziel atingiu o topo do farol, não encontrou nada, rodeou o lugar por alguns instantes até perceber uma luz muito forte que vinha da frente de uma porta aberta, a luz continuou até que Ivan atravessou a porta e ficou frente a frente com a luz, assim como o vampiro. - O que é isso? - Perguntou Ivan.

- Não sei. - Como respondendo a pergunta de Ivan, uma mão saiu de dentro da luz e o pegou pelo colarinho e o jogou na direção de Raziel, os dois caíram do farol, para tornar ainda mais dolorosa a queda um barco passava ali no momento, o dono do barco que não estava louco como os outros (e que nem fazia idéia do que estava acontecendo na cidade) parou o barco e correu para ver o que havia acontecido. Foi nesse momento que Ivan se levantou e olhou para o topo do farol e pode ver uma forma humana os observando e depois se jogando ao mar. Nisso Raziel também já havia levantado.

- Vá para dentro da cabine. - Ordenou Ivan ao dono do barco.

- Mas... - O homem estava tão espantado pelo fato de os dois terem sobrevivido à queda, quanto pela aparência de Raziel. - O que está acontecendo?

- Não há tempo, vá para... - Raziel tentou avisar, mas naquele mesmo momento uma forma parecida com a de um tubarão pulou d’ água e teria atingido Ivan se esse não tivesse se afastado, porém levou no meio de seus dentes a cabeça do dono do barco, cujo corpo caiu sem vida no buraco feito a partir da queda de Ivan e Raziel.

- O barco vai afundar a qualquer momento. - Disse Ivan reparando a água entrando no barco próximo ao corpo do homem, e o formato de corte de espada por onde ela entrava, e depois reparou no braço em forma de espada de Raziel que entendeu o que havia acontecido.

- Precisamos agir rápido... - Antes de Raziel terminar de falar a criatura saltou novamente e quase os acertou, mais Ivan conseguiu tirar Raziel da linha de ataque antes. - Ele deve ser pior na água.

- Temos que chegar em terra, tire essa espada do braço e dirija até próximo da costa, eu tento distraí-lo até lá. - E assim foi, Raziel correu para a cabine e começou a conduzir o barco, Ivan pegou sua Magnum em uma das mãos e a Shotgun em outra, esperando o ataque vir de qualquer lado. Ao invés disso o barco é que foi atacado e balançou um pouco fazendo Ivan perder o equilíbrio, mas ele logo se recuperou e correu para o lado de onde o barco tinha sido atacado e disparou cinco vezes, e parou quando percebeu a ausência de sangue na água, quando abaixou as armas uma criatura se jogou na direção dele e o mordeu no tórax fortemente, e Ivan pode ver que era um tubarão. Colocou as duas armas na cabeça da criatura e disparou, fazendo o animal se largar e depois tomar uma forma humana, mais não um humano com traços de tubarão, e sim uma pessoa normal, só que o corpo era inteiro branco e ele brilhava em certa intensidade. Ivan se levantou e voltou a atirar contra o homem que bloqueava os tiros com espadas que antes eram seus braços. O homem branco brilhou mais intensamente quase cegando Ivan e depois ele foi atingido no abdômen pela espada que atravessou até sair pelas costas. O padre caiu ajoelhado e o inimigo pulou na água se tornando um animal novamente no meio do salto e continuou atacando o barco. Raziel saiu da cabine e foi até Ivan.

- Consegue lutar ainda? - Perguntou o vampiro.

- Vou conseguir em alguns minutos.

- Não temos esse tempo, eu cuido disso agora, vá dirigir o barco. - Ivan concordou com a cabeça e entrou na cabine enquanto Raziel esperava o próximo ataque ao casco do barco que não demorou muito, então o vampiro correu até o lugar mais próximo e atirou uma bola de energia com uma das mãos, sem muito efeito. Ficou parado olhando o mar por alguns instantes até ouvir o som de algo saltando da água atrás de si, e o animal que pulou tomou novamente forma humana em cima do barco, e assim que tocou o chão do veículo já estava com os braços em espadas e Raziel já havia feito o mesmo com seu braço esquerdo. Eles trocaram golpes de espada, com Raziel em séria desvantagem por ter apenas uma espada, mas quando ficava muito indefeso usava seu braço livre para invocar uma bola de energia, mesmo que a criatura aquática a cortasse ao meio. Em certo momento Raziel foi arremessado pelo inimigo para dentro da água, e então o homem-tubarão pulou novamente na água, desta vez na forma de animal e tentava várias investidas contra Raziel que ficava um tanto desprotegido, mas conseguia se desviar bem dos golpes e às vezes bloquear os dentes com sua espada. Ivan que estava dentro do barco se perguntava se Raziel havia sobrevivido ao contato direto com a água, sem ter a menor idéia da imunidade aquática do vampiro. Numa investida mal aplicada do inimigo Raziel conseguiu fincar a Soul Reaver nas costas do inimigo que tentava se livrar de todos os modos de Raziel, mas não conseguia, foi quando o tubarão pulou para fora da água em cima do barco e fazendo com que a espada se soltasse, mas nesse momento Raziel se segurou na cabeça do inimigo com a mão livre e voltou com a espada no pescoço do mesmo que não teve como se desviar e teve a cabeça decapitada, mas o corpo incrivelmente continuava a se mover e atacar Raziel com as espadas obrigando o vampiro a se defender, e precisava das duas mãos então jogou a cabeça do inimigo pela janela da cabine quebrando a mesma. Ivan que estava dirigindo o barco olhou para a cabeça caída ao seu lado enquanto seu aliado lutava contra um corpo sem cabeça. Sem pensar muito Ivan puxou a shotgun debaixo de seu sobretudo e atirou duas vezes na cabeça que literalmente se perdeu em água. Raziel que estava para bloquear mais uma investida das espadas do inimigo teve sua espada encharcada mais uma vez quando o corpo do inimigo “choveu” sobre seu corpo deteriorado. Raziel olhou para Ivan dentro da cabine que apenas levantou a shotgun e depois a guardou e continuou dirigindo, nenhuma palavra mais foi dita e o barco continuou o curso.

 

Heather e Dean haviam se separado para vasculhar todo o shopping, Dean ficou com o primeiro andar e Heather com o segundo. A primeira loja que Dean foi vasculhar era uma loja de armas com vários rifles de caça a mostra. Dean deu uma olhada no lugar enquanto pode, pois logo ouviu um barulho de tiro e algo quebrou a poucos centímetros de sua cabeça, o tiro foi ouvido por Heather. Dean se abaixou atrás de um balcão enquanto recebia constantes tiros de um homem que provavelmente era o dono da loja empunhando um rifle. Dean esperou o homem dar sete tiros para precisar recarregar e então se posicionou para atirar e quando o homem surgiu novamente para atirar Dean foi quem disparou primeiro, mas acertou apenas no ombro do atirador, e a bala de borracha não fez muito estrago, só então que ele se lembrou delas, e aquela situação não era a mais apropriada pra se pensar na vida do inimigo. Ele trocou a munição de borracha pela verdadeira, enquanto recarregava a pistola um dos tiros atravessou o balcão logo do seu lado. Dean parou por uns instantes para olhar o quão próximo o projétil passou dele, mas logo veio outro que o atingiu de raspão no braço e o fez derrubar a arma. Heather que havia descido a escada rolante e viu o homem que atirou em Dean, ela estava longe e se fosse se aproximar ela seria atingida, então optou por trocar a munição que tinha na pistola e atingiu o atirador na nuca. Então correu para dentro da loja.

- Dean!?

- Aqui!... Argh... - Gritou com esforço. Ela correu até ele e arrancou a parte da manga da camiseta de Dean que havia sido atingida e usou a mesma para estancar o sangue . - Valeu.

- Melhor andarmos juntos agora. - Ele olhou para o curativo improvisado em seu braço e o homem morto do outro lado, e acabou concordando:

- Tudo bem.


Capítulo 4

Capítulo 2

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