Aratron

Capítulo 4: O dia do Caos. Parte 2


Sam, Martin, Kevin, Blade e Billy caminhavam pelo escuro lugar atentos a qualquer coisa, o silêncio predominava constante, nem um deles ousava fazer movimentos muito bruscos e as luzes das lanternas iluminavam apenas pequenas faixas do lugar. Em certo momento Kevin esbarrou em Billy por acidente que não conseguiu se equilibrar por causa das algemas, todos se voltaram para eles.

- Tudo bem? - Perguntou Sam em voz baixa.

- Comigo sim. - Respondeu Kevin se abaixando para ajudar Billy. - E você?

- Tudo... tirando a poeira que entrou no meu olho. - Respondeu o prisioneiro forçando os olhos. Os dois se levantaram, Sam os ajudou, enquanto Blade e Martin fitavam o lugar.

- Tem algo aqui. - Falou Blade chamando a atenção dos outros. As lanternas de Martin e Kevin varreram o lugar buscando por algo mais não acharam nada, foi Sam que viu diante do escuridão a sua frente, dois olhos amarelos se abrindo a poucos centímetros de seu rosto, pelo susto o irmão de Dean caiu sentado no chão enquanto as duas lanternas se voltavam para o lugar onde Sam havia visto os olhos e confirmaram que não tinha mais nada ali.

- Viu alguma coisa? - Cochichou Billy para Sam.

- Vi sim.

- Cuidado! - Gritou Martin para Kevin quando viu dois olhos surgirem atrás de seu parceiro. Kevin se virou com tamanha velocidade que seja lá o que estivesse atrás dele, não conseguiu fugir a tempo, e por um segundo eles puderam ver um felino negro fugindo da luz. Um filete de fumaça saiu do seu corpo ao mesmo tempo em que o lado direito de seu corpo parecia estar queimando, mas este fato só foi percebido por Billy que pensou em falar algo mais foi interrompido por um grito de Martin:

- Ahhh!

- O que houve? - Alarmou-se Kevin.

- Minha perna. - A luz de Kevin mirou na perna de Martin e ele pode ver quatro filetes de sangue jorrando fortemente enquanto Martin ia ao chão não agüentando a dor.

- Ali! - Gritou Blade apontando para trás de Sam que se virou na hora e sentiu algo pular sobre seu corpo e derrubá-lo ao chão, e começar a arranhar seu peito com fortes garras, Kevin mirou a lanterna na criatura e o monstro fugiu, graças ao mesmo fato que novamente só Billy percebeu. Blade arrastou Sam um tanto ferido para perto de Martin e os outros se aproximaram.

- Ta tudo bem? - Perguntou Martin.

- Sim... ele não conseguiu fazer muito estrago. - A camisa de Sam estava toda arranhada, mas seu corpo possuía arranhões leves. Os cinco ficaram próximos um dos outros observando ao redor. Nada aconteceu por alguns instantes, até que puderam ver três pares de olhos próximos um dos outros. Kevin rapidamente sacou sua arma, apontou a lanterna e tentou atirar nas criaturas, mais não teve muita sorte.

- Tem mais de um. - Desanimou-se Martin.

- Isso vai dar trabalho. - Adicionou Blade.

- Se eu pelo menos pudesse vê-los... mais eles fogem muito rápido. - Kevin não estava muito mais animado que Martin.

- Eles não fogem pra gente não vê-los. - Todos se voltaram para Billy.

- Como assim? - Perguntou Sam.

- Eles são sensíveis à luz. Ela queima eles. - Completou o presidiário.

- Então só temos que jogar bastante luz neles. - Animou-se Sam.

- Mais como? Eles são muito rápidos. - Kevin não havia se animado tanto.

- Eu sei como. - Começou Billy. - Vocês tem lanternas, eu tenho pólvora, posso fazer uma bomba fraca com isso.

- Fraca, mais luminosa. - Completou Sam. Mas a conversa teve que ser interrompida por que algo havia agarrado o braço de Blade com os dentes.

- Droga. - Disse o meio-vampiro quando sentiu as presas do animal adentrando sua carne. e tentou golpear a criatura mais ela já havia fugido porque a lanterna de Kevin já estava iluminando Blade.

- Ele te feriu muito? - Perguntou Kevin.

- Ele é um vampiro. - Afirmou Blade.

- O que? - Perguntaram todos quase ao mesmo tempo.

- Olhe. - Blade exibiu o braço mordido e mostrou os dois buracos no formato de presas de vampiro um pouco acima do pulso. - Por isso ele é sensível a luz, primeiro eles queriam nos matar, mais ferimos eles com a luz e agora eles querem nosso sangue pra se curarem.

- Então... - Começou Sam com um certo medo de completar a frase.

- Se eles morderem vocês, vocês viram vampiros. - Blade completou a frase por ele.

- Então temos que agir rápido. - Começou Kevin. - Billy, do que você precisa?

- Preciso das mãos livres e de uma das lanternas... e guarde pelo menos uma bala. - Kevin concordou e correu para soltá-lo e entregou a lanterna a ele. Martin continuava iluminando o lugar.

- Você tem uma arma? - Perguntou Sam pra Martin.

- Tenho. - Martin pegou ela na bainha e jogou para Sam assim como um pente a mais de munição.

- Isso não vai adiantar nada. - Explicou Blade.

- Não? - Sam guardou um dos pentes de munição e desarmou o pente que estava na arma e pegou um frasco no bolso cheia de um líquido.

- Água. - Sorriu Blade.

- Isso não faz sentido. Elas vão secar no ar. - Estranhou Martin.

- Mas a essência da água continua nas balas. - Explicou Blade. - Pode dar certo. - Dois pares de olhos surgiram atrás de Blade.

 

O carro que levava James e Dante percorria toda a rua Sandford que seguia as margens do lago.

- Como você sabia? - James quebrou o silêncio.

- O que? - Perguntou Dante.

- Que eu conhecia esse lado da cidade. Você não tava no mesmo carro quando eu falei sobre isso com Constantine. Aliás também estranhei o fato dele saber sobre isso.

- Constantine tem vários contatos. Ele sabe de muitas coisas que acontecem, e ele me falou um pouco sobre você e Heather quando me disse que vocês também estariam aqui.

- Essa cidade não me tráz boas lembranças. - James olhou pela janela para ver a cidade ao lado.

- Então porque aceitou vir? O que o John te disse?

- Ele não falou muita coisa. Eu concordei quase na hora.

- Porque?

- Ainda tenho esperanças de encontrar ela aqui. Mesmo depois de tudo. - Suspirou James. - Mary...

- Entendo... - Eles continuaram em silêncio. Até que algo pulou sobre o carro deles. Dante perdeu o controle do carro e ele deslizou pela estrada até Dante conseguir parar de frente para uma forma humanóide. Dante olhou para a figura e concluiu logo, mais sem acreditar muito. - Mael...

- O que? - James ainda não havia entendido direito o que estava acontecendo.

- Ele não devia estar aqui, não tem sinais de ataques dos sábios pela cidade. Achei que só os mensageiros estivessem aqui.

- Ta, e o que a gente faz agora?

- Sai do carro! - Gritou Dante quando percebeu Mael juntando energia por entre suas mãos. Por sorte quando o ataque atingiu o carro, tanto Dante quanto James já estavam fora dele.

- O Leon não vai gosta disso. - Disse James reparando no carro destruído, depois olhou para a figura que os atacara, de fora do carro pode perceber que não era tão humano assim, o corpo de Mael era inteiro negro, com duas esferas roxas no lugar dos olhos, seus braços pareciam encostar no chão de tão longos, e no lugar da mão, ele só possuía os cinco dedos, que mais pareciam garras enormes, em suas costas haviam asas encolhidas. Tanto James quanto Dante ficaram alguns instantes fitando o demônio que iriam enfrentar. Quando Mael ergueu as mãos para o alto, Dante achou que ele ia atacar, mais em vez disso uma fumaça negra saiu de suas mãos e se encontraram com os céus da cidade transformando o dia em noite.

- Ele acabou de chegar... e veio direto em nós.

- Isso significa algo?

- Que Phaleg já sabe que tem inimigos. - Dante se levantou e pegou uma de suas pistolas em baixo do sobretudo vermelho. - Sabe atirar? - Perguntou para James.

- Sei.

- Use o carro como escudo, atire quando tiver oportunidade. - Dante jogou as duas pistolas para ele.

- E se acabar a munição?

- Acredite, não vai acabar. - Dante sacou sua espada e se virou em direção a Mael. O enviado mexia suas mãos quase que de uma forma boba, mais não foi nada engraçado quando ele usou aquele movimento das mãos para pegar embalo e começar a girar criando um redemoinho em volta de si mesmo e indo em direção a Dante. James ficou perplexo por algum tempo, mais depois começou a atirar, Dante não sabia se conseguiria atacar, e ele podia ver que os tiros de James apenas entravam dentro do tornado e ficavam girando junto com ele. Quando o tornado estava próximo o suficiente para puxar Dante, ele se decidiu por esquivar e correu dali em sentido oposto a James. A criatura vendo que não ia acertar mais ninguém parou com a investida, o rastro de destruição que ele deixou era bastante visível.

 

Leon e Constantine estavam entrando no hospital Alchemilla, tudo estava as avessas, e parecia morto, estava tudo completamente abandonado.

- O que aconteceu aqui não foi nada bom. - Leon apenas disse o que Constantine já sabia.

- Com certeza não, você se lembra onde a sua amiga está?

- No último andar.

- Então vamos. - Foram até o elevador e entraram, John já foi logo apertando um botão.

- Tomara que ela esteja bem.

- Vai dar tudo certo. - Incentivou Constantine. Porém quando saíram do elevador não era mais a mesma coisa.

- Onde estamos? - Perguntou Leon, o chão era todo revestido por grades, os encanamentos do hospital eram visíveis, e as paredes eram chamuscadas.

- No último andar eu acho...

- O terceiro andar não era assim... a menos que tenha tido um incêndio aqui.

- Terceiro? Você disse último andar.

- Sim, o terceiro andar é o último.

- Mais esse... esse é o quarto andar. - Eles se olharam por alguns instantes, depois voltaram ao elevador e só conferiram os botões até o terceiro andar. - Eu tenho certeza que tinha um aqui...

- Esquece, vamos continuar.

- Acho que é o jeito... - Leon ainda carregava um pedaço de cano velho, e Constantine um taco de baseball que tinham conseguido na última vez que enfrentaram as “pessoas alucinadas”. Eles atravessaram uma porta e perceberam que o andar inteiro estava do mesmo jeito que a sala do elevador.

- O que aconteceu aqui?

- Não tenho certeza.

- Então tem uma idéia?

- Não ao certo... nunca vi nada assim. - Quanto mais eles andavam, mais as coisas pareciam destruídas, eles checaram cada porta daquele andar, estavam todas trancadas. Decidiram-se descer para o terceiro andar, chegando lá foram recepcionados por duas enfermeiras, só que não eram apenas enfermeiras, elas empunhavam facas.

- Elas estão loucas?

- Não, são criaturas, olhe nas costas. - Realmente havia algo se mexendo nas costas delas. - Mate-as! - Gritou Constantine. Logo ele e Leon estavam avançando para cima das enfermeiras. Uma delas tentou acertar um corte vertical em Leon, mas este conseguiu escapar, a enfermeira não deu descanso e correu atrás de Leon mais uma vez tentando atacar, Leon subiu alguns degraus da escada e ficou alto o suficiente para que quando a enfermeira atacasse, ele estivesse fora de alcance, sem desistir a enfermeira se jogou na escada e começou a subir usando as mãos e as pernas, Leon aproveitou o momento para acertar com tudo a bola enorme que se remexia nas costas da enfermeira. Enquanto isso John Constantine esperava os momentos certos, a enfermeira vinha com facadas, ele apenas esquivava-se e quando podia acertava o taco na cabeça dela, logo a enfermeira desmaiou, e ele chutou o tumor nas costas dela com toda a força que podia e ele parou de se mexer.

- Pegue a faca dela, pode ser útil. - Disse Leon recolhendo a faca da que tinha acabado de derrubar, John também fez isso. Os dois atravessaram a porta para o corredor.

 

Sherry correu por duas quadras pela Rua Koontz, escapando das pessoas que tentavam atacá-la, cada vez que via uma pessoa se perguntava se não eram zumbis iguais aos que tinha visto em Raccoon. Ela virou a esquerda na Rua Simmons, correu mais uma quadra e virou a direita na Rua Sagan, quando terminou mais uma quadra, ela parou e encostou-se à parede de uma casa ali perto, ela estava bastante ofegante e quase sem fôlego. Recuperou-se e continuou andando, pensou em seguir reto, mais percebeu um estacionamento a sua esquerda, entrou por aquele caminho, notou que estava no estacionamento de um shopping, provavelmente o único da cidade. Ali havia um carro, ela conhecia o veículo.

- Esse carro tava lá no hotel. - Se lembrou, também percebeu que o bagageiro do carro estava mal fechado, olhou ao redor e constatou que não havia ninguém por perto, se aproximou do carro e abriu o porta-malas, quase caiu para trás quando viu a quantidade de armas e bíblias e tudo o mais que podia se imaginar que fosse útil para se matar um exército vindo do inferno. Se aproximou e tentou distinguir melhor o que tinha lá dentro, sem muita certeza e pensando se deveria fazer aquilo, ela pegou uma pistola. Nunca tinha atirado com uma, mais já havia visto Claire usar uma daquelas em Raccoon. Fazia três anos, mas ela tinha prestado muita atenção e poderia se lembrar até aquele dia. Apertou um botão próximo ao gatilho que desprendeu o pente de munição, ela tirou e percebeu que estava cheio, colocou o pente no lugar e pegou mais uns três por precaução. “Se o carro está aqui, então aquele cara também deve ta aqui”. Pensou ela, se lembrando do homem que tinha visto conversando com Leon quando ela foi para o hospital, ela não tinha entendido absolutamente nada do que disseram pra ela, mas naquele dia ela não estava preocupada em como ela tinha ido parar no hospital, mas em como ela ia sair dali. Desviou seu pensamento e voltou à arma, havia uma trava, ela apenas mudou a posição para liberar a arma e engatilhou a primeira bala e entrou no shopping.

 

Ivan e Raziel já estavam caminhando pela Rua Sandford, em direção ao motel, em nenhum momento eles pensaram duas vezes antes de acabar com a vida de quem tentasse se aproximar deles.

- Porque não acabou com ele logo? - Ivan tomou a frente.

- Ele quem?

- O cara da água... se não me engano o nome dele era Zoniel.

- Não tive chances.

- Teve sim, mas preferiu ficar na defensiva, se eu não tivesse acabado com ele, acho que você teria prolongado a luta até agora.

- Tive meus motivos.

- Posso saber quais são?

-... - Raziel parou na rua e olhou para Ivan. - Não estou aqui por vocês, por mim os humanos morriam todos. Mas eu sinto que não sou deste mundo... eu queria o poder que aquele cara poderia me dar, e eu não tive chances de absorver a alma dele em nenhum momento. - Os dois voltaram a caminhar.

- Entendo... e quanto à coisa de sentir não ser desse mundo... às vezes sinto quase o mesmo. Mas não é como se eu não fosse daqui. É como se eu fosse de outra época... - Foi interrompido por Raziel.

- Às vezes eu me lembro de coisas... lutas por poder com outros poderosos vampiros... a desgraça que caiu sobre minha raça para virarmos vampiros.... mas é como se fosse apenas um sonho. E quando acordo, estou nesse mundo.

-... - foi à vez de Ivan parar. - Eu sei do que está dizendo... Lembro de coisas assim, sonhos com o passado... mas não esse passado... lembro de uma luta com um anjo caído... uma mulher... mas é tudo tão distante.

- E quanto a seu abdômen? - Raziel reparou que o ferimento de Ivan havia se fechado completamente.

- Não sei... eu sou mais ou menos imortal... às vezes eu sonho com um demônio que me salva... e depois me dá esses poderes para enfrentar o anjo caído... mas não sei o que é na verdade. - Novamente os dois voltaram a caminhar. Foi quando do nada o céu começou a ficar escuro, havia uma fumaça por todos os lados.

- O que está havendo?

- Não sei... mas vem do outro lado do lago.

- Não é onde Dante e James estão?

- Tem razão, vamos lá! - Os dois se viraram e começaram a correr.

 

Heather e Dean já estavam vasculhando o segundo andar do lugar, Dean não conseguia tirar seu irmão da cabeça. Mas algo vinha em sua mente e dizia que ele ainda estava vivo.

- O que exatamente estamos procurando? - Heather ainda estava um tanto confusa sobre o isso.

- Qualquer coisa que seja útil para nós. Relatórios de pessoas que viram parentes ter alucinações, passagens, algum sinal de que havia algum tipo de culto.

- Cultos? Não é estranho isso em Silent Hill... mas porque acha isso?

- Esses caras nunca nos atacaram, porque agora eles vieram? Eu acho que alguém está invocando eles.

- Sei... - Eles continuaram vasculhando até que algumas pessoas começaram a sair de todos os lados.

- Tem munição?

- Tenho.

- Atira nos que estiverem longe, eu cuido dos outros.

- Certo! - Ambos usavam munição real, pois já tinham se convencido que as balas de borracha não iam adiantar muito. Heather atirou em dois que estavam saindo de uma loja de computadores, enquanto Dean atirava em um que estava se aproximando pelas costas de Heather, pra depois se virar e acertar um chute no estomago em um que estava atrás dele. A filha de Harry Mason continuou e acertou mais dois que saiam de uma loja de roupas e mais três que vinham de um banheiro ali perto. As pessoas começavam a se aproximar e carregavam pedaços de móveis, ou qualquer outro artigo que estivesse na loja, com sua pistola Dean acertou mais oito que estavam se aproximando deles. Quando um dos que Dean abateu caiu ao chão, Heather pode ver mais três saindo de uma loja de animais, ela acertou dois deles mas errou o terceiro, então atirou novamente para só então conseguir derrubá-lo. “Uma bala a menos” pensou ela. Agora não havia quase nenhum perto deles e Dean começou a ajudar Heather, acertando logo de cara quatro que subiam pelas escadas rolantes. Os últimos que restaram estavam saindo de uma loja de materiais de construção. Eles saíam com martelos e foices, Heather acertou dois e Dean mais dois. Acharam que tinha terminado, mas logo mais um saiu lá de dentro da loja com uma serra elétrica. Dean e Heather ficaram alerta, ambos foram atirar.

- Droga to sem munição. - Gritou Dean como se Heather estivesse muito longe.

- Eu também. - Desesperou-se. O homem com a serra vinha correndo na direção deles, Dean puxou Heather e os dois correram para um outro lado, o homem foi atrás dessa vez andando como se fosse fazer pressão neles. Uma pessoa havia acabado de subir as escadas rolantes e tinha tido tempo de ver o que havia acabado de acontecer, era uma garota e não estava alucinada como os outros, ela mirou a pistola que tinha na cabeça do homem com a serra elétrica. “Com a mira que eu tenho é capaz de eu acertar os que estão desarmados, e se eu acertar eu vou matar ele...”. Esse pensamento fez ela ficar um pouco indecisa se devia ou não atirar, então ela fez uma coisa nada sensata: Fechou os olhos e puxou o gatilho. Heather e Dean viram o cara com a moto-serra cair ajoelhado e sua perna sangrando. O homem alucinado começou a se virar para ver quem o tinha acertado, foi então que Dean viu uma garota, sem pensar muito ele pegou a sua pistola e acertou uma coronhada na cabeça do homem que desmaiou na hora.

- Está tudo bem com vocês? - Perguntou a garota que estava mais nervosa do que eles.

- Sim... e com você? - Perguntou Heather.

- Sim... eu acho.

- Você queria acertar a perna dele? - Perguntou Dean olhando para a parte traseira do joelho do homem caído.

- Eu acho que mirei na cabeça... mas. - Sherry estava meio sem jeito.

- Eu sou Heather e esse é o Dean... como é o seu nome?

- Sherry! Sherry Birkin.

- Você não é a garota que estava no motel junto com o Leon? - Lembrou-se Dean.

- Sim, eu mesma.

- Ele foi procurar você no hospital. - Disse Heather.

- Eu fugi de lá... estava todo mundo louco... mais descobri que a cidade não ta muito diferente... O que a Umbrella fez dessa vez?

- Umbrella? Eles não faliram? - Perguntou Dean forçando a memória.

- O que eles poderiam ter feito? - Estranhou Heather.

- Foi um vírus deles que transformou toda Raccoon em zumbis. - Lembrou-se Sherry. - Cem mil mortos... por culpa deles.

- Acho que eles esconderam essa parte no noticiário. - Falou Dean sem acreditar muito. - Mas dessa vez não são eles...

- E o que é? - Perguntou a garota.

- Estamos tentando descobrir. - Disse Heather.

 

Sam havia sido rápido em acertar entre os olhos das duas criaturas que estavam se esgueirando por trás de Blade, mas ainda sim elas não estavam mortas, ele ainda não tinha tido tempo de molhar as balas.

- Por que a água afeta tanto eles? - Martin ainda não estava entendendo.

- Porque eles são vampiros, é que nem se você jogasse um copo de lava vulcânica no seu braço. - Explicou Blade. Sam estava terminando de preparar as armas, Billy estava concentrado em seu trabalho, enquanto os outros faziam a ronda, tudo o que se movia, eles acertavam, Martin tentava acompanhar o movimento do inimigo a todo custo, porém eram rápidos de mais.

- Falta muito? - Perguntou Kevin.

- Já to terminando. - Respondeu Billy.

- Sam! - Gritou Martin apontando a lanterna para ele, Sam não precisou de ordem para se virar e atirar na criatura que se cobria sobre sua sombra, Sam conseguiu acertá-lo, não em um ponto vital, mas sabia que o tinha acertado antes da criatura sair correndo mesmo abaixo da luz, para depois voltar para o escuro. Nesse tempo, Blade conseguiu ver uma movimentação atrás de si mesmo e se virou com um chute, Kevin ouviu o monstro que Blade chutou se chocar contra a parede, e depois mandou uma seqüência de balas nele.

- Poupem munição. - Gritou Billy sem parar o que estava fazendo. A próxima vez que Kevin viu uma criatura próximo a ele, usou da força bruta para acertar a criatura com um chute. E depois mandar uma coronhada, que quase lhe custou à mão, se não fosse Sam atirar no rosto do animal vampiro antes que este engolisse a mão do policial.

- Falta muito ainda? - Insistiu Kevin.

- Mais um pouco... - Billy só colocou mais um pouco de pólvora. - Pronto!

- Protejam os olhos! - Gritou Kevin, depois Martin mirou sua lanterna no aparato construído por Billy, e seu parceiro na policia se encarregou de acertar um tiro no lugar exato da bomba que a fez explodir, o brilho ficou intenso por alguns instantes, mesmo olhando na direção oposta, os outros tiveram um pouco de dificuldade para ficar de olhos abertos, quando a luz começou a diminuir, eles abriram os olhos e viram as criaturas se derretendo.

- Sam, agora! - Berrou Blade. E não precisou repetir, Sam acertou quatro tiros em cada uma das criaturas que finalmente haviam se dizimado por completo. Kevin aproveitou o momento para procurar um caminho a se seguir, e logo a luz da lanterna de Martin era a única visível novamente. Sam e Billy carregaram Martin pelos braços, agora a lanterna estava com Kevin que ia na frente, enquanto Blade andava na retaguarda, finalmente chegaram em uma sala, ou o que parecia ser uma sala, o que além de tudo era estranho se for considerar que eles estavam num túnel subterrâneo. O que foi ainda mais espantoso foi o fato de Kevin encontrar um interruptor ali perto, agora todos estavam sobre a luz que vinha da única lâmpada do local, e ambos pareciam um pouco exaustos. Sam havia ajudado Martin com o ferimento da perna, aplicando gaze e um pouco de álcool, até então não havia sido trocada uma palavra, foi Billy quem rompeu o silêncio que já estava começando a ficar doentio:

- O que eram aquelas coisas?

- Vampiros, pela milésima vez. - Explicou Blade.

- E isso realmente é possível?

- Se duvida que vampiros existem, olhe para mim.

- Como assim?

- Sou meio vampiro, e tenho matado outros vampiros a minha vida inteira.

- Bom... - Sam que assim como os outros só estava ouvindo a conversa de Blade e Billy, resolveu falar. - Vampiros não são o único problema do mundo, eu e meu irmão estamos caçando espíritos, demônios, e qualquer tipo de coisa assim desde que nascemos praticamente.

- Não sei se vale alguma coisa. - Começou Kevin. - Mas eu matei várias criaturas mutantes em Raccoon antes da cidade ser dominada.

- Também esteve em Raccoon? - Surpreendeu-se Billy.

- Sim, eu era do RPD. Não me diga que também estava lá.

- Sim, eu estava, mas não no dia em que a cidade foi pelos ares, eu fugi da cidade no dia em que os STARS foram dizimados, eu ajudei uma delas, Rebecca Chambers.

- Sim, Rebecca... me lembro dela. Pensar que ninguém acreditou neles, se tivessem dado atenção a eles, a cidade poderia estar inteira.

- Eu desconfiei que a cidade não tinha ido simplesmente pelos ares, eu já suspeitava que aquelas coisas tinham invadido a cidade.

- Caramba. - Foi a vez de Martin atrapalhar a conversa de Billy e Kevin. - Será que sou o único aqui que não tem acontecimentos bizarros marcados no diário?

- Acho que você tem sim Martin. - Interrompeu Blade.

- Porque diz isso?

- Posso ver pavor em seus olhos, desde que fomos presos. Pra quem nunca enfrentou nada estranho antes, você se comportou muito tranqüilamente.

- Acho que tenho facilidade para encarar o novo.

- Olha. - Novamente Sam interrompendo o diálogo. - Pode falar, se tiver mesmo alguma coisa... Não tenha medo, vamos.

- Tudo bem... - Decidiu Martin após um longo suspiro. - Sabem... a cidade de Silent Hill é marcada por fatos muito estranhos. A cidade... é amaldiçoada, sempre foi, desde a época em que se praticavam seitas macabras aqui, antes de ter uma cidade propriamente dita. Alguns moradores daqui ficam loucos... e pelo amor de Deus, metade dos casos de alucinações, traumatismos em hospitais, pelo menos a metade desses casos no nosso país, as pessoas estiveram aqui, talvez não pessoalmente, talvez só mentalmente, ou até mesmo vindo para cá de formas completamente estranhas. Essa cidade é amaldiçoada, Kevin está aqui apenas há cinco meses, e nem todos podem ver, ou ouvir, ou sentir medo... nem todos, mas os que vêem, nunca mais esquecem.

- E você viu. - Concluiu Billy. - Mas o que?

- Nem queira saber... é horrível, mas algo que me intriga muito. - Martin puxou penosamente a próxima fala de memória. - É que todos sabem sobre Samael. Um demônio, talvez o demônio da cidade, ele se alimenta da dor e do sofrimento das pessoas. E não sei porque, mas uma seita antiga conseguiu fazer esse demônio nascer, e desde então ele vive por ai.

- Isso explicaria o porque de estarem atacando exatamente aqui nesta cidade. - Sam pensou um pouco alto, pelo menos alto o suficiente para todos ouvirem.

- Como assim? - Perguntou Blade.

- Tudo isso que ta acontecendo, a cidade com várias pessoas completamente loucas destruindo tudo o que está à frente delas. - Explicou o irmão de Dean.

- Essa cidade é como um chamariz para coisas ruins... - O rosto de Martin demonstrava uma mistura de tristeza e raiva, que podia ser compreendida por todos ali, houveram alguns minutos de silêncio, até que a luz simplesmente... apagou.

- Que ótimo, mais essa agora. - Reclamou Billy.

- Martin, cadê a lanterna? - Perguntou Kevin.

- Está comigo, mas não funciona. - Respondeu o outro policial.

- Como não funciona?

- Sei lá, a pilha deve ter acabado.

- Silêncio! - Interrompeu Blade. Todos ficaram calados e então puderam ouvir sons parecidos com batidas no metal, e depois um barulho de água e logo perceberam que estava começando a entrar água.

- Esse lugar vai inundar! - Gritou Martin. Porém de repente as luzes voltaram, e tudo ficou claro, todo o túnel, mesmo as partes em que não haviam lâmpadas. Mas eles não tiveram tempo de ficar analisado aquilo, pois algo surgia diante de seus olhos.

- Vejo que deram conta dos meus bichinhos. - Disse a figura nova.

- Você tem um péssimo gosto para animais de estimação. - Blade já estava demonstrando irritação.

- Devo me apresentar, sou Hubaril, o mais poderoso mensageiro de Saturno.

- Vejo que é mais esperto que Sachieh, ele era tão burro que não sabia nem falar. - Provocou Sam.

- Bom senhor Samuel, quero que entenda que não são todos os que dominam a língua dos humanos, mesmo porque vocês têm pelo menos duas mil línguas.

- Porque Phaleg está nos atacando? - Gritou Sam agora com a mesma irritação de Blade.

- Phaleg? Acho que estão alguns anos luz longe de nos vencer.

- O que vocês querem? Criar mais um demônio pra governar esse planeta? - Perguntou Kevin.

- Não estamos aqui para dominar território, estamos aqui para acabar com esta historia.

- Que história? - Interessou-se Billy.

- A história que está se repetindo mais uma vez.

- Como assim? - Estranhou Martin.

- Na primeira vez... estávamos sendo usados por um demônio que descobriu como invocar partes dos exércitos dos Lords Planetários. Mas agora, só queremos manter o equilíbrio, e descobrir o que está provocando nossos problemas.

- Que problemas? - Perguntou Sam.

- O problema que você e seu irmão causaram senhor Samuel.

- Dean e eu? - Estranhou Sam.

- Sim, vocês dois, é por causa de vocês que ele está fazendo isso, se eu matá-los, tudo vai recomeçar, mais uma vez, mas teremos algumas horas para impedi-lo.

- Mas... do que vocês estão falando? - Estranhou Blade.

- Cansei de repetir isto todas às vezes, eu apenas tenho que matá-lo Sam.

- Se quer mesmo matar ele, então terá que matar a todos. - Martin se escorou em Sam para se levantar, e foi apoiado pelos outros.

- Então matarei todos!

- Pode tentar! - Desafiou Kevin com olhar confiante.


Capítulo 5

Capítulo 3

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