Anjos e Demônios

Capítulo 2: Voltas


Olá pessoal!!! Aqui está a continuação do capítulo “Rosas Congeladas”. Antes de tudo, gostaria de fazer um esclarecimento : a personagem Chizuru é uma criação minha, não fazendo parte de nenhum mangá ou game. Lembrem-se sempre de que a opinião de vocês é muito importante para mim, então utilizem o [email protected] para comentários, sugestões, elogios ou até mesmo reclamações. Boa leitura!

 

Uma mulher de cabelos muito lisos e compridos anda por um vilarejo. Veste roupas de sacerdotisa e carrega consigo uma aljava e um arco antigo. Uma espécie de monstro desliza sorrateiramente por trás da mulher. É metade centopéia e metade humana. Subitamente, a mulher saca uma flecha, retesa o arco e mira. Quando ela vai atirar a flecha...

Pan-Pan-Pan-Pan

O despertador de Kagome toca.

- Ora, mas que droga, eu esqueci de desligar o despertador! Hoje não tenho aula! - ela desliga o aparelho com raiva.

Olha no relógio. 7h. “Perdi o sono, mas que saco!!!”. Põe as mãos na cabeça e começa a pensar. “Que sonho mais esquisito. Era aquela mulher do espelho de novo. Mas desta vez ela carregava um arco... O que isso significa? Ah, eu esqueci que hoje eu vou ter aulas de arco e flecha no templo Tsukimine! Tenho que correr!”

Kagome se levanta de um salto e põe a se vestir. Corre para o banheiro, escova os dentes e penteia os cabelos. Volta para o quarto e pega o pacote. Desce correndo as escadas e senta para tomar café.

- Ohayô, Kagome-chan! Acordou cedo, minha filha. Vai sair?

- Ohayô! Vou sim, mamãe, preciso resolver umas coisas que o Eriol me pediu.

- É sobre este pacote misterioso?

- É sim. O Eriol sabe quem mandou. - Kagome engole a comida que a mãe preparou - Agora preciso ir. Não vou voltar para o almoço.

- Cuide-se, minha filha!

Kagome sai de casa e pega sua bicicleta. Vai pedalando animadamente até chegar ao templo. Ultimamente tem se achado um pouco gordinha e esta é uma boa maneira de ficar em forma. Depois de uns quarenta minutos, ela chega. O templo está vazio. Ela desce da bicicleta e entra no local, conduzindo-a.

- Tem alguém aí?

Ela apenas ouve um barulho diferente, como um sino.

- Você é a srta. Higurashi, não é mesmo? Está atrasada. - uma mulher ruiva, de cabelos muito lonngos e presos, vestindo uma roupa de sacerdotisa, aparece segurando uma vassoura.

- Srta. Mizuki?

- Sim, sou eu. - ela sorri - Chame-me apenas de Kaho. Posso te chamar de Kagome?

- Sim, pode.

“É estranho. Quando estou perto dela tenho uma sensação de felicidade... Essa mulher tem algum tipo de poder especial...”

- Vamos começar com o treinamento? São oito horas. A reunião na casa de Eriol será às 10 e meia. Temos tempo suficiente para começarmos.

- Tudo bem.

Mizuki a conduz para os fundos do templo. Lá estão armados dois alvos e há uma grande quantidade de flechas.

- Você já usou um arco antes?

- Nunca.

- Bem, deixe-me mostrar o que você deve fazer. Primeiro, pegue uma flecha e a coloque no arco retesado deste modo. - Kaho mostra como proceder - Depois, mire. Não tenha pressa. Sinta seu alvo entrar em sincronia com a sua mente. Quando se sentir pronta, atire. - Kaho atira e acerta o alvo em cheio.

- Você falando parece fácil...

- Mas é fácil. Tente você.

Kagome desembala seu arco e imita Kaho. Sua flecha não tem a força necessária para cumprir metade da distância entre ela e o alvo.

- Continue tentando. E coloque mais força.

Kagome continua tentando pelo resto da manhã. Tudo que consegue é fazer a flecha atingir o chão embaixo do alvo.

- Por hoje chega. São 10 e vinte e você precisa ir para a reunião.

- Ai, cansei! Isso é muito difícil...

- Não é não. Você é que é bastante ruim.

- Obrigada pela parte que me toca.

- Não quis ser grosseira, Kagome. É apenas uma crítica construtiva. Treine mais seu braço, para criar forças e conseguir mandar a flecha mais longe. O alcance deste arco é maravilhoso. Quem vê você treinando daquele jeito nem pensa...

- Nem pensa o quê?

- Nada. Mais tarde você descobre. Leve estas quatro flechas com você. - Kaho abre um enorme sorriso.

- Já vi que você é igual ao Eriol-kun... Vou acabar chamando você de Mestre dos Magos também...

- Você tem um senso de humor ótimo, sabia? Mas se apresse, ou vai chegar atrasada. Venha depois da aula amanhã, certo? Ah, tome cuidado com a roda gigante, viu? Tchau!

Kaho vai andando e some.

- Hã?! O que ela quis dizer????

Kagome embala o arco, monta na bicicleta e sai em direção à mansão Hirasigawa.

 

Arashi acorda no hospital. Olha em volta e está só. As flores que Kurama lhe deu foram retiradas de sua cabeceira. Ela sente um vazio no peito, mas não consegue se concentrar em nada. A única coisa que lhe vem à mente é que está faminta. Abrem a porta do quarto.

- Bom dia, Arashi! Como está? Vim trazer o seu café da manhã.

- Bom dia, Tokiko. Estou me sentindo melhor. - a garota dá uma olhada no prato que Tokiko coloca na bandeja da cama - Meu café é esta sopa sem graça?

- E o que você queria? Não se esqueça de que está num hospital.

- Não tem problema. Estou com tanta fome que nem vou sentir que gosto tem.

Arashi começa a tomar a sopa.

- Hoje você vai receber alta. Partirá daqui direto até a casa do Eriol. Eu te levarei dentro de uma hora. Então termine o café, tome um banho e se arrume.

- E a Kagome?

- O Eriol ligou dizendo que ela está tomando aulas de arco e flecha e não vai poder te buscar.

- Nani?

- É, também fiquei meio sem entender. Mas ela agora tem um arco e está aprendendo a usá-lo. Ah, Eriol disse que você vai com ela e Trunks para o parque hoje, depois da casa dele.

- Ai, já tinha me esquecido dos ingressos que a Naegino-sensei nos deu...

Tokiko sai do quarto.

“Kurama também ganhou ingressos, será que ele vai? Acho que sim, Kagome não perderia essa oportunidade. Gostaria de ir bem bonita...”

Arashi se levanta da cama e entra no banho.

 

Chizuru está novamente sentada em frente à lareira, pensando. Batem a porta.

- Posso entrar? - uma voz masculina, num tom ligeiramente infantil, se pronuncia.

- Pode sim, meu caro.

Um rapaz entra no aposento e fecha a porta. Anda em direção à lareira e senta numa cadeira. Observa Chizuru. A mulher possui longos cabelos negros, caindo nos ombros, e olhos amendoados, muito azuis e enigmáticos. Tem lábios rosados e meio carnudos, e um nariz pequeno. Mãos delicadas, pousadas no colo. Sua pele alva contrasta no longo vestido negro que usa.

- Posso ver que estás a me observar profundamente. O que foi? Parece que viu um anjo... - Chizuru dá uma risada que é acompanhada pelo rapaz.

- Vejo que acordou bem hoje, Chizuru.

- Sim. Vamos continuar a nossa conversa?

- Claro.

- Bem, há uns 17 anos, quando eu ainda não havia perdido a minha essência, fui enviada numa missão muito especial : deveria levar um youkai para ser julgado por seus crimes. Isso era uma coisa muito comum e fácil pra mim, então não hesitei. Não foi fácil localizá-lo; era muito esperto e seu bando escapava por entre as minhas mãos. Mas, quando consegui, o encurralei. Era capaz de matá-lo se necessário fosse.

- Isso não cairia bem em você... - ele dá uma risadinha mais sarcástica.

- Você tem um bom senso de humor, meu caro. Demorei seis meses para capturá-lo e não iria perder aquela presa de jeito nenhum. Mas ele era um youkai diferente do que eu imaginava. Não sabia como, mas conseguia enxergar através do seu olhar calculista.

- Como você faz comigo?

- Sim. Creio até que são bem parecidos. Mas, antes de continuarmos, o que você foi fazer ontem?

- Não acredito que ainda não adivinhou?

- Imagino o que seja... De toda forma, obrigada pela flor que me trouxeste. Ela era uma rosa bem diferente... Fez-me lembrar do passado...

A porta bate.

- Quem é? - Chizuru pergunta autoritariamente.

- Sou eu, mestra.

- Entre, minha cara.

Uma mulher entra no aposento. Tem cabelos médios, prateados, e olhos dourados e malignos.

- Chamou, Srta. Chizuru?

- Sim. Acho que você já sabe o que tem que fazer. Quero que investigue se aquela garota possui o amuleto. Você já tem a dica de um lugar onde pode atuar, acho que já lhe foi dito.

- Tudo bem. Até a noite posso te trazer a resposta.

- Eficiente como sempre, Ryoko.

 

Eriol está sentado em sua poltrona, na biblioteca. A porta da sala privada - de onde se tem acesso apenas pelo cômodo em que ele se encontrava - bate e ele toma um leve susto. Levanta-se e abre. Há uma figura em pé, envolta pelas sombras.

- Você me deu um susto. Por que não entra convencionalmente? - Eriol fala gravemente.

- Foi você que me pediu para ser discreto, não? - uma voz responde, em tom grave.

- Dá para não se manifestar aqui dentro?

- Quando eu serei revelado? - a pessoa parece não ligar para o que Eriol disse.

- O mais rápido possível. Mas agora não dá. Por favor, me ouça! Não quero envolver Koenma numa pequena discussão que pode ser resolvida por nós dois. Fique quieto e apenas ouça a reunião.

- Tudo bem. Farei o que me pede. - a sombra se dirige a uma cadeira e se senta.

- Muito obrigado. - Eriol fecha as portas e torna a se sentar em sua poltrona.

A campainha toca. Minutos depois, Eriol ouve batidas na porta da biblioteca.

- Eriol-chan? Kagome-chan chegou!

- Faça-a entrar.

A porta abre e Kagome entra carregando seu pacote. A pessoa que está dentro da sala privada observa tudo, da fechadura.

- Olá, Kagome! Como foi o treino?

- Ah, até que não foi nada mal. - Kagome se senta numa poltrona em frente à mesa onde Eriol estava - Embora Kaho me disse que eu não tenho talento... Sabia que ela parece muito com você?

- Sério? Talvez porque nós fomos namorados...

- Vocês foram o quê?

- Namorados.

- Mas você é uma criança para ela.

- Não existem barreiras para o amor, minha cara.

- Que frase mais clichê!

- Vamos deixar a minha vida íntima de lado. Mostre-me o que você já sabe fazer.

- Aqui dentro?

- Eu vou abrir a janela e quero que você atire. Preciso ver a distância que você alcança.

- Vai acabar se decepcionando...

Eriol levanta e abre a janela. Kagome abre o pacote e tira o arco e uma das flechas que Kaho lhe dera. Retesa o arco e mira o infinito. Fica nesta pose um tempo, saboreando o vento e atira. Nesta hora, Arashi chega à casa de Eriol e observa a amiga atirar, gritando o nome dela logo em seguida. Um grande poder sobrenatural emana da sala privada de Eriol. Arashi sente e começa a correr. Nesta hora, Trunks também chega a mansão e corre. Uma gota de suor escorre na face de Eriol.

“Ele percebeu... Droga...”

A porta da biblioteca se escancara. Arashi e Trunks estão parados, procurando a fonte de tanto poder.

- O que foi que aconteceu? - Kagome pergunta.

- Você não está sentindo o poder sobrenatural que está emanando deste aposento ao lado? - Arashi pergunta.

- Sinceramente, não.

- Nem eu sinto. Vocês devem ter se confundido. - Eriol interfere - Vamos começar a reunião?

- Mas Eriol...

- Mas nada, Trunks. Já disse que não há nada de errado aqui, certo?

Todos se sentam nas poltronas.

- Chamei-os aqui porque acho que devo explicações. Conversei com Koenma e preciso passar as informações para vocês. Estamos procurando um artefato mágico muito antigo chamado amuleto de Anúbis, como vocês sabem. Este amuleto tem a capacidade de realizar qualquer desejo de quem o possuir, desde que esta pessoa sacrifique algo em troca - algo que o amuleto ache justo.

- Onde está o amuleto? - Arashi pergunta.

- O amuleto está escondido na alma da reencarnação de seu criador.

- Ah, lindo... E como é que vamos fazer para pegá-lo?

- Calma, Kagome. Basta que ameace o portador do amuleto com algum tipo de poder sobrenatural para que ele se manifeste. Assim, podemos destruí-lo.

- Você faz alguma idéia de onde este amuleto está? - Trunks pergunta.

- Sinceramente, não. Mas creio que sejamos capazes de sentir caso ele esteja por perto. Lembrem-se : não estamos aqui para impedir que roubem o amuleto; estamos aqui para destruí-lo.

- Tudo bem, Eriol. - Arashi responde.

- Apenas quero mostrá-los a gravação que Sumomo fez da sua luta com Kamus, Arashi. Sumomo?

- Sim, mestre!

- Conecte-se com a televisão e mostre-nos.

Sumomo obedeceu. A luta passou na tela.

- Kamus não é um oponente fraco. Creio que existam outros mais fortes. Tomem muito cuidado. Agora vocês podem ir.

- Arashi e Trunks, vocês poderiam me deixar um minuto a sós com o Eriol? Preciso lhe perguntar algo... Depois vamos ao parque. Michiru-chan e Minamino vão nos encontrar lá, ao meio-dia.

- Tudo bem.

Os dois saem. Trunks começa a observar Arashi. A garota está vestida num simples vestido branco, com alguns detalhes negros. Está encantadora.

- Docinho, sabia que você está linda?

- Por que insiste em me chamar assim? Não já lhe disse que você é apenas meu amigo? - Arashi dá uma frisada no “apenas”.

- Calma, docinho. E sei que não temos um futuro juntos, é apenas força do hábito.

- Conformado tão rápido? Arrumou uma nova paixão?

- Talvez, docinho. Talvez...

Dentro da sala, Eriol fita Kagome com curiosidade.

- O que quer me dizer de tão confidencial?

- Quero te fazer uma pergunta.

- Diga.

- Como é que as almas reencarnam?

Eriol fitou Kagome estupefato.

- Não esperava por uma pergunta destas... Vou explicar de uma maneira simplificada: quando uma pessoa morre, as lembranças, sentimentos, personalidade e tudo o que caracteriza o indivíduo se separa de sua alma. Esta parte o mundo espiritual chama de essência. É a essência que é julgada e tem como destino o castigo ou a recompensa eterna. A alma volta para outro corpo. Às vezes, neste processo de separação, partes da essência permanecem na alma e se manifestam esporadicamente, como os déjà-vu. Em raríssimas ocasiões, os indivíduos conseguem se lembrar claramente quem foram e conseguem ter até algumas memórias, como no meu caso com Clow. Satisfeita?

- Sim, muito obrigada.

- Mas por que a pergunta?

- É que eu fiquei curiosa quando você falou do amuleto...

- Ah, tá... Melhor ir, não vai querer se atrasar, não é mesmo?

- Tchau, Eriol!

Kagome saiu. Eriol tomou uma expressão muito séria e abriu a porta da sala privada.

- O que você pensa que estava fazendo se manifestando?

- Não me interessa o que você está dizendo. Apenas quero saber se aquela garota é ela.

- Sim, é.

- Agora sim, eu a odeio mais que tudo na vida.

- Tenha cuidado com suas atitudes. Não tente matar alguém que está do mesmo lado que você. Lembre-se de que o mundo espiritual o está observando o tempo inteiro. Agora vá.

A pessoa desapareceu.

Eriol engoliu seco. Deixou-se sentar pesadamente na poltrona em que estava antes e continuou seus pensamentos.

 

Arashi, Kagome e Trunks começaram a andar em direção ao parque. As coisas de Kagome foram deixadas na casa de Eriol, para seu conforto.

- Trunks, eu quero te dar uma coisa. É que seu aniversário foi no mês passado e eu fiquei te devendo um presente...

- Ah, Kagome, você não está me devendo nada!

- Eu faço questão de te dar. Toma.

Ela entregou uma caixinha para Trunks. Ele abriu e viu uma correntinha com uma pedrinha azul pendurada.

- Eu quero que você use sempre isso, tudo bem?

- Claro, Kagome. - Trunks deu um sorriso - Quer colocar?

Kagome corou. Pegou o colar e colocou no pescoço de Trunks, com suas mãos roçando levemente a pele do rapaz.

- Muito obrigado, Kagome. Jamais vou me separar dele.

Kagome corou um pouco mais. Arashi percebeu e deu um sorrisinho para a amiga.

Continuaram andando até chegarem ao parque. Kurama - vestido com uma camiseta azul e calça branca - e Michiru - com um vestido verde-musgo - estavam em pé, na porta do parque, esperando-os.

- Vocês se atrasaram! Ainda bem que você já se recuperou, Arashi-chan!

- Muito obrigada, Michiru-chan. - Arashi sorriu e olhou para o rapaz que estava ao lado. Ele a olhava de uma maneira indescritível. Parecia analisá-la de cima a baixo, com um olhar doce. O coração de Arashi disparou.

- Vejo que você está muito bem, Arashi.

- Ainda bem, não é Kurama? - ela sorriu.

“Afinal, parece que ele não me odeia tanto assim...”

Trunks olhava seriamente para Kurama.

- Deixe-me apresentá-los : Trunks, estes são Michiru e Kurama, nossos amigos de classe. Pessoal, ele é Trunks, nosso amigo. - Kagome tomou frente nas apresentações.

- Prazer, Trunks. - Kurama dá um sorriso e Trunks sente-se incomodado - De onde vocês se conheceram?

Trunks parecia não estar disposto a responder, mas um olhar de Kagome o fez mudar de idéia.

- Eu e Arashi praticamos kenjutsu juntos.

- Não sabia que você usava a espada, Arashi. - Michiru pergunta.

- É, foi mais por influência do meu irmão, Soujirou.

- Não o conheci... Ele fazia kenjutsu também? - Michiru retruca.

- Não. Mas adorava e tinha uma habilidade natural para isso. Treinava só.

- Pra onde vamos? - Kagome decide falar - Estou morrendo de fome, ainda não almoçamos.

- Vamos para aquele restaurante ali. - Kurama aponta - A comida parece gostosa.

Os cinco seguem até o lugar indicado. Sentam-se. Arashi não consegue parar de olhar para Kurama, sentado à sua frente, e ele, percebendo isso, sorri gentilmente. Arashi cora levemente.

- O que vamos pedir? - Kagome pergunta com o cardápio na mão.

- Não estou com fome. Não quero nada. - Michiru se pronuncia.

- Ah, mas eu também não almocei. O que tem aí?

- Tem muitas coisas, Kurama. Acho que vou dividir este prato com o Trunks, que tal?

- Bem, eu geralmente como muito mais que isso, mas tudo bem, eu aceito Kagome.

- Gostaria de dividir um prato comigo? - Kurama sorri para Arashi.

- Tudo bem. - Arashi fica um pouco nervosa - O que você quer comer?

- Apenas o que você quiser.

“Ele está muito diferente comigo... Será que Kagome tinha razão? O que aconteceu, ele parece até que ficou mais gentil comigo...”

- Que tal este aqui? - Arashi aponta para um prato qualquer no cardápio. Está tão nervosa que é capaz de perder a fome.

- Tudo bem.

 

Assim que Kagome, Arashi e Trunks saíram de casa, uma pessoa bate no vidro da janela da biblioteca de Eriol. Ele se vira e dá de cara com uma mulher de cabelos azuis presos num rabo-de-cavalo, vestindo um kimono rosa, sentada numa espécie de vassoura.

- Olá Botan! O que houve? - Ele abre a janela.

- Ah, sabe o que é que é, Clow, é que o Sr. Koenma me pediu para entregar isso aqui. - Ela entrega uma carta para ele. - Agora eu preciso ir. Tchauzinho!

- Tchau. - Eriol fica olhando para carta enquanto fecha a janela. Senta-se e a abre. Quando termina de ler, não acredita.

“Koenma deve ter ficado louco...”

 

Os quatro comeram enquanto Michiru os observava. Era divertido vê-los fazer tanta bagunça, até mesmo Arashi e Kurama.

- Para onde nós vamos? - Michiru perguntou quando todos acabaram.

- Não sei bem o que podemos fazer num parque de diversões... Vamos na montanha-russa?

- Eu não gosto destas coisas, Trunks. Mas tudo bem. - Arashi replica.

- Não tenha medo. Nada de mal vai acontecer. - Kurama sorri e Arashi cora.

Todos foram se divertir durante o dia no parque. Conversaram. Riram. Kurama não mais dirigia olhares frios a Arashi. Enquanto entardecia, os cinco caminhavam.

- Vamos embora? - Trunks pergunta.

- Sim, acho melhor irmos. Estou atrasada para a aula de violino... - Michiru diz.

- Então um beijo, Michiru-chan! Depois quero saber como foi a sua apresentação na festa.

- Um beijo, Kagome. Tchau para todos! - Michiru se despede e se vai.

- Eu também preciso ir... Tchau, Kagome. - Kurama acena para a garota - Foi um prazer te conhecer, Trunks. - Kurama sorri e Trunks responde meio a contragosto - Tchau, Arashi-chan. - Kurama dá um belo sorriso e acena para ela.

Arashi fica o observando partir.

- Arashi, não sabia que vocês estavam tão amigos! - Kagome se empolga.

- E nem eu... - Arashi responde.

- Vamos? - Trunks está com uma cara feia.

- Calma, eu ainda quero dar mais uma volta na roda-gigante! - Kagome completa.

- Eu não quero ir... Posso ficar te esperando? - Arashi pergunta.

- Sem problemas. Fiquem os dois aqui, volto já. - Kagome corre em direção ao brinquedo.

Os dois se sentam.

- Arashi, o que você sente pelo Kurama?

- Por quê? - Arashi se espanta um pouco com a pergunta.

- Você fica diferente na frente dele.

- É tão evidente assim?

- Sim, é. Você é apaixonada por ele.

- É difícil de admitir, mas sou sim.

- E ele?

- Não faço a mínima idéia. Achava que ele me odiava, mas agora estou confusa. Ele foi muito gentil comigo hoje.

Os dois continuaram conversando, até que ouviram gritos e corre-corre no parque.

- Mas que diabos está acontecendo??? - Trunks pergunta assustado.

- Não sei. As pessoas estão fugindo daquela direção. - Arashi aponta.

- Naquela direção está a roda-gigante.

- Kagome! - os dois começam a correr.

Saem trombando nas pessoas, até que chegam à roda-gigante, onde há um pequeno aglomerado de pessoas. Olham para cima. Arashi faz uma cara de terror. O compartimento onde Kagome se encontra só está pendurado, prestes a cair. Kagome está com uma cara horrorizada, tremendo e chorando. Trunks se prepara para flutuar, quando Arashi o interrompe.

- O que você acha que está fazendo? Preciso salvar Kagome!

- Calma, Trunks. Olhe para lá. - Arashi aponta para o céu.

Uma mulher de cabelos prateados e olhos dourados observa a cena, flutuando no ar.

- Ela é quem está fazendo isso. Deve ser uma inimiga. Vou elevar a minha barreira, assim Kagome não cairá enquanto damos um jeito nela.

- Certo.

Arashi se concentra e eleva uma barreira. Trunks voa em direção a mulher, que está se virando.

- Informação válida, mas pessoa errada. Que perda de tempo!

- Onde você pensa que vai? - Trunks segura a mão da mulher.

- Calma, querido.

- O que você quer com Kagome?

- Nada, apenas achei que ela poderia ter o amuleto... Sabia que você é bem bonitinho pra um simples humano?

- Simples humano? E você é o quê?

- Uma youkai, meu queridinho. Chamo-me Ryoko.

- Prazer, Ryoko. Agora já sei que nome coloco em sua tumba. - Trunks parte com um soco em direção dee Ryoko, que se teleporta.

Ela aparece atrás dele e lhe dá um chute na cabeça, fazendo-o voar.

- Sabia que você é bem forte? - Trunks provoca.

- E você é bem tolinho...

- Kamehameha! - Trunks lança energia com as mãos. Ryoko dá um tapa nela e a manda para longe.

- Você acha que isso é o suficiente pra me derrotar? Tenho mais o que fazer, querido...

Arashi observa, impaciente.

- Quer terminar logo com isso, Trunks???

- Veja só se não é a garotinha que Kamus congelou! Quem olha assim pensa até que é valente...

- A sua luta é comigo! - Trunks acerta um soco no estômago de Ryoko.

- Bem feito. - Arashi retira sua espada das mãos - Segura, Trunks!

Ela arremessa a espada. Trunks consegue agarrá-la.

- Ótimo, Arashi, porque eu deixei a minha em casa.

Trunks parte para cima de Ryoko, que faz uma espada de energia. Ficam lutando assim por um tempo, sem conseguirem se acertar.

- Tenho mais o que fazer. Adeus! - Ryoko se teleporta. Trunks desce, irado.

- Até que enfim!

- Até que enfim nada, Arashi. Não consegui acabar com ela!

- Sim, mas precisamos tirar Kagome dali quando eu desfizer a barreira. E você não pode simplesmente pegá-la voando!

- Deixe comigo. Primeiro, deixe-me subir até a altura dela, depois você desfaz a barreira.

Arashi obedeceu. A barreira foi desfeita.

- Kagome! Aqui atrás!

Kagome, ainda horrorizada, olha para trás e vê Trunks.

- Segure a minha mão! - ela obedece e ele a puxa.

- Agarre-se em mim. Temos que fingir que estamos descendo, não aterrissando.

Kagome obedece. Ao chegarem ao solo, Arashi veio em direção a eles. Kagome apenas abraçou forte Trunks pela cintura e começou a chorar. As pessoas que estavam olhando aplaudem.

- Eu pensei que eu ia morrer!!!!

- Calma, pequena, calma... - Trunks afaga os cabelos da garota. Arashi apenas olha.

Quando Kagome se acalma, depois de uns 10 minutos, ouve-se um bip. Era Sumomo.

- Venham imediatamente para minha casa. Tenho algo que preciso que vocês saibam. - A voz de Eriol sai da boca da persocom.

- Estamos indo, Eriol-kun. Chegaremos em 15 minutos. - Arashi responde.

- Ligação concluída.

Arashi segura Sumomo como se fosse uma boneca e eles começam a caminhar. Trunks passa a mão pelo ombro de Kagome e a conforta. Ela ainda está um tanto chocada com o que aconteceu. Depois de algum tempo em silêncio, chegam à casa de Eriol. Ele está na porta, mas não dá uma palavra. Os três o seguem. Entram novamente na biblioteca.

- Assim que vocês saíram, eu recebi uma carta de Koenma, autorizando-me a contar uma coisa para vocês. Resolvi fazer isso imediatamente assim que senti o perigo que Kagome correu.

- Eriol, você está nos assustando... - Trunks fala.

- Calma, não é para tanto. Tem mais um membro no nosso grupo que ainda não apresentei para vocês. Ele é uma espécie de elemento-surpresa, os inimigos não podem nem desconfiar dele. Por isso que vocês não sabiam.

- Velha tática, não é? Se quiser enganar seus inimigos, comece enganando seus amigos. - Trunks comenta.

- Quero apresentá-lo. Entre.

Ao falar isso, a porta da sala privada se abre. À medida que a pessoa vem à luz, três caras espantadas surgem na biblioteca. Era Kurama.

- Acho que vocês já o conhecem muito bem.

- Kurama??? Não sabia que você tinha poderes sobrenaturais! - Kagome fala.

Arashi está tão espantada não consegue pronunciar uma única palavra.

- Para que o inimigo não desconfie dele, já que passará mais tempo anda com vocês, Koenma elaborou uma pequena estratégia. Kurama já concordou, agora só falta você, Arashi.

A garota tenta falar, mas não consegue.

- Você e Kurama fingirão que são namorados. Não se preocupe, não é nada de verdade, apenas um fingimento. Assim teremos uma justificativa para o tempo que ele passará com vocês.

Aquelas palavras ecoaram na mente da garota. Ela tinha um olhar vidrado. Kagome não conseguia disfarçar seu grande sorriso e Trunks, seu mau-humor.

- Tudo bem para você, Arashi? - Kurama pergunta gentilmente, sorrindo.

Num grande esforço, Arashi consegue responder.

- Sim.

Ela mal podia acreditar. Ela e Kurama eram namorados!

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Apenas lembrando que os personagens aqui utilizados não são meus, à exceção de Chizuru. Quem me dera que fossem criações minhas... ^^’

Ah, a explicação que o Eriol deu sobre a reencarnação para Kagome fui eu quem criou especialmente para o fic, ok? Beijinhos!!!


Capítulo 3

Capítulo 1

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