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V�tima
Antonio Roberto Soares
Todo comportamento humano decorre da concep��o que n�s temos da realidade, e nesta realidade existe dois p�los bastante distintos: n�s e aquilo que n�s somos... n�s e aquilo que nos cercam... n�s e as outras pessoas... Nossa postura na vida depende de como n�s estabelecemos esta rela��o, a rela��o entre n�s e os outros, entre n�s e os membros da nossa fam�lia, entre n�s e outros membros da sociedade, entre n�s e as coisas... a rela��o entre n�s e o trabalho, entre n�s e a realidade externa... A nossa maneira de sentir e de viver depende de como cada um de n�s interioriza a rela��o entre essas duas partes da realidade, entre estes dois blocos da realidade, uma das formas que aprendemos de relacionarmos com os outros � a postura que designamos por v�tima!
O que � a v�tima? V�tima � a pessoa que se sente inferior a realidade, � a pessoa que se sente esmagada pelo mundo externo, � a pessoa que se sente desgra�ada face aos acontecimentos, � aquele que � acostumada a ver a realidade nos seus aspectos negativos, ela sempre sabe o que n�o pode, o que n�o deve, o que n�o d� certo, ela s� consegue ver a sombra da realidade, em paralelo com uma incr�vel capacidade para diagnosticar os problemas existentes, h� nela uma incapacidade estrutural de procurar o caminho das solu��es e neste sentido ela transfere os problemas dela para os outros...
transfere para as circunst�ncias... para o mundo exterior a responsabilidade do que lhe est� acontecendo, ela n�o assume sua posi��o na vida, culpa os outros pelo o que est� acontecendo no seu modo de encarar e perceber a vida, esta � a postura da justificativa!
Justificar-se � o sinal de que n�o queremos mudar, para n�o assumirmos o erro nos justificamos ou seja transformamos o que est� errado em injusto, e de justificativa em justificativa... paralisamo-nos, impedimo-nos de crescer!
A v�tima � incompetente com a sua rela��o com o mundo externo, enquanto colocarmos a responsabilidade total dos nossos problemas nas outras pessoas e circunstancias, tiraremos de n�s mesmos a possibilidade de crescimento...
Em vez disto vamos procurar mudar as outras pessoas, este tipo de postura provem do sentimento de solid�o, � quando n�o percebemos que somos respons�veis pela nossa pr�pria vida, por seus altos e baixos... seu bem e seu mal... suas alegrias e tristezas, � quando nossa felicidade se torna dependente da maneira que os outros agem, � quando condicionamos nossa felicidade e paz interior ao comportamento dos outros, � a��o dos outros... quer eles sejam nossos amigos, nossos filhos, nossos pais, nossos c�njuges, nossos colegas de trabalho ou qualquer outras pessoas que conosco se relacionam...
E como as pessoas n�o agem segundo nosso padr�o, sentimo-nos infelizes e sofredores, realmente a melhor maneira de sermos infelizes � acreditarmos que compete � outra pessoa nos dar felicidade... e assim mascaramos nossa pr�pria vida frente aos problemas
A postura de v�tima � a m�scara que usamos para n�o assumir a realidade dif�cil quando ela se apresenta, a falta da vontade de crescer, de mudar da v�tima � escondida pela capa da press�o externa, essa � uma das maiores ilus�es de nossa vida, desejarmos transferir para a realidade que n�o nos pertence, sobre a qual n�o possu�mos nenhum controle as defici�ncias das partes que nos cabe, toda rela��o humana � bi-lateral: n�s e a sociedade, n�s e a fam�lia, n�s e o que nos cerca, o fato do mundo externo nos apresentar os aspectos negativos n�o quer dizer que n�s sejamos perfeitos, e o fato de n�s possuirmos uma defici�ncia n�o significa que o outro tamb�m � possua... estas duas partes da realidade n�o s�o antag�nicas, n�o s�o uma simples rela��o causal,
e sim complementares e integradas. O maior mal que fazemos a n�s pr�prios � usarmos as limita��es de outras pessoas do nosso relacionamento, para n�o aceitar a nossa pr�pria parte negativa...
Assim, usamos o sistema como bode expiat�rio para nossa acomoda��o no sofrimento, � a pessoa que transformou sua vida numa grande reclama��o...
Seu modo de agir e estar no mundo � sempre uma forma queixosa, op��o que � mais c�moda do que fazer algo para resolver os problemas. A v�tima usa o pr�prio sofrimento para controlar o sentimento alheio, ela se coloca como dominada, como fraca para dominar os sentimentos das outras pessoas.
O que mais caracteriza a v�tima � a sua falta de vontade de crescer, sofrendo de uma doen�a chamada perfeccionismo, que � a n�o aceita��o dos erros humanos, a intoler�ncia com a imperfei��o humana, a v�tima desiste do pr�prio crescimento, ela se tortura com a id�ia perfeccionista, com a imagem de como deveria ser e tortura tamb�m os outros relativamente � aquilo que as pessoas deveriam ser. H� na v�tima uma tentativa de enquadrar o mundo no modelo ideal que ela pr�pria criou, e sempre que temos um modelo ideal na cabe�a, � para evitar entrar em contacto com a realidade. A v�tima n�o se relaciona com as pessoas, aceitando-as como s�o mas da maneira que ela gostaria que fossem. � comum querermos que os outros sejam aquilo que n�o estamos conseguindo ser, desejar que o filho, a mulher e o amigo sejam o que n�s n�o somos, colocar-se como v�tima � uma forma de se negar na rela��o humana. Por esta postura n�o estamos presentes, n�o valemos nada, somos meros objetos da situa��o, querendo ser o todo colocamo-nos na situa��o de sermos nada, todavia as dificuldades e as limita��es do mundo externo s�o apenas o desafio ao nosso desenvolvimento, se assumirmos o nosso espa�o e estivermos presentes. Assim quanto pior for um doente tanto mais competente deve ser o m�dico, quanto pior for um aluno mais competente deve ser o professor, assim tamb�m quanto pior for o sistema ou a sociedade que nos cerca mais competentes devemos ser com pessoas que fazem parte desta sociedade... quanto pior for nosso filho mais competentes devemos ser como pais e m�es, quanto pior for nossa mulher mais competentes devemos ser como maridos, quanto pior for nosso marido mais competentes devemos ser como esposa e assim por diante...
Desta forma, colocamo-nos em posi��o de buscar o crescimento e tomamos a defici�ncia alheia como incentivo para nossas mudan�as existenciais, s� podemos crescer naquilo que n�s somos, naquilo que nos pertence, a nossa fantasia est� em querermos mudar o mundo inteiro para sermos felizes. Todos n�s, temos parte da responsabilidade naquilo que est� ocorrendo, n�o rara �s vezes atribu�mos � sociedade atual, ao mundo a causa de nossas atribula��es e problemas.... Talvez seja esta a mais comum das posturas da v�tima, generalizar para n�o resolver, os problemas de nossa vida s� podem se resolver no concreto e em particular, dizer por exemplo que somos pressionados pela sociedade a levar uma vida que n�o nos satisfaz � colocar o problema de maneira insol�vel. Todavia, perguntar a n�s mesmos quais s�o as pessoas que concretamente est�o nos pressionando para fazermos o que nos desagrada, pode trazer uma solu��o, s� podemos lidar com a sociedade com termos concretos, palp�veis... Conforme nos relacionamos com cada pessoa, em cada lugar, em cada momento, estamos nos relacionando com a sociedade, pois cada pessoa espec�fica num determinado lugar e momento � a sociedade para n�s naquela hora, generalizamos de maneira comum para n�o solucionarmos, e como tudo aquilo que nos acontece est� vinculado com a realidade, toda vez que quisermos encontrar desculpas para n�s basta olhar a imperfei��o externa.
Colocar-se como v�tima � economizar coragem para assumir a limita��o humana, � n�o querer admitir que a morte antecede a vida, que a semente morre antes de nascer, que a noite antecede o dia. A v�tima transforma as dificuldades em conflito, a sua vida � um beco sem sa�da... Ser v�tima � querer fugir da realidade, do erro, da imperfei��o, dos limites humanos, todas as evid�ncias de nossa vida demonstram que o erro existe, existe em n�s... nos outros e no mundo, � a pessoa que n�o quer ver o �bvio. Fazemos o jogo daqueles que nos querem controlar quando nos colocamos na posi��o de v�timas, n�o aceitando a fragilidade, as dificuldades humanas. A v�tima � uma pessoa orgulhosa que veste a capa da humildade... o orgulho dela vem de acreditar que ela � perfeita e que os outros que n�o prestam, cr� que o mundo n�o fosse do jeito que ele �, se sua esposa n�o fosse do jeito que �, se seus filhos n�o fossem do jeito que eles s�o, se seu marido fosse diferente, ela estaria bem... Porque, ela, v�tima � boa... os outros que tem defici�ncias, apenas os outros tem que mudar, a este jogo chama-se o jogo da infelicidade... A v�tima � uma pessoa que sofre e gosta de fazer os outros sofrerem com o sofrimento dela... � a pessoa que usa suas dificuldades f�sicas, afetivas, financeiras, conjugais, profissionais para n�o crescer mas para permanecer nelas, e a partir disso fazer chantagem emocional com as outras pessoas...
A maioria de nossas m�goas e ressentimentos resultam de que n�s achamos se sangrarmos outras pessoas sofrer�o, e se cairmos outros ficar�o tristes, � uma atitude de vingan�a � outras pessoas. A v�tima � a pessoa que n�o se perdoou por n�o ser perfeita e transformou o sofrimento num modo de ser, no modo de se relacionar com o mundo, � como se olhasse para a luz e dissesse que pena que tenha sombra! � como olhasse para a vida e dissesse que pena que haja a morte! � como se olhasse para o sim e dissesse que pena que haja o n�o! E todas as vezes que quiser ser feliz � f�cil basta ver o que h� de negativo...A luz e a sombra s�o faces de uma mesma moeda, a vida � feita de vales e de montanhas, n�o s�o as circunst�ncias que nos oprimem, � a maneira que nos posicionamos diante dessas circunst�ncias, porque nas mesmas circunst�ncias que uns procuram o caminho do crescimento, outros procuram o caminho da loucura, o caminho da aliena��o. As circunst�ncias s�o as mesmas, o que muda � a disposi��o para o alvorecer, para o desabrochar ou a disposi��o pra murchar e fenecer...
Viver � resolver problemas e para cada problema existe uma solu��o, porque um problema s� pode ser verdadeiro se houver solu��o, um problema sem solu��o � um problema falso. �s vezes, preferimos ficar com os problemas falsos para evitar a solu��o dos problemas verdadeiros, um dos jogos preferidos pela v�tima para sofrer e para fazer os outros sofrerem � o jogo do passado... O jogo do passado consiste em atribuirmos ao passado a responsabilidade do que nos est� ocorrendo no presente, � quando transpomos o passado para a realidade se tiv�ssemos estudado, se tiv�ssemos casado com outra pessoa, se nossos pais n�o fossem como s�o, se nossa inf�ncia n�o fosse como foi, se n�o tiv�ssemos perdido aquela oportunidade...
se n�o tiv�ssemos tido filhos estar�amos bem, porque nos julgamos bons e perfeitos, n�o possu�mos limita��es, quem possui limita��o � nossa m�e, nosso pai, nossa inf�ncia, nosso passado... Este jogo � paralisante porque transforma numa vis�o causal, linear a nossa pr�pria vida quando de fato � estrutural e din�mica...
Atrav�s deste jogo, selamos nossa vida com a cren�a num destino predeterminado e com isso escondemos a nossa falta de coragem para mudar hoje o que tem que ser mudado. As pessoas podem viver olhando para a frente, entendendo que hoje � o primeiro dia do resto de suas vidas ou ent�o ficar olhando para tr�s, de costas para a vida, s�o aquelas pessoas que n�o conseguem viver o que est� acontecendo hoje, pois est�o muito pressas a tudo o que j� passou, a tudo aquilo que j� morreu, mais cedo ou mais tarde temos que nos perguntar: � o passado que cria nosso presente? Ou � o presente que cria o nosso passado? Evidentemente, aprendemos que � o passado que faz o presente, que o momento presente � o fruto de tudo o que j� passou... mas temos, em nome da nossa felicidade, reaprender que � o presente que cria o passado... Em outras palavras, tudo antes de ser passado, teve primeiro que ser presente, tudo o que estamos fazendo agora daqui a pouco ser� passado...
Vivamos intensamente o nosso presente, o nosso agora... porque daqui a pouco ele ser� passado e n�o volta nunca mais!!!
A vida � um momento sem retorno, � o aqui e o agora... n�o podemos substituir o nosso presente pelas preocupa��es com o futuro e nem t�o pouco substituir a gratuidade e o calor do momento presente pelas friezas das lembran�as do passado pois recordar � morrer. O passado tem um profundo significado na nossa vida mas somente como aprendizado, apenas como refer�ncia para o nosso presente e n�o como determinante da vida que vivemos hoje.
N�s somos o mundo e a vida em transforma��o, o presente � o �nico momento que de fato existe em nossa vida. A maneira mais desvitalizada de ser � transformar-se numa est�tua de sal voltada para tr�s ... Mas h� pessoas que preferem viver o frio, o morno o fantasma do ontem ao inv�s da inebriante alegria, a vida e o calor do momento presente! Viver o presente � aceitar que humanamente s� podemos ser felizes apesar de alguma coisa, que n�s somos o que somos e n�o o que os outros querem que sejamos e que viver � aceitar a co-autoria vivencial entre n�s e o mundo, fazendo uma s�ntese com a vida que nos rodeia...
(Texto retirado da fita Rosacruz (AMORC - http://www.amorc.org.br/) - Desenvolvimento Comportamental)
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