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Medo de Perder
Antonio Roberto Soares
Um dos maiores obst�culos para uma vida harm�nica, plena, mais expressiva e significativa � o medo de perder, sobretudo medo de perder algu�m, o medo de perder quem dizemos amar: c�njuge, filhos amigos, patr�o, empregado, cliente... Esta emo��o � a principal respons�vel pelo nosso sofrimento vital.
O medo de perder � o medo de tornarmos dispens�veis para a pessoa com a qual estamos nos relacionando, ele se reveste de mil e uma formas, aparece sobre mil disfarces, como o medo de sermos criticados, que falem mal de n�s, medo de que nos humilhem, de sermos rejeitados, de n�o sermos importantes, de sermos menosprezados, de n�o sermos amados, medo da solid�o, e tudo isso pode ser designado por uma palavra: C I � M E S !
O ci�me � o medo de n�o ter algu�m, de n�o possuir algu�m, de n�o ser dono de algu�m. Na rela��o ciumenta colocamos: n�s e o outro como objetos, nesta rela��o pessoas e objetos s�o a mesma coisa. No ci�me temos medo de um dia sermos considerados in�teis, dispens�veis a outra pessoa, esta � a emo��o do apelo, confusa, misturada, dependente e o que agrava � que na nossa cultora aprendemos o ci�me como sendo amor, e ele � justamente o oposto do amor pois na rela��o amorosa existe identidade, eu sou independentemente de voc�, na rela��o ciumenta, por outro lado, perde-se a identidade: eu sem voc� n�o valho nada, voc� � tudo para mim.
O amor � solto, � livre, vem de quer�ncia intima, est� diretamente ligada ao sentimento de liberdade, de op��o, de escolha. O ci�me prende, amarra, condiciona, determina, com essa emo��o eu j� n�o sou eu, sou o que o outro quer que eu seja. E eu sou assim para que ele seja aquilo que eu quero que ele seja.
No ci�me h� um pacto de destrui��o m�tua, cada qual, usa o outro como garantia de que n�o estar� sozinho. Eu me abandono para que o outro n�o me abandone, eu me desprezo para que o outro n�o me despreze, eu me desrespeito para que o outro n�o me desrespeite, eu acabo me destruindo para que o outro n�o me destrua.
O ci�me � o medo de ser dispens�vel a algu�m, e o mais grave talvez esteja aqui, n�s passamos a vida inteira com medo de tornarmos algo que n�s j� somos: TOTALMENTE DISPENS�VEIS!
O homem por defini��o � dispens�vel, transit�rio, ef�mero, aquilo que passa, e isso � bastante real. Em todas as rela��es que temos somos hoje, somos substitu�veis! O mundo sempre existiu antes de n�s, est� existindo conosco e continuar� existindo sem n�s. Somos necess�rios aqui e agora, mas seremos dispens�veis al�m e depois.
O medo de ser dispens�veis a algu�m � o mesmo medo que temos da morte, que � real, pois o medo da morte � o ci�me da vida, � a vontade irreal de sermos eternos e imut�veis. O medo de perder nos d� a entender que as coisas s� valem se forem eternas, se forem permanentes e dur�veis. Uma rela��o s� tem valor se tivermos garantia de que a vida sempre ser� assim como �. E, como tudo � transit�rio, como tudo � pass�vel de transforma��o, o medo de perder nos leva a um estado cont�nuo de sofrimento.
As conseq��ncias do ci�me s�o muito claras. Se eu tenho medo de que me abandonem, de que n�o me amem, de me tornar dispens�vel, ao inv�s de fazer cada vez mais para que cada vez mais eu seja melhor, acabo gastando toda a minha energia para provar ao outro que eu j� sou o mais, que eu j� sou o melhor, que eu j� sou o primeiro!
Ao inv�s de empenhar esfor�os para ser um c�njuge, um filho, um amigo, um pai ou uma m�e cada vez melhor, eu gasto toda a minha energia tentando provar a eles: que eu sou o melhor c�njuge do mundo, o que � uma mentira; o melhor filho do mundo, o que � uma mentira; o melhor pai ou m�e do mundo, o que � uma mentira; o melhor amigo do mundo, o que � uma mentira; e assim por diante...
O ci�me nos conduz ao del�rio da onipot�ncia, os nossos atos, nossas iniciativas, a nossa conversa, o nosso comportamento, as nossas considera��es, tudo isso � para mostrar ao outro que j� somos bons, capazes e perfeitos. Aqui est� a diferen�a b�sica e fundamental entre o medo de perder e a vontade de ganhar.
O medo de perder � assim... Ganhamos, ningu�m vai nos tomar o que j� possu�mos, para conservarmos o que j� ganhamos... E com isso n�s j� chegamos ao ponto m�ximo, s� temos que perder.
� vontade de ganhar por outro lado, � assim... Estaremos sempre ativos, descobrindo oportunidades do ganho, procuraremos ganhar cada vez mais em vez de nos preocupar com poss�veis perdas.
O que temos de mais sagrado � a nossa pr�pria vida e esta n�s j� vamos perder, todas as outras perdas s�o secund�rias.
O medo de perder � reativo, defensivo, justificativo! As pessoas ciumentas est�o sempre se prevenindo para n�o perder, sempre se preparando, sempre se conservando.
As pessoas, com vontade de ganhar est�o sempre optando, arriscando, o medo de perder � a viv�ncia do futuro, � a viv�ncia antecipada do futuro, � preocupa��o. � vontade de ganhar, por outro lado, � a viv�ncia do presente, � a vivencia da beleza do presente.
Em tudo, a cada momento existem riscos e existem oportunidades. No medo da perda a pessoa s� v� os risco, na vontade de ganhar a pessoa tamb�m v� os risco, mas, sobretudo, v� as oportunidades. Cada momento da vida � um desafio para o crescimento.
A vontade de ganhar, a qual nos referimos, n�o significa ganhar de outra pessoa, e sim ganharmos de n�s mesmos, ser cada vez mais, estar disposto a dar um passo a frente, estar sempre disposto a crescer um pouco mais. � importante termos para n�s, que hoje podemos crescer um pouco mais do que �ramos ontem, que ningu�m chegou ao seu limite m�ximo, que idade adulta n�o significa que chegamos ao m�ximo de nossas potencialidades, n�o existe pessoa madura, existe sim, pessoas em amadurecimento.
Todo nosso sofrimento se d� por uma paralisa��o de nosso crescimento pessoal, e cada um os sabe muito bem onde paralisou, onde nossa energia est� bloqueada, onde n�o est� tendo expans�o de nossa pr�pria energia.
Ainda, n�o vimos at� hoje, um relacionamento se deteriorar sem a presen�a marcante do ci�me, do desejo de sermos donos da outra pessoa, de ter poder e controle sobre as a��es e at� dos pensamentos da pessoa que dizemos amar!
O ci�me � a doen�a do amor, � um profundo desamor a si mesmo e conseq�entemente um desamor ao outro, pelo ci�me se estabelece uma rela��o entre dominador x dominado. O ci�me � a dor da incerteza com rela��o ao sentimento de algu�m no futuro. � a raiva de n�o possuir a seguran�a absoluta do relacionamento no futuro, � a tristeza de n�o saber o que vai acontecer amanh�. Alias, o que d�i no ci�me, � a inseguran�a do futuro, � a inseguran�a do desconhecido. A loucura est� a�, passamos a vida inteira tentando conseguir o que jamais conseguiremos: seguran�a...
Pois ela n�o existe! Ser seguro n�o � acabar com a inseguran�a, mas aceit�-la como inerente � natureza humana. Ningu�m pode acabar com o risco do amor, por isso s� � poss�vel estar em estado de amor quando sabemos estar em um estado de risco!
Desperdi�amos o �nico momento que temos, que � o A G O R A, em fun��o de um momento inexistente: o F U T U RO ! Parece que as pessoas s� valem para n�s amanh�, no futuro. N�s n�o curtimos o relacionamento hoje com nosso c�njuge, com os filhos, com os amigos, sofrendo pela possibilidade de um dia n�o sermos queridos por eles. O filho, por exemplo, parece que s� nos � importante amanh�, quando crescer, quando se formar, quando casar, trabalhar, etc... At� hoje, n�o conhecemos um pai que estivesse preocupado com o futuro do filho que estivesse brincando com eles. Em geral, n�o tem tempo porque est�o muito ocupados em assegurar aos filhos um futuro brilhante!
O ci�me � a incapacidade de vivermos a gratuidade da vida. Hoje � o primeiro dia do resto de nossa vida, querendo ou n�o! Hoje estamos come�ando, e viver � considerar cada segundo de novo, a cada dia, o seu pr�prio cuidado. O medo daquilo que nos pode acontecer, tira nos a alegria de estar aqui e agora. O medo da morte tira a vontade de viver, o medo de perder algu�m tira a beleza de estar com ela agora, alias quando se tem medo de perder algu�m � porque pensamos que as pessoas s�o nossas, ningu�m pode perder o que n�o tem.
Cada pessoa � �nica e exclusivamente dela mesma, podemos perder um livro, um isqueiro, uma bolsa, por�m jamais podemos perder uma pessoa.
O sin�nimo do medo de perder � a obsess�o pelo primeiro lugar, colocamos nos ombros a tarefa imposs�vel de sermos sempre os primeiros em todos os lugares e em todas as circunst�ncias. Se for em casa, queremos ser o primeiro, se for no trabalho, tamb�m o primeiro, num assunto espec�fico queremos ser o primeiro, em outro assunto qualquer sempre o primeiro. O 1o lugar � amarelante, deteriorante, ao passo que o 2o lugar � esperan�oso, � enverdejante, pois quando algu�m chega ao cume da montanha s� lhe resta um caminho a seguir: COME�AR A DESCER!!
No 2olugar, ainda temos para onde ir, para onde crescer, a postura do 2o lugar nos leva ao crescimento cont�nuo, porque voc� se decreta em 2o lugar mesmo que esteja eventualmente no 1o lugar perante a sociedade.
O 2o lugar n�o em rela��o ao outro, mas em rela��o a n�s pr�prios, ou seja, ainda teremos por onde crescer e melhorar. Voc� sabe por que o mar � t�o grande? � porque ele teve a humildade de se colocar alguns cent�metros abaixo de todos os rios do mundo, sabendo receber tornou-se grande, se quisesse ser o 1o e se colocasse alguns cent�metros de todos os rios da terra, n�o seria o mar, mas uma ilha, toda a sua �gua iria para os outros, e ele estaria isolado...
Al�m disso, a perda faz parte, a queda faz parte, a morte faz parte, � imposs�vel viver satisfatoriamente se n�o aceitamos a queda, a perda, a morte o erro, precisamos aprender a perder, a cair, a errar e a morrer. N�o � poss�vel saber ganhar sem saber perder, n�o � poss�vel saber andar sem saber cair, n�o � poss�vel viver sem saber morrer!
Em outras palavras, se temos medo de cair, andar ser� muito doloroso; se temos medo de morrer, a vida ser� muito ruim; se temos medo de perder, o ganho nos enche de preocupa��o!!!
Esta � a figura do fracasso dentro do sucesso, pois quanto mais ganha, quanto mais melhora na vida, mais sofre. Para a pessoa que tem medo de ficar pobre, quanto mais dinheiro obt�m mais preocupado fica. Para a pessoa que tem medo do fracasso, quanto mais sobe na escala social, mais desgra�ada � a sua vida.
Agora, se voc� aprende a perder, a cair, a errar e a morrer, ningu�m o controla mais, pois o m�ximo que pode acontecer a voc� � cair, � perder, � errar, � morrer e isso voc� j� sabe!!
(Texto retirado da fita Rosacruz (AMORC - http://www.amorc.org.br/) - Desenvolvimento Comportamental)
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