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ACADEMIA MAÇÔNICA DE LETRAS DO RIO GRANDE DO SUL

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Um começo profícuo

O acadêmico Fernando Mariani, em seu pronunciamento de despedida da presidência da AMLERS, fez um balanço positivo das realizações da primeira Diretoria, gestão 1999/2001

 

Membros da mesa e demais irmãos previamente nominados, convidados presentes, senhores, senhoras e jovens da Ordem De Moley.

O objetivo desta sessão magna já foi anunciado pelo orador. Segundo o protocolo, falta, tão somente, a transmissão de posse para a nova diretoria.

Neste momento em que faço uso da palavra, simultaneamente estou iniciando este ato que, normalmente, é precedido de uma exposição circunstanciada. No entanto, em lugar de apresentar um relatório exclusivamente administrativo, em face da novidade de a Academia se apresentar em público pela primeira vez, faço também um breve relato histórico, resumindo o transcurso desse primeiro período de dois anos, esforçando-me para não me tornar enfadonho e despender o menor tempo possível dessa ilustre platéia.

Em primeiro lugar vou transmitir algumas informações de como surgiu a idéia da Academia. Em seguida, os principais objetivos práticos que foram atingidos. Depois, um breve balanço do que até agora se realizou e por último as perspectivas para o futuro.

A idéia da Academia surgiu de um encontro com o Irmão Fagundes por ocasião do 5º Encontro de Maçons do Mercosul em Gramado em abril de 1999. Em determinado momento ele me falou sobre seu desejo de ver concretizada no Rio Grande do Sul uma Academia Maçônica de Letras e, sem que eu esperasse, afirmou estar certo de que eu poderia realizar essa tarefa. Fui surpreendido, não por falsa modéstia, mas por uma pretensão hipotética do Irmão Fagundes que jamais eu havia antes concebido sob qualquer forma de representação mental. Passei, então, a questionar que talvez eu não fosse a melhor pessoa apresentando-lhe minhas razões. Face aos contra-argumentos por ele apresentados, vi-me na continência de aceitar a incumbência. Resultando daí, ser todos os esforços para a criação desta Academia um subproduto imprevisto do 5º Encontro de Maçons do Mercosul.

Mais tarde, após o termino do 5º Encontro, descobri que o Irmão Fagundes era militar da reserva remunerada. Lembrei-me que ele dissera algo sobre minha pessoa que outros já me haviam falado. No entanto, concluí que o Irmão Fagundes possuía credenciais que não podiam ser colocadas no mesmo pé de igualdade. Ele era Bacharel em Letras Neolatinas, tinha Mestrado em Estrutura do Português e, mais ainda, Doutorado em Fonética e Fonologia. Havia concluído o curso superior de Poesia pela Academia dos Poetas de Minas Gerais, de Dicção e Retórica na mesma Universidade. Além disso, era detentor de 15 títulos honoríficos, publicou 12 livros sendo 7 de poesias, fazia parte de 20 instituições literárias, exercia meia dúzia de funções simultaneamente, seu nome consta do verbete da Enciclopédia da Literatura Contemporânea, do verbete no Dicionário de Escritores do Brasil e do verbete no Catálogo de Escritores Brasilienses. Deixando de lado os seus inúmeros cargos na Maçonaria, a questão principal foi a seguinte. Que outro intelectual de idêntica projeção cultural me daria uma oportunidade como esta de ser um membro fundador de uma Academia Maçônica de Letras? Será que alguém por ele notado e escolhido para tal resistiria ao impacto de tamanha honra? Ele, portanto, foi, com toda justiça, a mola mestra que impulsionou a minha e, como conseqüência, a de todas as demais vontades para criação desta Academia. Por ser ele o verdadeiro mentor desta Instituição e por tudo que ele representa para seus Acadêmicos e, sem dúvida, representará para todos a quem pretendemos servir, por unanimidade, foi escolhido para ser o primeiro sócio Honorário da AMLERS, um dos motivos pelo qual ele aqui se encontra presente.

Entrando na prática, o primeiro e mais importante dos esforços foi a busca de outros Irmãos possuidores das condições para comigo abraçarem esse projeto. Convidei alguns pessoalmente porque já os conhecia pelo seu trabalho no 5º Encontro, outros com ajuda do Irmão Ayres de Jesus Motta Pereira e, através deles e de critérios comuns, foram surgindo outros nomes. Ao completar o número suficiente marcamos a primeira reunião que ficou sendo o dia da fundação da Academia: 23 de setembro de 1999.

Nessa data pude avaliar a motivação dos Irmãos selecionados nesse primeiro levantamento, bem como o entusiasmo e determinação de que estavam imbuídos para levarem adiante o projeto. Por unanimidade aceitaram o desafio. Em seguida, foi estabelecido um plano para, sucessivamente, constituirmos um Estatuto, o respectivo processo de registro no Cartório Civil de Pessoas Jurídicas, o registro no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica ou CNPJ, a criação da Logomarca, o registro da Marca e da Patente, no órgão competente e, por último, fazer um Regimento Interno.

Nada é fácil no início. Nosso grupo dividiu tarefas, algumas individuais e outras em comissões e trabalhou em equipe com muito empenho. Cada frase, cada pormenor do Estatuto Modelo enviado pelo Irmão Fagundes foi discutido e analisado em detalhes e vários itens foram adaptados as nossas aspirações e circunstâncias. No entanto, todas as aludidas tarefas que consolidaram a formação da Academia, em seu núcleo fundamental, foram concretizadas dentro do prazo previsto; foi estabelecida, também, uma cota mínima de contribuição financeira para cada associado; aberta oficialmente a Conta Bancária da Academia e escolhido um escritório de Contabilidade para manter em dia todos os registros, balancetes, prestações de contas e outras providências administrativas, tudo de acordo com a legislação em vigor e aptas à fiscalização a qualquer momento.

Assim, resumidamente, posso adiantar ao nosso Ilustre Irmão e Acadêmico Guilherme Fagundes de Oliveira, presidente da Academia Maçônica de Letras do Brasil, nesta data, sentado à minha direita, honrando-nos com sua presença neste auditório, representando também o Grão-Mestre Geral do histórico Grande Oriente do Brasil, que o seu sonho foi realizado e que nossa missão foi cumprida. Comprovam: os documentos citados, a presença dos Acadêmicos Sócios Fundadores, dos Acadêmicos Sócios Honorários no qual ele se inclui, o prestígio das maiores autoridades maçônicas do Rio Grande do Sul, além dessa seleta platéia que veio testemunhar esta Cerimônia Magna de Transmissão de Posse.

Segundo informações posteriormente colhidas, não é qualquer instituição que consegue nascer saindo do zero e existir formal e legalmente sob todos os aspectos no transcurso desse mesmo período de tempo. Declaramos esses fatos não para nos gabarmos de nossos feitos, mas para incentivar o Irmão Fagundes a continuar estimulando por esse Brasil afora a criação de Academias Maçônicas de Letras onde elas ainda não têm existência legal; pois, qualquer um medianamente instruído e estimulado por um homem culto com credenciais semelhante ao do Irmão Fagundes fará milagre. Nós, os fundadores desta Academia, trabalhamos colocando nosso corpo e alma nesta missão e vencemos ou contornamos quase todas as dificuldades tanto as pessoais como as provenientes das circunstâncias exteriores. Nessa luta contra elas todos os nossos passos foram dados com o pé no chão, assim como faz o soldado de Infantaria há milênios, consciente de que seu sacrifício não será em vão, onde os melhores combatentes são considerados apenas bons e não almejam privilégios por terem apenas cumprido a sua obrigação. Assim, ao Irmão Fagundes, que também é militar, afirmamos que nossa maior gratificação é a de que as próximas Academias a serem criadas, por sua inspiração, encontrem obstáculos menores que os nossos e com idêntico esforço cresçam mais e apresentem os frutos de seu trabalho com maior presteza.

Até aqui fizemos uma narração sumária do trajeto da criação de nossa Academia. O Irmão Fagundes e demais Acadêmicos que deram tudo de si para a sua concretização sabem o que ela significa e quanto ela é útil. A nossa distinta platéia e muitos Irmãos, no entanto, hão de estar curiosos e se perguntarem, tanto esforço para quê? Qual a finalidade da Academia? Qual a sua utilidade? Por que tanta empolgação?

Em primeiro lugar convém informar que a Academia, conforme o Art. 1º do seu Estatuto, é uma entidade civil e cultural. O termo civil nada mais é do que um adjetivo significando, em última análise, que esta regulada por normas do Direito Civil. Logo, não tem caráter militar nem eclesiástico. O adjetivo cultural significa o relativo à ou próprio da cultura.

Considerando que a imensa maioria das Instituições é de sociedades civis, o termo “Cultura” é a chave que melhor caracteriza nossa Academia.  Esse termo pode ser empregado em quinze significados diferentes, segundo o Aurélio, dentre os quais, oito estão diretamente relacionados com os propósitos desta Academia. Desses oito, vou apresentar apenas três, os de maior amplitude, para não abusar da benevolência e atenção de todos relatando o óbvio.

O primeiro deles, tem um caráter social. É o seguinte: “O processo ou estado de desenvolvimento social de um grupo, um povo, uma nação, que resulta do aprimoramento de seus valores, instituições e criações; também tem o significado de civilização e progresso.”

O segundo, que tem um caráter antropológico: “O conjunto complexo dos códigos e padrões que regulam a ação humana individual e coletiva, tal como se desenvolvem em uma sociedade ou grupo específico, e que se manifestam em praticamente todos os aspectos da vida: a saber, modos de sobrevivência, normas de comportamento, crenças, instituições, valores espirituais, criações materiais e outros.”

O terceiro e último significado que vou citar é o filosófico, que é o conceito mais extenso dos três apresentados: “Categoria dialética de análise do processo pelo qual o homem, por meio de sua atividade concreta (espiritual e material), ao mesmo tempo em que modifica a natureza, cria a si mesmo como sujeito social da história.”

O que significa isso? Significa que a extensão do termo “cultura” inserido no Estatuto da Academia permite a Academia agir além dos limites em que a Maçonaria vem ultimamente pautando suas ações, sem abrir mão dos mesmos princípios que a caracterizam. Como é sabido, dentro da Instituição Maçônica, engessados pelo ritual e outras disposições, os maçons, por exemplo, normalmente não falam em Política, ainda que não partidária, para supostamente não quebrar a harmonia da Loja, porém, quando fora dos Templos escondem suas idéias e opiniões a respeito de quase tudo, para não desgostar ou perder a amizade de algum Irmão, como se estivéssemos vivendo clandestinamente numa ditadura com medo de ser denunciado, ou sofrer restrições por qualquer mal-entendido com respeito a expressão de alguma idéia que não agrade ao rei ou a um sistema ilegalmente impositivo.

A Academia como instituição eminentemente cultural é, por princípio, uma instituição pluralista e não partidarista, na medida em que se interessa por todas as diferentes formas de interpretação da natureza, da sociedade e do homem, por meio de qualquer forma de Arte ou de Ciência. A única exigência é a fidelidade aos princípios basilares da Maçonaria norteados pela adesão irrestrita aos ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade para todos os povos sem exceção, a tolerância como princípio cardeal nas relações humanas e o cumprimento das normas democráticas na gestão de todos os seus negócios.

Quais são as finalidades da Academia? O Art. 2º do Estatuto engloba todas elas. Resumindo: difundir a cultura maçônica; congregar os maçons que se dedicam às letras em geral; promover toda sorte de eventos tais como pesquisas, conferências, palestras e congressos; colaborar com instituições congêneres; e, principalmente, reivindicar as justas aspirações afetas a cultura. Calcado neste último item pode, portanto, em tese, fazer ou intrometer-se em tudo que tiver condições para tal, sem qualquer restrição.

Quem pode fazer parte da Academia? Segundo o Estatuto, qualquer Maçom colado no grau de Mestre que venha a ser apresentado por dois sócios efetivos, devidamente justificados. Na verdade, como há apenas 23 vagas a serem preenchidas para sócios efetivos, haverá uma criteriosa seleção quando chegar o momento oportuno. O assunto será discutido no decorrer da próxima administração. Nada impede, inclusive de se remeter um edital a todas as Lojas do Rio Grande do Sul anunciando a abertura de inscrições para o concurso de candidatos, solicitando apresentação de currículo, cópia dos trabalhos anteriormente apresentados em público, publicados e a publicar, instruções transmitidas em Loja, responder a um questionário, realizar uma entrevista com um de seus membros para isso designado, comprovação de renda, atestado de assiduidade da Loja a que pertence e assim por diante, visando uma escolha colegiada das vagas existentes, evitando-se desta forma, a contaminação de influências políticas de qualquer natureza ou de preferências pessoais. Além disso, descobrir meios de congregar os excedentes, se for o caso, aproveitando-os em outra categoria de sócios. Todo maçom que lê, pensa, observa a realidade, argumenta e se comunica obedecendo as regras da lógica, os padrões aceitáveis da linguagem culta e está disposto a dar de si em benefício do bem comum, em princípio, muito nos interessa e entendemos que não deve permanecer isolado ou ficar esperando convite pessoal, deve se inscrever.

A Academia veio para quê? Veio para servir na esfera de suas atribuições, principal e prioritariamente, no âmbito da própria Maçonaria, colocando nossos serviços à disposição dos Grão-Mestres e dos Veneráveis de Lojas e, principalmente por intermédio deles, de todo o povo maçônico. Veio, portanto, para cumprir suas finalidades, excluindo o culto à personalidade sob todas as formas, nosso próprio estatuto dá o exemplo, evitando a reeleição do presidente, abraçando a discrição, evitando as vaidades e se concentrando na sua tarefa específica, a saber: a produção cultural.

 

A Academia até agora produziu o quê, além do relatado?

Realizou através de seus sócios o seguinte:

  • 26 reuniões regulares com uma duração média de 3 horas cada uma;
  • Escolha individual do Patrono Vitalício e sorteio do número de cadeiras;
  • Três cursos internos para preparação de seus sócios: um curso de Metodologia Científica ministrado pelo Acadêmico Arthur, professor universitário dessa matéria; um curso de Redação ministrado pelo Acadêmico Paranhos, que para evitar de citar seu currículo de vinte e duas páginas, basta dizer que foi assessor de três ministros da justiça; e, um curso de Oratória ministrado pelo nosso Mestre, Irmão Joaquim, exímio orador, o mais solicitado causídico do Vale do Rio dos Sinos e adjacências, com mais de 300 júris realizados, um dos quais assisti e fiquei estarrecido de ver como conseguiu convencer 3 dos sete jurados que o réu era inocente, apesar de já ser um fugitivo da prisão e ter matado o próprio pai a facadas, sendo penalizado com apenas 4 anos de prisão semi-aberta;
  • Dois cursos para o público maçônico: um de Oratória visando principalmente aos oradores de Lojas e um de Secretaria Maçônica para Secretários de todos os níveis.
  • Uma palestra sobre Domingos José de Almeida a cargo do Acadêmico Heitor, também atual presidente da Poderosa Assembléia Legislativa Maçônica do GOESUL; outra sobre Rui Barbosa levada a efeito pelo Acadêmico Orci, procurador de justiça do Estado aposentado, professor no curso de Direito e no de Pós Graduação de Direito Empresarial ambos na PUC e também na Escola Superior do Ministério Público do Rio Grande do Sul;
  • Palestra sobre o Dia do Maçom proferida pelo Acadêmico Henriques, Bacharel em Direito, contador, professor de matemática e jornalista, nosso Diretor Tesoureiro;
  • 11 trabalhos escritos sobre os patronos vitalícios das cadeiras da Academia de autoria obrigatória de cada Acadêmico;
  • Um pequeno trabalho contando a história da formação da Academia e publicado no Boletim da Secretaria de Relações Públicas do GOESUL por este presidente;
  • Cerca de 20 trabalhos publicados em livros, jornais e revistas profanas e maçônicas, onde se sobressai o nome do Acadêmico Arthur;
  • Um livro do Irmão Ripoll sobre o Caminho de Santiago de Compostella na Espanha, que será lançado na próxima Feira do Livro;
  • Dois livros de Direito do Acadêmico Orci, também no prelo, com idêntico destino;
  • O “Silabário Maçônico” para Aprendiz Maçom, de autoria do Irmão Paranhos, já publicado, visando amenizar as dificuldades do Aprendiz ao ser Iniciado, primeiro trabalho de leitura  obrigatória  redigido nos padrões almejados pela Academia;
  • Revisão ortográfica e gramatical de muitos trabalhos escritos por Irmãos;
  • Comparecimento de uma representação na reunião das Academias Maçônicas de Letras do Brasil. Idem, da Reunião da Associação Brasileira de Imprensa Maçônica e no Congresso de Autores Maçônicos, todos ocorridos em Londrina, estado do Paraná em agosto de 2000;
  • Homenagem ao Irmão Ophir por serviços prestados ao conselho de administradores da 4ª Região quando na presidência;
  • Participação do Acadêmico Paranhos no sétimo encontro do Instituto Brasileiro de Pesquisas Maçônicas da Loja Fraternidade Brasileira em Juiz de Fora em outubro 2000.
  • Estabelecimento de um site fechado para o Grupo da Academia executado pelo Acadêmico Ripoll;
  • Entrega pelo presidente de uma Bandeira do Rio Grande do Sul ao Irmão Xico Trolha com a incumbência de ser o porta-bandeira de nossa Academia onde ela não possa comparecer, realizada na Loja Tiradentes VI, em 21 de abril deste ano, fato recentemente por ele aludido na revista “A Trolha”;
  • Planejamento, treinamento e execução desta Cerimônia;
  • Manutenção da Secretaria e Tesouraria em dia e passagem da escrituração aos sucessores com a contabilidade em ordem e pequeno saldo.

 

Quais os nossos planos para o futuro? Em primeiro lugar, não medir esforços para superar as dificuldades atuais e as que surgirem; pôr em ação as propostas aprovadas, entre as quais sobressai um departamento de Oratória, onde se pretende formar uma espécie de escola para o permanente exercício dessa arte, cada vez mais importante em nossos dias, inclusive, visando que os oradores nela aprimorados e exercitados façam peregrinações pelas Lojas levando mensagens de incentivo e outras, todas vinculadas aos nossos princípios; completar criteriosamente os nossos quadros; elaborar e por em execução um plano permanente de ação cultural; estabelecer parcerias com outras Academias e Instituições Maçônicas que tenham propósitos semelhantes e com Instituições Culturais Profanas; e permanecer abertos para outros projetos que surgirão no relacionamento com novos sócios e outras Instituições.

Muitas outras questões ficarão, por enquanto, sem resposta. No entanto aqueles que freqüentarem os eventos promovidos pela Academia, na devida oportunidade serão informados. Vou apenas me deter em uma explicação: as razões que levaram a Academia somente agora abrir as portas para o nosso querido Irmão Rosalino Dutra de Araújo.

O Irmão Rosalino dispensa maiores informações: é por demais conhecido. Porém poucos sabem que o seu saber não surgiu do nada. Ele estudou no famoso Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro. Formou-se como farmacêutico e bioquímico na Faculdade de Farmácia e Bioquímica da UFRGS. Licenciou-se em Filosofia Pura na Faculdade de Filosofia de Rio Grande. Doutorou-se em Bioquímica e Farmacologia na UFRGS. Concluiu a Escola de Saúde do Exército, o curso da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra e vários outros cursos de Aperfeiçoamento Profissional em Pesquisas Clínicas. É militar da reserva, farmacêutico e também professor universitário aposentado. É Mestre Instalado e em dezembro próximo fará 40 anos de Maçonaria. Exerceu diversos cargos cito apenas alguns: Delegado do GOB e durante anos a foi Secretário da Cultura do GOESUL, colaborou com várias obras culturais, promoveu cursos para aprendizes, companheiros e mestres. Portador da Estrela da Distinção Maçônica concedida pelo GOB e outros destaques. Escreveu 11 trabalhos de peso e ainda é possuidor de uma particularidade incomum. Quando em certa ocasião, fiz a ele algumas perguntas, mais tarde recebi como resposta um trabalho completo de pesquisa por escrito respondendo às questões solicitadas e outras correlatas. Por isso mesmo, foi um dos primeiros a ser lembrado para formar a Academia. No entanto, na ocasião achava-se muito adoentado, sem condições de participar de nossas reuniões, como ainda hoje enfrenta problemas de saúde decorrente de seus oitenta anos de vida útil para felicidade de todos nós. Nem por isso ele deixou de acompanhar todos os passos da Academia, pois fizemos questão de pessoalmente mantê-lo permanentemente informado. A Academia, ciente de seus méritos, esperava por uma oportunidade como esta para admiti-lo oficialmente em alto estilo. Em lugar de sócio efetivo foi escolhido por unanimidade para ser sócio honorário para igualar-se nos privilégios aos demais existentes, sem a obrigação do respectivo ônus como reconhecimento por seus serviços prestados à Ordem e a Cultura. Fica, portanto, isento da freqüência e do pagamento de mensalidades, muito embora sua presença na Academia, bem como qualquer contribuição financeira que voluntariamente venha a fazer será sempre louvada.

Por tudo que foi dito até agora creio que ficou claro que a AMLERS esta chegando para ficar e incentivar a cultura em vários aspectos: intelectual, artístico, científico, social, antropológico e filosófico. Ela tem pela frente uma caminhada tortuosa e repleta de tropeços. Enquanto Instituição civil autônoma não está subordinada a nenhuma outra Instituição em particular. Ela tem por finalidade preencher lacunas onde a Instituição Maçônica Tradicional não atende satisfatoriamente as aspirações de seus quadros. Deixará de lado outros afazeres, como, por exemplo, a ação filantrópica e outros no qual a própria Maçonaria e outras organizações paramaçônicas têm por objeto principal. Ela não pretende fazer concorrência ou dispersar esforços, pelo contrário, assumir sua parcela, cooperar e concentrar esforços com qualquer iniciativa que se harmonize com nossas finalidades específicas e na qual ela possa ser útil a Irmandade.

Assim, concluo este breve relato informativo, pondo-me à disposição do novo presidente, conclamando aos Acadêmicos aqui presentes que cooperem com ele assim como fizeram comigo. Almejo ao meu sucessor, Acadêmico Ophir Schimitt Dreger, o mais amplo sucesso nesta sua nova comissão. Agradeço a todos os que de uma forma ou de outra não fazendo parte da Academia contribuíram para o êxito de sua caminhada inicial, particularmente aqueles que colaboraram para o êxito desta Cerimônia, como foi o caso do Grão-Mestre do GORGS, soberano Irmão Juracy Vilela de Souza, perfeito maçom no qual tive a oportunidade de nele votar pelo menos uma vez e que nos cedeu gentilmente este local para esta cerimônia bem como a todos os seus auxiliares. Aos aqui presentes, meu muito obrigado pela atenção, e tento explicar a extensão desta cerimônia como conseqüência das dificuldades de local e numerário, obrigando-nos a reunir três eventos em um para evitar maiores contratempos e despesas. Agora, dou meu último golpe de malhete para encerrar a primeira gestão da Academia e passá-lo às mãos de meu legítimo sucessor para doravante dar continuidade a este trabalho.

 

Porto Alegre,  22 de setembro de 2001

 

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