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Sacramento ,
qualquer uma das ações litúrgicas da Igreja cristã que foram
instituídas por Cristo para comunicar a graça ou o poder de Deus.
Na definição de Santo
Agostinho de Hipona,
os sacramentos são sinais externos e visíveis de uma graça
espiritual.
Ex opere operato
Ao aceitar a natureza comunicativa dos sacramentos,
comprovamos que este comporta em si a graça de Deus,
independentemente da fé ou do caráter moral do celebrante ou de
seus destinatários.
Caráter sacramental
Certos sacramentos, como a eucaristia e a
confissão, podem ser feitos freqüentemente. Outros — como
batismo, crisma e ordenação —, são ministrados uma só vez.
Isto significa que eles imprimem uma modificação ontológica às
pessoas.
Para a Igreja católica existem sete sacramentos:
– Batismo;
– Crisma;
– Eucaristia;
– Confissão;
– Unção dos enfermos (antiga extrema-unção);
– Ordenação;
– Matrimônio.
Os reformistas protestantes declararam existir
somente dois sacramentos: o batismo e a eucaristia. Na ótica
protestante, estes foram os únicos instituídos por Cristo.
Transubstanciação,
na teologia cristã, dogma
segundo o qual o pão e o vinho oferecidos na eucaristia
transformam-se pela consagração no corpo e no sangue verdadeiros
de Jesus Cristo. Opõe-se, portanto, a outras doutrinas, como a consubstanciação.
Consubstanciação,
doutrina utilizada para explicar a experiência cristã e a
convicção de que Cristo está verdadeiramente presente com seu
povo na celebração da eucaristia.
Baseia-se nas mesmas premissas filosóficas da doutrina medieval da transubstanciação,
à qual se opunha.
Javé,
nome do Deus do povo hebreu. A palavra original (que se pronuncia
Yahvé ou Yawé) é formada pelas consoantes YHVH ou YHWH, com as
vogais incorporadas no texto massorético de uma palavra distinta,
Adonai (meu Senhor). Em seu sentido etimológico, é a terceira
pessoa do singular imperfeito do verbo havá (ou hayá), que
significa "ser". Os antigos intérpretes explicam o verbo
de forma abstrata e metafísica, significando algo que
aproximadamente afirmaria: "Eu sou o que sou" ou "Eu
sou aquele que é", quer dizer, o que existe de uma forma
absoluta.
Sefardim,
um dos dois grandes agrupamentos em que se dividem os judeus
em relação à sua origem geográfica e tradição cultural. A
denominação distingue as comunidades judaicas medievais da
Península Ibérica e do norte da África, assim como a seus
descendentes, dos askenazis, que procedem das comunidades
desenvolvidas na Europa setentrional, central e oriental. Os judeus
sefardins adquiriram fama por seus feitos intelectuais, por sua
tradicional língua vernácula judeu-castelhana (ladino) e por sua
fidelidade à tradição babilônica da prática ritual. Os
sefardins representam 60% da população judia mundial, entre a qual
destaca-se a comunidade estabelecida no Marrocos.
Judeus ,
termo utilizado, hoje em dia, como sinônimo de hebreus e
israelitas. Contudo, no plano histórico e étnico, estas duas
palavras têm significado diferente. Na história judaica, hebreu
aplica-se de às tribos que aceitavam Javé
como único Deus. O termo israelita faz menção a um grupo
específico, descendente dos hebreus. O vocábulo judeu refere-se a
um terceiro grupo (tribo de Judá) que descende dos anteriores.
Os hebreus em Canaã
É correto identificar os antepassados dos hebreus
como arameus nômades. Durante os primeiros anos do segundo milênio
a.C., um grupo de tribos araméias migrou para os arredores de Carra,
uma antiga colônia babilônica. Séculos mais tarde, grupos
familiares destas tribos emigraram para oeste e para o sul,
estabelecendo-se nos arredores do rio Jordão. Estas comunidades
transformaram-se nas tribos hebréias, dentro das quais se incluem
os amonitas, moabitas, edomitas e os hebreus, que rendiam culto a
Javé.
Algumas das tribos nômades chegaram ao Egito entre
1694 e 1600 a.C.,
período em que os hicsos dominaram Egito e alcançaram um
importante desenvolvimento até serem derrotados em 1570 a.C.
Este fato determinou, para os hebreus, a perseguição, a
escravidão e o exílio.
Para a história judaica, o êxodo significou um
feito de grandes proporções. O povo foi guiado por Moisés,
o primeiro grande profeta, até Canaã, conquistada durante o
segundo milênio a.C. Sob o comando de Josué,
sucessor de Moisés, as tribos de Javé cruzaram o rio
Jordão, conquistaram Jericó e estabeleceram-se no oeste de
Palestina.
A monarquia
Com a ascensão ao trono de Saul,
o primeiro rei israelita em 1020 a.C.,
criou-se uma verdadeira entidade política. Mais tarde, com Davi, o
reino engrandeceu-se. Salomão,
filho e sucessor de Davi, é conhecido por ter mandado construir o
Templo de Jerusalém, símbolo da glória israelita. Salomão foi um
dirigente poderoso mas, após sua morte (922 a.C.),
o reino se dividiu. Jeroboão, seu filho, reinou sobre a parte sul
conhecida, mais tarde, como o reino de Judá.
Durante os dois séculos seguintes, a história
judaica reduz-se a uma série de lutas entre pequenos estados que,
constantemente, brigavam entre si. No século VIII a.C., o poder dos
assírios cresceu e eles dominaram o Oriente Próximo. Em 721 a.C.,
o reino de Israel foi destruído e muitos de seus habitantes
partiram para o desterro. O reino de Judá, apesar de ter passado a
tributário da Assíria, manteve sua independência nominal.
Em 598 a.C.,
Nabucodonosor II, soberano da Caldéia, declarou guerra ao reino de
Judá, conquistou Jerusalém e os judeus foram deportados para a
Babilônia, fato que marcou o fim da independência política do
antigo Israel.
O exílio
Na Babilônia, os exilados formaram uma florescente
colônia. Em 539 a.C.,
o fundador do Império persa, Ciro
II, o Grande,
conquistou a cidade. No ano seguinte, publicou um édito outorgando
liberdade aos judeus. Aproximadamente 42.000 membros da comunidade
babilônica prepararam seu regresso à Palestina. A expedição
dirigiu-se a Jerusalém e concentrou-se na reconstrução do Templo,
meta atingida no ano 516 a.C.
Esta data é considerada o verdadeiro fim do exílio babilônico. No
final do século IV a.C. — sendo imperador Alexandre, o Grande —
a Macedônia transformou-se na força dominante do mundo.
Depois que os macedônios dominaram os persas, em
331 a.C., a
Judéia passou a ser uma província do Império Alexandrino.
Alexandre mostrou-se especialmente benévolo com os judeus e
centenas deles emigraram para o Egito depois da fundação de
Alexandria (Al-Iskandariya).
Em 198 a.C.,
o rei Antíoco III, da Síria, venceu os egípcios e incluiu a
Judéia em seus domínios. Durante o reinado de Antíoco IV a
religião judaica foi declarada ilegal. A rebelião dos judeus não
demorou e, no mesmo ano, iniciou-se uma revolta liderada pelos Macabeus
(família composta por cinco irmãos). As forças judaicas
derrotaram os sírios. A dinastia dos Asmoneus, ou Macabeus,
conquistou a liderança e seus membros foram reis de um estado judeu
independente.
O exército romano entrou em Jerusalém em 62 a.C.
e, em 47 a.C.,
o Reino da Judéia estava sob o controle do Procurador Antípatas.
Seu filho — Herodes, o Grande —, tornou-se rei em 37 a.C.
O último século do antigo estado judeu foi marcado por desordens
políticas e religiosas. Do judaísmo surgiu um segundo movimento, o
cristianismo. No princípio, o cristianismo foi considerado uma
seita judaica que via no judeu Yoshua (Jesus), filho de
Yussef (José) e Míriam (Maria), o tão esperado Messias. Em torno
da pessoa e da pregação de Yoshua, o cristianismo cresceu
com a mobilidade dos discípulos de Jesus, levando sua crença a
outras regiões.
Durante o século I d.C., os conflitos religiosos
provocaram sangrentas batalhas. No ano 70, Tito, enviado por
Vespasiano, destruiu o Templo e arrasou Jerusalém. A Judéia
continuou existindo, embora só nominalmente. Durante a geração
seguinte — e sob estrito controle romano —, manteve-se em
relativa paz. De 132 até 135 d.C.,
os judeus fizeram um enorme esforço para se defender, mas a Judéia
acabou devastada. Este fato ajudou a aumentar o abismo entre judeus
e cristãos. Durante os três primeiros séculos da nova era, o
cristianismo aumentou seu poder. Depois do ano 313, quando o
imperador romano Constantino
I aceitou a nova
religião, generalizou-se a expansão cristã e a conseqüente
perseguição aos judeus.
Os judeus depois da diáspora
Apesar da destruição do segundo estado, os judeus
mantiveram sua identidade e tradições. Reagiram perante a
fragmentação do início da era cristã, desenvolvendo uma
religião própria no exílio: o judaísmo.
Durante os primeiros seis séculos de exílio, os
mestres e os rabinos estabeleceram na Mishná e Guemará
— ambas integrantes do Talmude,
as bases da lei oral e da interpretação religiosa.
Em 637, os exércitos árabes conquistaram a
Mesopotâmia e a religião islâmica tornou-se oficial. Na época,
existia importante cooperação entre muçulmanos e judeus,
desenvolvendo-se uma cultura baseada na combinação de ensinamentos
gregos, persas e indianos. Muçulmanos e judeus desenvolveram a arte
e a cultura da Espanha medieval, enquanto, no resto de Europa,
predominava o obscurantismo.
Os judeus na Espanha medieval
Em meados do século X, o centro do saber
deslocou-se da Mesopotâmia para a Andaluzia,
na Espanha. Ali existiam colônias judaicas anteriores à chegada
das legiões romanas. Durante um longo período, os judeus tinham
sido perseguidos, sobretudo após a conversão dos visigodos ao
catolicismo, no século VI. A invasão muçulmana trouxe a
tranqüilidade para os judeus espanhóis.
Com a decadência do domínio muçulmano na
península Ibérica, em meados do século XIII, terminou a pacífica
Era Espanhola. Sob a monarquia católica, os judeus foram degradados
e sofreram perseguições periódicas. A Inquisição,
criada em 1478, perseguiu também os conversos e, em 1492, todos os
judeus que não aceitaram o batismo foram expulsos da Espanha.
Os judeus no mundo moderno
A emigração dos judeus para as Américas começou
imediatamente após a fundação das primeiras colônias no novo
continente. Inúmeros judeus sefaraditas — descendentes dos
chamados marranos (nome injurioso dado aos conversos que mantinham
ocultamente a prática de sua religião) que haviam fugido para a
Holanda — assentaram-se no Brasil. Quando da invasão holandesa de
1630, fundaram, na cidade do Recife, estado de Pernambuco (nordeste
brasileiro), a primeira sinagoga das Américas. Após a expulsão
dos holandeses do Brasil — e a subseqüente perseguição pelos
Tribunais da Inquisição —, estes judeus brasileiros fugiram do
Recife para fundar, em 1654, a primeira comunidade judaica da
América do Norte: a colônia holandesa de Nova Amsterdam (hoje Nova
York).
Até o final do século XVI, na Europa ocidental só
restavam pequenos guetos das antigas comunidades. Com o aumento da
liberdade política e social criada pela Reforma protestante,
restabeleceu-se a tolerância para com os judeus. Na França, em
1791, a Assembléia Nacional concedeu-lhes o direito a voto. Na
Europa Ocidental, em 1860, sua liberdade era total.
Na Europa Oriental, no último terço do século
XVIII, mudou a política de tolerância para com os judeus. Ao se
produzir a divisão da Polônia, a maior parte dos judeus poloneses
ficou em território russo em uma época em que ambos os países,
Polônia e Rússia, institucionalizaram políticas de perseguição.
Até o fim do regime czarista, em 1917, cerca de 2 milhões de
judeus emigraram das regiões sob domínio russo para os Estados
Unidos, entre 1890 e o fim da I Guerra
Mundial. Outros grupos emigraram da Europa Oriental e se
estabeleceram no Canadá, América do sul (especialmente na
Argentina), África do sul e Palestina. Uma nova onda de emigração
para o continente americano aconteceu até 1941, com o intuito de
escapar da perseguição nazista.
Durante o século XIX, em todos os países da Europa
Ocidental e nos Estados Unidos, a comunidade judaica experimentou um
renascimento cultural conhecido como Haskalá (em hebraico,
iluminação). O Haskalá foi importante para o ressurgimento
da esperança de um retorno à sua própria terra: a Palestina. Em
1896, Theodore Herzl converteu-se no fundador do Sionismo
Político. Durante os 50 anos seguintes, a organização sionista
lutou para alcançar seu objetivo que, finalmente, concretizou-se
com a criação do Estado de Israel, em 1948.
Durante a primeira metade do século XX, o
anti-semitismo (tradicional movimento de oposição aos judeus)
converteu-se numa força importante na política européia,
especialmente na Alemanha. Na década de 1930, o desenvolvimento do nacional-socialismo
(nazismo) ameaçou todos os indivíduos de origem judaica. Sob o
poder nazista na Europa ocidental, estima-se que tenham sido mortos
6 milhões de judeus europeus. Este período de perseguições e
extermínio recebeu o nome de Holocausto.
Moisés ,
profeta e legislador hebreu, fundador de Israel, ou do povo judeu.
É venerado também no Islã onde é chamado de Musa. A história de
sua vida é relatada nos livros Êxodo
e Deuteronômio,
do Antigo Testamento. Segundo estes relatos, nasceu em Gessém,
região do antigo Egito. Sua mãe colocou-o numa cesta no rio Nilo,
de onde foi resgatado pela filha do faraó. Já adulto, Moisés
matou um egípcio e teve de fugir. Tinha 80 anos quando Jeová lhe
apareceu em uma sarça ardente e ordenou que ele voltasse ao Egito
para salvar seu povo da escravidão, guiando-os até a terra de Canaã,
mais tarde denominada Palestina. Para ajudá-lo na tarefa, Jeová
deu-lhe o poder de realizar milagres.
Moisés se apresentou, com seu irmão Aarão,
diante do faraó que, somente após ter sofrido as sete pragas
enviadas por Deus, permitiu-lhe conduzir os hebreus à Canaã,
porém logo se arrependeu. Quando chegaram ao mar Vermelho, um
exército egípcio se aproximou e Moisés dividiu as águas. Os
hebreus atravessaram pelo corredor central mas, quando os egípcios
tentaram segui-los, as muralhas de água caíram sobre eles e os
afogaram. Chegando ao monte
Sinai, Moisés
subiu ao cume para falar com Jeová. Permaneceu ali 40 dias e 40
noites e recebeu duas tábuas de pedra onde estavam gravados os Dez
Mandamentos. A
travessia do deserto durou 40 anos até a chegada à Canaã. Antes
de morrer, Moisés entregou a liderança do povo a Josué.
Embora seja difícil precisar as datas de seu nascimento e morte,
numerosos especialistas contemporâneos afirmam que o êxodo
aconteceu no século XIII a.C. A tradição atribui a Moisés a
autoria dos cinco primeiros livros do Antigo Testamento que
constituem o Pentateuco.
Êxodo ,
segundo livro do Antigo Testamento. Recebeu este nome por relatar a
partida dos judeus do Egito e sua travessia do deserto até chegar
ao monte Sinai.
Os judeus chamam-no Shemot ("nomes").
O Livro do Êxodo relata os acontecimentos ocorridos
entre a morte de José,
no Egito, e a construção, pelos hebreus, do Tabernáculo Sagrado
no Sinai. Os primeiros 15 capítulos tratam da opressão dos judeus
nas mãos egípcias após a morte de José, do nascimento de Moisés
e sua salvação de um massacre, da escolha divina de Moisés para
liderar a saída do povo de Israel do Egito, das dez pragas que
caíram sobre o Egito, da libertação dos judeus da terra do Egito
e do exército do faraó, no mar
Vermelho ou
"mar dos Juncos", ocasionalmente identificado com o
terreno alagadiço situado ao norte do mar Vermelho, talvez, o lago
Timsah.
Os acontecimentos mais importantes do final do
Êxodo (capítulos 16 a 40) descrevem o deserto do Sinai, onde os
judeus montaram acampamento após vagarem durante meses.
Sinai,
Monte,
segundo o Antigo Testamento, é a montanha em que Moisés
recebeu de Jeová as tábuas dos Dez
Mandamentos. Em
outras passagens da Bíblia, ele recebe o nome de Horeb. É um pico
situado em um maciço rochoso que ocupa quase toda a península
do Sinai, a
nordeste do Egito, entre o golfo
de Suez e o golfo
de Ácaba.
Dez Mandamentos ,
denominação dos preceitos que, segundo o Antigo Testamento, foram
entregues por Deus a Moisés
no Monte Sinai. De acordo com o Êxodo (31,18), foram gravados pelo
próprio Deus sobre duas tábuas de pedra. É provável que se
tratasse de tábuas de argila, do tipo utilizado na escrita
cuneiforme. Mais tarde, Moisés destruiu as tábuas, irritado porque
seu povo havia abandonado sua fé. Deus ordenou-lhe, então, lavrar
novas tábuas, que foram depositadas na Arca
da Aliança.
É possível encontrar amplas seções do Decálogo
nas leis de outros povos da Antigüidade. Por exemplo, na religião
egípcia, era obrigatório o cumprimento de determinados preceitos
(as proibições de roubar, matar e comportar-se de forma injusta)
para entrar no templo de Osíris, deusa e sacerdotisa dos mortos.
Arca
da Aliança,
no judaísmo, urna sagrada. Conhecida também como a Arca da Lei, a
Arca do Testemunho ou a Arca de Deus. Continha a vara de Aarão, o
maná e os Dez
Mandamentos.
Vermelho,
Mar, estreito
mar interior que separa a península Arábica, no oeste da Ásia,
da parte nordeste da África.
A profundidade máxima do mar é de cerca de 2.130 m,
sua largura máxima fica em torno de 355 km,
e seu comprimento é de 2.252 km.
O mar Vermelho se formou quando a península Arábica se afastou da
África, há 20 milhões de anos. Este mar serviu ao mundo islâmico
como a principal artéria de comunicação e comércio com a África
oriental, Pérsia e Extremo Oriente. Com a construção do canal
de Suez,
conseguiu-se uma passagem direta entre a Europa e o Extremo Oriente.
Entre os principais portos do mar Vermelho contam-se Suez, El-Qusayr
e Sawakin.
Canaã,
Terra de, no
Antigo Testamento, designação do território situado a oeste do
rio Jordão, mais tarde chamado Palestina.
É também o nome do suposto antecessor (filho de Cam e neto de
Noé) dos cananeus.
Para os israelitas, é a Terra Prometida.
Palestina ,
região histórica cuja extensão passou por grandes variações
desde a antiguidade, situa-se na costa oriental do mar
Mediterrâneo, a
sudoeste da Ásia. Atualmente, é dividida em grande parte entre Israel,
os territórios independentes palestinos da Cisjordânia
e da faixa de
Gaza e a Jordânia.
Em geral, a região divide-se em quatro zonas
paralelas. São elas, de oeste para leste: a planície costeira; as
colinas e montanhas da Galiléia,
Samaria
e Judéia; o vale do Jordão, que separa a Cisjordânia da
Transjordânia; e o planalto oriental. No extremo sul, encontra-se o
deserto acidentado Negev.
No III milênio a.C., os cananeus
estabeleceram-se em diversas cidades-estados, uma das quais foi
Jericó. Sua localização transformou a Palestina em ponto de
encontro de influências religiosas e culturais procedentes do
Egito, da Síria, da Mesopotâmia
e da Ásia Menor.
Foi também o campo de batalha natural das grandes potências da
região e esteve sob o domínio dos impérios vizinhos, como o
Egito.
A partir do século XIV a.C.,
quando o poder egípcio começou a declinar, apareceram os hebreus
e os filisteus.
Os israelitas, uma confederação de tribos hebréias, derrotaram os
cananeus por volta do ano 1125 a.C.
O Estado estabelecido pelos filisteus na costa meridional da
Palestina foi derrotado por Davi,
que estabeleceu um grande reino independente, que tinha Jerusalém
como capital. Em 922 a.C.,
o reino foi dividido em dois: Israel, ao norte, e Judá, ao sul.
Israel caiu diante a Assíria nos anos 722 e 721 a.C.,
e Judá foi conquistada pela Babilônia em 586 a.C.
Exilados, os judeus
puderam manter a sua identidade nacional e religiosa. Ciro
o Grande, da
Pérsia, que conquistou a Babilônia em 539 a.C.,
permitiu que eles regressassem para a sua terra. Sob o domínio
persa, desfrutaram de considerável autonomia. Reconstruíram as
muralhas de Jerusalém e codificaram a lei mosaica, a Torá.
Alexandre o Grande ,
conquistou a região em 333 a.C.
Tentou impor a cultura e religião helenísticas à população, mas
os judeus rebelaram-se e organizaram um estado independente (141-63 a.C.),
que perdurou até Pompeu
conquistar a Palestina para Roma e transformá-la em uma província
governada por judeus. Durante o reinado de Herodes
o Grande (37-4 a.C.),
nasceu Jesus
Cristo.
Explodiram duas revoltas judias contra o domínio romano. Após a
segunda, a dura repressão romana provocou a dispersão dos judeus.
A Judéia passou a chamar-se Palestina, que começou a receber uma
atenção especial quando Constantino I legalizou o cristianismo em
313 d.C.
Desde então, a Palestina, na qualidade de Terra Santa,
transformou-se no centro das peregrinações cristãs. A maioria da
população helenizou-se (ver Helenismo)
e cristianizou-se.
Em 638 d.C.,
os muçulmanos conquistaram Jerusalém. A maior parte dos palestinos
adotaram a cultura árabe e islâmica. A Palestina sofreu desordens
e a dominação sucessiva dos selêucidas,
dos fatímidas, dos cruzados europeus (ver Califado;
Cruzadas)
e dos mamelucos.
Os turcos otomanos governaram de 1517 a 1917. No século XIX, as
potências européias, em busca de matérias-primas e mercados, e
movidas também por interesses estratégicos, voltaram-se para o
Oriente Próximo. A intensificação do anti-semitismo estimulou os
judeus europeus a buscar refúgio em sua terra prometida, a
Palestina. Alguns dirigentes palestinos reagiram alarmados à
imigração e tornaram-se opositores ferrenhos do sionismo.
Os britânicos expulsaram os turcos da Palestina. As organizações
sionistas começaram a considerar a formação de um Estado judeu em
toda a Palestina. Essa atitude provocou o repúdio dos palestinos,
temerosos de ser expropriados de seus territórios. A emigração
aumentou bruscamente com a chegada do regime nazista à Alemanha.
A luta pela Palestina foi retomada em 1945. Em 1947,
finalmente os britânicos transferiram o problema para as Nações
Unidas. Os palestinos superavam os judeus em número, mas esses
estavam melhor preparados. Os palestinos recusaram-se a aceitar o
plano da ONU que estabelecia a divisão da zona em dois Estados, um
árabe e outro judeu.
O Estado de Israel foi formado em 1948. Cinco
exércitos árabes atacaram imediatamente, mas foram derrotados
pelas forças israelenses, e o novo Estado aumentou o seu
território. A Jordânia tomou a margem oeste do rio Jordão e o
Egito ocupou a faixa de Gaza. A guerra provocou o exílio de 780.000
palestinos, que se espalharam pelos países vizinhos. Em 1967,
durante a Guerra
dos Seis Dias,
Israel conquistou a Cisjordânia e a faixa de Gaza.
Em 1993, após décadas de conflitos violentos entre
palestinos e israelenses, os seus dirigentes Yasser
Arafat e Yitzhak
Rabin firmaram o
acordo de pacificação da região. O plano contemplava a autonomia
da faixa de Gaza e Jericó. A administração palestina dessas
áreas começou em maio de 1994. As atitudes intransigentes de
extremistas judeus (por exemplo, assassinato de Yitzhak Rabin em
1995) e do grupo palestino Hamas põem em perigo os acordos do
tratado de paz.
Jerusalém ,
capital e maior cidade de Israel,
situada entre o mar Mediterrâneo e o mar Morto, a aproximadamente
93 km à
leste de Tel
Aviv-Jaffa.
Jerusalém é uma cidade santa para três grandes religiões
monoteístas do mundo: judaísmo,
cristianismo
e islamismo.
Lugar sagrado para os cristãos, por ser o cenário
da Última Ceia, da crucificação e ressurreição de Jesus
Cristo; para os
judeus é um símbolo de sua terra natal, lugar onde se encontra o
Templo de Jerusalém, e para os muçulmanos é sagrada por ser o
local de onde o profeta Maomé
ascendeu ao céu.
Na Jerusalém atual há duas partes claramente
diferenciadas: a cidade antiga e a nova. Entre os monumentos mais
notáveis da cidade antiga encontram-se a basílica
do Santo Sepulcro;
o Muro Ocidental Judeu, também chamado Muro das Lamentações, que
é o que sobrou de um grande templo construído por Herodes,
o Grande; a Mesquita
da cúpula da Rocha,
construída no lugar em que se acredita que Maomé tenha subido ao
céu, a colina de Al Aqsa e a Cidadela, uma estrutura do século
XIV, construída no lugar onde se encontrava a fortaleza de Herodes.
Os lugares mais interessantes da cidade nova são: o Museu de
Israel, a Universidade Hebraica de Jerusalém (1918) e os edifícios
do Knesset (Parlamento) israelita, construído em 1965.
O lugar onde se encontra Jerusalém é habitado
desde o paleolítico. Os habitantes originais foram expulsos pelos cananeus,
um povo que é mencionado no Antigo Testamento. Caiu sob o domínio
egípcio no século XV a.C. Mais tarde, por volta de 1250 a.C.
os hebreus iniciaram a conquista de Canaã. No entanto, as
fortificações de Jerusalém impediram durante 200 anos que a
cidade sucumbisse, até que finalmente foi ocupada por David, depois
de ter sido ungido rei de Israel (2 Sam. 5,6-9; 1 Crôn. 11,4-7).
Salomão concluiu o Templo aonde foi guardada a Arca da Aliança, a
levou à sua época de maior esplendor e transformou-a na cidade
sagrada do judaísmo.
A conquista romana ocorreu no ano 63 a.C.
e o período de auge aconteceu durante o reinado de Herodes, o
Grande. A rebelião dos judeus contra a autoridade romana fez com
que o imperador Tito invadisse e arrasasse a cidade e o Templo, no
ano 70 d.C.,
o que supostamente deu início à grande diáspora.
O imperador Adriano,
em sua tentativa de romanização, proibiu a circuncisão, o que
provocou rebeliões entre os anos 132 e 135, sufocadas com medidas
drásticas: proibiu que os judeus vivessem na parte antiga e
construiu uma cidade nova chama Aelia Capitolina.
Com Constantino I, o Grande o cristianismo
converteu-se na religião do Império e os cristãos peregrinaram e
colonizaram a cidade, na qual foram construídas muitas igrejas,
entre elas a do Santo Sepulcro, também foi a época da redação do
Talmud de Jerusalém.
Novamente a cidade foi conquistada pelos persas, sob
o comando do rei Cosroes II, no ano 614 e depois, em 637 pelos
muçulmanos, chefiados pelo califa Omar I. Foi quando construíram a
mesquita da cúpula da Rocha. Os turcos seldjúquidas chegaram no
ano 1071 e proibiram a entrada na cidade dos peregrinos cristãos,
fato que desencadeou as Cruzadas.
Em 1099, os cruzados, dirigidos pelo nobre francês Godofredo
de Bouillon,
conquistaram a cidade, que passou a pertencer ao reino latino de
Jerusalém até 1187, ano em que foi reconquistada pelos
muçulmanos, sob o comando de Saladino
I.
Desde o século XIII, Jerusalém continuou recebendo
investidas de outros povos conquistadores ao mesmo tempo em que
recebia muitos judeus europeus que fugiam de diferentes
perseguições. O mandato britânico da Palestina durou vinte e seis
anos (de 1922 a 1948), quando então foi proclamado o Estado de
Israel. Novamente Jerusalém foi cenário de sangrentas lutas entre
judeus e árabes, que não aceitavam o plano de divisão da ONU,
segundo o qual, Jerusalém transformava-se em área
internacionalizada, assegurando o livre acesso aos lugares santos
das diferentes religiões. Isto foi resolvido com uma divisão na
qual Israel ficava com a parte nova e a Jordânia com a parte antiga
e seus arredores (Jerusalém Oriental). Em 1950, o Knesset decretou
que Jerusalém seria a capital de Israel e, em 1980 consumou sua
reunificação, embora não houvesse reconhecimento da comunidade
internacional. Os acordos assinados em 1993, entre Arafat e Yitzhak
Rabin, previam
que Jerusalém oriental seria palestina. Mas, em 1996 assentamentos
judeus nesta parte da cidade, desencadearam novos conflitos.
População (1992, incluída a cidade antiga), 556.500 habitantes.
Cruzadas ,
expedições militares realizadas pelos cristãos da Europa
Ocidental, organizadas a partir de 1095, normalmente a pedido do
Papa, para recuperar o território de peregrinação conhecido pelos
cristãos como Terra Santa (entre eles, Jerusalém)
e que estavam sob o controle dos muçulmanos. A palavra cruzada (do
latim crux, ‘cruz’, o emblema dos cruzados) foi aplicada
também, especialmente no século XIII, às guerras contra os povos
pagãos, contra os hereges cristãos e contra os inimigos políticos
do Papado e a qualquer guerra religiosa.
A origem das Cruzadas está enraizada no cataclismo
político resultante da expansão dos Seljúcidas
no Oriente Próximo na metade do século XI. As Cruzadas também
foram o resultado da ambição de alguns papas que buscaram ampliar
seu poder político e religioso. Por outro lado, as expedições
ofereciam grandes oportunidades comerciais aos mercadores das
poderosas cidades do ocidente.
As Cruzadas foram um grande atrativo para a
sociedade contemporânea. Sua popularidade foi solidificada na
compreensão da sociedade que apoiou esse movimento. Era uma
sociedade de crentes, e muitos cruzados estavam convencidos de que
sua participação na luta contra os infiéis lhes garantiria a
salvação espiritual. Também era uma sociedade militarista na qual
as esperanças e as ambições estavam associadas às façanhas
militares.
As primeiras Cruzadas
Em 1095, o papa Urbano
II planejou a
primeira Cruzada na qual os cruzados se agrupariam em Constantinopla
e, partindo de lá, realizariam uma campanha contra os muçulmanos
da Síria e Palestina, sendo Jerusalém seu objetivo principal.
Os exércitos da nobreza e o povo comum procedente
da França, do sul da Itália e das regiões da Lorena, Borgonha e
Flandres participaram dessa Cruzada. Os cristãos tomaram Jerusalém
em 1099 e elegeram um de seus chefes, Godofredo
de Bouillon,
duque da Baixa Lorena, como governante da cidade. A maioria dos
cruzados regressou à Europa, permanecendo uma pequena tropa de
reserva da força original para organizar e estabelecer o governo e
o controle latino (ou europeu ocidental) sobre os territórios
conquistados. Dos quatro estados que surgiram, o maior e mais
poderoso foi o reino
latino de Jerusalém.
As conquistas da primeira Cruzada se deveram em
grande parte ao isolamento e à fraqueza relativa dos muçulmanos.
Contudo, a geração posterior a essa Cruzada contemplou o início
da reunificação muçulmana no Oriente Próximo sob a liderança de
Imad al-Din Zangi. Sob seu comando, as tropas muçulmanas obtiveram
sua primeira grande vitória contra os cruzados, quando tomaram a
cidade de Edessa em 1144. Depois disso, os muçulmanos desmantelaram
sistematicamente os estados cruzados na região.
A resposta do Papado a esses sucessos foi proclamar
a segunda Cruzada no final de 1145. A nova convocação atraiu
vários expedicionários, entre os quais se destacaram o rei da
França, Luís VII, e o imperador do Sacro Império
Romano-Germânico, Conrado
III.
O fracasso da segunda Cruzada permitiu a
reunificação das potências muçulmanas. Em 1169, suas tropas, sob
o comando de Saladino,
obtiveram o controle do Egito. Este invadiu o reino de Jerusalém em
maio de 1187 e apoderou-se da maior parte das fortalezas dos
cruzados no território.
Em 1187, o papa Gregório VIII proclamou a terceira
Cruzada. Dela participaram o imperador do Sacro Império Frederico
I, Filipe
II e Ricardo
I Coração de Leão,
constituindo a maior força cruzada já agrupada desde 1095.
Conseguiram tomar várias cidades mediterrâneas do controle de
Saladino. Quando Ricardo I partiu da Palestina, o reino latino havia
sido restabelecido, perdurando em condições precárias por mais um
século.
As últimas Cruzadas
As últimas Cruzadas não obtiveram os êxitos
militares da terceira Cruzada. A quarta, que durou dois anos, de
1202 a 1204, foi cheia de dificuldades financeiras. Em um esforço
para aliviá-las, os chefes cruzados concordaram em atacar
Constantinopla junto com os venezianos e desejavam o trono do
Império Bizantino. Os cruzados conseguiram tomar Constantinopla,
que foi saqueada sem misericórdia. O Império Latino de
Constantinopla, criado nessas circunstâncias, sobreviveu até 1261,
data em que o imperador bizantino Miguel
VIII, Paleólogo
retomou Constantinopla. A primeira ofensiva da quinta Cruzada
(1217-1221) tinha como objetivo capturar o porto egípcio de Damieta
(Dumyat), o que foi conseguido em 1219. A estratégia posterior
requeria assegurar o controle da península do Sinai. Não obtiveram
todos os seus objetivos, já que os reforços prometidos por Frederico
II não chegaram,
razão pela qual ele foi excomungado pelo papa Gregório
IX.
Posteriormente, Frederico II organizou uma Cruzada
por sua própria conta, marchou até a Terra Santa e, sem o apoio do
papado, conseguiu que os egípcios devolvessem Jerusalém aos
cruzados. Ao mesmo tempo, o Papa proclamou outra Cruzada, desta vez
contra Frederico, e seguiu atacando as possessões italianas do
imperador.
Transcorridos quase 20 anos, Luís
IX da França
organizou uma Cruzada motivada pela reconquista de Jerusalém por
parte dos muçulmanos; o resultado foi um fracasso.
Pouco a pouco, as cidades e os castelos dos estados
cruzados caíram nas mãos dos poderosos exércitos mamelucos.
A última praça forte, Acre,
foi tomada em 1291 e os cruzados, junto com as ordens militares dos
Cavaleiros Templários e Hospitalários, buscaram refúgio em Chipre
e posteriormente na ilha de Rodes, até sua rendição aos turcos em
1522.
Jerusalém,
Reino latino de,
estado medieval cristão que compreendia o território hoje
constituído por Israel, parte da Jordânia e do Líbano, e cuja
capital era Jerusalém.
Foi fundado depois da tomada de Jerusalém pelos cristãos, na
primeira Cruzada
, em 1099. Existiu até 1291, ano em que os muçulmanos conquistaram
Acre
e extinguiram o reino latino.
slã ,
importante religião mundial (a população muçulmana é estimada
em mais de 935 milhões), originária da península da Arábia e
baseada nos ensinamentos de Maomé
(570-632), chamado o Profeta. Segundo o Alcorão,
o Islã é a religião universal e primordial. O muçulmano é um
seguidor da revelação divina contida no Alcorão e formulada pelo
profeta Maomé. Já que, no Alcorão, muçulmano é o nome dado aos
seguidores de Maomé (Alcorão 22,78), os muçulmanos sentem-se
ofendidos quando são chamados de maometanos pois isto implica a
idéia de um culto pessoal a Maomé, proibido no Islã.
Doutrina e prática
As duas fontes fundamentais da doutrina e da
prática islâmicas são o Alcorão e a sunna (conduta
exemplar do profeta Maomé). Os muçulmanos consideram o Alcorão
como a palavra "incriada" de Deus, revelada a Maomé
através de Gabriel, o arcanjo da revelação. Os islamitas
acreditam que Deus, e não o Profeta, é o autor destas
revelações. Por isto, o Alcorão é infalível.
O Alcorão contém as revelações transmitidas a
Maomé durante os quase 22 anos de sua vida profética (610-632). A
segunda fonte essencial do islã, a sunna ou exemplo do
Profeta, é conhecida através dos Hadith,
recompilação de tradições baseadas no que disse ou fez o
Profeta. Ao contrário do Alcorão, os Hadith não são
considerados infalíveis.
O monoteísmo é uma matéria central para o Islã:
a crença em um Deus (Alá), único e onipotente. Deus desempenha
quatro funções fundamentais no Universo e na humanidade:
criação, sustentação, orientação e julgamento, que se conclui
com o dia do Juízo, no qual a humanidade será reunida e todos os
indivíduos serão julgados de acordo com seus atos. Deus, que criou
o Universo por absoluta misericórdia, é obrigado também a
mantê-lo. A natureza é subordinada aos homens que podem
explorá-la e beneficiar-se dela. Todavia, o último objetivo humano
consiste em existir para o "serviço de Deus".
No que se refere à prática islâmica, cinco
deveres — conhecidos como os "pilares do Islã" — são
fundamentais:
– profissão da fé ou testemunho; "Não há
nada superior a Deus e Maomé é seu enviado". Esta profissão
deve ser feita, publicamente, por cada muçulmano pelo menos uma vez
na vida.
– cinco orações diárias. Durante a oração, os
muçulmanos olham em direção à Caaba, em Meca
(Makka). Antes de cada oração comunitária, é feita uma chamada
pública, pelo muezim, a partir do minarete da mesquita.
– Pagar o zakat (óbolo), instituído por
Maomé.
– jejum no mês de Ramadã.
– peregrinação à Caaba,
em Meca. Todo muçulmano adulto, capacitado fisicamente e dotado de
bens suficientes, deve realizá-la pelo menos uma vez na vida.
Além destas cinco instituições básicas, o Islã
impõe a proibição do consumo de álcool e carne de porco. Além
da Caaba, os centros mais importantes da vida islâmica são as
mesquitas.
Islã e sociedade
O conceito islâmico de sociedade é teocrático,
sendo que o objetivo de todos os muçulmanos é o "governo de
Deus na Terra". A filosofia social islâmica baseia-se na
crença de que todas as esferas da vida constituem uma unidade
indivisível que deve estar imbuída dos valores islâmicos. Este
ideal inspira o Direito islâmico, chamado sharia, que
explica os objetivos morais da comunidade. Por isso, na sociedade
islâmica, o termo Direito tem um significado mais amplo do
que no Ocidente moderno secularizado, pois engloba imperativos
morais e legais.
A base da sociedade islâmica é a comunidade dos
fiéis que permanece consolidada no cumprimento dos cinco pilares do
islã. Sua missão é "inspirar o bem e proibir o mal" e,
deste modo, reformar a Terra. A luta por este objetivo tenta se
concretizar através da jihad (guerra santa) que, se for
necessário, pode englobar o uso da violência e a utilização de
exércitos. A finalidade prescrita pela jihad não é a
expansão territorial ou a tomada do poder político, e sim a
conversão dos povos ao Islã.
História
Na época de Maomé, a península da Arábia era
habitada por beduínos
nômades — dedicados à criação de rebanhos e saques —, e
pelos árabes que viviam do comércio. A religião dos árabes
pré-islâmicos era politeísta e idólatra, embora existisse uma
antiga tradição de monoteísmo.
Maomé foi precedido por oradores monoteístas, mas com pouco
êxito. Pertencente ao clã Haxemita, da tribo beduína Curaichita,
Maomé iniciou seu ministério aos 40 anos, quando começou a pregar
em Meca, sua cidade natal. Depois de quatro anos, convertera cerca
de 40 pessoas. Hostilizado pelos outros habitantes que viam naquele
discurso monoteísta uma ameaça aos lucros obtidos com as caravanas
que paravam em Meca para reverenciar ídolos locais, Maomé acabou
fugindo para Medina, em 622. A partir deste acontecimento, conhecido
por Hégira,
inicia-se o calendário islâmico. Na ocasião de sua morte, em 632,
Maomé já era o dirigente máximo de uma religião que ganhava
poder com grande rapidez.
A primeira escola importante de teologia islâmica,
a mutazilita, surgiu graças à tradução das obras
filosóficas gregas para o árabe, nos séculos VIII e IX, e
ressaltava a razão e a lógica rigorosa. A questão da importância
das boas ações continuava, mas a ênfase principal era na absoluta
unicidade e justiça de Deus. Os mutazilitas foram os primeiros
muçulmanos a adotar os métodos filosóficos gregos para difundir
suas idéias. Alguns de seus adversários utilizaram os mesmos
métodos e o debate resultou no movimento filosófico islâmico,
cujo primeiro representante importante foi al-Kindi (século IX),
que tentou conciliar os conceitos da filosofia grega com as verdades
reveladas do islã. No século X, o turco al- Farabi
foi o primeiro filósofo islâmico a subordinar revelação e lei
religiosa à filosofia. Defendia que a verdade filosófica é
idêntica em todo o mundo e que as diversas religiões existentes
são expressões simbólicas de uma religião universal ideal. No
século XI, o filósofo e médico persa muçulmano Avicena
(Ibn Sina) conseguiu a mais sistemática integração do
racionalismo grego com o pensamento islâmico. Averroés,
o filósofo e médico hispano-árabe do século XII, defendeu os
conceitos aristotélicos e platônicos e converteu-se no filósofo
islâmico mais importante da história intelectual do Ocidente.
O estagnação da cultura islâmica depois da Idade
Média resultou em uma renovada insistência no pensamento original
(ijtihad) e nos movimentos de reforma religiosa, social e
moral. O primeiro deste tipo foi o wahabita,
nome dado em homenagem a seu fundador Ibn Abd al-Wahhab que surgiu
na Arábia, no século XVIII, e converteu-se no líder de um grande
movimento que se integrava com as ramificações do mundo
muçulmano. Outros reformistas islâmicos foram marcados por idéias
ocidentais como Mohamed Abduh ou Mohamed Iqbal. Embora as idéias
modernas estejam baseadas em interpretações plausíveis do
Alcorão, os fundamentalistas islâmicos opuseram-se fortemente a
elas, sobretudo a partir de 1930. Não são contra a educação
moderna, a ciência e a tecnologia, mas acusam os reformistas de
difundirem a moralidade ocidental. Por fim, o ressentimento que os
muçulmanos sentem pelo colonialismo ocidental fez com que muitos
deles relacionassem às culturas do ocidente tudo que seja sinônimo
e representação do mal.
Alcorão ,
texto sagrado do Islã. O nome, em árabe,
significa ‘lido’ ou ‘recitado’. Esta palavra pode ser uma
forma arabizada de origem síria e se aplica ao livro que contém,
para os muçulmanos, uma série de revelações de Alá
(Deus) a Maomé.
Estas revelações começaram nas primeiras décadas do século VII,
quando Maomé já tinha 40 anos, e ocorreram em Meca
(Makka), cidade natal do Profeta, e Medina
(al-Madinah).
A composição do Alcorão
As revelações foram feitas em árabe e, segundo as
crenças muçulmanas, através do arcanjo Gabriel
(Yibrail). Quando Maomé as proclamou, os ouvintes
memorizavam e, às vezes, escreviam-nas em folhas de palma,
fragmentos de osso ou peles de animais. Após a morte de Maomé, no
ano 632 d.C.,
seus seguidores começaram a recolhê-las e, durante o califado
de Omar, em 650, elas foram recompiladas no Alcorão, tal como o
conhecemos hoje. A escrita árabe só exibe as consoantes e não as
vogais. Reza a lenda que as vogais foram introduzidas no texto mais
tarde.
Forma e conteúdo
O Alcorão está dividido em 114 capítulos (suras),
com títulos aleatórios que, geralmente, não estão associados ao
texto. Os capítulos dividem-se em versículos (ayat),
trabalho posterior à divisão em capítulos e que, dependendo da
edição, nem sempre é igual. O Alcorão é similar, em número de
palavras, ao Novo Testamento da Bíblia cristã.
O árabe em que está escrito o Alcorão é
distingue-se de qualquer variante idiomática árabe. É uma mescla
de prosa e poesia sem métrica, difundida, entre os beduínos, para
veicular uma literatura essencialmente oral. Nesta língua, o
Alcorão foi recitado e sua redução à palavra escrita - cujas
regras gramaticais começaram a ser fixadas, no século VIII, por
filólogos - gerou o árabe literário clássico que se
tornou a língua oficial, embora inúmeros dialetos sejam falados no
mundo islâmico. O estilo do Alcorão é alusivo e elíptico, com
gramática e vocabulário difícil. Igual a outras escrituras, está
sujeito a diferentes interpretações.
Em conteúdo, o Alcorão consiste num conjunto de
preceitos e recomendações éticas e morais, advertências sobre a
chegada do último dia e Juízo Final, histórias sobre profetas
anteriores a Maomé e povos a quem foram enviados, preceitos sobre
religião, vida social, matrimônio, divórcio ou herança. A
mensagem, em essência, é que existe um só Deus, criador de todas
as coisas, ao qual há que se servir, praticando o culto e
observando conduta correta. Deus é sempre misericordioso e tem se
dirigido à humanidade para que ela O venere nas pessoas dos
diversos profetas enviados por Ele.
Importância e interpretação do Alcorão
Os islâmicos acreditam que o Alcorão é A Palavra
de Deus. Por isto, é o centro da vida religiosa, sendo comparável
à Torá
dos judeus ou ao Novo Testamento cristão. A oração diária
obrigatória inclui a recitação de versículos e capítulos. A
educação dos jovens muçulmanos inclui sua aprendizagem de
memória. Para os seguidores do Islã, o Alcorão é a fonte
principal do Direito do Islã, juntamente com a sunna (comportamento
e práticas do Profeta).
A interpretação do Alcorão (tafsir) é um
campo de investigação que vem da época da codificação do texto
até nossos dias. Foram escritos numerosos livros sobre o tema.
Existem comentários atribuídos a estudiosos dos três primeiros
séculos do islamismo, mas o trabalho recente mais importante de tafsir
pertence a al-Tabari, falecido no ano 923. O trabalho de al-Tabari
analisa cada verso do Alcorão e oferece diversas opiniões de
estudiosos da época em relação à vocalização, gramática,
lexicografia, interpretação ética, moral e a relação do texto
com a vida de Maomé.
A tradição do tafsir reflete, muitas vezes,
as divergências e tendências do islamismo. A interpretação xiita
de alguns versos difere, radicalmente, da interpretação sunita.
Nos últimos tempos, tanto os modernistas reformistas, como os
fundamentalistas, têm interpretado o texto de maneira que este se
adapte a seus respectivos pontos de vista. Alguns afirmam que o
Alcorão, não só está de acordo com muitas idéias da ciência
moderna, como, também, as predisse. É, muitas vezes, a própria
natureza dúbia do texto corânico que favorece interpretações
tão divergentes.
Traduções
Outro motivo de controvérsia tem sido se o Alcorão
deve ser traduzido do árabe original para outros idiomas. Em caso
positivo, sob que circunstâncias pode se realizar esta tradução.
Apesar desta discussão, o Alcorão tem sido traduzido por
muçulmanos, e não-muçulmanos, para uma grande variedade de
idiomas. A primeira tradução para uma língua européia foi a
versão latina, realizada em 1143, pelo estudioso inglês Robert de
Ketton, sob encomenda de Pedro, o Venerável. Ao que se saiba, as
primeiras versões em língua vulgar foram em catalão, a mando de
Pedro IV, e outra trilingüe - latim, castelhano e árabe -, de Juan
de Segovia (1400-1458), hoje perdida.
Alá ,
do árabe Allah, nome dado no Islã
a Deus,
que é único, perfeito, não criado, eterno, onipotente e criador. Maomé
utilizou este nome, já existente nas culturas pré-islâmicas, para
referir-se ao único Deus do qual era profeta. Segundo a tradição
islamita, existem 99 nomes para referir-se a Deus. Estes nomes são
chamados de Os Mais Formosos.
No tocante aos problemas relativos à natureza de
Deus e sua relação com o mundo, criou-se uma complexa teologia
que, no mundo islâmico, denomina-se Kalam. Um dos principais
problemas discutidos é se as atitudes humanas são realizadas por
vontade própria ou predeterminadas por Deus. Por um lado, Deus é
visto como a causa e criador de todas as coisas. Por outro, Deus
torna os homens responsáveis por seus atos e os premia ou pune de
acordo com eles. Estas duas proposições são contraditórias. Uma
afirma o poder absoluto de Deus; a outra, a responsabilidade do
homem diante das próprias decisões.
Outro problema que preocupa os teólogos muçulmanos
é se Deus tem atributos e, caso seja assim, como esses atributos se
relacionam com a natureza divina. A controvérsia, no que tange aos
atributos, estende-se a outros temas, associando-se, por exemplo, ao
argumento sobre se o Alcorão
é criado ou não. Outro aspecto da discussão é sobre a linguagem
usada pelas pessoas para falarem com Deus. Em geral, os muçulmanos
referem-se a Deus de maneira antropomórfica. Na Bíblia, Deus é
descrito, entre outras formas, sentado num trono.
Teologia ,
disciplina que expressa a razoabilidade dos conteúdos de uma fé
religiosa, apresentados em um conjunto coerente de proposições.
A teologia aplica, no estudo de seus conteúdos, os
procedimentos metodológicos, críticos e intelectuais da filosofia.
Porém, estes procedimentos são diametralmente opostos aos das
ciências naturais e humanas porque partem do pressuposto da fé e
seu objetivo final, Deus, não é passível de pesquisa empírica.
Portanto, o problema de estabelecer um método rigoroso de
raciocínio sobre Deus é crucial em teologia.
Judeus, cristãos e muçulmanos dão às escrituras
( Torá,
Bíblia
e Alcorão)
uma autoria divina, o que não acontece no hinduísmo e no budismo.
A transmissão oral é outro meio de expressão e
comunicação da revelação original já que, onde a escrita parece
confusa ou inconsistente, a comunidade de crentes a interpreta. Isso
ocorre muito mais no islamismo do que non catolicismo.
A experiência própria, seja pessoal ou
comunitária, tem importante influência na teologia. O teólogo
procura a fé em Deus em fenômenos religiosos — como no misticismo
e na conversão — e também na vivência cultural, social e
política da época.
Método teológico
Não existe um único método, de caráter
universal, reconhecido na teologia. Os teólogos protestantes da
Reforma, e posteriores a ela, têm tentado generalizar sem método,
regendo-se estritamente pela Bíblia. É nisto que consiste o
trabalho da exegese,
que visa a compreender um significado. Os teólogos devem questionar
como tem evoluído o significado original de um texto no decorrer da
história doutrinal. Também devem procurar o significado que
poderia ter este texto na época e situação cultural em que foi
escrito. Este passo é a hermenêutica.
A interpretação é um ato criativo e inovador e não somente a
transposição de significados de um contexto antigo para outro
moderno.
Uma distinção deve ser feita entre Teologia
apologética (tentativa de expor as crenças religiosas enquanto
se atende ou se responde às objeções e críticas) e Teologia
dogmática que é a exposição ordenada das crenças. Alguns
teólogos rejeitam a primeira, argumentando que a apologética é,
apenas, uma clara exposição da crença.
Embora a Bíblia seja um rico depositário de
material teológico, não é um manual de teologia. A Epístola
de Paulo aos Romanos
é, talvez, a proposta mais próxima de um tratado teológico no
Novo Testamento.
No Oriente, o escritor Orígenes
(século III) foi o teólogo mais influente da era cristã
primitiva. O grande teólogo do Ocidente foi Santo
Agostinho de Hipona.
Ambos foram influenciados pela filosofia de Platão.
A figura que mais se destacou na teologia medieval foi São
Tomás de Aquino.
Seu tratado Summa Theologica é uma detalhada exposição das
doutrinas sobre Deus: natureza humana, encarnação e salvação.
Com sutileza, Tomás de Aquino — baseando-se na filosofia de Aristóteles
— mistura temas filosóficos e religiosos, exercendo uma
influência sem precedentes na teologia católica romana.
No século XVI, o teólogo mais importante da
reforma protestante foi João
Calvino.
Destacando a soberania de Deus até elaborar uma nova tese de predestinação,
Calvino, ainda assim, tentou fundamentar suas doutrinas nos
postulados da Bíblia.
Depois da Reforma, veio um período de estagnação
teológica. A antiga teologia tinha perdido o prestígio para dois
filósofos do século VIII: o cético inglês David
Hume e o
idealista alemão Emmanuel
Kant. Por isto, o
teólogo alemão do século XX, Friedrich Schleiermacher, conclamou
para que a experiência da comunidade de fiéis fosse considerada
uma nova base teológica.
Torá
(em hebreu, Torah, "lei" ou "doutrina"), a lei
mosaica; no judaísmo, o Pentateuco,
que se apresenta em forma de rolo de pergaminho e se lê na
sinagoga. A Torá escrita, que consta dos cinco livros de Moisés
(Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio) é a pedra
fundamental da religião e da lei judaicas.
Misticismo ,
conhecimento imediato, direto e intuitivo de Deus
ou de uma realidade essencial, adquirido através de experiências
religiosas pessoais. A autenticidade de tal experiência não
depende da sua forma, mas do tipo de vida que advém dela.
A filosofia hindu do ioga
incorpora rigorosa disciplina com o intuito de ultrapassar o
sentimento de identidade pessoal, deixando livre o caminho para uma
experiência de união com o eu divino.
O budismo
pode ser considerado uma religião mística, já que seu único
objetivo é conseguir, em seus fiéis, uma transcendência que os
faça atingir o Nirvana.
O budismo esotérico — particularmente o tântra
budista — desenvolveu uma disciplina onde os mestres conduzem os
discípulos à iluminação. Para isto, são utilizados rigorosos
exercícios físicos e mentais, criação e contemplação de
situações místicas ou de mandalas
e comunicação de verdades secretas através de gestos e posturas
conhecidos respectivamente como mudras e ásanas.
O sufismo
islâmico baseia-se na união pessoal com Alá
através de disciplinas ascéticas e contemplativas.
São Paulo
foi o primeiro grande místico cristão. Na Idade Média, o
misticismo esteve durante muito tempo ligado aos mosteiros.
Alguns dos mais famosos místicos encontravam-se entre frades e
monges, por exemplo, São
Francisco de Assis
e São João da Cruz.
Entre os mais importantes místicos cristãos,
destaca-se um grupo de mulheres, sobre tudo Santa
Catarina de Siena
e Santa Teresa de
Jesus.
O misticismo também se expressou na teologia de
inúmeras seitas protestantes,
constituindo-se característica dos anabatistas
e dos quacres (quakers).
Ioga ,
um dos seis sistemas clássicos da filosofia hindu,
que se diferencia dos demais por preocupar-se com o controle do
corpo e pelo poder mágico atribuído aos praticantes de nível
elevado. A teoria ioga sustenta que, através da disciplinada, o ser
humano pode alcançar a libertação da carne, das ilusões dos
sentidos e dos erros do pensamento. Somente assim consegue alcançar
o saber autêntico e supremo, único caminho para o verdadeiro
entendimento. Para a maioria dos iogues (aqueles que praticam a
ioga) e ioguins (mestres iogues), o objeto de conhecimento é o
espírito universal, ou Brahma.
Uma minoria de iogues não crentes busca o autoconhecimento perfeito
individual, em vez de aspirar ao encontro com Deus. Mas, em ambos os
casos, a finalidade tem raízes no conhecimento.
A prática da ioga segue uma escalada cujos passos
são: o autocontrole (yama); a observância religiosa (niyama); as
posturas ( asana);
a regulação da respiração (pranayama);
a repressão dos sentidos (pratyahara);
a estabilização da mente (dharana);
a meditação (dhyana)
e a contemplação profunda (samadhi).
A consecução do samadhi
libera o Eu das ilusões dos sentidos e das contradições da
razão, conduzindo a uma iluminação interior, o êxtase do
genuíno conhecimento da realidade, que raramente se consegue
alcançar numa única vida.
Hinduísmo ,
religião originária da Índia e praticada pela maioria de seus
habitantes até os dias atuais. O hinduísmo é uma das maiores e
mais importantes religiões do mundo, não somente pelo seu número
de adeptos (estimados em mais de 700 milhões) mas, também, pela
influência que, ao longo da história, tem exercido sobre muitas
outras religiões. Inciadas em torno de 1500 a.C,
as leis do hinduísmo definem-se mais pelas ações das pessoas do
que por seus pensamentos. Em conseqüência, entre os hindus
encontra-se maior uniformidade nas ações do que nas crenças.
Muitos hindus veneram Shiva,
Vishnu
ou a Deusa Devi, além de centenas de outras divindades
menores. Existem práticas que são observadas por quase todos,
entre elas, reverenciar a brâmane
(casta) e as vacas (consideradas animais sagrados), a proibição de
comer carne, casar-se somente com um membro da mesma casta (jati)
na esperança de ter um filho homem.
Textos
Para todos os hindus a suprema autoridade são os
quatro Vedas.
O mais antigo é o Rig-Veda, escrito em sânscrito
arcaico entre 1300 e 1000 a.C.
Ao Rig-Veda foram agregados outros dois: o Yajur-Veda
(livro do sacrifício) e o Sama-Veda, de hinos. Um quarto
livro, o Atharva-Veda, uma coleção de palavras mágicas,
foi incluído em torno de 900 a.C.
Nesta mesma época, também foram escritos os Brahmanas e, no
início de 600 a.C.,
os Upanishad.
As duas obras épicas sânscritas mais importantes são o Mahabharata
e o Ramayana.
No primeiro, relata-se a guerra entre os irmãos Pândavas liderados
por seu primo Krishna
(deus) contra os também primos Káuravas. O segundo conta a viagem
feita por Rama
para resgatar sua esposa Sita.
Filosofia
Os hindus acreditam que o universo é uma grande
esfera dentro da qual existem céus concêntricos, infernos,
oceanos, continentes e que a Índia é o centro desta esfera. A vida
humana é cíclica: depois de morrer, a alma deixa o corpo e renasce
em outra pessoa, animal, vegetal ou mineral. A qualidade da
reencarnação vem determinada pelo carma.
Os hindus dividem-se em dois grupos: os que buscam
as recompensas sagradas e profanas (saúde, dinheiro, filhos e uma
boa reencarnação) e aqueles que procuram se libertar deste mundo.
Muitos esforços foram feitos para conciliar estas duas correntes.
Culto e rituais
Em cerimônias públicas e particulares, todos os
deuses são adorados. Devido às bases sociais do hinduísmo, as
festas mais importantes são as dos rituais de passagem: nascimento
e primeiro alimento sólido, matrimônio, benção para as
grávidas, morte e oferendas anuais aos antepassados mortos.
Dentro do ritual diário dos hindus são feitas
oferendas (puja) de frutas e flores perante um altar dentro
de casa. Muitos povoados e cidades possuem templos, muitas vezes
considerados centros culturais, onde os sacerdotes celebram cultos
durante o dia. Existem milhares de templos locais que se resumem
numa pequena construção de pedra. Além disto, a Índia conta com
inúmeros templos grandes e, até mesmo, algumas cidades-templo.
Vários lugares sagrados ou santuários — como o de Rishikesh,
no Himalaia, ou o de Benares, no Ganges — são objeto de
peregrinação de fiéis de todas as regiões da Índia.
História
As crenças e práticas religiosas básicas do
hinduísmo não são compreendidas fora de seu contexto histórico.
Apesar de ser impossível situar os primeiros textos e eventos,
traça-se seu desenvolvimento cronológico com muita clareza.
No vale do rio Indo cresceu, em torno de 2000 a.C.,
uma próspera civilização. Em 1500 a.C.,
quando as tribos arianas invadiram a Índia, esta civilização
entrou em decadência. Ver também Civilização
do vale do Indo.
Ao se fixarem no Punjab, os arianos traziam seu
panteão de divindades indo-européias. Os deuses do panteão
védico sobreviveram no hinduísmo tardio, mas já não eram objetos
de culto. Em 900 a.C.,
os arianos ocuparam o rico vale do rio Ganges, onde desenvolveram
uma civilização e um sistema social sofisticado. Durante o século
VI a.C., o budismo
começou a infiltrar-se na Índia e, ao longo do milênio, interagiu
com o hinduísmo.
Aproximadamente entre 200 a.C.
e 500 d.C.,
a Índia foi invadida por grupos provenientes do norte e iniciou-se
um período de mudanças e definições para o hinduísmo. Durante
esta época foram concluídas as obras épicas Dharmashastras
e Dharmasutras. No império Gupta (entre 320 e 480 d.C.),
quando grande parte do norte da Índia esteve subjugada a um único
poder, o hinduísmo clássico encontrou sua máxima expressão:
codificaram-se as leis sagradas, iniciou-se a construção dos
grandes templos e preservaram-se os mitos e rituais nos Puranas.
Durante o período seguinte ao da dinastia Gupta, surgiu um
hinduísmo menos rígido e mais eclético, formado por seitas
dissidentes. Muitas das seitas surgidas entre 800 e 1800 são
movimentos que ainda perduram na Índia.
Durante o século XIX realizaram-se importantes
reformas sob o auspício de Ramakrishna, Vivekananda e das seitas de
Arya Samaj e de Brahmo
Samaj. Estes
movimentos procuraram conciliar o hinduísmo tradicional com as
reformas sociais e políticas. Do mesmo modo, os líderes
nacionalistas Sri Aurobindo Ghose e Mahatma
Gandhi procuraram
extrair do hinduísmo todos os elementos que melhor servissem para
enfatizar seus propósitos políticos e sociais.
Atualmente, muitos autoproclamados mestres dos
ensinamentos religiosos da Índia emigraram para a Europa e Estados
Unidos. O hinduísmo — religião que ajudou a Índia a se
sustentar por séculos, apesar da invasão estrangeira e dos
problemas internos — continua a desempenhar importante função,
proporcionando significado às vidas dos hindus de hoje.
Gandhi, Mohandas Karamchand (ou Mahatma)
(1869-1948), líder nacionalista indiano que levou seu país a
conquista da independência mediante uma revolução pacífica.
Advogado, exerceu a profissão na África
do Sul, onde se
envolveu na luta pela defesa dos direitos fundamentais dos
imigrantes indianos. Em 1914 regressou ao seu país depois da I Guerra
Mundial e iniciou um movimento de resistência pacífica invocando a
satyagraha (‘abraço da verdade’, em sânscrito) contra a
Grã-Bretanha. Quando o Parlamento aprovou, em 1919, as leis Rowaltt,
que concediam às autoridades coloniais britânicas poderes de
estado de emergência para fazer frente às denominadas atividades
subversivas, o movimento se estendeu por toda a Índia. Em 1920
Gandhi empreendeu a campanha organizada de não cooperação.
A independência econômica foi o ponto culminante
da luta swaraj (‘auto-governo’, em sânscrito) de Gandhi,
que implicava um boicote completo dos produtos britânicos. Propôs
estimular o renascimento dos processos artesanais. Converteu-se em
símbolo internacional de uma Índia livre. Levava uma vida
espiritual e ascética de um pregador, praticando o jejum e a
meditação. Os indianos o veneravam como santo e começaram a
chamá-lo de Mahatma (‘alma grande’, em sânscrito). A
defesa que fez da não violência era a expressão de uma forma de
vida implícita no hinduísmo.
Em 1921 o Congresso
Nacional Indiano,
que liderou o movimento de independência, outorgou-lhe autoridade
executiva plena, incluído o direito de designar o próprio
sucessor. Uma série de revoltas levaram-no a admitir o fracasso da
campanha de desobediência civil.
Em 1932 Gandhi iniciou nova campanha contra as
autoridades britânicas. Preso duas vezes, o Mahatma jejuou
durante longos períodos em diversas ocasiões.
Em 1934 abandonou formalmente a política e foi
substituído como dirigente máximo do Partido do Congresso por Jawaharlal
Nehru.
Em 1944 a luta pela independência da Índia estava
em sua última fase. O governo britânico havia concordado em
conceder a independência com a condição de que os grupos
nacionalistas rivais, a Liga Muçulmana e o Partido do Congresso,
resolvessem suas diferenças. Embora contra a divisão da Índia,
Gandhi terminou aprovando-a. Índia e Paquistão
se tornaram dois estados independentes em 1947. Em 1948 foi
assassinado por um membro de um grupo extremista hindu.
Budismo ,
religião de importância mundial, criada no noroeste da Índia.
Baseia-se nos ensinamentos de Siddhartha Gautama, mais conhecido
como Buda,
o Iluminado. Como movimento monástico, originou-se dentro da
tradição bramânica dominante daquela época e espalhou-se,
rapidamente, para outras direções, adquirindo características
próprias. Atualmente, o budismo divide-se em dois grandes ramos: o Theravada
ou Caminho dos Sábios e o Mahaiana ou Grande Veículo.
Origens
Siddhartha Gautama, Buda, filho do soberano de um
pequeno reino, nasceu em Kapilavastu, no ano 563 a.C.,
perto da atual fronteira entre a Índia e o Nepal. Aos 29 anos
decidiu renunciar a todos os seus bens materiais e adotou uma vida
de ascetismo. Quando alcançou o nível de Iluminado (o mais alto)
formou, com seus discípulos, uma comunidade monástica onde passou
o resto de sua vida. Os elementos principais em que se baseia a
Iluminação referem-se à realização das Quatro Verdades
Excelentes:
– o sofrimento
– a causa do sofrimento
– sua supressão
– o caminho para seu fim
O budismo ensina a doutrina de Anatmán, ou
negação da existência de uma alma permanente, a doutrina do Carma
— que determina o tipo de reencarnação — e o Nirvana ou estado
de Iluminação perfeito.
Devido à morte de Buda — e na falta de um
sucessor — a ordem monástica decidiu reunir-se periodicamente
para obter um consenso, tanto sobre assuntos da doutrina como de
práticas religiosas. Dentro da tradição budista, houve quatro
conselhos considerados Conselhos Superiores, sendo o último
realizado por volta do ano 100.
Conflitos e novos grupos
O Budismo foi muito difundido nos primeiros anos de
sua existência, o que provocou conflitos de interpretação.
Enquanto os monges mais conservadores continuaram honrando Buda como
o Perfeito Iluminado, os mahasanghikas, mais liberais,
desenvolveram um conceito novo: considerar Buda como um ser eterno,
onipresente e transcendente. O pensamento mahasanghika pode
ser visto como precursor do pensamento Mahaiana, formado
entre os séculos II a.C.
e I d.C.
Este conceito introduziu, no budismo, idéias sobre a graça divina
e revelação contínua, além de outro aspecto mais importante: o bodhisattva
(ser iluminado) como um ideal a ser alcançado pelos budistas
devotos.
Por volta do século VII d.C.,
desenvolveu-se uma nova forma de budismo conhecida como tantrismo
(ver Tantra)
que se formou a partir da união entre o Mahaiana e as
crenças e magias populares do norte da Índia.
Expansão
Durante o século VI, o Theravada (ramo do
budismo conhecido como "Caminho dos Sábios") estendeu-se
de Myanmar até a região da atual Tailândia. Com o crescimento do
reino tailandês, este ramo foi adotado como religião oficial.
Durante o século XIV, o Theravada também foi adotado pela
casa real do Laos. No início da era cristã, o budismo foi levado
para a Ásia Central. De lá — e durante o século I d.C. —,
entrou na China seguindo as rotas do comércio. A partir dali,
continuou sua expansão asiática e chegou à Coréia em 372. Em
552, foi introduzido no Japão.
O budismo chegou ao Tibet no início do século VII d.C.
Nos meados do século seguinte, já havia se transformado em uma
força significativa dentro da cultura tibetana. Aproximadamente
sete séculos mais tarde, os budistas tibetanos adotaram a idéia de
que os abades dos grandes monastérios eram reencarnações dos
famosos bodhisattvas. Com base nesta crença, o abade
principal passou a ser conhecido como Dalai
Lama. Desde
meados do século XVII até 1950 — ano em que a China se apoderou
do Tibet —, os Dalai Lamas governaram o país como uma teocracia. Ver
também Lamaísmo.
Na China,
Japão
e toda Ásia ocidental, muitas seitas budistas foram criadas e
desenvolvidas. Dentre elas, as mais importantes foram a Ch'na
ou Zen
e a Terra Pura ou Amidismo. A seita Zen pratica a meditação como o
caminho para descobrir, intuitivamente, a natureza interior de Buda.
Em vez de meditar, a doutrina da Terra Pura enfatiza a fé e a
devoção a Buda Amitabha ou Buda da Luz Infinita, o que
significa renascer em um paraíso eterno conhecido como a Terra
Pura.
Instituições e práticas
Desde o princípio, os seguidores mais devotos de
Buda organizavam-se em um grupo monástico chamado sangha. Os
membros podiam ser facilmente identificados por suas cabeças
raspadas e túnicas alaranjadas. Cada comunidade era independente e
organizada democraticamente. Entre as funções mais tradicionais
dos monges budistas, está a de realizar celebrações fúnebres
para honrar os mortos.
No budismo, os atos de veneração realizados pelos
leigos são mais individuais do que coletivos. Nos países Mahaiana,
os rituais são mais importantes do que nos Theravada. As
diversas imagens de Buda nos altares dos templos e casas dos devotos
servem como objetos de adoração.
O budismo hoje
Uma das
características mais notáveis que, por mais tempo, perdurou no
budismo, é sua capacidade de adaptar-se às diversas condições e
culturas distintas. Filosoficamente, o Budismo é contra os bens
materiais, mas não entra em conflito com as ciências modernas. O
crescente interesse manifestado pelo budismo nas culturas ocidentais
levaram à criação de muitas instituições dedicadas ao estudo e
à prática desta religião que influenciou não somente a Índia,
mas, também, o o Sri Lanka, Tailândia,
Camboja,
Myanma
e Laos,
onde o ramo predominante é o Theravada (O Caminho dos Sábios).
Já o ramo Mahaiana (O Grande Veículo) teve influência
especial na China, Japão, Taiwan,
Tibet,
Nepal,
Mongólia,
Coréia
e Vietnã,
assim como na Índia.
Estima-se que, no mundo, o número atual de budistas oscile entre
150 e 300 milhões de fiéis.
Buda
(563 a.C.-486 a.C.),
fundador do budismo,
nascido com o nome de Sidarta, no parque Lumbini, perto de
Kapilavastu, onde hoje é o Nepal. O nome de Buda Gautama, pelo qual
se tornou conhecido o Buda histórico, é uma combinação de seu
nome de família, Gautama, e o epíteto Buda que significa "o
iluminado".
Começou a buscar a iluminação aos 29 anos, ao
descobrir que o sofrimento é o destino da humanidade. Em busca da
verdade, abandonou a família e a riqueza. Durante seis anos,
esforçou-se para alcançar a iluminação através de um severo ascetismo.
Percebendo a ineficácia deste método, modificou-se a ponto de
perder os discípulos. A os 35 anos, ao atingir a iluminação,
compreendeu as Quatro Grandes Verdades:
– toda existência é sofrimento;
– todo sofrimento é provocado pela ignorância;
– pode-se vencer o sofrimento superando a
ignorância;
– esta superação é alcançada através do
Grande Caminho Óctuplo, moralidade e sabedoria.
Decidido a divulgar o dharma (lei) reuniu-se,
perto de Benarés, com os antigos discípulos que o aceitaram como
mestre e se ordenaram monges. Um de seus princípios fundamentais é
o caminho do meio, entre os extremos do sacrifício e da
autocompaixão. Morreu aos 80 anos, em Kusinagara, depois de uma
vida missionária.
Buda fundou uma grande religião, o Budismo, e
influenciou outra. Sua rebelião contra o sistema de castas e os
extremismos hedonistas, ascéticos e espirituais influiu,
decisivamente, na formação do hinduísmo.
Ascetismo,
prática de abnegação e renúncia dos prazeres mundanos com o
propósito de alcançar o mais alto grau de espiritualidade,
intelectualidade ou autoconsciência. Quase sempre requer jejum e celibato
e, às vezes, também sofrimento físico. O ascetismo está presente
em quase todas as religiões.
Celibato ,
estado que implica a abstinência sexual. Considerado como uma forma
de ascetismo,
tem sido praticado em muitas religiões. Na Igreja
Ortodoxa, o clero
secular pode se casar antes da ordenação, mas os bispos são
selecionados entre o clero religioso, que é celibatário. Na Igreja
Católica, o
celibato é exigido para todo o clero. Os reformistas protestantes
rejeitaram esta forma de vida.
No hinduísmo, o celibato é relacionado com os sadhus,
ascetas que se afastam de qualquer tipo de ligação terrena. A
casta sacerdotal dos brâmanes não está sujeita ao
celibato. O budismo requer o celibato dos sangha.
O islã não tem tradição neste assunto. Os muçulmanos podem se
casar legalmente com quantas mulheres tenham condições de
sustentar.
Igreja Ortodoxa ,
um dos três grandes ramos do cristianismo.
Constitui uma reunião de igrejas independentes, cada uma governada
por seu próprio bispo, chamado patriarca. O patriarca
de Constantinopla (atual Istambul) tem primazia sobre os restantes,
devido ao fato de Constantinopla ter sido a capital do império
Romano do Oriente, ou império Bizantino, entre 320 e 1453. Existem
outros três patriarcados ortodoxos antigos que devem sua posição
privilegiada a um passado honrado: Alexandria (Egito), Damasco
(Síria) e Jerusalém. O patriarcado de Moscou e todas as Rússias
é a igreja ortodoxa com maior número de fiéis.
Doutrina
A Igreja ortodoxa afirma cumprir a fé cristã
original. Uma das características da ortodoxia é a preocupação
em manter continuidade e tradição. Os concílios ecumênicos do
primeiro milênio definiram as doutrinas básicas do cristianismo
sobre os pilares da Trindade, da Pessoa única e da natureza dupla
de Cristo. Estas doutrinas estão presentes em todas as
declarações da fé ortodoxa e em seus hinos litúrgicos.
Os ortodoxos aceitam a doutrina dos sete sacramentos.
Práticas religiosas
A ação mais eficaz da liturgia ortodoxa é seu
papel missionário. O ritual eucarístico utilizado com mais
freqüência é o atribuído a São
João Crisóstomo.
Uma das principais características do culto ortodoxo é a riqueza
de hinos que identificam os diferentes ciclos litúrgicos.
A arte religiosa do cristianismo ortodoxo é uma
forma de confissão de fé através da representação pictórica. A
função principal dos ícones
(imagens religiosas) foi definida no final do movimento iconoclasta
bizantino (843). O triunfo sobre a iconoclastia
permitiu a expansão da iconografia dentro do mundo ortodoxo.
História
A maioria dos cristãos do Oriente Médio que não
falava grego rejeitou as conclusões do Concílio
da Calcedônia
(451). Desde o século IV, surgiram tensões entre Constantinopla e
Roma. Depois da queda do Império do Ocidente, em 476, o papa passou
a ser o único guardião do universalismo cristão do Ocidente. Os
cristãos do Oriente respeitavam essa tradição. No entanto,
acreditavam que os direitos canônicos e privados das diversas
igrejas estavam determinados, acima de tudo, pelas considerações
históricas. A ruptura foi, na verdade, um distanciamento paulatino
que culminou, em 1204, com o saque de Constantinopla pelos cruzados
ocidentais.
Depois da conquista de Constantinopla pelos
turcos-otomanos, em 1453, o patriarca desta cidade foi reconhecido
como representante de toda a população cristã do Império turco.
Apesar do patriarcado de Constantinopla ter continuado a manter sua
primazia honorífica dentro da Igreja ortodoxa, seu papel ecumênico
terminou no século XIX.
Relações com outras igrejas
Através dos séculos, os ortodoxos mostraram
diferentes posturas em relação a outras igrejas. Em geral, têm
adotado uma atitude positiva perante o movimento
ecumênico
moderno. Representantes ortodoxos estiveram nas sessões do Concílio
Vaticano II
(1962-1965). Realizaram-se diversas reuniões com os papas Paulo VI
e João Paulo II, de um lado, e os patriarcas Atenágoras I e
Demétrio I do outro. O maior obstáculo para a reconciliação é a
exigência do papado de que seja acatada sua autoridade suprema.
Igreja Católica Apostólica Romana ,
é a primeira Igreja cristã.
Em questões de fé, seus membros reconhecem a autoridade suprema do
bispo de Roma, o papa. No início da década de 1990, o número de
seus seguidores era de 995,8 milhões (18,8% da população
mundial).
Organização e estrutura
De acordo com a tradição cristã primitiva, a
unidade fundamental de organização na Igreja Católica é a diocese,
sob a jurisdição de um bispo que comanda o clero
secular — obediente ao bispo —, e regular. Desde o Concílio
Vaticano II,
os leigos vêm assumindo um papel cada vez mais importante, ajudando
sacerdotes e bispos.
A maior autoridade pertence ao papa.
Depois do papa, os mais importantes dignitários da Igreja são os
cardeais, indicados pelo sumo pontífice e membros do Sacro Colégio
Cardinalício. Quando um papa morre, seu sucessor é eleito por um conclave.
O papa é auxiliado na administração da Igreja por
uma burocracia denominada Cúria, localizada na Cidade
do Vaticano. Hoje
esta Cúria é dirigida pelo secretário de Estado e comporta
diferentes departamentos chamados Sagrada Congregação para os
Assuntos da Igreja, além de outras dez congregações, três
tribunais e três secretarias.
Doutrina
A característica principal da Igreja Católica é a
amplitude e universalidade de sua doutrina. Como as outras Igrejas
cristãs, a Católica tem na Bíblia
o pilar de seus ensinamentos. Em relação ao conceito teológico, o
catolicismo segue a doutrina da sucessão apostólica, que é a
transmissão ininterrupta da função religiosa desde os tempos de
Jesus até a atualidade.
Culto e costumes
O culto católico está centrado na missa
e no mistério da transubstanciação. Os ritos simbólicos mais
importantes são os sete sacramentos.
A teologia católica ensina que os sacramentos têm efeito benéfico
espiritual sobre os que os recebem.
Nos últimos tempos, a Igreja Católica, nas
questões contemporâneas, caracterizou-se por manter posições
inflexíveis sobre assuntos polêmicos. Desde a encíclica Rerum
novarum (1891) do papa
Leão XIII,
os pontífices vêm denunciando as injustiças sociais e propondo
soluções. A partir do Concílio Vaticano II,
a Igreja passou a incentivar os católicos a trabalharem com membros
de outras igrejas.
História
Até a ruptura com a Igreja
oriental, em
1054, e com as Igrejas protestantes,
no século XVI, era impossível separar a história do catolicismo
da história do cristianismo. A primeira grande mudança na
história cristã foi sua expansão desde a Palestina até o
restante do Mediterrâneo, nas décadas que seguiram à morte de
Jesus. O reconhecimento da Igreja pelo imperador Constantino,
em 313, permitiu que o cristianismo se aproveitasse da
infra-estrutura e imensidão do Império Romano e consolidasse esta
evolução. Até o pontificado de Leão I,
o papa exercia a primazia sobre todas as congregações cristãs.
Mas a queda do Império Romano do ocidente e a
incorporação dos povos germânicos à Igreja provocaram várias
mudanças. Sob a liderança de um papado reformado no final do
século XI, restauraram-se os direitos episcopais no meio da Questão
das Investiduras.
Como resultado, o papa emergiu desta crise como o dirigente
reconhecido da Igreja do Ocidente. Estas transformações, somadas
às Cruzadas,
tornaram a reconciliação com a Igreja oriental — depois do cisma
do Oriente (também chamado cisma fociano) de 1054 — mais
difícil.
Em parte como reação às mudanças oriundas da
Questão das Investiduras, a Reforma
Protestante estourou em pleno século XVI. A Igreja Católica
respondeu com a Contra-Reforma.
As acusações lançadas à igreja pelo Iluminismo
e pela Revolução Francesa foram responsáveis pela posição
defensiva adotada pelo catolicismo. O Concílio Vaticano II
tentou suavizar esta tendência. Embora as mudanças que o Concílio
introduziu tenham originado certa confusão durante alguns anos, a
Igreja Católica mantém sua estabilidade e continua se expandindo
em muitas regiões do mundo.
Século das Luzes
ou Iluminismo,
termo usado para descrever as tendências do pensamento e da
literatura na Europa e em toda a América durante o século XVIII,
antecedendo a Revolução
Francesa. Foi
empregado pelos próprios escritores do período, convencidos de que
emergiam de séculos de obscurantismo e ignorância para uma nova
era, iluminada pela razão, a ciência e o respeito à humanidade.
As novas descobertas da ciência, a teoria da gravitação universal
de Isaac Newton
e o espírito de relativismo cultural fomentado pela exploração do
mundo ainda não conhecido foram também uma base importante.
Entre os precursores do século XVII, destacam-se os
grandes racionalistas, como René
Descartes e Baruch
Spinoza, e os
filósofos políticos Thomas
Hobbes e John
Locke. É
igualmente marcante na época a permanente fé no poder da razão
humana. Chegou-se a declarar que, mediante o uso judicioso da
razão, seria possível um progresso sem limites. Porém, mais que
um conjunto de idéias estabelecidas, o Iluminismo representava uma
atitude, uma maneira de pensar. De acordo com Immanuel
Kant, o lema
deveria ser "atrever-se a conhecer". Surge o desejo de
reexaminar e pôr em questão as idéias e os valores recebidos, com
enfoques bem diferentes, daí as incoerências e contradições
entre os escritos de seus pensadores. A doutrina da Igreja foi
duramente atacada, embora a maioria dos pensadores não renunciassem
totalmente a ela.
A França teve destacado desenvolvimento em tais
idéias e, entre seus pensadores mais importantes, figuram Voltaire,
Charles de
Montesquieu, Denis
Diderot e Jean-Jacques
Rousseau. Outros
expoentes do movimento foram: Kant, na Alemanha; David
Hume, na
Escócia; Cesare
Beccaria, na
Itália; e Benjamin
Franklin e Thomas
Jefferson, nas
colônias britânicas. A experimentação científica e os escritos
filosóficos entraram em moda nos círculos aristocráticos,
surgindo assim o chamado despotismo ilustrado. Entre seus
representantes mais célebres, encontram-se os reis Frederico
II da Prússsia, Catarina
II a Grande da
Rússia, José II
da Áustria e Carlos
III da Espanha. O
Século das Luzes terminou com a Revolução
Francesa de 1789,
pois, quando esta veio a incorporar inúmeras idéias dos
iluministas em suas etapas mais difíceis, elas ficaram
desacreditadas aos olhos de muitos europeus contemporâneos. O
Iluminismo marcou um momento decisivo para o declínio da Igreja e o
crescimento do secularismo atual, assim como serviu de modelo para o
liberalismo político e econômico e para a reforma humanista do
mundo ocidental no século XIX.
Protestantismo ,
uma das três principais divisões religiosas da cristandade,
junto com a Igreja
Católica e a Ortodoxa.
Começou, no século XVI, como um movimento reformista da Igreja
cristã ocidental e culminou na Reforma
protestante, separando as Igrejas reformadas da católica. Seu
objetivo era restaurar a verdadeira fé cristã.
As quatro principais igrejas protestantes que
emergiram da Reforma são:
– luterana,
conhecida como evangélica na Europa continental
– calvinista
ou reformada
– anabatista
– anglicana
Todas estas igrejas rejeitam a autoridade do papa e
enfatizam a importância da Bíblia e da fé individual.
História
A publicação das 95 Teses de Martinho
Lutero, em 1517,
marca o começo da Reforma. Em princípio, Martinho Lutero atacou a
venda indiscriminada de indulgências
para financiar a construção da basílica de São Pedro, em Roma, e
queria realizar reformas ideológicas dentro da Igreja. Mas
deparou-se com forte oposição. Recusando-se a rever suas
posições, Lutero negou a autoridade de Roma e foi excomungado.
Suas idéias se estenderam por toda a Alemanha e, em seguida, pela
Europa.
Alguns anos depois, surgiu um movimento reformista
mais radical em Zurique, na Suíça, dirigido pelo pastor suíço Ulrich
Zwingli
(1484-1531). O reformista dominante da geração posterior foi João
Calvino
(1509-1564). Suas idéias eram menos radicais que as de Zwingli, mas
favoreciam um severo sistema político que unisse o Estado e a
Igreja com o propósito de manter a moral e a doutrina corretas.
A Igreja Anglicana, no reinado de Eduardo VI e
Isabel I, chegou a se tornar uma instituição protestante, conforme
foi definido nos Trinta e nove Artigos.
No século XVII, foi definida a ortodoxia
protestante, enfatizando a autoridade da Bíblia e uma lógica
religiosa mais rigorosa. Em 1670, surgiu, na Alemanha, o pietismo
como resposta ao intelectualismo protestante. A influência do
pensamento científico e do Iluminismo na teologia protestante se
refletiu no racionalismo,
uma tendência que surgiu entre os séculos XVII e XVIII. Sua
expressão mais pura foi o Deísmo.
Outra forma de racionalismo protestante do século XVIII foi o Unitarismo.
A reação contra as tendências intelectuais e
formalizantes do protestantismo continuou durante o século XVIII
com a aparição de vários movimentos que apelavam para as
emoções da experiência religiosa. Na Inglaterra, esta reação
adotou o nome de Metodismo e, nas colônias americanas, Evangelismo.
Durante o século XIX, o protestantismo
transformou-se em movimento mundial como resultado de intensa
atividade missionária. Além disto, tornou-se cada vez mais variado
à medida que surgiam novas seitas e tendências religiosas, como as
do teólogo protestante alemão Friedrich Schleiermacher ou o
conservador movimento de Oxford.
O século XX produziu duas reações contra o
liberalismo teológico. Uma foi o Fundamentalismo,
movimento evangélico que se baseava na infalibilidade da Bíblia. A
outra, a Teologia da Crise, ligada ao teólogo suíço Karl
Barth
(1886-1968).
Um fator importante foi a aparição do Movimento
Ecumênico que
favoreceu a união de muitas igrejas protestantes e levou à
formação do Concílio Mundial de Igrejas (1948). Foram
estabelecidos diálogos com a Igreja Católica, Ortodoxa e com
outras crenças não-cristãs.
Crenças e práticas
A maioria das igrejas protestantes conservou as
doutrinas das tradições católica e ortodoxa, como a Trindade, a
expiação, a ressurreição de Cristo, a autoridade da Bíblia e o
caráter sacramental do batismo.
Lutero acreditava que a salvação não dependia do
esforço humano mas, sim, da graça outorgada por Deus. Os
protestantes consideram a Bíblia a única fonte essencial de
ensinamentos e rejeitam a postura católica que outorga ao papa a
autoridade máxima em questões relacionadas à fé e à moral.
Os líderes da Reforma reagiram contra a
instituição católica do sacerdócio exaltando o "sacerdócio
de todos os crentes". Apesar disto, a maioria dos movimentos
protestantes possui ministros institucionalizados.
Em comparação com a missa católica e a liturgia
ortodoxa, o culto protestante é mais simples e se concentra no
sermão. As tradições protestantes reduziram o número de
sacramentos a dois: batismo
e matrimônio.
Deísmo,
filosofia
religiosa racionalista que floresceu nos séculos XVII e XVIII,
principalmente na Inglaterra. Os deístas negavam as afirmações
baseadas na revelação ou ensinamentos de qualquer credo. O deísmo
desempenhou importante papel ao fomentar o desenvolvimento da
filosofia racionalista e colaborou na configuração do clima
intelectual europeu do século XVIII. Também influenciou filósofos
e políticos britânicos, franceses e americanos, como John
Locke, Voltaire
e Benjamin
Franklin. Suas
figuras de mais destaque foram Edward Herbert e John Toland.
Pietismo ,
em sua origem, movimento luterano reformista alemão que surgiu
entre os séculos XVII e XVIII, e dava ênfase à conversão
individual, à "fé vivente", e a gozar de seus frutos no
dia-a-dia. O termo pietismo tem origem no collegia pietatis,
reuniões formais e devocionais organizadas por Philipp
Jakob Spener na
época em que era pastor em Frankfurt, onde eram realizadas
reuniões de oração e estudava-se a Bíblia.
August Hermann Francke, discípulo de Spener,
transformou a universidade de Halle no centro intelectual do
pietismo.
O pietismo teve grande influência sobre o metodismo,
e ambos contribuíram para o aparecimento do movimento ecumênico no
século XIX.
Metodistas ,
movimento protestante
que data de 1729, quando um grupo de estudantes da Universidade de
Oxford (Inglaterra) começou a reunir-se para praticar o culto e os
serviços cristãos. Deram ao grupo o nome de ‘Clube Santo’ e a
seus membros de ‘metodistas’, pela forma metódica com que
realizavam suas práticas religiosas. Dentro do grupo de Oxford
estavam John
Wesley,
considerado o fundador do metodismo, e seu irmão Charles. Os
irmãos Wesley apoiavam-se no arminianismo e rejeitavam a ênfase
calvinista na predestinação.
Eram partidários da doutrina da perfeição cristã e da salvação
pessoal por meio da fé.
Pouco tempo depois da morte de John Wesley em 1791,
seus seguidores começaram a dividir-se em vários grupos
religiosos, com pequenas diferenças doutrinárias. Em 1881
realizou-se uma conferência metodista ecumênica com o objetivo de
coordenar os distintos grupos espalhados pelo mundo. Desde então e
a cada determinado tempo, fazem esse tipo de reunião. Os metodistas
admitem dois sacramentos: o batismo
e ‘a Ceia do Senhor’, que pode ser interpretada de duas formas:
uma, para celebrar a presença de Cristo e outra para manter o
estrito sentido comemorativo.
Lutero, Martinho
(1483-1546), teólogo e reformador religioso alemão, iniciou a Reforma
protestante. Personagem fundamental da história moderna européia,
sua influência alcançou não somente a religião, mas a política,
a economia, a educação, a filosofia, a linguagem, a música e
outras áreas culturais. No verão de 1512, doutorou-se em Teologia
na Universidade de Wittenberg e assumiu a cátedra de Teologia
Bíblica, que conservou até a morte. Foi um atuante pregador,
professor e administrador. Ao estudar o Novo Testamento para a
preparação de suas aulas, convenceu-se de que os cristãos são
salvos não por seus próprios esforços e méritos, mas pelo dom da
graça
de Deus, aceita pela fé.
Em 1517, expôs, na porta da igreja de Todos os
Santos de Wittenberg, suas 95 teses, escritas em latim,
contra a venda de indulgências.
Lutero defendeu suas opiniões com energia em debates
universitários públicos em Wittenberg e em outras cidades. Esta
posição acabou provocando um inquérito, por parte da Igreja
romana, uma
condenação a seus ensinamentos e sua excomunhão pelo papa Leão
X em 1520. Na Dieta
de Worms
pediram-lhe que se retratasse ante as autoridades seculares e
eclesiásticas ali reunidas, mas ele se negou. O eleitor Federico o
Sábio, manteve-o em seu castelo (Wartburg) onde Lutero iniciou a
tradução do Novo Testamento do original grego para o alemão,
importante contribuição para o desenvolvimento da língua alemã.
Em 1529, publicou seu Pequeno catecismo onde explica, em
linguagem simples, a teologia da Reforma evangélica. Proibido de
assistir à Dieta de Augsburg por ter sido excomungado, Lutero
delegou a defesa dos reformadores, formulada na Confissão
de Augsburg
(1530), a seu colega e amigo, o humanista Felipe Melanchthon. Sua
influência estendeu-se ao norte e a leste da Europa e seu
prestígio contribuiu para que Wittenberg se tornasse um centro
intelectual.
Destacam-se, entre outras obras, Da liberdade do
cristão (1519), Manifesto à nobreza cristã da nação
alemã (1520), O cativeiro babilônico da Igreja (1520) e
Da Escravidão do Arbitrio (1525).
Sangha ,
comunidade monástica budista instituída, na antigüidade, por Buda.
É a instituição central do budismo
primitivo.
Constitui, junto à figura de Buda e seus ensinamentos, o dharma.
Os primeiros clérigos sangha foram os cinco
companheiros de Buda que, com ele, praticaram o ascetismo e aos
quais falou depois de conseguir a Iluminação. Após o
sermão de Benares foram ordenados monges com votos de pobreza e
celibato. No começo, reinava a democracia nos mosteiros. Aos
poucos, desenvolveram-se hierarquias internas com abades que
desfrutavam de poderes. De qualquer modo, o fato de Buda se negar a
designar um sucessor, remeteu toda a autoridade para a doutrina dharma,
contribuindo para que cada monge se considerasse igual ao outro no
caminho da salvação espiritual.
As congregações budistas mantêm, hoje em dia, um
maior grau de entrosamento com as sociedade onde se situam: o
alívio da miséria, a atenção aos doentes e a educação a qual
consagram a maior parte de seu tempo são testemunhos destes
trabalhos. Os monges também dirigem o culto dos templos, oficiam
funerais e, em alguns casos, desempenham destacado papel político.
Dharma,
termo que engloba vários conceitos básicos do hinduísmo:
a natureza do mundo, a ordem social, a lei cósmica e a lei social.
Representa a crença em que a forma que possuem as coisas (lei
descritiva) é inseparável da maneira como as coisas têm que ser
(lei prescritiva).
Tantra ,
conjunto de textos e rituais religiosos esotéricos budistas e hindus.
Os tantras hindus foram escritos depois dos puranas
na Idade Média. Constituem um diálogo entre o deus Shiva e sua
esposa Parvati, no qual ele lhe explica a filosofia e os mitos
subjacentes no ritual tântrico.
O budismo tântrico é um aspecto do terceiro estado
do budismo,
o condutor do raio ou do diamante (Vajrayana).
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