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Dalai
Lama, líder
espiritual do budismo tibetano considerado reencarnação de Buda
e antigo governante do país. Após a ocupação do Tibet em 1950
pela China comunista, Tenzin Gyatso, o décimo quarto Dalai Lama,
exilou-se. Em 1989, recebeu o Prêmio Nobel da Paz.
Lamaísmo ,
religião de maior prestígio no Tibete e na Mongólia, fundada no
ano 747 pelo monge Padmasambhava. Em essência, corresponde ao budismo
mahayana. Sua atividade religiosa consiste em recitar orações e
textos sagrados. Grande parte de seu ritual se baseia no misticismo
esotérico do tantra.
As escrituras dos lamas se dividem em dois grupos: o cânon, ou
livros sagrados; e o comentário exegético.
A religião dos lamas é organizada
hierarquicamente. O escalão mais alto é ocupado por dois lamas, o Dalai
Lama e o Lama
Panchen. Junto com outras duas ordens formam o clero mais alto.
Existe um clero inferior, formado por homens de grande integridade e
competência teológica.
Zen ,
escola budista que se desenvolveu na China e mais tarde no Japão
como resultado de uma fusão entre a forma mahayana do budismo
original da Índia e a filosofia chinesa do taoísmo.
Foi introduzido na China no ano 520 pelo monge Bodhidharma. Os dois
ramos principais do zen, o rinzai zen e o soto zen, que se
instalaram no Japão, foram levados à ilha por japoneses que haviam
estudado na China. Zen e Chan são as formas japonesa e chinesa de
pronunciar o termo sânscrito dhyana, que designa um estado
mental equivalente à meditação; é o estado de consciência de Buda,
aquele que está livre da crença de que a individualidade
diferenciada de uma pessoa e das outras coisas é real.
O Zen é a maneira chinesa de conseguir a meta
budista de ver o mundo tal como é, com uma mente que não tem
sentimentos de apego. Tal liberdade mental deve ser conseguida
mediante uma idéia direta e imediata. Por isso, abandona tanto as
teorias como os sistemas de prática espiritual e comunica sua
visão da verdade por um método conhecido como indicação direta.
Estuda-se em comunidades semi-monásticas, que são escolas de
treinamento que combinam a meditação com o trabalho manual. Os
estudantes prestam especial atenção às artes e aos ofícios. No
Japão, também se pratica o arco, a esgrima e o jiu-jitsu.
Taoísmo,
sistema religioso e filosófico chinês datado do século IV a.C.
Entre as escolas de pensamento de origem chinesa, só o confucionismo
superou a influência do Taoísmo. Suas crenças filosóficas e
místicas encontram-se no Chuang-tzu e no Tao-te Ching
(Clássico do Caminho e seu poder, século III
a.C.),atribuído a Lao-tsé.
O Taoísmo afirma que o indivíduo precisa ignorar os ditames da
sociedade e submeter-se, somente, à pauta subjacente ao universo: o
Tao (caminho). Para isto deve "fazer nada" (wu-wei),
isto é, nada que seja forçado ou anti-natural.
Nirvana,
na filosofia religiosa indiana, estado transcendente livre de
sofrimento e da existência fenomênica individual. É a
experiência religiosa mais identificada com o budismo.
No estado de nirvana, rompe-se o ciclo da transmigração,
que de outra forma seria eterno.
Transmigração ,
trânsito da alma
a um novo corpo ou forma de ser. Este conceito também se conhece
como encarnação.
Os antigos egípcios acreditavam na transmigração
das almas, assim como os gregos Pitágoras
e Platão.
Esta idéia nunca foi adotada pelo judaísmo e cristianismo
ortodoxo.
Na filosofia e no pensamento ortodoxo oriental, esta
crença não se relaciona com a antiga religião dos conquistadores
arianos. Aparece, na Índia, pela primeira vez de forma doutrinal
nas compilações filosóficas e religiosas dos Upanishad. A
partir de então, Samsara
(termo sânscrito para transmigração) tem sido um dos principais
dogmas das principais religiões orientais: hinduísmo,
budismo
e jainismo.
Jainismo ,
uma das mais importantes religiões da Índia. Foi fundada por
Vardhamana Jnatiputra ou Nataputta Mahavira, entre 599 e 527 a.C.
e assemelha-se muito ao budismo.
Rejeitam a origem divina, a autoridade dos veda
e veneram os santos que oferecem a salvação. Admitem a
existência, como instituição, das castas e praticam um grupo de
16 ritos essenciais.
Para o jainismo é fundamental a doutrina das duas
eternidades, conhecidas como jiva (alma vivente: a que desfruta) e
ajiva (objeto sem vida: a que desfrutou). Por outro lado, crêem que
os atos da mente e do corpo produzem um carma sutil, pequenas
partículas de matéria que se transformam em escravidão, devendo
renunciar à violência para evitar o sofrimento na vida. Esses
princípios são comuns para todos, mas existem diferenças em
relação às obrigações religiosas entre os membros das ordens
monástica (yatis) e os laicos (sravakas). Os yatis devem guardar a
observância de cinco votos: não infligir dano, sinceridade, não
roubar, abstinência sexual e negar-se a aceitar presentes
desnecessários.
Carma,
na filosofia indiana, ações pessoais, boas ou más, que ficam
ligadas à alma
durante sua transmigração. Uma forma de carma (prarabdha)
é determinada no nascimento e se resolve na vida presente; outra
forma (sanchita) permanece latente durante esta vida; e uma
terceira (sanchiyamana), elaborada nesta vida, amadurece em
uma vida futura.
Hinduísmo ,
religião originária da Índia e praticada pela maioria de seus
habitantes até os dias atuais. O hinduísmo é uma das maiores e
mais importantes religiões do mundo, não somente pelo seu número
de adeptos (estimados em mais de 700 milhões) mas, também, pela
influência que, ao longo da história, tem exercido sobre muitas
outras religiões. Inciadas em torno de 1500 a.C,
as leis do hinduísmo definem-se mais pelas ações das pessoas do
que por seus pensamentos. Em conseqüência, entre os hindus
encontra-se maior uniformidade nas ações do que nas crenças.
Muitos hindus veneram Shiva,
Vishnu
ou a Deusa Devi, além de centenas de outras divindades
menores. Existem práticas que são observadas por quase todos,
entre elas, reverenciar a brâmane
(casta) e as vacas (consideradas animais sagrados), a proibição de
comer carne, casar-se somente com um membro da mesma casta (jati)
na esperança de ter um filho homem.
Textos
Para todos os hindus a suprema autoridade são os
quatro Vedas.
O mais antigo é o Rig-Veda, escrito em sânscrito
arcaico entre 1300 e 1000 a.C.
Ao Rig-Veda foram agregados outros dois: o Yajur-Veda
(livro do sacrifício) e o Sama-Veda, de hinos. Um quarto
livro, o Atharva-Veda, uma coleção de palavras mágicas,
foi incluído em torno de 900 a.C.
Nesta mesma época, também foram escritos os Brahmanas e, no
início de 600 a.C.,
os Upanishad.
As duas obras épicas sânscritas mais importantes são o Mahabharata
e o Ramayana.
No primeiro, relata-se a guerra entre os irmãos Pândavas liderados
por seu primo Krishna
(deus) contra os também primos Káuravas. O segundo conta a viagem
feita por Rama
para resgatar sua esposa Sita.
Filosofia
Os hindus acreditam que o universo é uma grande
esfera dentro da qual existem céus concêntricos, infernos,
oceanos, continentes e que a Índia é o centro desta esfera. A vida
humana é cíclica: depois de morrer, a alma deixa o corpo e renasce
em outra pessoa, animal, vegetal ou mineral. A qualidade da
reencarnação vem determinada pelo carma.
Os hindus dividem-se em dois grupos: os que buscam
as recompensas sagradas e profanas (saúde, dinheiro, filhos e uma
boa reencarnação) e aqueles que procuram se libertar deste mundo.
Muitos esforços foram feitos para conciliar estas duas correntes.
Culto e rituais
Em cerimônias públicas e particulares, todos os
deuses são adorados. Devido às bases sociais do hinduísmo, as
festas mais importantes são as dos rituais de passagem: nascimento
e primeiro alimento sólido, matrimônio, benção para as
grávidas, morte e oferendas anuais aos antepassados mortos.
Dentro do ritual diário dos hindus são feitas
oferendas (puja) de frutas e flores perante um altar dentro
de casa. Muitos povoados e cidades possuem templos, muitas vezes
considerados centros culturais, onde os sacerdotes celebram cultos
durante o dia. Existem milhares de templos locais que se resumem
numa pequena construção de pedra. Além disto, a Índia conta com
inúmeros templos grandes e, até mesmo, algumas cidades-templo.
Vários lugares sagrados ou santuários — como o de Rishikesh,
no Himalaia, ou o de Benares, no Ganges — são objeto de
peregrinação de fiéis de todas as regiões da Índia.
História
As crenças e práticas religiosas básicas do
hinduísmo não são compreendidas fora de seu contexto histórico.
Apesar de ser impossível situar os primeiros textos e eventos,
traça-se seu desenvolvimento cronológico com muita clareza.
No vale do rio Indo cresceu, em torno de 2000 a.C.,
uma próspera civilização. Em 1500 a.C.,
quando as tribos arianas invadiram a Índia, esta civilização
entrou em decadência. Ver também Civilização
do vale do Indo.
Ao se fixarem no Punjab, os arianos traziam seu
panteão de divindades indo-européias. Os deuses do panteão
védico sobreviveram no hinduísmo tardio, mas já não eram objetos
de culto. Em 900 a.C.,
os arianos ocuparam o rico vale do rio Ganges, onde desenvolveram
uma civilização e um sistema social sofisticado. Durante o século
VI a.C., o budismo
começou a infiltrar-se na Índia e, ao longo do milênio, interagiu
com o hinduísmo.
Aproximadamente entre 200 a.C.
e 500 d.C.,
a Índia foi invadida por grupos provenientes do norte e iniciou-se
um período de mudanças e definições para o hinduísmo. Durante
esta época foram concluídas as obras épicas Dharmashastras
e Dharmasutras. No império Gupta (entre 320 e 480 d.C.),
quando grande parte do norte da Índia esteve subjugada a um único
poder, o hinduísmo clássico encontrou sua máxima expressão:
codificaram-se as leis sagradas, iniciou-se a construção dos
grandes templos e preservaram-se os mitos e rituais nos Puranas.
Durante o período seguinte ao da dinastia Gupta, surgiu um
hinduísmo menos rígido e mais eclético, formado por seitas
dissidentes. Muitas das seitas surgidas entre 800 e 1800 são
movimentos que ainda perduram na Índia.
Durante o século XIX realizaram-se importantes
reformas sob o auspício de Ramakrishna, Vivekananda e das seitas de
Arya Samaj e de Brahmo
Samaj. Estes
movimentos procuraram conciliar o hinduísmo tradicional com as
reformas sociais e políticas. Do mesmo modo, os líderes
nacionalistas Sri Aurobindo Ghose e Mahatma
Gandhi procuraram
extrair do hinduísmo todos os elementos que melhor servissem para
enfatizar seus propósitos políticos e sociais.
Atualmente, muitos autoproclamados mestres dos
ensinamentos religiosos da Índia emigraram para a Europa e Estados
Unidos. O hinduísmo — religião que ajudou a Índia a se
sustentar por séculos, apesar da invasão estrangeira e dos
problemas internos — continua a desempenhar importante função,
proporcionando significado às vidas dos hindus de hoje.
Ramadã,
nono mês do ano islâmico, quando Maomé
recebeu a primeira das revelações do Alcorão.
Mês santo do jejum (saúm), é um dos Cinco
Pilares do Islã.
Começa cada dia ao amanhecer e termina tão logo o sol se põe; os
muçulmano ficam proibidos de comer, beber e fumar.
Caaba,
templo principal do Islã,
situado em Meca.
É uma estrutura de pedra em forma de cubo, com um único aposento.
A tradição muçulmana afirma que foi construído pelos profetas
Abraão e Ismael,
dos quais os árabes se dizem descendentes. A visita à Caaba é um
dos Cinco pilares
do Islã.
Cinco
pilares do Islã,
cinco obrigações que constróem a fé e cuja realização é dever
de todo muçulmano: 1) realizar cinco orações diárias (salat);
2) fazer jejum do amanhecer até o anoitecer durante o mês do Ramadã
(saum); 3) dar esmolas aos pobres (zakat); 4)
peregrinar a Meca
ao menos uma vez na vida (hach);
5) propagar a fé islâmica, mesmo que através da guerra (jihad).
Beduíno ,
árabes nômades habitantes dos desertos do Egito
e da Síria,
ao norte da África.
Alguns conservam sua forma de vida nômade e de
pastoreio e a maioria é muçulmana. Com o auge da produção de
petróleo nas décadas de 1960 e 1970, muitos têm aceitado postos
de trabalho na indústria petrolífera, o que tem favorecido o
sedentarismo deste povo e seu assentamento urbano.
Sufismo ,
termo para um movimento de crenças, tradições e rituais
místicos, aceito pelo mundo islâmico. Embora a maioria dos sufis
sejam sunitas,
o sufismo não é sectário e possui membros e confrarias xiitas.
O sufismo é o esoterismo islâmico. Embora seja um
movimento associado a Maomé,
o Sufismo não existia até o início do século X. Quase todos os
seus traços são semelhantes aos dos movimentos ascéticos e
místicos não islâmicos mais antigos, como o cristianismo oriental
ou o budismo.
No princípio, não foi bem recebido no mundo muçulmano. Nos
séculos XI e XII, esta situação se inverteu graças aos esforços
de membros sunitas, como Al-Gazali.
O sufismo, em geral, relaciona-se à uma forma de
vida e a um conjunto de crenças. Embora suas práticas variem, a
maioria dos sufis compartilha a crença de ter uma relação
especial com Deus, através da qual pode alcançar união e
conhecimento direto da verdade divina. Este processo é executado
sob a supervisão de um mestre - Homem Perfeito - de cuja presença
depende a continuação do mundo. O Homem Perfeito tem conhecimento,
autoridade proporcionada pela divindade e poderes milagrosos.
A maioria dos sufis também compartilha
algumas práticas comuns: monastério não celibatário,
glorificação da pobreza, humilhação pública e identificação
de Deus com o amor. Outros costumes muito difundidos são a
celebração do aniversário de Maomé, a visita aos túmulos do
Profeta e dos xeques sufis e a oração direta a estes xeques
para invocar suas bênçãos.
Xiitas ,
termo coletivo para referir-se a várias seitas muçulmanas que
constituem 10% do mundo islâmico.
Os demais muçulmanos são sunitas.
Os xiitas são partidários de Ali, primo e genro de
Maomé,
além de quarto chefe (califa) da comunidade islâmica após a morte
do profeta. O movimento xiita começou porque Ali reclamava o poder
para si, alegando que a sucessão de Maomé deveria seguir uma linha
de sangue. Por outro lado, os sunitas acreditavam que bastava o
candidato a líder repetir a sunna do profeta, ou seja, seu
comportamento. A rivalidade entre os xiitas e sunitas, portanto,
remonta ao tempo da morte de Maomé (632). Até hoje, os xiitas
consideram o islamismo que praticam como a mais pura representação
da religião original de Maomé.
Durante o período da dinastia Omíada(661-750),
surgida na tribo curaichita à qual pertencia Maomé, os xiitas eram
chamados descendentes de Ali e, apesar de se acreditarem
merecedores da liderança religiosa e política, eram rejeitados
pela maioria dos imãs
(chefes religiosos). Segundo uma doutrina surgida entre os alidas
(seguidores de Ali), a missão profética de Maomé prolongava-se no
imanado e o imã é impecável e infalível. Os alidas determinaram
que o imã é o único capaz de formular e interpretar leis porque
somente a ele, Alá transmitiu o dom do conhecimento perfeito.
Quatro princípios encontram aceitação geral entre
os xiitas:
– Ali foi eleito por Deus como imã e chefe justo
do mundo
– a existência do universo depende da presença
de um imã vivo
– todos os imãs têm que descender de Ali
– Ali e seus descendentes possuem qualidades
sobre-humanas reconhecidas, pelos outros muçulmanos, apenas nos
profetas.
Os diversos grupos e seitas xiitas
A maioria dos grupos xiitas professam que os imãs
devem, obrigatoriamente, descender de Ali e sua esposa Fátima,
a única filha de Maomé. Com o tempo, devido a divergências
ideológicas quanto à linhagem dos imãs legítimos,
cristalizaram-se três concepções de xiismo: os duodécimos, os ismaelitas
(subdividido entre carmatas e fatímidas) e os zaiditas.
Os duodécimos formam o grupo maior e reconhecem uma
linha de 12 imãs sucessivos, o último dos quais ainda estaria
vivo, apesar de ter se ocultado no ano 874. Os ismaelitas crêem que
o último imã foi Ismael, bruscamente subtraído do mundo apesar de
poder revelar-se a alguns iniciados. Entre os ismaelitas
desenvolveu-se uma corrente que reconhece, apenas, sete imãs
sucessivos. Este sétimo ocultou-se no século VIII, sendo sua linha
reiniciada dois séculos depois. Tanto os duodécimos quanto os
ismaelitas atribuem qualidades hereditárias e milagrosas a seus
imãs. Já para os zaiditas — cujo nome deriva de Zaid Ibn
Ali(740), fundador do movimento e descendente direto de Ali —, o
verdadeiro xiita é qualquer muçulmano que siga as regras dos
descendentes de Ali e Fátima e seja culto, piedoso e ativo no meio
político.
As três seitas possuem enfoques distintos sobre a
questão da autoridade religiosa, embora os duodécimos e os
ismaelitas compartilhem quase a mesma teoria. Como os duodécimos
perderam todo o contato com o imã real desde o século IX, escolhem
seus imãs entre os homens religiosos que, tradicionalmente, sejam
sábios na literatura e instruções do profeta. Os imãs superiores
(aiatolás ou marja al-taqlid) gozam de uma autoridade muito
maior que os juristas ismaelitas e zaiditas.
Lei, ritual e teologia
A lei religiosa, ou Sharia, é a base do
Islã, comandando a vida pública e privada de qualquer muçulmano.
A Sharia é um conjunto de normas extraidas do Alcorão
e da sunna.
O Fiqh, é a interpretação da Sharia pelos imãs,
baseados no consenso dos sábios e no raciocínio analógico entre
as leis e os fatos da vida cotidiana. Este esforço de
interpretação e adaptação das imutáveis leis maometanas
envolveu grande efervescência cultural.
Durante a dinastia Abássida, também oriunda da
tribo curaichita, o pensamento jurídico foi influenciado pelo
lógica grega e precisou de uma jurisprudência: os Hadiths.
Os Hadiths, considerados a segunda autoridade jurídica no
que se refere a rotina de um muçulmano (a primeira é o Alcorão),
são documentos, interpretados pelos imãs, com instruções que os
muçulmanos acreditam inspiradas por Deus. Os Duodécimos e os
Ismaelitas crêem que os Hadiths são uma fonte de
inspiração divina e iguais, em sabedoria, aos do Profeta.
Os duodécimos rezam três vezes ao dia e realizam
peregrinações menores aos túmulos dos doze imãs que,
ocasionalmente, podem substituir a peregrinação obrigatória à
Meca (um dos cinco
pilares do Islã).
Os duodécimos e os zaiditas pregam a temporalidade do Alcorão e
que a história da humanidade e do Universo não está
predeterminada. Os ismaelitas seguem uma adaptação do neoplatonismo.
De modo geral, as teologias xiitas mostram-se muito sensíveis às
influências filosóficas.
Sunitas,
grupo muçulmano que constitui a maioria dentro da comunidade
islâmica mundial (ver Islã).
Aceitam a suna — ou repetir o comportamento do profeta —
guiados pelas leis do Alcorão.
Enfatizam o poder de Deus e ao determinismo do destino humano.
Dentro de sua teologia desenvolveram-se diversos matizes
interpretativos. A tendência sunita tem sido acomodar-se às
diferenças de opinião das minorias e confirmar o consenso da
comunidade no que se refere a assuntos doutrinais.
Cabala ,
termo genérico para a tradição mística judaica, mais exatamente
os ensinamentos esotéricos que surgiram a partir do século XIII,
na Espanha e no sul da França. No sentido estrito, designa duas
escolas cabalísticas: a alemã e a espanhola. Esta última seguiu o
caminho da especulação e da teosofia
esotérica, organizando-se no século XIII, na península Ibérica e
Provença, no livro Zefer Ha-Zohar (Livro do Esplendor),
conhecido como Zohar. Escrito entre os anos 1280 e 1286 pelo
cabalista espanhol Moisés de León, sua autoria, na verdade, é
atribuída ao rabino do século II, Simón Bar Yohai. O Livro
se concentra na natureza e na interação de dez sefirot
(números elementares), símbolos da vida e dos processos da
natureza divina. Segundo a teosofia do Zoar, além de
qualquer contemplação humana está Deus, pois ele é, em si
próprio, incognoscível e imutável: En Sof (infinito).
Este aspecto cósmico do Zohar se desenvolveu
na cabala luriânica do século XVI que foi fundada por Isaac
ben Salomão Luria.
Segundo Salomão Luria, o En Sof ao criar o mundo, reservou
um espaço para o mal. Posteriormente, a cabala levou a práticas de
magia e ocultismo.
Há também um movimento de cabala cristã a partir
do século XV, que identifica-se com as escolas alemãs e italianas.
Sionismo ,
movimento para unir os judeus
da diáspora
(exílio) e estabelecê-los na Palestina.
Surgiu no final do século XIX e culminou em 1948 com a criação do
Estado de Israel.
O nome do movimento procede de Sion,
a colina sobre a qual foi erigido o Templo de Jerusalém e que mais
tarde se converteria no símbolo da própria Jerusalém.
O filósofo austríaco de origem judaica Nathan Birnbaum foi quem
aplicou pela primeira vez o termo sionismo a esse movimento, em
1890.
História
O sionismo teve sua origem como movimento político
organizado no século XIX, mas suas raízes remontam ao século VI
a.C., quando os judeus foram levados como escravos para a Babilônia
e seus profetas instaram-no a crer que um dia Deus permitiria que
regressassem para a Palestina ou Eretz Yisrael (a Terra de
Israel). Com a passagem dos séculos, os judeus da diáspora
associaram a esperança do regresso com a chegada do Messias.
Em 1896, Theodor
Herzl publicou um
pequeno livro chamado Der Judenstaat (O estado judeu),
no qual analisava as causas do anti-semitismo e sugeria a sua
solução: a criação de um Estado judaico. Em 1897, organizou o
primeiro congresso sionista na Basiléia,
do qual participaram quase 200 delegados, que se converteu na
plataforma de base do movimento. O programa determinava que o
objetivo do sionismo era a criação "para o povo judaico de um
lugar na Palestina garantido pelo direito público".
O sionismo no século XX
As duas maiores realizações do sionismo durante o
século XX são o compromisso do governo britânico reunido na Declaração
Balfour de 1917 e
o estabelecimento do Estado de Israel em 1948. Na atualidade, o
movimento sionista se baseia no apoio inequívoco a dois princípios
básicos — a autonomia e a segurança do Estado de Israel e o
direito de qualquer judeu a estabelecer-se ali (a chamada Lei do
Regresso) — princípios que juntos proporcionam a garantia de uma
nacionalidade judaica a qualquer judeu que dela necessite.
Messias,
na teologia cristã, Cristo,
o bendito. Era o nome hebreu para o libertador prometido à
humanidade, papel assumido por Jesus e outorgado a ele pelos
cristãos. Por seu uso teológico, o vocábulo terminou por
aplicar-se em sentido amplo a qualquer esperado libertador de um
país, de um povo, ou a um esperado redentor em qualquer das
religiões não cristãs.
Cristo ,
termo grego empregado na versão helênica do Antigo Testamento para
traduzir diferentes formas do verbo hebreu mashaj
("ungir", mais freqüente em sua forma nominal mashiaj,
"o ungido", de onde provém o vocábulo latino
"messias"). O costume de ungir uma pessoa outorgava-lhe o
poder para exercer algum cargo importante. Entretanto, na evolução
do conceito messiânico, o uso do termo restringiu-se ao redentor e
restaurador da nação judaica (Cant. 2,2).
No Novo Testamento, a palavra Cristo se utiliza como
nome comum ou nome próprio. Em ambas as acepções, aparece com ou
sem artigo definido, sozinha ou associada a outros termos ou nomes.
Quando se usa como nome próprio, e muitas vezes em outros casos
também, designa Jesus de Nazaré, o esperado messias dos judeus. Ver
também Cristianismo;
Cristologia;
Jesus Cristo;
Messias.
Babilônia
(cidade) (em
babilônio: Bab-ilim
ou Babil, ‘porta de Deus’), uma das cidades mais importantes da
Antigüidade, cuja localização é assinalada, atualmente, por uma
região de ruínas a leste do rio Eufrates, a 90 km
ao sul de Bagdá, no Iraque. Babilônia foi a capital do Império
Babilônico
durante os milênios II e I a.C. Na Antigüidade, a cidade se
beneficiava de sua posição na importante rota comercial terrestre
que ligava o golfo Pérsico com o Mediterrâneo.
Holocausto ,
termo que, originariamente, designava um rito religioso no qual uma
pessoa era queimada inteira. Ao ser usado como nome próprio, remete
à política de extermínio dos judeus,
residentes na Europa, desenvolvida pela Alemanha
nazista.
Ver também Progrom;
Anti-semitismo.
Quando o regime nazista chegou ao poder, em janeiro
de 1933, adotou de imediato medidas sistemáticas contra os judeus,
considerados como não pertencentes à raça ariana (ver Nacional-socialismo).
Os órgãos do governo, os bancos e o comércio uniram esforços
para afastá-los da vida econômica. A transferência contratual de
empresas judias a novos proprietários alemães recebia o nome de
‘arianização’. Em novembro de 1938 todas as sinagogas da
Alemanha foram incendiadas, destruídas as lojas de comerciantes
judeus e milhares deles aprisionados. Este acontecimento, conhecido
como a Noite
dos Cristais
(Kristallnacht) marcou o início da política de extermínio
da raça judia na Europa.
Ao ter início a II Guerra
Mundial, o
exército alemão ocupou a metade ocidental da Polônia.
Os judeus poloneses foram obrigados a transferir-se para guetos que
já se assemelhavam a campos de concentração. Em junho de 1941, os
exércitos alemães invadiram a União
de Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS),
realizando execuções em massa de judeus no território
recém-ocupado. Um mês depois Hermann
Wilhelm Goering
ordenou a execução da ‘solução final da questão judaica’. E
foi criado um novo método de extermínio: os campos
de concentração.
Na Polônia foram construídos campos, equipados com
instalações de gás com imensos crematórios para incinerar os
corpos das vítimas, apagando vestígios do extermínio. As
deportações foram realizadas em toda a Europa ocupada pelos
alemães, muitas das quais gerando problemas políticos e
administrativos. As mais numerosas aconteceram, durante o verão e o
outono de 1942, para os campos de Kulmhof (Che lmno),
Belzec, Sobibor, Treblinka, Lublin (Maydanek) e Auschwitz. O
transporte das vítimas para os ‘ campos da morte’ era feito por
trem e, sempre que possível, os alemães tomavam posse de todos os
pertences dos deportados. O número de vítimas de Auschwitz
ultrapassou a cifra de um milhão.
Ao terminar a guerra, milhões de judeus, eslavos, ciganos,
homossexuais, testemunhas
de jeová,
comunistas e pessoas pertencentes a outros grupos haviam morrido no
Holocausto. Mais de cinco milhões de judeus foram assassinados. Ao
final da guerra inúmeros dirigentes nazistas foram condenados,
alguns executados, por um Tribunal Internacional de Crimes de Guerra
e, três anos depois, foi criado o Estado de Israel. Ver Julgamentos
por crimes de guerra.
Cigano ,
povo de comunidades e muito unido, com uma herança biológica,
cultural e lingüística comum. Atualmente, encontra-se disperso em
pequenos grupos por todo o mundo. Os ciganos vivem na Europa há
mais de 500 anos, porém até finais do século XVIII não se logrou
identificar definitivamente sua pátria no noroeste da Índia, o que
ocorreu ao descobrir-se a relação existente entre a língua cigana
e os dialetos indo-europeus
da tal região.
História
Parece que abandonaram sua pátria original ao norte
da Índia em ordas sucessivas que começaram em princípios do
século V. Entretanto, as migrações mais importantes partem no
século XI, provavelmente como resultado das invasões muçulmanas
no subcontinente asiático. Viajaram a princípio para o oeste,
atravessaram o Irã até a Ásia Menor e o Império Bizantino; dali
a maioria continuou até a Europa, através da Grécia, no início
do século XIV. No começo do século XVI, haviam chegado a todos os
rincões do continente, inclusive a Rússia, Escandinávia, as ilhas
Britânicas e a Espanha.
Distribuição atual
O número total de ciganos no mundo é de vários
milhões. Só na Europa calcula-se que haja entre 12 a 12,5
milhões. Os dados não são exatos porque muitos não estão
registrados. As maiores concentrações se dão nos Balcãs
(especialmente Romênia), Europa Central e nas repúblicas
resultantes da antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas
(URSS). Existem grupos menores dispersos pela Europa Ocidental,
Oriente Médio, norte da África e América.
Cultura e costumes
Devido à dispersão dos ciganos, sua cultura e
organização social varia amplamente. Sem dúvida, uma das
características que se sobressai em qualquer parte é seu arraigado
sentido de coesão de grupo e de exclusividade, bem como o marcado
caráter sagrado das tradições ciganas em contraposição às do
mundo exterior.
Testemunhas
de Jeová,
seita cristã, fundada em 1872 em Pittsburgh, Pennsylvania, pelo
pastor americano Charles
Taze Russell.
Acreditam na segunda vinda de Cristo; consideram-se seguidores do
cristianismo primitivo e cada testemunha é um pastor. Insistem no
conhecimento da Bíblia e em sua absoluta obediência, reconhecem
lealdade somente ao Reino de Jesus
Cristo, por isso
se negam a saudar qualquer bandeira, votar ou prestar o serviço
militar.
Espírito Santo (religião) ,
na fé cristã, a terceira pessoa da Trindade,
formada também por Deus Pai e Deus Filho.
Se o Espírito Santo procede somente do Pai, ou
também do Filho, é tema que tem servido de fonte de polêmicas,
excomunhões e heresias. Foi o que ocorreu com a expressão filioque
do credo: "o Espírito Santo procede do Padre e do Filho",
que provocou a separação entre a cristandade oriental e a
ocidental.
O Espírito Santo é considerado o santificador, que
dirige e guia a Igreja e seus membros.
Apóstolo,
cada um dos 12 discípulos que Jesus Cristo enviou a pregar o Evangelho
e atuar em seu nome. Os 12 eram: Pedro, André, Tiago o Maior,
João, Felipe,
Bartolomeu, Tomás, Mateus, Tiago o Menor, Tadeu, Simão e Judas
Iscariotes.
Fariseus,
seita ou escola de pensamento judeu do século II a.C.
Basearam sua identidade em resistir às influências estrangeiras
que ameaçavam a sagrada religião de seus pais. Desejavam que o
Estado fosse regido pela lei divina. Sua doutrina se baseava no
judaísmo ético e espiritual que permitiu à religião sobreviver
à destruição do Templo de Jerusalém (70 d.C.)
e, mais tarde, se transformou na forma dominante do judaísmo.
Pedro, São
(?- 64),
principal discípulo de Jesus
Cristo, apóstolo
e missionário da primitiva Igreja cristã. Seu nome verdadeiro era
Simão e, segundo a tradição, foi o primeiro bispo de Roma, onde
morreu martirizado.
As fontes de informação sobre Pedro encontram-se
nas epístolas de São
Paulo, escritas
entre os anos 50 e 60; nos quatro evangelhos canônicos, nos Atos
dos Apóstolos — escritos entre o ano 65 e fim do século I —,
nas epístolas canônicas das quais foi autor mas escritas,
provavelmente, por outra pessoa, no século II.
Várias crenças sobre São Pedro encontram-se
nestas fontes, entre elas de que foi o foi porta-voz dos 12
apóstolos, negou ser discípulo de Jesus quando prenderam Jesus,
foi o primeiro a ver Jesus ressuscitado e recebeu o encargo de
fundar a Igreja e pregar o Evangelho entre os compatriotas judeus.
Segundo a teoria da sucessão apostólica, os bispos
de Roma ( papas)
são sucessores de Pedro. A partir do século XI, quando a Igreja
oriental negou a autoridade do papa, a teoria da sucessão passou a
ser contestada, tornando-se uma das principais causas da Reforma
protestante do século XVI.
OBS.: como
Pedro, pode ser SANTO ou o PRINCIPAL DISCÍPULO se ele mesmo, de
acordo com a Bíblia, NEGOU e TRAIU Jesus Cristo três (3) vezes no
momento que o Cristo mais precisou?
Papa,
título eclesiástico cristão que demonstra afeto e respeito e,
desde o século XVIII, é reconhecido no Ocidente como de uso
exclusivo do bispo
de Roma, cabeça da Igreja
Católica e
possuidor dos direitos do papado.
Bispo ,
nas igrejas cristãs, o sacerdote
principal, governador e docente de uma ou várias igrejas de
determinada zona geográfica. Nas igrejas católicas, ortodoxas
orientais e maioria das anglicanas, o bispo tem o sacerdócio pleno,
implicando poderes ministeriais.
Segundo a teoria da sucessão apostólica, adotada
por estas igrejas, a ordenação episcopal foi instituída quando os
apóstolos elegeram seus sucessores.
O bispo é o governador eclesiástico da diocese
e responsável pelo bem-estar espiritual de todos os crentes. Tem o
poder de ordenar bispos, sacerdotes e diáconos. No ritual da igreja
católica apostólica romana e também da anglicana, o bispo é o
ministro do sacramento da crisma.
Sacerdote,
pessoa consagrada ao serviço de uma divindade e através da qual o
culto, a oração, o sacrifício e outras cerimônias são
oferecidos como veículo de adoração, perdão, bênção ou
libertação obtida para o crente. Na Igreja
Católica Apostólica Romana,
na ortodoxa
ocidental e na anglicana,
o sacerdote celebra a missa e administra os sacramentos,
salvo as ordens sagradas (reservadas ao bispo).
Diocese,
na Igreja cristã, território sobre o qual um bispo
exerce jurisdição eclesiástica. O termo foi primeiramente
aplicado a várias igrejas metropolitanas ou provinciais
(paróquias), cada uma a cargo de um arcebispo.
Judas Iscariotes
(morto em torno de 28 d.C.),
no Novo Testamento, o apóstolo
que traiu Jesus
Cristo diante do sinédrio.
Segundo os Evangelhos
de Mateus e Marcos, foi a cobiça que o levou a trair Jesus por 30 moedas
de prata e entregá-lo ao sumo sacerdote (Mt. 26,21,46,49). Quando
Judas viu as conseqüências de sua ação, suicidou-se, atormentado
pelo remorso. O Novo Testamento contém duas versões distintas para
sua morte (Mt. 27,3-5; Heb. 1,16-20).
Para alguns, o termo "Iscariot" seria uma
forma de diferenciar o apóstolo traidor de Judas Tadeu e
significaria "habitante de Cariot", aldeia de Judá.
Contudo, há outros para os quais o termo quer dizer
"hipócrita".
Caifás
(fl. 18-37 d.C.),
sumo sacerdote judeu que presidiu o processo de Jesus
Cristo. Optou por
condená-lo à morte alegando razões de conveniência (João 11,
47-53).
Pilatos,
Pôncio
(século I), procurador da província imperial da Judéia do ano 26
até o 36. É conhecido por sua intervenção no julgamento e na
execução de Jesus.
No ano 36 foi chamado a Roma e, segundo o teólogo Eusébio
da Cesaréia,
acabou se suicidando. A igreja cristã do Egito o venera como
mártir.
Eusébio
de Cesaréia
(260-340), teólogo, historiador eclesiástico e erudito, nascido,
provavelmente, na Palestina.
Por volta de 314 d.C.,
tornou-se bispo de Cesaréia e líder dos arianos moderados, um
grupo contrário à discussão sobre a natureza da Trindade.
Escreveu os Cânones Eusebianos, sistema referencial para os
Evangelhos. Foi, também, autor de História do mundo (c. 303)
e, em 324, de Crônica, uma história da Igreja cristã.
Cristologia ,
ramo da teologia cristã que trata de Cristo e suas relações com
Deus e os homens. A cristologia centra sua atenção na resposta
humana ao fenômeno Jesus.
Dentro do Novo Testamento, é possível distinguir
quatro padrões primitivos do pensamento cristológico. O mais
antigo tem dois dois ângulos: Jesus como profeta do final dos
tempos, a serviço de Deus, e como Messias, Filho do Homem.
Na segunda formulação, o Jesus terreno foi
considerado um profeta, servo dos últimos dias. Ao mesmo tempo
proclamado como Senhor, Cristo e Filho de Deus na sua ressurreição
e exaltação.
No terceiro padrão, os títulos posteriores à
ressurreição de Cristo foram aplicados a Jesus em sua vida
terrena. O propósito era articular a conexão entre o ministério
terreno de Jesus e seu papel como salvador.
No quarto padrão, expressado nos hinos
cristológicos da Igreja helenístico-judia (corrente dentro do
judaísmo mais ligada ao helenismo), Jesus era identificado com a
sabedoria divina, o Logos.
A partir de Ignácio de Antióquia, no século II
— e durante o Concílio
da Calcedônia,
no ano 451 — os pensadores cristãos se debateram diante de
problemas lógicos apresentados à mentalidade grega pelo Novo
Testamento: se o Filho é Deus e, mesmo assim, diferente do Pai,
como pode ser Deus chamado de único? Se Jesus é divino,
como pode ser humano? Uma segunda controvérsia envolvia o problema
da unidade de Deus.
As perguntas relacionadas com a encarnação de Deus
em Jesus provocaram muitas discussões. Os teólogos de Alexandria
frisavam a divindade de Jesus às custas de sua humanidade ( apolinarismo).
De seus opositores da Escola da Antióquia, liderada pelo bispo Nestório,
surgiu a heresia do nestorianismo durante o século V.
Pai-nosso ,
única fórmula de oração atribuída a Jesus Cristo no Novo
Testamento. É a prece cristã mais rezada. Aparece de duas formas:
numa, como parte dos ensinamentos sobre a oração, no Sermão da
Montanha; na outra, como resposta ao pedido dos discípulos,
"Senhor, ensina-nos a orar". Na Antigüidade,
acrescentava-se à oração uma fórmula de louvor final; sua
incorporação ao Pai-nosso é reforçada na versão da Didaké,
manual breve para instruir os convertidos ao cristianismo.
Depois do batismo,
a oração do Senhor é o laço de unidade mais conhecido entre os
cristãos de todas as condições e se recita sempre em reuniões
ecumênicas.
Oração,
na religião, o ato de comunhão de uma pessoa com Deus,
ou com qualquer outro elemento de culto, e as palavras empregadas
para este fim. É o resultado natural da crença numa divindade. A
oração cristã inclui, geralmente, a invocação, o louvor, a
ação de graças, a petição (para si e para outros), a confissão
e um pedido de perdão.
Confissão (teologia) ,
na teologia judaica e cristã, reconhecimento dos pecados diante de
Deus com o fim de obter a absolvição.
Na tradição cristã, a confissão tomou uma das
duas formas seguintes: a confissão privada dos pecados diante de um
sacerdote;
e a confissão pública diante da congregação. Espera-se que os
membros da Igreja confessem seus pecados graves ao menos uma vez por
ano. O compromisso da confissão obriga o confessor a não divulgar
os segredos confessados.
Paulo, São
(33-62), primeiro teólogo da Igreja, considerado o maior
missionário da cristandade, também chamado o Apóstolo dos
Gentios. Nasceu em Tarso, hoje Turquia, e chamava-se Saulo. Mais
tarde, adotou o nome latino de Paulo. Fariseu,
Paulo foi educado na Lei dos hebreus. Defensor do judaísmo ortodoxo
(Gál. 1;14 e Filip. 3;6), Paulo perseguia a Igreja cristã por
considerá-la uma seita judaica. Converteu-se ao cristianismo após
ter uma visão de Jesus (Heb. 9,1,19; 22,5,16; 26,12,18). No relato
contido nos Atos
dos Apóstolos
consta que Paulo realizou três viagens missionárias, foi preso e
condenado à morte em Jerusalém, após distúrbios provocados por
seus antagonistas judeus (ver Heb. 20,24;20,38).
O Novo Testamento contém 13 epístolas atribuídas
a Paulo, das quais é quase certo que sete foram escritas por ele: I
Tessalonicences, I Corintos, II Corintos, Romanos, Filipenses e
Filêmon. Estas cartas constituem a principal fonte de referências
sobre sua vida.
Teologia
Os aspectos essenciais do pensamento paulino são
difíceis de resumir.
Retoma o esquema básico da especulação
apocalíptica dos hebreus que postula duas idades: a antiga, sob o
domínio de Satã, e a nova era, que Deus assinalaria no futuro.
Para Paulo, a nova era já teria sido inaugurada com a vinda de Jesus
Cristo, embora o
poder do pecado ainda não houvesse se extinguido. O fim do mal
está ligado ao Espirito
Santo, dádiva de
Deus.
Acredita-se que seu pensamento tenha sido, logo no
início, ofuscado por outras doutrinas teológicas. De fato, só
seria recuperado no século V, por Santo
Agostinho de Hipona
e, depois, no século XVI, por Martinho
Lutero. No
século XX a obra dos teólogos alemães Karl Barth e Ernest
Kasemann renovou o interesse pela doutrina paulina.
Atos dos Apóstolos ,
quinto livro do Novo Testamento cujo autor pode ser Lucas. Segunda
parte de uma obra histórica em que o primeiro volume é o Evangelho
segundo São Lucas.
Atos dos Apóstolos é o relato da evolução da Igreja cristã sob
o impulso do Espírito
Santo. O
Espírito Santo é uma figura tão proeminente neste livro, que, em
certas ocasiões, é denominado Evangelho do Espírito. Diversos
estudos críticos levam a crer que os dois volumes de Lucas foram
escritos nas duas últimas décadas do século I.
Com um início que se superpõe ao final do
Evangelho de Lucas, os Atos dos Apóstolos relata a história do
nascimento da Igreja em Jerusalém (capítulos 1, 5), o martírio de
Estêvão e a conversão de Paulo (capítulos 6 a 9), a
conscientização de Pedro acerca da intenção de Deus em admitir
gentios na Igreja (capítulos 10 a 12), as viagens missionárias de
Paulo (capítulos 13 a 19), a última viagem de Paulo à Jerusalém
(capítulos 20 e 21) e sua prisão, encarceramento e julgamento em
Jerusalém e Cesaréia (capítulos 21 a 26). Por fim, narra a viagem
de Paulo à Itália e seu confinamento numa prisão romana, onde
aguardou julgamento de César (capítulos 27 e 28). Desta forma, os
acontecimentos descritos no livro marcam a expansão da Igreja por
todo o Império Romano, desde o nascimento, em Jerusalém, até a,
então, capital do mundo, Roma.
Evangelho segundo São Lucas ,
terceiro livro do Novo Testamento.
A tradição da Igreja, que data este evangelho no
final do século II, atribui sua autoria a "Lucas, o médico
querido" (Col. 4,14), um dos "meus colaboradores" (Fil.
1, 24) mencionado por São Paulo. A mesma tradição também
considera Lucas
o autor de Atos dos Apóstolos que, juntamente com o Evangelho que
leva seu nome, costuma ser considerado uma obra maior nos primeiros
anos do cristianismo. A maioria dos especialistas modernos aceitam
que Lucas é o autor de ambos os livros, embora alguns, — devido
à contradição entre as cartas de Paulo e o que dele se conta em
Atos dos Apóstolos —, duvidem que Lucas e Paulo estivessem
estreitamente associados durante a obra missionária deste último.
Atualmente, acredita-se que o Evangelho de Lucas foi
escrito na década de 70 a 80 d.C.
Conteúdo
O contexto de Lucas é o mesmo do Evangelho de São
Marcos. Mas Lucas ampliou o relato de Marcos através de duas
importantes interpolações (Lc.6,20;8,3; 9;51,18,14).
O Evangelho de Lucas pode ser dividido em seis
seções:
– prólogo (1,1-4)
– relatos do nascimento e infância de Jesus
(1,5-2,52)
– o ministério de Jesus na Galiléia (3,1-9,50)
– a viagem de Jesus à Galiléia e Jerusalém
(9,51-19,48)
– a pregação em Jerusalém (20-21)
– paixão, ressurreição e ascensão de
Jesus(22-24)
O prólogo, onde Lucas expõe suas razões para
escrever o Evangelho e a autoridade para fazê-lo, está dirigido ao
"ilustre Teófilo" (1,3).
A narração de Lucas sobre o nascimento e infância
de Jesus foi a mais importante para dar forma à celebração
cristã do Natal. Desta parte foram retirados os grandes hinos
conhecidos como Magnificat
(1;46,55) e Benedictus (1;68,79).
O relato de Lucas a respeito do ministério de Jesus
na Galiléia é similar, com poucas exceções, ao do Evangelho de
Marcos.
Por outro lado, em Lucas, a descrição da viagem de
Jesus até Jerusalém, atravessando a Samaria
(9,51;19,48) contém informações que não aparecem nem em Marcos,
nem em Mateus. É, sobretudo, esta parte - denominada, por numerosos
especialistas, "seção especial de Lucas" - a que oferece
as qualidades distintivas deste Evangelho.
Para seus relatos acerca do ministério de Jesus em
Jerusalém (Lc. 20-21) e da Paixão e Ressurreição (Lc.22-24),
Lucas volta a recorrer a Marcos, acrescentando à narração apenas
as últimas palavras de Jesus aos discípulos (Lc.22;21,38), suas
palavras a caminho da cruz (Lc.23;28,31), as palavras dos dois
ladrões crucificados (Lc.23;39,43), as aparições de Cristo
ressuscitado no caminho de Emaús e em Jerusalém (Lc.24;13,49) e a
Ascensão de Jesus (Lc.24;50,53).
O Evangelho de Lucas foi escrito para os gentios. O
objetivo declarado do evangelista é a universalidade. Lucas, —
mais que Mateus e Marcos —, tenta situar a pessoa e o ministério
de Jesus dentro do tempo e do mundo.
Lucas,
São (século
I d.C.), no Novo Testamento, amigo de São
Paulo e, ao que
parece, bastante fiel durante o período de encarceramento do
apóstolo. (Rom. 16,21; 1Tim. 4,11). Segundo a tradição
eclesiástica, foi médico e autor do livro Atos
dos apóstolos e
do terceiro evangelho
sinóptico.
Bizantino, Império ,
parte oriental do Império
Romano, que
sobreviveu à queda do Império do Ocidente no século V d.C.
Sua capital era Constantinopla (a atual Istambul) que foi convertida
na capital do Império Romano do Oriente no ano 330, depois que Constantino
I o Grande,
fundou-a no lugar da antiga cidade de Bizâncio, dando-lhe seu
próprio nome. Foi a capital das províncias romanas orientais, ou
seja, daquelas áreas do Império localizadas no sudeste de Europa,
sudoeste da Ásia e na parte nordeste de África, que também
incluíam os países atuais da península
Balcânica,
Turquia ocidental, Síria, Jordânia, Israel, Líbano, Chipre, Egito
e a região mais oriental da Líbia. Seus imperadores consideraram
os limites geográficos do Império Romano como os seus próprios e
buscaram em Roma suas tradições, seus símbolos e suas
instituições.
O imperador Justiniano
I e sua esposa, Teodora,
tentaram restaurar a antiga suntuosidade e os limites geográficos
do Império Romano.
O Império sobreviveu às migrações e incursões
dos godos e dos hunos durante os séculos V e VI. No século VII, o
imperador Heráclio
I acabou com um
grande período de guerras com os persas, recuperando a Síria
ocupada pelos persas, a Palestina e o Egito. Constantinopla
agüentou grandes cercos por parte dos árabes na década de 670 e
durante os anos 717 e 718.
No início do século IX, o Império Bizantino
experimentou uma grande recuperação, alcançando sua plenitude sob
o duradouro reinado da dinastia macedônica, que começou com seu
fundador, o imperador Basílio
I. A vida
intelectual reviveu. O renascimento cultural foi acompanhado por um
retorno consciente aos modelos clássicos na arte e na literatura.
O maior imperador macedônico foi Basílio
II, que reprimiu
vigorosamente uma abrangente rebelião búlgara (1014) e ampliou seu
controle até os principados independentes da Armênia e Geórgia.
Em 1071, os Seljúcidas
invadiram a maior parte da Ásia Menor bizantina. Os bizantinos
perderam suas últimas possessões na Itália e foram separados do
Ocidente cristão devido ao cisma
de 1054 aberto entre a Igreja ortodoxa e o Papado.
O imperador Aleixo
I Comneno,
fundador da dinastia dos Comnenos, pediu ajuda ao Papa contra os
turcos. A Europa Ocidental respondeu com a primeira Cruzada
(1096-1099). Embora, em um primeiro momento, o Império tenha se
beneficiado das Cruzadas,
recuperando alguns territórios na Ásia Menor, estas precipitaram
sua decadência. O imperador Miguel
VIII, Paleólogo,
recuperou Constantinopla das mãos dos latinos em 1261 e fundou a
dinastia dos Paleólogos, que governaram até 1453. Os turcos
otomanos, em plena ascensão, conquistaram o resto da Ásia Menor
bizantina no princípio do século XIV. Depois de 1354, ocuparam os
Balcãs e finalmente tomaram Constantinopla, o que representou o fim
do Império em 1453.
Contudo, a tradição intelectual bizantina não
morreu em 1453: os eruditos bizantinos que visitaram a Itália
durante os séculos XIV e XV, exerceram uma forte influência sobre
o Renascimento italiano.
Inquisição ,
instituição judicial criada, na Idade Média, para localizar,
processar e sentenciar às pessoas culpadas de heresia.
No século XII, como resposta à heresia albigense,
o papa Inocêncio III organizou uma cruzada contra esta comunidade.
No entanto, não foi muito eficaz. A Inquisição oficializou-se em
1231, no papado de Gregório IX. Os inquisidores eram franciscanos
ou dominicanos,
nomeados diretamente pelo papa.
Os acusados eram obrigados, sob juramento e tortura,
a concordar com as acusações, tornando-se, assim, seus próprios
acusadores. O depoimento de duas testemunhas bastava como prova de
culpabilidade. Em 1252, o papa institui a prática da tortura para
obter a verdade dos suspeitos. Caso o hereje se apresentasse por
vontade própria, os castigos seriam menores.
Os castigos e sentenças se proclamavam, em
cerimônia pública, no fim do processo ( Auto-de-Fé).
Os castigos podiam ser uma peregrinação, um suplício, uma multa,
o confisco das propriedades, detenção, prisão perpétua ou morte.
Uma vez que os albigenses foram controlados, em fins do século XIV,
a atividade da Inquisição arrefeceu.
Em 1542, alarmado pela difusão do protestantismo,
o papa Paulo III recrudesceu a Inquisição e estabeleceu o Tribunal
do Santo Ofício. Mais livre do controle episcopal que seu
predecessor Gregório IX, Paulo III começou a se preocupar com a
ortodoxia dos textos teológicos e eclesiásticos.
Em 1555, o papa Paulo
IV empreendeu
violenta perseguição contra suspeitos de heresia, incluindo bispos
e cardeais. Em 1559, elaborou a primeira listagem de livros que
atentavam contra a fé e a moral: O Índice
de livros proibidos
(Index livrorum proibitorum).
A Inquisição espanhola que, como as inquisições
de muitos países europeus, já vinha acontecendo há mais de um
século, formalizou-se em 1478, através de um decreto dos reis
Fernando V e Isabel I. Tinha o objetivo de se ocupar do problema dos
judeus e, mais tarde, dos muçulmanos convertidos ao cristianismo. A
Inquisição espanhola foi um poderoso instrumento nas mãos do
Estado, servindo mais a este do que à Igreja. Tornou-se, também,
conhecida pela crueldade e obscurantismo. O Dominicano Tomás
de Torquemada, o
mais famoso inquisidor-mor, executou milhares de supostos herejes. A
Inquisição acabou na Espanha em 1843.
Portugal repetiu o mesmo processo de violência
inquisitorial. Os judeus espanhóis, fugindo da perseguição e da
morte que os ameaçava na Espanha, atravessaram a fronteira após
pagarem, por cabeça, uma soma em dinheiro ao rei D. Manuel I. Mais
tarde, estes judeus foram submetidos ao batismo forçado e as
crianças separadas de seus pais e levadas para os arquipélagos de
Açores e Madeira para, junto a casais católicos, cresceram na fé
cristã. Portugal instalou seu Tribunal do Santo Ofício no Rossio,
em Lisboa, e repetiu o drama de autos-de-fé encerrados com seres
humanos na fogueira. Se o acusado, antes de o fogo ser aceso,
confessasse sua culpa, era garroteado para não ser queimado vivo.
Mesmo assim, as chamas cumpriam seu papel de acabar de purgar os
pecados e o fogo era aceso para consumir o corpo. Até meados do
século XVIII, a inquisição funcionou em Portugal, mantendo a
penalização de matar, garroteado ou queimado, os suspeitos de
serem judaizantes ou heréticos.
Calcula-se que a Inquisição, que pode ser
considerada o movimento fundamentalista cristão, matou cerca de 350
mil pessoas na Europa.
Dogma,
declaração de uma doutrina religiosa formulada de modo
autoritário e preciso, que se expõe não para ser discutida, mas
para crer-se nela. Para ser qualificada como tal, tem de preencher
duas condições: ser derivada da revelação
e ser promulgada por alguma grande autoridade eclesiástica. Há
dogmas que são obrigatórios somente dentro da Igreja católica,
como os dogmas marianos da Imaculada
Conceição e o
da Assunção,
e o dogma da infalibilidade
do papa.
Heresia,
doutrina oposta ao dogma
de uma religião.
Adocionismo,
heresia cristã semelhante ao nestorianismo,
que sustentava que Cristo como homem só foi aceito por ser o
primeiro Filho nascido de Deus.
Albigenses,
seguidores da heresia
mais importante dentro da Igreja católica durante a idade média.
Devem seu nome à cidade de Albi, na França. Eram seguidores do
sistema maniqueísta dualístico: existência independente de dois
deuses, um do bem (Jesus Cristo) e outro do mal (Satã). Estavam
divididos em dois grupos, os simples crentes e os
"perfeitos". Estes se obrigavam a levar vidas de um ascetismo
extremo. Os simples crentes podiam aspirar à perfeição depois de
um longo e duro período de iniciação. O papa Inocêncio
III lançou a
Cruzada albigense (1209-1229), que reprimiu seus seguidores de forma
brutal. Só pequenos grupos sobreviveram e, mesmo assim, logo foram
perseguidos pela Inquisição
até fins do século XIV. Ver Dualismo;
Maniqueísmo;
Cátaros.
Arianismo ,
heresia cristã do século IV d.C. que negava a divindade suprema de
Jesus Cristo. Recebeu o nome de arianismo por ter sido criada pelo
religioso egípcio Ário.
Segundo o arianismo, o Filho de Deus, segunda pessoa
da Trindade,
não tinha a mesma essência do Pai, sendo uma divindade de segunda
ordem já que nascera mortal.
Os ensinamentos de Ário foram condenados no
primeiro concílio de Nicéia, onde se redigiu um credo
estabelecendo que o Filho de Deus era "concebido e não
feito", consubstancial ao Pai.
As lutas internas dividiram os arianos. Os moderados
concordaram com o credo
de Nicéia mas se
mantiveram céticos quanto ao termo "consubstancial". Os
neo-arianos defendiam que o Filho tinha uma essência diferente da
do Pai. No Concílio
de Constantinopla,
celebrado em 381, a ortodoxia de Nicéia foi reafirmada.
O arianismo teve muita força entre os visigodos
espanhóis. O rei Leovigildo mandou executar seu próprio filho
Hermenegildo por este ter abjurado de sua fé ariana.
Docetismo,
remota heresia cristã que afirmava que Jesus
Cristo tinha
apenas aparência física. A doutrina adotou várias formas: alguns
defensores negaram categoricamente qualquer humanidade verdadeira em
Cristo; outros admitiram sua encarnação, mas não seu sofrimento.
Esta negação da realidade física de Cristo resultou do dualismo.
Monotelismo,
doutrina cristã do século VII, segundo a qual Cristo
possuía duas naturezas distintas, a divina e a humana, as quais se
manifestavam em uma só vontade ou atividade. Foi declarada heresia
pelo III
Concílio de Constantinopla,
no ano 680. O concílio declarou que pelo fato mesmo de existirem em
Cristo duas naturezas, há também duas vontades, uma humana e outra
divina, e que a primeira está subordinada à segunda.
Pelagianismo ,
na teologia cristã, heresia racionalista e naturalista formulada
pelo Pelágio. Aponta a graça e a moral como elementos enfatizantes
da liberdade, decisivos para a perfeição humana. O pelagianismo
minimiza, ou nega, a necessidade da graça
divina ou da redenção.
Nega, também, a existência do pecado original e dispensa as
crianças do batismo.
No início de 412, Santo
Agostinho de Hipona
escreveu uma série de obras nas quais ataca a doutrina pelagiana.
Nestas obras, Santo Agostinho elaborou suas próprias idéias.
Pelágio foi acusado de heresia e absolvido no sínodo de
Jerusalém. Mas voltou a ser condenado, em 418, pelo Concílio de
Cartago.
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