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- ESPIRITISMO KARDECISTA -
(RELIGIÃO CRISTÃ ESPÍRITA KARDECISTA)

 
 

ESTUDO DAS RELIGIÕES
(PARTE 3)

 

 
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Dalai Lama, líder espiritual do budismo tibetano considerado reencarnação de Buda e antigo governante do país. Após a ocupação do Tibet em 1950 pela China comunista, Tenzin Gyatso, o décimo quarto Dalai Lama, exilou-se. Em 1989, recebeu o Prêmio Nobel da Paz.


Lamaísmo, religião de maior prestígio no Tibete e na Mongólia, fundada no ano 747 pelo monge Padmasambhava. Em essência, corresponde ao budismo mahayana. Sua atividade religiosa consiste em recitar orações e textos sagrados. Grande parte de seu ritual se baseia no misticismo esotérico do tantra. As escrituras dos lamas se dividem em dois grupos: o cânon, ou livros sagrados; e o comentário exegético.

A religião dos lamas é organizada hierarquicamente. O escalão mais alto é ocupado por dois lamas, o Dalai Lama e o Lama Panchen. Junto com outras duas ordens formam o clero mais alto. Existe um clero inferior, formado por homens de grande integridade e competência teológica.


Zen, escola budista que se desenvolveu na China e mais tarde no Japão como resultado de uma fusão entre a forma mahayana do budismo original da Índia e a filosofia chinesa do taoísmo. Foi introduzido na China no ano 520 pelo monge Bodhidharma. Os dois ramos principais do zen, o rinzai zen e o soto zen, que se instalaram no Japão, foram levados à ilha por japoneses que haviam estudado na China. Zen e Chan são as formas japonesa e chinesa de pronunciar o termo sânscrito dhyana, que designa um estado mental equivalente à meditação; é o estado de consciência de Buda, aquele que está livre da crença de que a individualidade diferenciada de uma pessoa e das outras coisas é real.

O Zen é a maneira chinesa de conseguir a meta budista de ver o mundo tal como é, com uma mente que não tem sentimentos de apego. Tal liberdade mental deve ser conseguida mediante uma idéia direta e imediata. Por isso, abandona tanto as teorias como os sistemas de prática espiritual e comunica sua visão da verdade por um método conhecido como indicação direta. Estuda-se em comunidades semi-monásticas, que são escolas de treinamento que combinam a meditação com o trabalho manual. Os estudantes prestam especial atenção às artes e aos ofícios. No Japão, também se pratica o arco, a esgrima e o jiu-jitsu.


Taoísmo, sistema religioso e filosófico chinês datado do século IV a.C. Entre as escolas de pensamento de origem chinesa, só o confucionismo superou a influência do Taoísmo. Suas crenças filosóficas e místicas encontram-se no Chuang-tzu e no Tao-te Ching (Clássico do Caminho e seu poder, século III a.C.),atribuído a Lao-tsé. O Taoísmo afirma que o indivíduo precisa ignorar os ditames da sociedade e submeter-se, somente, à pauta subjacente ao universo: o Tao (caminho). Para isto deve "fazer nada" (wu-wei), isto é, nada que seja forçado ou anti-natural.


Nirvana, na filosofia religiosa indiana, estado transcendente livre de sofrimento e da existência fenomênica individual. É a experiência religiosa mais identificada com o budismo. No estado de nirvana, rompe-se o ciclo da transmigração, que de outra forma seria eterno.


Transmigração, trânsito da alma a um novo corpo ou forma de ser. Este conceito também se conhece como encarnação.

Os antigos egípcios acreditavam na transmigração das almas, assim como os gregos Pitágoras e Platão. Esta idéia nunca foi adotada pelo judaísmo e cristianismo ortodoxo.

Na filosofia e no pensamento ortodoxo oriental, esta crença não se relaciona com a antiga religião dos conquistadores arianos. Aparece, na Índia, pela primeira vez de forma doutrinal nas compilações filosóficas e religiosas dos Upanishad. A partir de então, Samsara (termo sânscrito para transmigração) tem sido um dos principais dogmas das principais religiões orientais: hinduísmo, budismo e jainismo.


Jainismo, uma das mais importantes religiões da Índia. Foi fundada por Vardhamana Jnatiputra ou Nataputta Mahavira, entre 599 e 527 a.C. e assemelha-se muito ao budismo. Rejeitam a origem divina, a autoridade dos veda e veneram os santos que oferecem a salvação. Admitem a existência, como instituição, das castas e praticam um grupo de 16 ritos essenciais.

Para o jainismo é fundamental a doutrina das duas eternidades, conhecidas como jiva (alma vivente: a que desfruta) e ajiva (objeto sem vida: a que desfrutou). Por outro lado, crêem que os atos da mente e do corpo produzem um carma sutil, pequenas partículas de matéria que se transformam em escravidão, devendo renunciar à violência para evitar o sofrimento na vida. Esses princípios são comuns para todos, mas existem diferenças em relação às obrigações religiosas entre os membros das ordens monástica (yatis) e os laicos (sravakas). Os yatis devem guardar a observância de cinco votos: não infligir dano, sinceridade, não roubar, abstinência sexual e negar-se a aceitar presentes desnecessários.


Carma, na filosofia indiana, ações pessoais, boas ou más, que ficam ligadas à alma durante sua transmigração. Uma forma de carma (prarabdha) é determinada no nascimento e se resolve na vida presente; outra forma (sanchita) permanece latente durante esta vida; e uma terceira (sanchiyamana), elaborada nesta vida, amadurece em uma vida futura.


Hinduísmo, religião originária da Índia e praticada pela maioria de seus habitantes até os dias atuais. O hinduísmo é uma das maiores e mais importantes religiões do mundo, não somente pelo seu número de adeptos (estimados em mais de 700 milhões) mas, também, pela influência que, ao longo da história, tem exercido sobre muitas outras religiões. Inciadas em torno de 1500 a.C, as leis do hinduísmo definem-se mais pelas ações das pessoas do que por seus pensamentos. Em conseqüência, entre os hindus encontra-se maior uniformidade nas ações do que nas crenças. Muitos hindus veneram Shiva, Vishnu ou a Deusa Devi, além de centenas de outras divindades menores. Existem práticas que são observadas por quase todos, entre elas, reverenciar a brâmane (casta) e as vacas (consideradas animais sagrados), a proibição de comer carne, casar-se somente com um membro da mesma casta (jati) na esperança de ter um filho homem.

Textos

Para todos os hindus a suprema autoridade são os quatro Vedas. O mais antigo é o Rig-Veda, escrito em sânscrito arcaico entre 1300 e 1000 a.C. Ao Rig-Veda foram agregados outros dois: o Yajur-Veda (livro do sacrifício) e o Sama-Veda, de hinos. Um quarto livro, o Atharva-Veda, uma coleção de palavras mágicas, foi incluído em torno de 900 a.C. Nesta mesma época, também foram escritos os Brahmanas e, no início de 600 a.C., os Upanishad. As duas obras épicas sânscritas mais importantes são o Mahabharata e o Ramayana. No primeiro, relata-se a guerra entre os irmãos Pândavas liderados por seu primo Krishna (deus) contra os também primos Káuravas. O segundo conta a viagem feita por Rama para resgatar sua esposa Sita.

Filosofia

Os hindus acreditam que o universo é uma grande esfera dentro da qual existem céus concêntricos, infernos, oceanos, continentes e que a Índia é o centro desta esfera. A vida humana é cíclica: depois de morrer, a alma deixa o corpo e renasce em outra pessoa, animal, vegetal ou mineral. A qualidade da reencarnação vem determinada pelo carma.

Os hindus dividem-se em dois grupos: os que buscam as recompensas sagradas e profanas (saúde, dinheiro, filhos e uma boa reencarnação) e aqueles que procuram se libertar deste mundo. Muitos esforços foram feitos para conciliar estas duas correntes.

Culto e rituais

Em cerimônias públicas e particulares, todos os deuses são adorados. Devido às bases sociais do hinduísmo, as festas mais importantes são as dos rituais de passagem: nascimento e primeiro alimento sólido, matrimônio, benção para as grávidas, morte e oferendas anuais aos antepassados mortos.

Dentro do ritual diário dos hindus são feitas oferendas (puja) de frutas e flores perante um altar dentro de casa. Muitos povoados e cidades possuem templos, muitas vezes considerados centros culturais, onde os sacerdotes celebram cultos durante o dia. Existem milhares de templos locais que se resumem numa pequena construção de pedra. Além disto, a Índia conta com inúmeros templos grandes e, até mesmo, algumas cidades-templo. Vários lugares sagrados ou santuários — como o de Rishikesh, no Himalaia, ou o de Benares, no Ganges — são objeto de peregrinação de fiéis de todas as regiões da Índia.

História

As crenças e práticas religiosas básicas do hinduísmo não são compreendidas fora de seu contexto histórico. Apesar de ser impossível situar os primeiros textos e eventos, traça-se seu desenvolvimento cronológico com muita clareza.

No vale do rio Indo cresceu, em torno de 2000 a.C., uma próspera civilização. Em 1500 a.C., quando as tribos arianas invadiram a Índia, esta civilização entrou em decadência. Ver também Civilização do vale do Indo.

Ao se fixarem no Punjab, os arianos traziam seu panteão de divindades indo-européias. Os deuses do panteão védico sobreviveram no hinduísmo tardio, mas já não eram objetos de culto. Em 900 a.C., os arianos ocuparam o rico vale do rio Ganges, onde desenvolveram uma civilização e um sistema social sofisticado. Durante o século VI a.C., o budismo começou a infiltrar-se na Índia e, ao longo do milênio, interagiu com o hinduísmo.

Aproximadamente entre 200 a.C. e 500 d.C., a Índia foi invadida por grupos provenientes do norte e iniciou-se um período de mudanças e definições para o hinduísmo. Durante esta época foram concluídas as obras épicas Dharmashastras e Dharmasutras. No império Gupta (entre 320 e 480 d.C.), quando grande parte do norte da Índia esteve subjugada a um único poder, o hinduísmo clássico encontrou sua máxima expressão: codificaram-se as leis sagradas, iniciou-se a construção dos grandes templos e preservaram-se os mitos e rituais nos Puranas. Durante o período seguinte ao da dinastia Gupta, surgiu um hinduísmo menos rígido e mais eclético, formado por seitas dissidentes. Muitas das seitas surgidas entre 800 e 1800 são movimentos que ainda perduram na Índia.

Durante o século XIX realizaram-se importantes reformas sob o auspício de Ramakrishna, Vivekananda e das seitas de Arya Samaj e de Brahmo Samaj. Estes movimentos procuraram conciliar o hinduísmo tradicional com as reformas sociais e políticas. Do mesmo modo, os líderes nacionalistas Sri Aurobindo Ghose e Mahatma Gandhi procuraram extrair do hinduísmo todos os elementos que melhor servissem para enfatizar seus propósitos políticos e sociais.

Atualmente, muitos autoproclamados mestres dos ensinamentos religiosos da Índia emigraram para a Europa e Estados Unidos. O hinduísmo — religião que ajudou a Índia a se sustentar por séculos, apesar da invasão estrangeira e dos problemas internos — continua a desempenhar importante função, proporcionando significado às vidas dos hindus de hoje.


Ramadã, nono mês do ano islâmico, quando Maomé recebeu a primeira das revelações do Alcorão. Mês santo do jejum (saúm), é um dos Cinco Pilares do Islã. Começa cada dia ao amanhecer e termina tão logo o sol se põe; os muçulmano ficam proibidos de comer, beber e fumar.


Caaba, templo principal do Islã, situado em Meca. É uma estrutura de pedra em forma de cubo, com um único aposento. A tradição muçulmana afirma que foi construído pelos profetas Abraão e Ismael, dos quais os árabes se dizem descendentes. A visita à Caaba é um dos Cinco pilares do Islã.


Cinco pilares do Islã, cinco obrigações que constróem a fé e cuja realização é dever de todo muçulmano: 1) realizar cinco orações diárias (salat); 2) fazer jejum do amanhecer até o anoitecer durante o mês do Ramadã (saum); 3) dar esmolas aos pobres (zakat); 4) peregrinar a Meca ao menos uma vez na vida (hach); 5) propagar a fé islâmica, mesmo que através da guerra (jihad).


Beduíno, árabes nômades habitantes dos desertos do Egito e da Síria, ao norte da África.

Alguns conservam sua forma de vida nômade e de pastoreio e a maioria é muçulmana. Com o auge da produção de petróleo nas décadas de 1960 e 1970, muitos têm aceitado postos de trabalho na indústria petrolífera, o que tem favorecido o sedentarismo deste povo e seu assentamento urbano.


Sufismo, termo para um movimento de crenças, tradições e rituais místicos, aceito pelo mundo islâmico. Embora a maioria dos sufis sejam sunitas, o sufismo não é sectário e possui membros e confrarias xiitas.

O sufismo é o esoterismo islâmico. Embora seja um movimento associado a Maomé, o Sufismo não existia até o início do século X. Quase todos os seus traços são semelhantes aos dos movimentos ascéticos e místicos não islâmicos mais antigos, como o cristianismo oriental ou o budismo. No princípio, não foi bem recebido no mundo muçulmano. Nos séculos XI e XII, esta situação se inverteu graças aos esforços de membros sunitas, como Al-Gazali.

O sufismo, em geral, relaciona-se à uma forma de vida e a um conjunto de crenças. Embora suas práticas variem, a maioria dos sufis compartilha a crença de ter uma relação especial com Deus, através da qual pode alcançar união e conhecimento direto da verdade divina. Este processo é executado sob a supervisão de um mestre - Homem Perfeito - de cuja presença depende a continuação do mundo. O Homem Perfeito tem conhecimento, autoridade proporcionada pela divindade e poderes milagrosos.

A maioria dos sufis também compartilha algumas práticas comuns: monastério não celibatário, glorificação da pobreza, humilhação pública e identificação de Deus com o amor. Outros costumes muito difundidos são a celebração do aniversário de Maomé, a visita aos túmulos do Profeta e dos xeques sufis e a oração direta a estes xeques para invocar suas bênçãos.


Xiitas, termo coletivo para referir-se a várias seitas muçulmanas que constituem 10% do mundo islâmico. Os demais muçulmanos são sunitas.

Os xiitas são partidários de Ali, primo e genro de Maomé, além de quarto chefe (califa) da comunidade islâmica após a morte do profeta. O movimento xiita começou porque Ali reclamava o poder para si, alegando que a sucessão de Maomé deveria seguir uma linha de sangue. Por outro lado, os sunitas acreditavam que bastava o candidato a líder repetir a sunna do profeta, ou seja, seu comportamento. A rivalidade entre os xiitas e sunitas, portanto, remonta ao tempo da morte de Maomé (632). Até hoje, os xiitas consideram o islamismo que praticam como a mais pura representação da religião original de Maomé.

Durante o período da dinastia Omíada(661-750), surgida na tribo curaichita à qual pertencia Maomé, os xiitas eram chamados descendentes de Ali e, apesar de se acreditarem merecedores da liderança religiosa e política, eram rejeitados pela maioria dos imãs (chefes religiosos). Segundo uma doutrina surgida entre os alidas (seguidores de Ali), a missão profética de Maomé prolongava-se no imanado e o imã é impecável e infalível. Os alidas determinaram que o imã é o único capaz de formular e interpretar leis porque somente a ele, Alá transmitiu o dom do conhecimento perfeito.

Quatro princípios encontram aceitação geral entre os xiitas:

– Ali foi eleito por Deus como imã e chefe justo do mundo

– a existência do universo depende da presença de um imã vivo

– todos os imãs têm que descender de Ali

– Ali e seus descendentes possuem qualidades sobre-humanas reconhecidas, pelos outros muçulmanos, apenas nos profetas.

Os diversos grupos e seitas xiitas

A maioria dos grupos xiitas professam que os imãs devem, obrigatoriamente, descender de Ali e sua esposa Fátima, a única filha de Maomé. Com o tempo, devido a divergências ideológicas quanto à linhagem dos imãs legítimos, cristalizaram-se três concepções de xiismo: os duodécimos, os ismaelitas (subdividido entre carmatas e fatímidas) e os zaiditas.

Os duodécimos formam o grupo maior e reconhecem uma linha de 12 imãs sucessivos, o último dos quais ainda estaria vivo, apesar de ter se ocultado no ano 874. Os ismaelitas crêem que o último imã foi Ismael, bruscamente subtraído do mundo apesar de poder revelar-se a alguns iniciados. Entre os ismaelitas desenvolveu-se uma corrente que reconhece, apenas, sete imãs sucessivos. Este sétimo ocultou-se no século VIII, sendo sua linha reiniciada dois séculos depois. Tanto os duodécimos quanto os ismaelitas atribuem qualidades hereditárias e milagrosas a seus imãs. Já para os zaiditas — cujo nome deriva de Zaid Ibn Ali(740), fundador do movimento e descendente direto de Ali —, o verdadeiro xiita é qualquer muçulmano que siga as regras dos descendentes de Ali e Fátima e seja culto, piedoso e ativo no meio político.

As três seitas possuem enfoques distintos sobre a questão da autoridade religiosa, embora os duodécimos e os ismaelitas compartilhem quase a mesma teoria. Como os duodécimos perderam todo o contato com o imã real desde o século IX, escolhem seus imãs entre os homens religiosos que, tradicionalmente, sejam sábios na literatura e instruções do profeta. Os imãs superiores (aiatolás ou marja al-taqlid) gozam de uma autoridade muito maior que os juristas ismaelitas e zaiditas.

Lei, ritual e teologia

A lei religiosa, ou Sharia, é a base do Islã, comandando a vida pública e privada de qualquer muçulmano. A Sharia é um conjunto de normas extraidas do Alcorão e da sunna. O Fiqh, é a interpretação da Sharia pelos imãs, baseados no consenso dos sábios e no raciocínio analógico entre as leis e os fatos da vida cotidiana. Este esforço de interpretação e adaptação das imutáveis leis maometanas envolveu grande efervescência cultural.

Durante a dinastia Abássida, também oriunda da tribo curaichita, o pensamento jurídico foi influenciado pelo lógica grega e precisou de uma jurisprudência: os Hadiths. Os Hadiths, considerados a segunda autoridade jurídica no que se refere a rotina de um muçulmano (a primeira é o Alcorão), são documentos, interpretados pelos imãs, com instruções que os muçulmanos acreditam inspiradas por Deus. Os Duodécimos e os Ismaelitas crêem que os Hadiths são uma fonte de inspiração divina e iguais, em sabedoria, aos do Profeta.

Os duodécimos rezam três vezes ao dia e realizam peregrinações menores aos túmulos dos doze imãs que, ocasionalmente, podem substituir a peregrinação obrigatória à Meca (um dos cinco pilares do Islã). Os duodécimos e os zaiditas pregam a temporalidade do Alcorão e que a história da humanidade e do Universo não está predeterminada. Os ismaelitas seguem uma adaptação do neoplatonismo. De modo geral, as teologias xiitas mostram-se muito sensíveis às influências filosóficas.


Sunitas, grupo muçulmano que constitui a maioria dentro da comunidade islâmica mundial (ver Islã). Aceitam a suna — ou repetir o comportamento do profeta — guiados pelas leis do Alcorão. Enfatizam o poder de Deus e ao determinismo do destino humano. Dentro de sua teologia desenvolveram-se diversos matizes interpretativos. A tendência sunita tem sido acomodar-se às diferenças de opinião das minorias e confirmar o consenso da comunidade no que se refere a assuntos doutrinais.


Cabala, termo genérico para a tradição mística judaica, mais exatamente os ensinamentos esotéricos que surgiram a partir do século XIII, na Espanha e no sul da França. No sentido estrito, designa duas escolas cabalísticas: a alemã e a espanhola. Esta última seguiu o caminho da especulação e da teosofia esotérica, organizando-se no século XIII, na península Ibérica e Provença, no livro Zefer Ha-Zohar (Livro do Esplendor), conhecido como Zohar. Escrito entre os anos 1280 e 1286 pelo cabalista espanhol Moisés de León, sua autoria, na verdade, é atribuída ao rabino do século II, Simón Bar Yohai. O Livro se concentra na natureza e na interação de dez sefirot (números elementares), símbolos da vida e dos processos da natureza divina. Segundo a teosofia do Zoar, além de qualquer contemplação humana está Deus, pois ele é, em si próprio, incognoscível e imutável: En Sof (infinito).

Este aspecto cósmico do Zohar se desenvolveu na cabala luriânica do século XVI que foi fundada por Isaac ben Salomão Luria. Segundo Salomão Luria, o En Sof ao criar o mundo, reservou um espaço para o mal. Posteriormente, a cabala levou a práticas de magia e ocultismo.

Há também um movimento de cabala cristã a partir do século XV, que identifica-se com as escolas alemãs e italianas.


Sionismo, movimento para unir os judeus da diáspora (exílio) e estabelecê-los na Palestina. Surgiu no final do século XIX e culminou em 1948 com a criação do Estado de Israel. O nome do movimento procede de Sion, a colina sobre a qual foi erigido o Templo de Jerusalém e que mais tarde se converteria no símbolo da própria Jerusalém. O filósofo austríaco de origem judaica Nathan Birnbaum foi quem aplicou pela primeira vez o termo sionismo a esse movimento, em 1890.

História

O sionismo teve sua origem como movimento político organizado no século XIX, mas suas raízes remontam ao século VI a.C., quando os judeus foram levados como escravos para a Babilônia e seus profetas instaram-no a crer que um dia Deus permitiria que regressassem para a Palestina ou Eretz Yisrael (a Terra de Israel). Com a passagem dos séculos, os judeus da diáspora associaram a esperança do regresso com a chegada do Messias.

Em 1896, Theodor Herzl publicou um pequeno livro chamado Der Judenstaat (O estado judeu), no qual analisava as causas do anti-semitismo e sugeria a sua solução: a criação de um Estado judaico. Em 1897, organizou o primeiro congresso sionista na Basiléia, do qual participaram quase 200 delegados, que se converteu na plataforma de base do movimento. O programa determinava que o objetivo do sionismo era a criação "para o povo judaico de um lugar na Palestina garantido pelo direito público".

O sionismo no século XX

As duas maiores realizações do sionismo durante o século XX são o compromisso do governo britânico reunido na Declaração Balfour de 1917 e o estabelecimento do Estado de Israel em 1948. Na atualidade, o movimento sionista se baseia no apoio inequívoco a dois princípios básicos — a autonomia e a segurança do Estado de Israel e o direito de qualquer judeu a estabelecer-se ali (a chamada Lei do Regresso) — princípios que juntos proporcionam a garantia de uma nacionalidade judaica a qualquer judeu que dela necessite.


Messias, na teologia cristã, Cristo, o bendito. Era o nome hebreu para o libertador prometido à humanidade, papel assumido por Jesus e outorgado a ele pelos cristãos. Por seu uso teológico, o vocábulo terminou por aplicar-se em sentido amplo a qualquer esperado libertador de um país, de um povo, ou a um esperado redentor em qualquer das religiões não cristãs.


Cristo, termo grego empregado na versão helênica do Antigo Testamento para traduzir diferentes formas do verbo hebreu mashaj ("ungir", mais freqüente em sua forma nominal mashiaj, "o ungido", de onde provém o vocábulo latino "messias"). O costume de ungir uma pessoa outorgava-lhe o poder para exercer algum cargo importante. Entretanto, na evolução do conceito messiânico, o uso do termo restringiu-se ao redentor e restaurador da nação judaica (Cant. 2,2).

No Novo Testamento, a palavra Cristo se utiliza como nome comum ou nome próprio. Em ambas as acepções, aparece com ou sem artigo definido, sozinha ou associada a outros termos ou nomes. Quando se usa como nome próprio, e muitas vezes em outros casos também, designa Jesus de Nazaré, o esperado messias dos judeus. Ver também Cristianismo; Cristologia; Jesus Cristo; Messias.


Babilônia (cidade) (em babilônio: Bab-ilim ou Babil, ‘porta de Deus’), uma das cidades mais importantes da Antigüidade, cuja localização é assinalada, atualmente, por uma região de ruínas a leste do rio Eufrates, a 90 km ao sul de Bagdá, no Iraque. Babilônia foi a capital do Império Babilônico durante os milênios II e I a.C. Na Antigüidade, a cidade se beneficiava de sua posição na importante rota comercial terrestre que ligava o golfo Pérsico com o Mediterrâneo.


Holocausto, termo que, originariamente, designava um rito religioso no qual uma pessoa era queimada inteira. Ao ser usado como nome próprio, remete à política de extermínio dos judeus, residentes na Europa, desenvolvida pela Alemanha nazista.

Ver também Progrom; Anti-semitismo.

Quando o regime nazista chegou ao poder, em janeiro de 1933, adotou de imediato medidas sistemáticas contra os judeus, considerados como não pertencentes à raça ariana (ver Nacional-socialismo). Os órgãos do governo, os bancos e o comércio uniram esforços para afastá-los da vida econômica. A transferência contratual de empresas judias a novos proprietários alemães recebia o nome de ‘arianização’. Em novembro de 1938 todas as sinagogas da Alemanha foram incendiadas, destruídas as lojas de comerciantes judeus e milhares deles aprisionados. Este acontecimento, conhecido como a Noite dos Cristais (Kristallnacht) marcou o início da política de extermínio da raça judia na Europa.

Ao ter início a II Guerra Mundial, o exército alemão ocupou a metade ocidental da Polônia. Os judeus poloneses foram obrigados a transferir-se para guetos que já se assemelhavam a campos de concentração. Em junho de 1941, os exércitos alemães invadiram a União de Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), realizando execuções em massa de judeus no território recém-ocupado. Um mês depois Hermann Wilhelm Goering ordenou a execução da ‘solução final da questão judaica’. E foi criado um novo método de extermínio: os campos de concentração.

Na Polônia foram construídos campos, equipados com instalações de gás com imensos crematórios para incinerar os corpos das vítimas, apagando vestígios do extermínio. As deportações foram realizadas em toda a Europa ocupada pelos alemães, muitas das quais gerando problemas políticos e administrativos. As mais numerosas aconteceram, durante o verão e o outono de 1942, para os campos de Kulmhof (Chelmno), Belzec, Sobibor, Treblinka, Lublin (Maydanek) e Auschwitz. O transporte das vítimas para os ‘ campos da morte’ era feito por trem e, sempre que possível, os alemães tomavam posse de todos os pertences dos deportados. O número de vítimas de Auschwitz ultrapassou a cifra de um milhão.

Ao terminar a guerra, milhões de judeus, eslavos, ciganos, homossexuais, testemunhas de jeová, comunistas e pessoas pertencentes a outros grupos haviam morrido no Holocausto. Mais de cinco milhões de judeus foram assassinados. Ao final da guerra inúmeros dirigentes nazistas foram condenados, alguns executados, por um Tribunal Internacional de Crimes de Guerra e, três anos depois, foi criado o Estado de Israel. Ver Julgamentos por crimes de guerra.


Cigano, povo de comunidades e muito unido, com uma herança biológica, cultural e lingüística comum. Atualmente, encontra-se disperso em pequenos grupos por todo o mundo. Os ciganos vivem na Europa há mais de 500 anos, porém até finais do século XVIII não se logrou identificar definitivamente sua pátria no noroeste da Índia, o que ocorreu ao descobrir-se a relação existente entre a língua cigana e os dialetos indo-europeus da tal região.

História

Parece que abandonaram sua pátria original ao norte da Índia em ordas sucessivas que começaram em princípios do século V. Entretanto, as migrações mais importantes partem no século XI, provavelmente como resultado das invasões muçulmanas no subcontinente asiático. Viajaram a princípio para o oeste, atravessaram o Irã até a Ásia Menor e o Império Bizantino; dali a maioria continuou até a Europa, através da Grécia, no início do século XIV. No começo do século XVI, haviam chegado a todos os rincões do continente, inclusive a Rússia, Escandinávia, as ilhas Britânicas e a Espanha.

Distribuição atual

O número total de ciganos no mundo é de vários milhões. Só na Europa calcula-se que haja entre 12 a 12,5 milhões. Os dados não são exatos porque muitos não estão registrados. As maiores concentrações se dão nos Balcãs (especialmente Romênia), Europa Central e nas repúblicas resultantes da antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Existem grupos menores dispersos pela Europa Ocidental, Oriente Médio, norte da África e América.

Cultura e costumes

Devido à dispersão dos ciganos, sua cultura e organização social varia amplamente. Sem dúvida, uma das características que se sobressai em qualquer parte é seu arraigado sentido de coesão de grupo e de exclusividade, bem como o marcado caráter sagrado das tradições ciganas em contraposição às do mundo exterior.


Testemunhas de Jeová, seita cristã, fundada em 1872 em Pittsburgh, Pennsylvania, pelo pastor americano Charles Taze Russell. Acreditam na segunda vinda de Cristo; consideram-se seguidores do cristianismo primitivo e cada testemunha é um pastor. Insistem no conhecimento da Bíblia e em sua absoluta obediência, reconhecem lealdade somente ao Reino de Jesus Cristo, por isso se negam a saudar qualquer bandeira, votar ou prestar o serviço militar.


Espírito Santo (religião), na fé cristã, a terceira pessoa da Trindade, formada também por Deus Pai e Deus Filho.

Se o Espírito Santo procede somente do Pai, ou também do Filho, é tema que tem servido de fonte de polêmicas, excomunhões e heresias. Foi o que ocorreu com a expressão filioque do credo: "o Espírito Santo procede do Padre e do Filho", que provocou a separação entre a cristandade oriental e a ocidental.

O Espírito Santo é considerado o santificador, que dirige e guia a Igreja e seus membros.


Apóstolo, cada um dos 12 discípulos que Jesus Cristo enviou a pregar o Evangelho e atuar em seu nome. Os 12 eram: Pedro, André, Tiago o Maior, João, Felipe, Bartolomeu, Tomás, Mateus, Tiago o Menor, Tadeu, Simão e Judas Iscariotes.


Fariseus, seita ou escola de pensamento judeu do século II a.C. Basearam sua identidade em resistir às influências estrangeiras que ameaçavam a sagrada religião de seus pais. Desejavam que o Estado fosse regido pela lei divina. Sua doutrina se baseava no judaísmo ético e espiritual que permitiu à religião sobreviver à destruição do Templo de Jerusalém (70 d.C.) e, mais tarde, se transformou na forma dominante do judaísmo.


Pedro, São (?- 64), principal discípulo de Jesus Cristo, apóstolo e missionário da primitiva Igreja cristã. Seu nome verdadeiro era Simão e, segundo a tradição, foi o primeiro bispo de Roma, onde morreu martirizado.

As fontes de informação sobre Pedro encontram-se nas epístolas de São Paulo, escritas entre os anos 50 e 60; nos quatro evangelhos canônicos, nos Atos dos Apóstolos — escritos entre o ano 65 e fim do século I —, nas epístolas canônicas das quais foi autor mas escritas, provavelmente, por outra pessoa, no século II.

Várias crenças sobre São Pedro encontram-se nestas fontes, entre elas de que foi o foi porta-voz dos 12 apóstolos, negou ser discípulo de Jesus quando prenderam Jesus, foi o primeiro a ver Jesus ressuscitado e recebeu o encargo de fundar a Igreja e pregar o Evangelho entre os compatriotas judeus.

Segundo a teoria da sucessão apostólica, os bispos de Roma (papas) são sucessores de Pedro. A partir do século XI, quando a Igreja oriental negou a autoridade do papa, a teoria da sucessão passou a ser contestada, tornando-se uma das principais causas da Reforma protestante do século XVI.

OBS.: como Pedro, pode ser SANTO ou o PRINCIPAL DISCÍPULO se ele mesmo, de acordo com a Bíblia, NEGOU e TRAIU Jesus Cristo três (3) vezes no momento que o Cristo mais precisou?


Papa, título eclesiástico cristão que demonstra afeto e respeito e, desde o século XVIII, é reconhecido no Ocidente como de uso exclusivo do bispo de Roma, cabeça da Igreja Católica e possuidor dos direitos do papado.


Bispo, nas igrejas cristãs, o sacerdote principal, governador e docente de uma ou várias igrejas de determinada zona geográfica. Nas igrejas católicas, ortodoxas orientais e maioria das anglicanas, o bispo tem o sacerdócio pleno, implicando poderes ministeriais.

Segundo a teoria da sucessão apostólica, adotada por estas igrejas, a ordenação episcopal foi instituída quando os apóstolos elegeram seus sucessores.

O bispo é o governador eclesiástico da diocese e responsável pelo bem-estar espiritual de todos os crentes. Tem o poder de ordenar bispos, sacerdotes e diáconos. No ritual da igreja católica apostólica romana e também da anglicana, o bispo é o ministro do sacramento da crisma.


Sacerdote, pessoa consagrada ao serviço de uma divindade e através da qual o culto, a oração, o sacrifício e outras cerimônias são oferecidos como veículo de adoração, perdão, bênção ou libertação obtida para o crente. Na Igreja Católica Apostólica Romana, na ortodoxa ocidental e na anglicana, o sacerdote celebra a missa e administra os sacramentos, salvo as ordens sagradas (reservadas ao bispo).


Diocese, na Igreja cristã, território sobre o qual um bispo exerce jurisdição eclesiástica. O termo foi primeiramente aplicado a várias igrejas metropolitanas ou provinciais (paróquias), cada uma a cargo de um arcebispo.


Judas Iscariotes (morto em torno de 28 d.C.), no Novo Testamento, o apóstolo que traiu Jesus Cristo diante do sinédrio. Segundo os Evangelhos de Mateus e Marcos, foi a cobiça que o levou a trair Jesus por 30 moedas de prata e entregá-lo ao sumo sacerdote (Mt. 26,21,46,49). Quando Judas viu as conseqüências de sua ação, suicidou-se, atormentado pelo remorso. O Novo Testamento contém duas versões distintas para sua morte (Mt. 27,3-5; Heb. 1,16-20).

Para alguns, o termo "Iscariot" seria uma forma de diferenciar o apóstolo traidor de Judas Tadeu e significaria "habitante de Cariot", aldeia de Judá. Contudo, há outros para os quais o termo quer dizer "hipócrita".


Caifás (fl. 18-37 d.C.), sumo sacerdote judeu que presidiu o processo de Jesus Cristo. Optou por condená-lo à morte alegando razões de conveniência (João 11, 47-53).


Pilatos, Pôncio (século I), procurador da província imperial da Judéia do ano 26 até o 36. É conhecido por sua intervenção no julgamento e na execução de Jesus. No ano 36 foi chamado a Roma e, segundo o teólogo Eusébio da Cesaréia, acabou se suicidando. A igreja cristã do Egito o venera como mártir.


Eusébio de Cesaréia (260-340), teólogo, historiador eclesiástico e erudito, nascido, provavelmente, na Palestina. Por volta de 314 d.C., tornou-se bispo de Cesaréia e líder dos arianos moderados, um grupo contrário à discussão sobre a natureza da Trindade. Escreveu os Cânones Eusebianos, sistema referencial para os Evangelhos. Foi, também, autor de História do mundo (c. 303) e, em 324, de Crônica, uma história da Igreja cristã.


Cristologia, ramo da teologia cristã que trata de Cristo e suas relações com Deus e os homens. A cristologia centra sua atenção na resposta humana ao fenômeno Jesus.

Dentro do Novo Testamento, é possível distinguir quatro padrões primitivos do pensamento cristológico. O mais antigo tem dois dois ângulos: Jesus como profeta do final dos tempos, a serviço de Deus, e como Messias, Filho do Homem.

Na segunda formulação, o Jesus terreno foi considerado um profeta, servo dos últimos dias. Ao mesmo tempo proclamado como Senhor, Cristo e Filho de Deus na sua ressurreição e exaltação.

No terceiro padrão, os títulos posteriores à ressurreição de Cristo foram aplicados a Jesus em sua vida terrena. O propósito era articular a conexão entre o ministério terreno de Jesus e seu papel como salvador.

No quarto padrão, expressado nos hinos cristológicos da Igreja helenístico-judia (corrente dentro do judaísmo mais ligada ao helenismo), Jesus era identificado com a sabedoria divina, o Logos.

A partir de Ignácio de Antióquia, no século II — e durante o Concílio da Calcedônia, no ano 451 — os pensadores cristãos se debateram diante de problemas lógicos apresentados à mentalidade grega pelo Novo Testamento: se o Filho é Deus e, mesmo assim, diferente do Pai, como pode ser Deus chamado de único? Se Jesus é divino, como pode ser humano? Uma segunda controvérsia envolvia o problema da unidade de Deus.

As perguntas relacionadas com a encarnação de Deus em Jesus provocaram muitas discussões. Os teólogos de Alexandria frisavam a divindade de Jesus às custas de sua humanidade (apolinarismo). De seus opositores da Escola da Antióquia, liderada pelo bispo Nestório, surgiu a heresia do nestorianismo durante o século V.


Pai-nosso, única fórmula de oração atribuída a Jesus Cristo no Novo Testamento. É a prece cristã mais rezada. Aparece de duas formas: numa, como parte dos ensinamentos sobre a oração, no Sermão da Montanha; na outra, como resposta ao pedido dos discípulos, "Senhor, ensina-nos a orar". Na Antigüidade, acrescentava-se à oração uma fórmula de louvor final; sua incorporação ao Pai-nosso é reforçada na versão da Didaké, manual breve para instruir os convertidos ao cristianismo.

Depois do batismo, a oração do Senhor é o laço de unidade mais conhecido entre os cristãos de todas as condições e se recita sempre em reuniões ecumênicas.


Oração, na religião, o ato de comunhão de uma pessoa com Deus, ou com qualquer outro elemento de culto, e as palavras empregadas para este fim. É o resultado natural da crença numa divindade. A oração cristã inclui, geralmente, a invocação, o louvor, a ação de graças, a petição (para si e para outros), a confissão e um pedido de perdão.


Confissão (teologia), na teologia judaica e cristã, reconhecimento dos pecados diante de Deus com o fim de obter a absolvição.

Na tradição cristã, a confissão tomou uma das duas formas seguintes: a confissão privada dos pecados diante de um sacerdote; e a confissão pública diante da congregação. Espera-se que os membros da Igreja confessem seus pecados graves ao menos uma vez por ano. O compromisso da confissão obriga o confessor a não divulgar os segredos confessados.


Paulo, São (33-62), primeiro teólogo da Igreja, considerado o maior missionário da cristandade, também chamado o Apóstolo dos Gentios. Nasceu em Tarso, hoje Turquia, e chamava-se Saulo. Mais tarde, adotou o nome latino de Paulo. Fariseu, Paulo foi educado na Lei dos hebreus. Defensor do judaísmo ortodoxo (Gál. 1;14 e Filip. 3;6), Paulo perseguia a Igreja cristã por considerá-la uma seita judaica. Converteu-se ao cristianismo após ter uma visão de Jesus (Heb. 9,1,19; 22,5,16; 26,12,18). No relato contido nos Atos dos Apóstolos consta que Paulo realizou três viagens missionárias, foi preso e condenado à morte em Jerusalém, após distúrbios provocados por seus antagonistas judeus (ver Heb. 20,24;20,38).

O Novo Testamento contém 13 epístolas atribuídas a Paulo, das quais é quase certo que sete foram escritas por ele: I Tessalonicences, I Corintos, II Corintos, Romanos, Filipenses e Filêmon. Estas cartas constituem a principal fonte de referências sobre sua vida.

Teologia

Os aspectos essenciais do pensamento paulino são difíceis de resumir.

Retoma o esquema básico da especulação apocalíptica dos hebreus que postula duas idades: a antiga, sob o domínio de Satã, e a nova era, que Deus assinalaria no futuro. Para Paulo, a nova era já teria sido inaugurada com a vinda de Jesus Cristo, embora o poder do pecado ainda não houvesse se extinguido. O fim do mal está ligado ao Espirito Santo, dádiva de Deus.

Acredita-se que seu pensamento tenha sido, logo no início, ofuscado por outras doutrinas teológicas. De fato, só seria recuperado no século V, por Santo Agostinho de Hipona e, depois, no século XVI, por Martinho Lutero. No século XX a obra dos teólogos alemães Karl Barth e Ernest Kasemann renovou o interesse pela doutrina paulina.


Atos dos Apóstolos, quinto livro do Novo Testamento cujo autor pode ser Lucas. Segunda parte de uma obra histórica em que o primeiro volume é o Evangelho segundo São Lucas. Atos dos Apóstolos é o relato da evolução da Igreja cristã sob o impulso do Espírito Santo. O Espírito Santo é uma figura tão proeminente neste livro, que, em certas ocasiões, é denominado Evangelho do Espírito. Diversos estudos críticos levam a crer que os dois volumes de Lucas foram escritos nas duas últimas décadas do século I.

Com um início que se superpõe ao final do Evangelho de Lucas, os Atos dos Apóstolos relata a história do nascimento da Igreja em Jerusalém (capítulos 1, 5), o martírio de Estêvão e a conversão de Paulo (capítulos 6 a 9), a conscientização de Pedro acerca da intenção de Deus em admitir gentios na Igreja (capítulos 10 a 12), as viagens missionárias de Paulo (capítulos 13 a 19), a última viagem de Paulo à Jerusalém (capítulos 20 e 21) e sua prisão, encarceramento e julgamento em Jerusalém e Cesaréia (capítulos 21 a 26). Por fim, narra a viagem de Paulo à Itália e seu confinamento numa prisão romana, onde aguardou julgamento de César (capítulos 27 e 28). Desta forma, os acontecimentos descritos no livro marcam a expansão da Igreja por todo o Império Romano, desde o nascimento, em Jerusalém, até a, então, capital do mundo, Roma.


Evangelho segundo São Lucas, terceiro livro do Novo Testamento.

A tradição da Igreja, que data este evangelho no final do século II, atribui sua autoria a "Lucas, o médico querido" (Col. 4,14), um dos "meus colaboradores" (Fil. 1, 24) mencionado por São Paulo. A mesma tradição também considera Lucas o autor de Atos dos Apóstolos que, juntamente com o Evangelho que leva seu nome, costuma ser considerado uma obra maior nos primeiros anos do cristianismo. A maioria dos especialistas modernos aceitam que Lucas é o autor de ambos os livros, embora alguns, — devido à contradição entre as cartas de Paulo e o que dele se conta em Atos dos Apóstolos —, duvidem que Lucas e Paulo estivessem estreitamente associados durante a obra missionária deste último.

Atualmente, acredita-se que o Evangelho de Lucas foi escrito na década de 70 a 80 d.C.

Conteúdo

O contexto de Lucas é o mesmo do Evangelho de São Marcos. Mas Lucas ampliou o relato de Marcos através de duas importantes interpolações (Lc.6,20;8,3; 9;51,18,14).

O Evangelho de Lucas pode ser dividido em seis seções:

– prólogo (1,1-4)

– relatos do nascimento e infância de Jesus (1,5-2,52)

– o ministério de Jesus na Galiléia (3,1-9,50)

– a viagem de Jesus à Galiléia e Jerusalém (9,51-19,48)

– a pregação em Jerusalém (20-21)

– paixão, ressurreição e ascensão de Jesus(22-24)

O prólogo, onde Lucas expõe suas razões para escrever o Evangelho e a autoridade para fazê-lo, está dirigido ao "ilustre Teófilo" (1,3).

A narração de Lucas sobre o nascimento e infância de Jesus foi a mais importante para dar forma à celebração cristã do Natal. Desta parte foram retirados os grandes hinos conhecidos como Magnificat (1;46,55) e Benedictus (1;68,79).

O relato de Lucas a respeito do ministério de Jesus na Galiléia é similar, com poucas exceções, ao do Evangelho de Marcos.

Por outro lado, em Lucas, a descrição da viagem de Jesus até Jerusalém, atravessando a Samaria (9,51;19,48) contém informações que não aparecem nem em Marcos, nem em Mateus. É, sobretudo, esta parte - denominada, por numerosos especialistas, "seção especial de Lucas" - a que oferece as qualidades distintivas deste Evangelho.

Para seus relatos acerca do ministério de Jesus em Jerusalém (Lc. 20-21) e da Paixão e Ressurreição (Lc.22-24), Lucas volta a recorrer a Marcos, acrescentando à narração apenas as últimas palavras de Jesus aos discípulos (Lc.22;21,38), suas palavras a caminho da cruz (Lc.23;28,31), as palavras dos dois ladrões crucificados (Lc.23;39,43), as aparições de Cristo ressuscitado no caminho de Emaús e em Jerusalém (Lc.24;13,49) e a Ascensão de Jesus (Lc.24;50,53).

O Evangelho de Lucas foi escrito para os gentios. O objetivo declarado do evangelista é a universalidade. Lucas, — mais que Mateus e Marcos —, tenta situar a pessoa e o ministério de Jesus dentro do tempo e do mundo.


Lucas, São (século I d.C.), no Novo Testamento, amigo de São Paulo e, ao que parece, bastante fiel durante o período de encarceramento do apóstolo. (Rom. 16,21; 1Tim. 4,11). Segundo a tradição eclesiástica, foi médico e autor do livro Atos dos apóstolos e do terceiro evangelho sinóptico.


Bizantino, Império, parte oriental do Império Romano, que sobreviveu à queda do Império do Ocidente no século V d.C. Sua capital era Constantinopla (a atual Istambul) que foi convertida na capital do Império Romano do Oriente no ano 330, depois que Constantino I o Grande, fundou-a no lugar da antiga cidade de Bizâncio, dando-lhe seu próprio nome. Foi a capital das províncias romanas orientais, ou seja, daquelas áreas do Império localizadas no sudeste de Europa, sudoeste da Ásia e na parte nordeste de África, que também incluíam os países atuais da península Balcânica, Turquia ocidental, Síria, Jordânia, Israel, Líbano, Chipre, Egito e a região mais oriental da Líbia. Seus imperadores consideraram os limites geográficos do Império Romano como os seus próprios e buscaram em Roma suas tradições, seus símbolos e suas instituições.

O imperador Justiniano I e sua esposa, Teodora, tentaram restaurar a antiga suntuosidade e os limites geográficos do Império Romano.

O Império sobreviveu às migrações e incursões dos godos e dos hunos durante os séculos V e VI. No século VII, o imperador Heráclio I acabou com um grande período de guerras com os persas, recuperando a Síria ocupada pelos persas, a Palestina e o Egito. Constantinopla agüentou grandes cercos por parte dos árabes na década de 670 e durante os anos 717 e 718.

No início do século IX, o Império Bizantino experimentou uma grande recuperação, alcançando sua plenitude sob o duradouro reinado da dinastia macedônica, que começou com seu fundador, o imperador Basílio I. A vida intelectual reviveu. O renascimento cultural foi acompanhado por um retorno consciente aos modelos clássicos na arte e na literatura.

O maior imperador macedônico foi Basílio II, que reprimiu vigorosamente uma abrangente rebelião búlgara (1014) e ampliou seu controle até os principados independentes da Armênia e Geórgia.

Em 1071, os Seljúcidas invadiram a maior parte da Ásia Menor bizantina. Os bizantinos perderam suas últimas possessões na Itália e foram separados do Ocidente cristão devido ao cisma de 1054 aberto entre a Igreja ortodoxa e o Papado.

O imperador Aleixo I Comneno, fundador da dinastia dos Comnenos, pediu ajuda ao Papa contra os turcos. A Europa Ocidental respondeu com a primeira Cruzada (1096-1099). Embora, em um primeiro momento, o Império tenha se beneficiado das Cruzadas, recuperando alguns territórios na Ásia Menor, estas precipitaram sua decadência. O imperador Miguel VIII, Paleólogo, recuperou Constantinopla das mãos dos latinos em 1261 e fundou a dinastia dos Paleólogos, que governaram até 1453. Os turcos otomanos, em plena ascensão, conquistaram o resto da Ásia Menor bizantina no princípio do século XIV. Depois de 1354, ocuparam os Balcãs e finalmente tomaram Constantinopla, o que representou o fim do Império em 1453.

Contudo, a tradição intelectual bizantina não morreu em 1453: os eruditos bizantinos que visitaram a Itália durante os séculos XIV e XV, exerceram uma forte influência sobre o Renascimento italiano.


Inquisição, instituição judicial criada, na Idade Média, para localizar, processar e sentenciar às pessoas culpadas de heresia.

No século XII, como resposta à heresia albigense, o papa Inocêncio III organizou uma cruzada contra esta comunidade. No entanto, não foi muito eficaz. A Inquisição oficializou-se em 1231, no papado de Gregório IX. Os inquisidores eram franciscanos ou dominicanos, nomeados diretamente pelo papa.

Os acusados eram obrigados, sob juramento e tortura, a concordar com as acusações, tornando-se, assim, seus próprios acusadores. O depoimento de duas testemunhas bastava como prova de culpabilidade. Em 1252, o papa institui a prática da tortura para obter a verdade dos suspeitos. Caso o hereje se apresentasse por vontade própria, os castigos seriam menores.

Os castigos e sentenças se proclamavam, em cerimônia pública, no fim do processo (Auto-de-Fé). Os castigos podiam ser uma peregrinação, um suplício, uma multa, o confisco das propriedades, detenção, prisão perpétua ou morte. Uma vez que os albigenses foram controlados, em fins do século XIV, a atividade da Inquisição arrefeceu.

Em 1542, alarmado pela difusão do protestantismo, o papa Paulo III recrudesceu a Inquisição e estabeleceu o Tribunal do Santo Ofício. Mais livre do controle episcopal que seu predecessor Gregório IX, Paulo III começou a se preocupar com a ortodoxia dos textos teológicos e eclesiásticos.

Em 1555, o papa Paulo IV empreendeu violenta perseguição contra suspeitos de heresia, incluindo bispos e cardeais. Em 1559, elaborou a primeira listagem de livros que atentavam contra a fé e a moral: O Índice de livros proibidos (Index livrorum proibitorum).

A Inquisição espanhola que, como as inquisições de muitos países europeus, já vinha acontecendo há mais de um século, formalizou-se em 1478, através de um decreto dos reis Fernando V e Isabel I. Tinha o objetivo de se ocupar do problema dos judeus e, mais tarde, dos muçulmanos convertidos ao cristianismo. A Inquisição espanhola foi um poderoso instrumento nas mãos do Estado, servindo mais a este do que à Igreja. Tornou-se, também, conhecida pela crueldade e obscurantismo. O Dominicano Tomás de Torquemada, o mais famoso inquisidor-mor, executou milhares de supostos herejes. A Inquisição acabou na Espanha em 1843.

Portugal repetiu o mesmo processo de violência inquisitorial. Os judeus espanhóis, fugindo da perseguição e da morte que os ameaçava na Espanha, atravessaram a fronteira após pagarem, por cabeça, uma soma em dinheiro ao rei D. Manuel I. Mais tarde, estes judeus foram submetidos ao batismo forçado e as crianças separadas de seus pais e levadas para os arquipélagos de Açores e Madeira para, junto a casais católicos, cresceram na fé cristã. Portugal instalou seu Tribunal do Santo Ofício no Rossio, em Lisboa, e repetiu o drama de autos-de-fé encerrados com seres humanos na fogueira. Se o acusado, antes de o fogo ser aceso, confessasse sua culpa, era garroteado para não ser queimado vivo. Mesmo assim, as chamas cumpriam seu papel de acabar de purgar os pecados e o fogo era aceso para consumir o corpo. Até meados do século XVIII, a inquisição funcionou em Portugal, mantendo a penalização de matar, garroteado ou queimado, os suspeitos de serem judaizantes ou heréticos.

Calcula-se que a Inquisição, que pode ser considerada o movimento fundamentalista cristão, matou cerca de 350 mil pessoas na Europa.


Dogma, declaração de uma doutrina religiosa formulada de modo autoritário e preciso, que se expõe não para ser discutida, mas para crer-se nela. Para ser qualificada como tal, tem de preencher duas condições: ser derivada da revelação e ser promulgada por alguma grande autoridade eclesiástica. Há dogmas que são obrigatórios somente dentro da Igreja católica, como os dogmas marianos da Imaculada Conceição e o da Assunção, e o dogma da infalibilidade do papa.


Heresia, doutrina oposta ao dogma de uma religião.


Adocionismo, heresia cristã semelhante ao nestorianismo, que sustentava que Cristo como homem só foi aceito por ser o primeiro Filho nascido de Deus.


Albigenses, seguidores da heresia mais importante dentro da Igreja católica durante a idade média. Devem seu nome à cidade de Albi, na França. Eram seguidores do sistema maniqueísta dualístico: existência independente de dois deuses, um do bem (Jesus Cristo) e outro do mal (Satã). Estavam divididos em dois grupos, os simples crentes e os "perfeitos". Estes se obrigavam a levar vidas de um ascetismo extremo. Os simples crentes podiam aspirar à perfeição depois de um longo e duro período de iniciação. O papa Inocêncio III lançou a Cruzada albigense (1209-1229), que reprimiu seus seguidores de forma brutal. Só pequenos grupos sobreviveram e, mesmo assim, logo foram perseguidos pela Inquisição até fins do século XIV. Ver Dualismo; Maniqueísmo; Cátaros.


Arianismo, heresia cristã do século IV d.C. que negava a divindade suprema de Jesus Cristo. Recebeu o nome de arianismo por ter sido criada pelo religioso egípcio Ário.

Segundo o arianismo, o Filho de Deus, segunda pessoa da Trindade, não tinha a mesma essência do Pai, sendo uma divindade de segunda ordem já que nascera mortal.

Os ensinamentos de Ário foram condenados no primeiro concílio de Nicéia, onde se redigiu um credo estabelecendo que o Filho de Deus era "concebido e não feito", consubstancial ao Pai.

As lutas internas dividiram os arianos. Os moderados concordaram com o credo de Nicéia mas se mantiveram céticos quanto ao termo "consubstancial". Os neo-arianos defendiam que o Filho tinha uma essência diferente da do Pai. No Concílio de Constantinopla, celebrado em 381, a ortodoxia de Nicéia foi reafirmada.

O arianismo teve muita força entre os visigodos espanhóis. O rei Leovigildo mandou executar seu próprio filho Hermenegildo por este ter abjurado de sua fé ariana.


Docetismo, remota heresia cristã que afirmava que Jesus Cristo tinha apenas aparência física. A doutrina adotou várias formas: alguns defensores negaram categoricamente qualquer humanidade verdadeira em Cristo; outros admitiram sua encarnação, mas não seu sofrimento. Esta negação da realidade física de Cristo resultou do dualismo.


Monotelismo, doutrina cristã do século VII, segundo a qual Cristo possuía duas naturezas distintas, a divina e a humana, as quais se manifestavam em uma só vontade ou atividade. Foi declarada heresia pelo III Concílio de Constantinopla, no ano 680. O concílio declarou que pelo fato mesmo de existirem em Cristo duas naturezas, há também duas vontades, uma humana e outra divina, e que a primeira está subordinada à segunda.


Pelagianismo, na teologia cristã, heresia racionalista e naturalista formulada pelo Pelágio. Aponta a graça e a moral como elementos enfatizantes da liberdade, decisivos para a perfeição humana. O pelagianismo minimiza, ou nega, a necessidade da graça divina ou da redenção. Nega, também, a existência do pecado original e dispensa as crianças do batismo.

No início de 412, Santo Agostinho de Hipona escreveu uma série de obras nas quais ataca a doutrina pelagiana. Nestas obras, Santo Agostinho elaborou suas próprias idéias. Pelágio foi acusado de heresia e absolvido no sínodo de Jerusalém. Mas voltou a ser condenado, em 418, pelo Concílio de Cartago.


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