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'AD' está de novo na ordem do dia! Seguindo a
actualmente muito apreciada lógica do 'pisca-pisca', também a 'AD', dia
sim, dia não, resolve arvorar-se em notícia de abertura dos telejornais! Embora
a tal 'AD' não seja Top Model, estrela de Hollywood ou 'cantorazita' ao melhor
estilo 'Girl Power', é um caso sério de popularidade e uma verdadeira arrasa
corações! Desperta as maiores paixões, provoca ódios difíceis de explicar,
conduz às mais inexperadas traições... Quase uma verdadeira Cleópatra
destinada a comandar o mundo... será? Mas
ilusões Hollywoodescas não se encaixam bem na realidade política
portuguesa... Afinal, o Dr. Durão Barroso não possui o génio de Cecil B. De
Mille e o Dr. Paulo Portas não tem, de todo, vocação para herói épico tipo
Charlton Heston! Por isso, mesmo que represente uma grande desilusão, temos que
aceitar a realidade... a AD não será certamente uma grande produção género
os «Os dez Mandamentos» (na melhor das hipóteses teremos uma tragicomédia género
'A mordida do lacrau venenoso'!) Para
nossa grande surpresa, a novíssima AD (porventura herdeira daquela que,
coitadinha, exalou o seu último suspiro há exactamente um ano!) é uma futura
alternativa ao Governo! Mas
não julguem que a AD junior se limita a ser uma cópia fiel da sua mãe tão
tragicamente desaparecida... Não! A jovem AD é muito mais do que uma mera
Alternativa Democrática! A AD é uma estratégia global, uma verdadeira
doutrina da salvação, uma filosofia integral! Se
não acreditam pensem comigo: faria sentido, 12 meses depois de ter chegado à
liderança do seu partido combatendo a AD 'mãe', o Dr. Durão Barroso vir agora
defender um clone da malograda
senhora? Claro
que não! A sua ideia é muito mais ambiciosa. Ele pretende construir uma dialéctica
política assente em pressupostos axiológicos e gnoseológicos do máximo
valor. Exactamente por isso é que o pobre senhor se revolta quando os
jornalistas lhe perguntam, com uma simplicidade assassina, se ele pretende fazer
renascer a velha AD. Claro que não! O Dr. Durão Barroso tem que lutar contra o
fatal 'simplismo' dos portugueses. Afinal, como pode uma pessoa explicar
filosofia da mais elaborada a quem só quer ouvir demagogia? Mas, apesar das
contrariedades, o Dr. Durão Barroso não pode desistir, deixar que a comunicação
social destrua os seus planos hercúleos. Mesmo que fique sozinho o Dr. Durão
Barroso ainda se pode assumir como líder do projecto AS. Ou seja, Alternativa
Solitária! A
única coisa que, no meio de tanto génio, ainda me espanta é porque será que
esta nova estratégia, do mais alto nível, adoptou o nome de AD. Afinal qual
será o motivo que leva a designar tão grandioso projecto com um nome que traz
tão trágicas memórias? Fazendo
um 'brainstorming' de todas significações latinas do vocábulo ad, concluo que
a AD adoptou esse nome por significar:
Uma estratégia sem rumo definido, uma vez que ad é a preposição usada para exprimir o lugar 'para onde'. Só podemos depreender que a AD anda à procura de uma orientação!;
Uma alternativa a prazo com uma morte pré
anunciada, isto porque ad também significa o tempo 'até que'. Podemos concluir
que a AD não sabe até quando conseguirá resistir aos Brutus deste
mundo!; No
entanto, com algum optimismo, avanço uma outra hipótese... A nova AD,
que ainda nem saiu do papel, é o verdadeiro caminho para a victoria, daí
que, se chame AD... No entanto, só para que as coisas fiquem mais claras e que
não haja confusões, talvez fosse melhor chamar-lhe AD Victoriam! Seria lindo,
não seria???
A. Guerreira 6
de Junho de 2000 |
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