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Intelig�ncia � prova

Quem nunca precisou se debru�ar sobre um teste de QI (quociente de intelig�ncia) vai achar a informa��o esdr�xula, mas o resultado desse tipo de prova pode salvar sua vida -literalmente, se voc� for um criminoso norte-americano. Desde junho do ano passado (2002), uma decis�o da Suprema Corte dos Estados Unidos pro�be a execu��o dos condenados � morte que fizerem 70 ou menos pontos no teste, valor considerado diagn�stico de retardo mental. O que os magistrados de Washington n�o sabem, por�m, � que o desempenho m�dio nos testes de QI tem aumentado at� 20 pontos por gera��o no mundo todo, de forma que a pessoa n�o muito esperta, mas normal, de ontem poderia facilmente ser considerada o deficiente mental de amanh�. Esse tipo de paradoxo est� levando psic�logos, educadores e cientistas sociais a questionar cada vez mais o que o tal quociente de intelig�ncia � realmente capaz de medir e sua rela��o com o conceito (cada vez mais fugidio) de intelig�ncia.

O pr�prio n�mero que costuma ser associado ao desempenho num teste de QI � mais amb�guo do que parece. Surgiram diversos tipos de teste desde que o psic�logo franc�s Alfred Binet (1857-1911) idealizou o primeiro deles, em 1905. O objetivo inicial era descobrir quais crian�as tinham capacidades mentais abaixo do normal e precisariam de educa��o especial. Com o passar do tempo, foi definida uma escala comparativa de desempenho, que sempre leva em conta a faixa et�ria de quem faz os testes. O desempenho da m�dia de um grupo da mesma idade � sempre 100, enquanto um desempenho igual ou menor a 70 pontos indicaria defici�ncia mental.

Muitos psic�logos postulam que, a partir dos testes, � poss�vel chegar ao chamado "fator g", uma medida de intelig�ncia pura que n�o dependeria do grau de treinamento ou da escolaridade da pessoa testada, mas representaria a faculdade mental respons�vel pela maior parte de um bom desempenho no teste ou em outras atividades. O grande problema dessa estrat�gia � que, conforme uma s�rie de estudos v�m demonstrando desde os anos 80, os desempenhos t�m melhorado em cerca de 15 a 20 pontos de gera��o em gera��o e na maioria dos pa�ses do mundo.

No centro da controv�rsia que essa descoberta intrigante tem alimentado est� o americano naturalizado neozeland�s James Flynn, 69, do Departamento de Estudos Pol�ticos da Universidade de Otago.  Ele � o descobridor do bizarro aumento nas pontua��es de QI, batizado de "efeito Flynn". Sob todos os aspectos, Flynn � um estranho no ninho: "Acredito que muitos problemas requerem uma combina��o de filosofia e ci�ncia social, e isso � especialmente verdadeiro na rela��o entre QI e ra�a", afirma. Diversos estudos nos EUA mostravam uma diferen�a m�dia de 15 pontos entre o QI de brancos e o de negros americanos, e isso motivou Flynn a tentar achar buracos nesses dados, que pareciam condenar os cidad�os de origem africana a um status geneticamente subalterno.

Flynn n�o achou o que procurava, mas acabou trope�ando num dado ainda mais precioso: pessoas que passavam raspando na m�dia (100 pontos) nos anos 70 faziam 108 pontos nos testes mais antigos. "Claramente, os americanos tinham ganhado oito pontos de QI num per�odo de 25 anos", afirma. O pesquisador neozeland�s foi em busca dos dados em diversos pa�ses e revelou uma surpresa ainda maior: um aumento por volta de 20 pontos em cada gera��o de 30 anos em 20 pa�ses (hoje, Flynn tem dados de 23). A lista inclui Holanda, B�lgica, Fran�a, Noruega, Argentina, Israel, Qu�nia, Brasil, China e todos os pa�ses de l�ngua inglesa.

Para Flynn, as implica��es da maleabilidade do QI levam a repensar o tal "fator g" e o pr�prio conceito de intelig�ncia. � isso que o uniu ao economista americano William Dickens, da Brookings Institution, em Washington. Dickens contou � Folha que se envolveu no debate sobre os testes de QI durante a controv�rsia que cercou o lan�amento do livro "The Bell Curve" (A Curva do Sino), de Richard Herrnstein e Charles Murray, em 1994.

Apresentando as estat�sticas que mostravam o atraso dos negros nos testes de QI, o livro classificava de in�til toda a pol�tica de cotas educacionais e a��o afirmativa para afro-americanos. "Escrevi um artigo refutando o livro, e meu editor pediu coment�rios de outros pesquisadores para public�-los junto com o meu texto. Sugeri o nome de Flynn, e come�amos a nos corresponder", afirma Dickens.

O modelo que a dupla est� desenvolvendo para explicar os ganhos maci�os de QI leva em conta principalmente as mudan�as sociais desde o come�o do s�culo 20. Flynn sugere que o aumento da escolaridade nas na��es industrializadas teve algo a ver com isso at� os anos 50, mas que o efeito desse processo deve ter cessado, porque os testes que medem o conte�do aprendido na escola tiveram um aumento desprez�vel na �ltima gera��o. Por outro lado, o fator por tr�s do desempenho batendo no teto pode estar relacionado ao aumento de ocupa��es que exigem mais iniciativas, a fam�lias menores que d�o mais aten��o e incentivo aos questionamentos infantis e ao aumento do lazer.

"As v�rias avalia��es s�o usadas dependendo do que voc� quer medir. Nem todos os pesquisadores acham o teste �til", diz Celso Goyos, do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de S�o Carlos (SP), que trabalha com crian�as que t�m dificuldades de aprendizado. A influ�ncia do ambiente nos resultados � uma tese com a qual a maioria dos especialistas concorda. De acordo com Irai Cristina Boccato Alves, 53, do Instituto de Psicologia da USP, "� preciso levar em conta a vida da pessoa e a sua condi��o f�sica e social", pondera a psic�loga. "A crian�a, por exemplo, tem de ser avisada previamente de que vai fazer o teste, porque isso influencia no tempo de rea��o dela �s quest�es", diz Olga Rolim, do Departamento de Psicologia da Unesp de Bauru (SP). Dickens diz n�o estar convencido de que n�o houve algum aumento real nos n�veis de intelig�ncia: "Temos visto um progresso enorme em in�meros campos num per�odo muito curto. Mas, se nosso modelo est� certo, o conceito do 'fator g' ter� de ser profundamente questionado. Nosso modelo mostra que os resultados podem ter mais a ver com a exig�ncia das habilidades por parte do ambiente do que com qualquer capacidade cognitiva inata", diz o economista. "Eu acredito que h� ganhos cognitivos reais", pondera Flynn. "Mas eles s�o surpreendentemente compartimentalizados! N�o d� para simplesmente descrev�-los como ganhos de intelig�ncia�.O neurocirurgi�o do Hospital das Cl�nicas da USP Joel Augusto Ribeiro Teixeira, 35, presidente da Mensa Brasil (sociedade internacional que re�ne pessoas de QI alto), concorda que a escolaridade e outros fatores externos podem tornar o �ndice male�vel, mas defende a validade dos testes. "� o �nico instrumento de medi��o que n�s temos. Todo o resto � subjetivo", afirma. Para o neurocirurgi�o, h� uma tend�ncia da sociedade de encarar a intelig�ncia como tabu. "A sociedade, inclusive os psic�logos, n�o quer comparar as pessoas. No fundo, todos querem ser considerados inteligentes", diz.

Reinaldo Jos� Lopes - Free-lance para a Folha de S.Paulo - Caderno Sinapse

 


Na onda do conhecimento

 

A import�ncia do conhecimento n�o � uma descoberta nova, pois ao longo da hist�ria mundial, poderemos constatar que desde �pocas remotas, os homens que se encontravam na vanguarda do conhecimento, destacavam-se dos demais. N�o era portanto desconhecido, o fato de que possuindo conhecimento, o triunfo poderia ser mais facilmente alcan�ado. O grande problema, foi que durante muitos s�culos, o acesso ao conhecimento ficou restrito a privilegiados, que n�o raro, utilizaram- no como meio de dom�nio e opress�o. 

O conhecimento foi, �, e sempre ser� uma trunfo competitivo de extremo poder, sendo considerado mais precioso do que os recursos naturais, ind�strias poderosas ou at� mesmo mais valioso do que o pr�prio dinheiro. 

H�, por�m, que atentar para a import�ncia n�o s� da aquisi��o, mas tamb�m para a necessidade da cria��o e transfer�ncia, lembrando que conhecimento sem a��o � nulo, ou melhor, nem pode ser considerado como tal.

Querido leitor, a excel�ncia da aptid�o mental est� manifesta em toda parte, e com certeza n�o d� para ficarmos alheios, caso contr�rio corremos o s�rio risco, de sermos exclu�dos do contexto. Que tal ent�o, navegarmos na Onda do Conhecimento?  

O que � afinal Conhecimento?

Penrose (1959) j� alertava para as dificuldades de abordagem do tema: "Os economistas..... descobriram que o tema do conhecimento � demasiadamente escorregadio para ser abordado" 

Sem sombra de d�vida, n�o � tarefa das mais f�ceis defini-lo, tendo em vista sua caracter�stica de intangibilidade. Entretanto, sem tecer outros coment�rios, apresentaremos a seguir defini��es de estudiosos sobre o tema: 

  • Segundo Plat�o, fil�sofo da Gr�cia Antiga. "conhecimento � a cren�a verdadeiramente justificada". (apud in Nonaka e Takeuchi , 1997 : 24)
  • Para Nonaka e Takeuchi (1997) "O conhecimento � um processo humano din�mico de justificar a cren�a pessoal com rela��o � verdade"
  • Sveiby (1998) baseado em Michael Polanyi e Ludwig Wittgenstein define conhecimento como "uma capacidade de agir".
  • Para os japoneses (apud in Nonaka e Takeuchi, 1997 : 33) "conhecimento significa sabedoria adquirida a partir da perspectiva da personalidade como um todo".
  • Dado, Informa��o, Conhecimento, Saber. Afinal, qual � a diferen�a entre eles?

Com a crescente dissemina��o da literatura acerca do tema , � muito comum haver uma certa confus�o com estas palavras que acabam sendo usadas como sin�nimos. Elas devem ser vistas como entidades distintas: 

Segundo Nonaka e Takeuchi (1997) a informa��o � um meio ou material necess�rio para extrair e construir o conhecimento, constituindo-se em um fluxo de mensagens. Assim, o conhecimento � criado por esse fluxo de informa��es, por�m ancorado nas cren�as e compromissos de seu detentor e est� diretamente relacionado � a��o humana : � sempre conhecimento com algum fim. 

Segundo Sveiby (1998) na teoria da informa��o e na ci�ncia da computa��o temos dois fen�menos distintos: a informa��o, em forma de n�meros, s�mbolos, fotos ou palavras exibidas em uma tela, e o conhecimento, que � o que a informa��o passa a ser depois de interpretada. O autor reconhece a no��o radical de que "a informa��o � desprovida de significado e vale pouco", acrescentando que o valor n�o est� na informa��o armazenada, mas na cria��o do conhecimento de que ela pode fazer parte.

Resumidamente faremos uma distin��o entre os termos mencionados: 

Dado � um registro a respeito de um determinado evento (um sinal) para o sistema

Informa��o � um conjunto de dados com um determinado significado para o sistema

Conhecimento � a informa��o que, devidamente tratada, muda o comportamento do sistema.

Saber � um conjunto de conhecimentos a respeito de um determinado tema utilizado para a resolu��o de problemas no sistema.

Este surpreendente Conhecimento!

"...O pensamento � vol�vel, intang�vel, indestrut�vel. Est� no ar que respiramos. Na �poca da arquitetura, o pensamento se tornou uma montanha, e se apoderava audaciosamente de uma era ou de um lugar. Agora, torna-se um bando de p�ssaros que se espalham pelos quatro ventos do para�so, e ocupam ao mesmo tempo todos os pontos do ar e do espa�o...� poss�vel demolir uma pilha. Mas como destruir a onipresen�a?" (Victor Hugo)

O conhecimento, possui caracter�sticas t�o maravilhosas e surpreendentes que, ao pensarmos sobre elas, naturalmente sentimos a grandeza da cria��o divina: 

  • � intang�vel, impalp�vel, por�m sua exist�ncia � t�o poderosa, que transforma pessoas, organiza��es e pa�ses, deixando marcas indel�veis
  • Existe independente de espa�o, e por isto, o fato de o adquirirmos, n�o reduz absolutamente a nossa capacidade de obter mais. 
  • Curiosamente, quanto mais usamos, ao inv�s de se deteriorar, mais robusto fica
  • � m�gico, pois � fonte inesgot�vel, e mesmo abusando de seu uso, ainda assim, ele nunca se esgota 
  • N�o se adapta aos lan�amentos cont�beis, pois n�o se deprecia com o uso, ao contr�rio, se valoriza
  • � extremamente altru�sta e fiel, pois podemos do�-lo sem limites, e ainda assim, ele jamais nos deixar�. 
  • � vol�til e onipresente, adentrando em fronteiras, onde o tang�vel n�o pode passar e pode estar tamb�m em mais de um lugar ao mesmo tempo.
  • � valorizado com a abund�ncia, contrariando os ensinamentos de economia, que afirmam que o valor deriva da escassez 
  • � justo, n�o reconhecendo e n�o premiando os que guardam o conhecimento s� para si 

Querido leitor, este tal conhecimento, n�o parece mesmo algo de outro mundo? Por�m, lembremos, que por sua caracter�stica de obsolesc�ncia, � imprescind�vel que uma vez iniciado o processo, ele seja intermin�vel e atualizado continuamente.

Qu�o poderoso �s, Senhor Conhecimento!

H� muito se enfatiza a import�ncia e o poder do conhecimento: 

Nos disse Victor Hugo (romancista e poeta franc�s) que uma id�ia oportuna � mais importante que todo o poder armado do mundo.

Donald A Laird (1959 : 1) alertou-nos que "o grande desenvolvimento dos recursos materiais corria paralelo � lament�vel neglig�ncia quanto aos recursos mentais do homem". E acrescentou : "O pensamento humano! Eis a verdadeira fonte de toda a energia e de todo o poder social, econ�mico, industrial e individual!

Napoleon Hill j� na d�cada de 30, enfatizava que um c�rebro competente, vendido eficazmente representava uma forma muito mais desej�vel do capital. Segundo ele (1997 : 50) o poder humano � o conhecimento organizado que se expressa por meio de esfor�os inteligentes.

Peter Drucker ( 1993) por volta de 1960 cunhou os termos "trabalho do conhecimento" ou "trabalhador do conhecimento" e afirmou que na nova economia, o conhecimento n�o � apenas mais um recurso ao lado dos tradicionais fatores de produ��o � trabalho, capital e terra, mas sim atualmente, o �nico recurso significativo. Afirmou que o fato do conhecimento ter se tornado o recurso, muito mais do que apenas um recurso, � o que o torna singular na nova sociedade.

Toffler (apud in Nonaka e Takeuchi, 1997 : 5) afirma que o conhecimento � a fonte de poder da mais alta qualidade e a chave para a futura mudan�a de poder. Segundo o autor, o conhecimento passou de auxiliar do poder monet�rio e da for�a f�sica � sua pr�pria ess�ncia e � por isso que a batalha pelo controle do conhecimento e pelos meios de comunica��o, est� se acirrando no mundo inteiro. Ele acredita que o conhecimento � o substituto definitivo de outros recursos.

Quinn (1992) nos diz que o poder econ�mico e de produ��o de uma empresa moderna, est� mais em suas capacidades intelectuais e de servi�o, do que em seus ativos imobilizados, como terra, instala��es e equipamentos.

Brown (1992) argumentou que as organiza��es do futuro ser�o refinarias do conhecimento.

Segundo Stewart (1998) o conhecimento tornou-se um recurso econ�mico proeminente, mais importante do que a mat�ria-prima e mais importante muitas vezes, que o dinheiro.

At� o Papa Jo�o Paulo II (apud in Stweart, 1998: 11) reconheceu a import�ncia do conhecimento, escrevendo em sua enc�clica Centesimus Annus (1991) "Se antes a terra, e depois o capital, eram os fatores decisivos da produ��o...hoje, o fator decisivo � cada vez mais o homem em si, ou seja, seu conhecimento". 

Tipos de Conhecimento

Nonaka e Takeuchi (1997) classificam dois tipos de conhecimento: 

T�cito - � muito dif�cil de ser expresso por meio de palavras e � adquirido com a experi�ncia, de maneira pr�tica.. Segundo os autores, o aprendizado mais poderoso vem da experi�ncia direta. � subjetivo, pr�tico, an�logo.

Segundo Stweart (1998) a maior virtude do conhecimento t�cito � que ele � autom�tico, exigindo pouco ou nenhum tempo ou reflex�o. Por�m, ele pode apresentar tr�s problemas:

  • pode estar errado; 
  • � dif�cil modific�-lo; 
  • � dif�cil comunic�-lo.

Expl�cito- pode ser facilmente expresso em palavras, n�meros e pode ser prontamente transmitido entre pessoas, formalmente e sistematicamente. Envolve o conhecimento de fatos . � objetivo, te�rico, digital.

Conhecimento t�cito Conhecimento expl�cito
Subjetivo Objetivo
Da experi�ncia (corpo) Da racionalidade (mente)
Simult�neo (aqui e agora) Sequencial (l� e ent�o)
An�logo (pr�tica) Digital (teoria)

Fonte: Adaptado de Nonaka e Takeuchi (1997 : 67) 
 

"No princ�pio, criou Deus os c�us e a terra...e criou ... o homem � sua imagem... fez brotar ... a �rvore do conhecimento..." 

Tudo come�ou com um ato de cria��o. Deus criou os c�us e a terra e tudo mais e criou o homem e lhe deu intelig�ncia para continuar criando.

A cria��o do novo conhecimento come�a pelo indiv�duo, como observa Howard (1993) : "A cria��o do novo conhecimento.. na verdade, trata-se de uma atividade subjetiva e extremamente pessoal". 

O conhecimento � criado por pessoas e portanto uma organiza��o necessita de gente para criar. Entretanto, � imprescind�vel que as empresas ofere�am um contexto apropriado para gera��o do conhecimento, pois nenhuma das mais modernas pr�ticas de cria��o funcionar�, a n�o ser que as organiza��es criem um clima favor�vel para tal.

Uma organiza��o empresarial do mundo moderno em sintonia com a era do conhecimento deve desenvolver estruturas voltadas para o conhecimento e equipar-se com capacidades estrat�gicas para gerar o conhecimento de forma cont�nua. 

Segundo Nonaka e Takeuchi (1997) a cria��o e ac�mulo de conhecimento em n�vel organizacional ocorre por meio de um processo o qual eles denominam de "espiral do conhecimento", descrito atrav�s de cinco condi��es capacitadoras

Inten��o: � a aspira��o de uma organiza��o �s suas metas. Atua como um elemento regulador no processo de gera��o do conhecimento. Para criar conhecimento, as organiza��es devem estimular o compromisso de seus empregados, formulando e propondo uma inten��o organizacional.

Autonomia: todos os membros de uma organiza��o devem agir de forma aut�noma conforme as circunst�ncias, pois desta maneira a organiza��o amplia a chance de introduzir oportunidades inesperadas. Id�ias originais emanam de indiv�duos aut�nomos, difundem-se dentro da equipe, transformando-se ent�o em id�ias organizacionais.

Flutua��o e Caos Criativo: a flutua��o trata-se de uma ordem cujo padr�o � dif�cil de prever inicialmente. Quando � introduzida em uma organiza��o, seus membros enfrentam um "colapso" de rotinas, h�bitos ou estruturas cognitivas e t�m a oportunidade de reconsiderar o pensamento e perspectivas fundamentais. Esse processo cont�nuo de questionamento e reconsidera��o estimula a cria��o de conhecimento organizacional. Alguns chamam este fen�meno de cria��o da "ordem a partir do caos".

O caos criativo � gerado naturalmente quando a organiza��o enfrenta uma crise real ou pode ser gerado intencionalmente quando os l�deres tentam evocar um "sentido de crise".

Redund�ncia: � a exist�ncia de informa��es que transcendem as exig�ncias operacionais imediatas dos membros da organiza��o. O compartilhamento de informa��es redundantes promove o compartilhamento do conhecimento t�cito, pois os indiv�duos conseguem sentir o que os outros est�o tentando expressar. Deve-se estabelecer uma rela��o de compromisso entre a redund�ncia e a efici�ncia no processamento de informa��es. Uma forma objetiva � a proposta pelos sistemas de informa��o que criam verdadeiros mapas para o conhecimento organizacional.

Variedade de Requisitos: pode ser obtida de diferentes formas, organizacionalmente e no desenvolvimento dos recursos humanos. O importante � promover a interdisciplinaridade e multidisciplinaridade na resolu��o dos problemas impl�citos ao desenrolar do processo.

Criado o Conhecimento, ser� que � simples transferi-lo?

N�o, n�o � nada simples, porque na verdade temos dificuldade para exprimir com fidelidade aquilo que pensamos, at� porque , existem conceitos muito complexos para serem expressos por meio de palavras. Por esta raz�o utilizamos tamb�m os gestos corporais como um sistema de comunica��o. 

De acordo com Sveiby (1998) a transfer�ncia de conhecimento se d� atrav�s de duas maneiras: por meio da informa��o e/ou da tradi��o.

Informa��o: em muitos aspectos a informa��o � ideal para transmitir o conhecimento expl�cito: � r�pida, segura e independente de sua origem. Por�m, o risco � que o transmissor ou interlocutor atribua � informa��o algum tipo de significado de acordo com seu modelo mental de mundo. Cada interpreta��o � �nica para cada indiv�duo. Portanto, a informa��o � um m�todo n�o confi�vel de transfer�ncia de conhecimento, quando tratada a n�vel interpessoal, o que n�o ocorre quando articulada em um sistema computacional, por tratar-se de um consenso organizacional .

Tradi��o: segundo Polanyi (1966) � o processo no qual o aprendiz recria pessoalmente as habilidades do mestre. 

Consiste na transmiss�o de conhecimento do mestre para o aprendiz. Os mestres mostram aos aprendizes como se fazem as coisas, estes tentam imit�-los e, depois, os mestres julgam seus esfor�os. Gradativamente, os aprendizes aprendem a aplicar sozinhos as regras e adquirem mais profici�ncia.

J� est� comprovado que a compet�ncia � transmitida com mais efic�cia quando o receptor participa do processo, portanto este mecanismo continua sendo a melhor maneira de transferir compet�ncia. 

Donald Laird ( 1959) j� dizia que "� preciso fazer, para aprender. Quem faz aprende."
 

Informa��o Tradi��o

Transfere informa��es articuladas Transfere capacidades articuladas e n�o articuladas 

Independe do Indiv�duo Dependente e independente

Est�tica Din�mica 

R�pida Lenta

Codificada N�o codificada

F�cil distribui��o em massa Dif�cil distribui��o em massa 

Fonte: Sveiby (1998 � pg 54)

Nonaka e Takeuchi (1997) postularam quatro modos diferentes de convers�o do conhecimento ( intera��o entre conhecimento t�cito e expl�cito ): 

SOCIALIZA��O (t�cito para t�cito): � o lugar onde o processo de cria��o inicia. Atrav�s do compartilhamento das experi�ncias, da observa��o, imita��o e pr�tica . As experi�ncias face-a-face s�o a chave para a transfer�ncia do conhecimento t�cito. 

EXTERNALIZA��O( t�cito para expl�cito): � mais conscientemente constru�da. Modelos mentais individuais e habilidades s�o transformados em conceitos comuns. Dois processos ocorrem na intera��o: compartilhamento dos modelos mentais e a an�lise. O di�logo � a chave para tal convers�o e o uso de met�foras � uma habilidade requerida. 

COMBINA��O (expl�cito para expl�cito): � o processo de sistematiza��o de conceitos existentes em um novo sistema de conhecimentos. A combina��o de um novo conhecimento expl�cito com uma informa��o e conhecimentos pr� existentes gera e sistematiza o conhecimento expl�cito por toda a organiza��o..

INTERNALIZA��O (expl�cito para t�cito): consiste basicamente no exerc�cio continuado que enfatiza e treina certos modelos/padr�es. Focaliza o treino com mestres experientes e colegas. Em vez de ensinar baseado em an�lise, ensina pelo cont�nuo processo de auto aprimoramento., onde a ativa participa��o � enfatizada. 

Para ser considerado Conhecimento, tem que fazer diferen�a...caso contr�rio foi apenas uma tarefa in�til

Aprender, simplesmente por aprender, sem direcionar o aprendizado para um fim �til, � uma tarefa ingl�ria, pois n�o faz diferen�a para algu�m, para alguma organiza��o e muito menos para o mundo. Por isto, conhecimento pressup�e a��o.

Napoleon Hill (1997) h� muito tempo nos afirmou que todos os triunfos s�o baseados sobre o poder e que o poder � fruto do conhecimento organizado e expressado em termos de A��O. (grifo do autor)

Muitas correntes filos�ficas (apud in Nonaka e Takeuchi , 1997 : 29 a 31) contrariaram o dualismo cartesiano entre mente e corpo, enfatizando a import�ncia de alguma forma de intera��o entre o eu e o mundo externo na busca do conhecimento.. 

Segundo Nonaka e Takeuchi (1997) a base das empresas japonesas bem-sucedidas est� na compreens�o de conhecimento, que v� o corpo e a mente como um todo. 

Segundo Martin Heidegger (corrente fenomenol�gica) somos um "ser no mundo" "relacionados com alguma coisa", como "produzir algo" ou "fazer algo". Para ele h� um relacionamento �ntimo entre o conhecimento e a a��o.

O movimento filos�fico e liter�rio conhecido como "existencialismo" enfatiza que se quisermos conhecer o mundo, temos de agir rumo a um fim. Jean �Paul Sartre, existencialista franc�s afirmou: "Para a realidade humana, ser � um ato...o ato precisa ser definido por uma inten��o....Como a inten��o � uma escolha do fim e como o mundo se revela pela nossa conduta, � a escolha intencional do fim que revela o mundo"

Willian James (movimento pragm�tico) argumentou que, se uma id�ia funciona, � verdadeira, desde que fa�a diferen�a para a vida em termos de valor real, � significativa. Johen Dewey (Pragmatismo) argumentou que "as id�ias n�o t�m valor, exceto quando passam para as a��es que rearrumam e reconstroem de alguma forma, em menor ou maior medida, o mundo no qual vivemos". 

Ludwig Witgenstein (filosofia anal�tica) no final de sua vida afirmou que saber � uma a��o corporal com o desejo de proporcionar mudan�as no estado das coisas, e n�o uma postura de afastamento com rela��o ao mundo.

Nesta pequena est�ria, h� uma valiosa li��o que demonstra, que aquilo que poderia ter sido transformado em conhecimento, transformou-se, pura e simplesmente, em uma tarefa in�til. 
 
 
A tarefa in�til
( Henryk Bzdok � Letra Livre � Separata liter�ria n. 3 - ) 

"Perdido nas montanhas da Alb�nia, num vilarejo de poucos habitantes, vivia um homem que n�o necessitava trabalhar, por ter herdado alguns haveres de seu pai.

Viver na ociosidade , por�m, n�o era de seu feitio. E resolveu preencher o tempo gravando em forma de letra, os acontecimentos de sua terra.

Come�ou a transcrever, em grossos cadernos, fatos sem import�ncia do cotidiano da aldeia. Para tanto, dia ap�s dia, corria as ruas de ponta a ponta, ouvindo e anotando.

Anos decorridos, j� velho e cansado, a casa tornara-se um verdadeiro entulho de pap�is rabiscados. E aconteceu que, por neglig�ncia ou fatalidade, uma fagulha se alastrou, abra�ando, com l�ngua voraz, a papelada. Todo o acervo contido naquele reduto foi levado de rold�o. O fruto de anos e anos de trabalho destruiu-se em poucos instantes.

Depois do acontecido, abatido e melanc�lico, o escritor compreendeu a loucura de seu intento. Gastara uma exist�ncia num mister fatigante e sem valor, pois jamais a sua obra fora motivo de consulta por parte de seus concidad�os." 

Conclus�o

� inquestion�vel o fato de que estamos vivendo em uma �poca de mudan�as radicais e decisivas, onde o capital intelectual se transformou na nova riqueza das organiza��es e no fator mais importante de produ��o. 

Nestes novos tempos, onde a principal fonte de riqueza � o conhecimento, as empresas t�m a obriga��o de oferecer um contexto apropriado para as atividades de cria��o e transfer�ncia , apoiando-as e estimulando-as. 

� portanto, condi��o sine qua non aprender a administrar o conhecimento, mostrando como ele pode ser medido e gerenciado, para que as organiza��es possam tirar proveito e prosperar na era do conhecimento.

Sem d�vida alguma, progredimos bastante nestes �ltimos anos, mas ainda temos um longo caminho a percorrer. A hist�ria mal est� come�ando, porque apesar da tentativa de tornar esta id�ia generalizada, a grande verdade � que a maioria dos executivos ainda n�o atinou a sua grandeza , e muitos, nem ao menos sabem por onde come�ar. 

Por isto mesmo, caro leitor, n�o h� mais tempo a perder: � hora de mergulharmos de corpo e alma na onda do conhecimento.

Refer�ncias bibliogr�ficas

BROWN, J.S. Reflectioons on the Document Mimeografado, Xerox Palo Alto: Research Center, 1992.

BZDOK, Henryk. A tarefa in�til. In: Letralivre-separata liter�ria. n3. 1999

DRUCKER, Peter. Sociedade p�s-capitalista. S�o Paulo: Pioneira, 1993.

HILL, Napoleon. A lei do triunfo. 18 ed. Rio de Janeiro: Jos� Olympio, 1997.

HOWARD, R. The Learning Imperative: Managing People for Continuous Innovation. Boston: Harvard Business School Press, 1993. 

LAIRD, Donald A . O segredo da efici�ncia pessoal. S�o Paulo: Institui��o de Difus�o Cultural S.A, copyright 1925.

NONAKA, I.; TAKEUCHI, H. Cria��o do conhecimento na empresacomo as empresas japonesas geram a din�mica da inova��o. Rio de Janeiro: Campus, 1997.

PENROSE, E.T. The Theory of the Growth of the firm. Oxford: Brasil Blackwell, 1959. 

POLANYI, Michael . Personal Knowledge: Towards a Post-Critical Philosophy. Londres: Routledge & KEGAN Paul, 1958. 

_______. The tacit dimension. Londres: Routledge & Kegan Paul, 1966.

STEWART, T. A. Capital intelectuala nova vantagem competitiva das empresas. Rio de Janeiro : Campus, 1998.

SVEIBY, Karl Erik. A Nova riqueza das organiza��es. Rio de Janeiro : Campus, 1998.

 


"N�o basta dar os passos que nos devem levar um dia ao objetivo, cada passo deve ser ele pr�prio um objetivo em si mesmo, ao mesmo tempo que nos leva para diante."

Goethe, Johann


 

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" Os espinhos que me feriram foram produzidos pelo arbusto que plantei." (Byron)

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