Exercitai a vossa tolerância.
Pois ninguém perfeito caminha sobre a Terra. E não existe um dentre vós que algo não tenha a ser perdoado.
Vede que a ira irrefletida é como a água revolta, a afastar de vós aqueles que vos poderiam proporcionar o conforto do afeto. E a serenidade é como um manso lago, que a todos convida a mergulhar em suas águas cálidas.
Eis que os acontecimentos da vida não estão sob o vosso controle, e muitas vezes vos podem trazer desagradáveis surpresas. Entretanto, o mesmo não acontecem com as vossas reações; é de vós que depende o como as ireis enfrentar.
E eu vos asseguro que, enquanto o homem calmo sempre encontra o seu caminho, o afoito anda em círculos, ocupado a vociferar contra as suas próprias pegadas.
É quando vos procura a irritação, que a calma vos é mais necessária; mesmo porque ninguém necessita daquilo que lhe sobra.
É nos momentos mais críticos, que melhor se conhece o homem. Porque nada existe de grande naquele que a sorte bafeja, e indolente sorri à fresca sombra de uma árvore que não plantou.
Necessitais construir, a cada dia, a vossa vida.
E, assim como acontece ao construirdes as vossas casas, sempre haverá algo que não obedeça exatamente à vossa vontade. E não é sábio aquele que despreza tudo o que já construiu, por um detalhe que não lhe agrade.
Sede tolerantes, sempre. Ou não podereis esperar que o sejam convosco. Acaso ofereceríeis rosas, a quem vos trouxesse espinhos?
Buscai desenvolver a vossa compreensão. É através da compreensão dos seus irmãos, que o homem consegue compreender a si próprio; e é da compreensão de si mesmo, que brota a paz em vosso verdadeiro Eu.
Assim como o botão carrega a rosa, a compreensão traz em si a paz; o homem aceita muito mais facilmente as coisas que pode entender.
Por isto, deveis procurar entender os vossos irmãos. Ao conhecer as suas motivações, mais facilmente compreendereis os seus atos e as suas palavras.
Lembrai-vos, entretanto, de que só através do vosso verdadeiro Eu, conseguireis alcançar o verdadeiro Eu que se esconde em cada um dos vossos irmãos. Pois o homem não se mostra como é, mas como acredita que o devam ver.
E isto acontece porque temeis o sofrimento. E acreditais que, ao desnudar as vossas almas, abandonais as vossas defesas. E assim é, de fato; mas vos deveis perguntar se as defesas, que construís para afastar o sofrimento, não vos isolam, também, da felicidade.
Pois é sabido que são irmãos, o sofrimento e a felicidade. E não raras vezes as mesmas causas estão em suas origens. Assim, o que hoje vos faz sofrer pode ser o que ontem vos fez felizes.
E eu vos digo que, em verdade, ao vos afastardes de um também ao outro estareis evitando. Pois ambos, o sofrimento e a felicidade, não residem senão nos vossos sentimentos.
Aprendei a abrir as vossas defesas e oferecer o vosso verdadeiro Eu; este é o caminho para conhecer os vossos irmãos. Através dele, encontrareis a tolerância e a paz.
E, através delas, a felicidade.