PASTOR�LIA COM 3 LEITURAS
PARA SOLO DE AVENA
Anibal Be�a
meu cora��o toca arremato em pouso
m�sica de pasto linha de nervura
nervos de galope todo corpo � frouxo
na ravina clara todo corpo � f�ria
As l�nguas de fogo s�o galhos erguidos
incendeiam tufos tuas m�os ardentes
brasas de gram�nea regendo canteiros
amornam prim�cias e a secreta rosa
no rubro casulo desvela essa tosa
Um sol veste orgasmo nas ervas das �gua
e se p�e arco-�ris remato regato
e o jato de curva molhado rega�o
alavanca a arma t�o umida/mente
em forte arremesso sereno adorme�o
Anibal Be�a
O gato aparece � noite
com seu esquivo sil�ncio
de passos bem calculados
num jogo de paci�ncia
as garras bem recolhidas
na concha de suas patas
O gato passeia a noite
com seu manto de togado
como se fosse um juiz
de presas resignadas
� sua senten�a de sombras
seu apetite de gula
O gato varre essa noite
facho de suas vassouras
vermelhas de olhos ariscos
e alcan�a nessa limpeza
o movimento mais presto
o guincho mais desouvido
Mais que perfeito no bote
(tal qual Mistoffelees de Eliot)
do pulo que nunca ensina
tombam baratas besouros
peixes de aqu�rio catitas
ao paladar sibarita
Nada � noite falta ao gato
nem a presteza no salto
nem a eleg�ncia completa
do seu traje de veludo
para o baile dos telhados
ro�ando as f�meas no cio
O gato � ato em seu salto
e a noite luz do seu palco:
ribalta luciferina
lun�ria �ria da lua
na r�stia de seus dois gozos
� felix feliz felino
Guardei a s�tima estrofe
para o canto do mist�rio
das sete vidas do gato
e seu tapete aziago
nas noites de sexta-feira
h� provas do seu estrago.
