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POEMAS
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A CASA

Anibal Be�a


A casa � o personal�ssimo abrigo
constru�do na argamassa do inef�vel
entre cornijas evanescentes
para os andaimes do sonho

E nesse caso
o sonho � de t�o especial �
n�o se discute o gosto:
cada um
no seu cada qual

A casa
� o sobretudo da alma
de figurino �nico
talhada no corpo
por alfaiate exclusivo

Mesmo �quelas sem grife
(padronizadas em s�rie)
dos conjuntos populares
apenas com um toque
um simples vaso de a�ucenas
(debruado na janela)
um rendilhado
uma cor mais forte e
pronto:
a magia se completa
e h� quem diga:
- � a cara dos donos!

Mas h� uma arquitetura
(que n�o se p�e � mostra)
tecida em suas nervuras:
pequeno talhe de luz
de quem as habita

� o detalhe vivaz
como o �ltimo ramo
que os p�ssaros
- esses engenheiros do ar �
depositam nos ninhos
para o calor das horas

Aquilo
de quem se p�e na vida
e para ela se constr�i
num cotidiano de partilha

Bem assim
� esta casa
onde n�o se precisa
licen�a para entrar

S� uma exig�ncia se imp�e:
traga consigo
carinho paz e ternura

Tudo o mais � serventia da casa


CASA
                                
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