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Estudos bíblicos
Doutrina Cat�lica

VOZ DO PASTOR

D. Eug�nio de Ara�jo Sales

09/03/2001

Curso de Bispos

Anualmente, a Arquidiocese do Rio de Janeiro oferece um curso ao Episcopado Nacional. Trata-se de uma iniciativa estritamente pessoal, como gesto fraterno de colabora��o da Arquidiocese do Rio de Janeiro com os irm�os no Episcopado. O encerrado a 9 de fevereiro �ltimo foi o XI e teve por tema: �Igreja e Ecumenismo�, exposto pelo Cardeal Walter Kasper, at� ent�o Secret�rio do Pontif�cio Conselho pela Unidade dos Crist�os e hoje Presidente. Ele � conhecido entre n�s pelos seus livros de conte�do teol�gico, entre outros �Jesus, o Cristo� e �O Deus de Jesus Cristo�. O Bispo Angelo Scola, professor e pesquisador, Magn�fico Reitor da Universidade Lateranense, abordou aspectos fundamentais da Eclesiologia, dentro da qual se situa um aut�ntico esfor�o ecum�nico. Lan�ou luzes sobre o recente e oportuno documento da Congrega��o para a Doutrina da F� �Dominus Jesus�. Por ele, v�-se que a Igreja Cat�lica, sem trair nem nivelar o divino dep�sito da F� que Jesus nos legou, abre as portas a todos os homens. Nesse contexto, o Cardeal Dario Castrillon Hoyos, Prefeito da Congrega��o para o Clero, discorreu sobre algo fundamental � nossa Igreja, no cumprimento de sua miss�o: o relacionamento do bispo com o seu presbit�rio.

Inscreveram-se 136, entre Cardeais, Arcebispos e Bispos. Pareceu-me oportuno trazer ao conhecimento p�blico alguns t�picos desse rico material. Eles interessam a toda a comunidade e aos homens de boa vontade.

O clima de grande alegria e fraternidade indicava a oportunidade da iniciativa, que se repete com regularidade, em favor de nosso Episcopado.

A 5 de junho do ano passado, o Pontif�cio Conselho para a Promo��o da Unidade dos Crist�os comemorou 40 anos de exist�ncia. Foi institu�do em 1960, como comiss�o preparat�ria ao Conc�lio. O Papa Jo�o XXIII, no Discurso de Abertura do Vaticano II, a 11 de outubro de 1962, afirmou �que come�ava a surgir na Igreja um dia precursor de luz esplendorosa�. Para se avaliar o longo caminho j� percorrido, basta recordar o que seria absolutamente impens�vel at� ent�o: a 18 de janeiro do ano 2000, cerca de 40 irm�os, vindos de outras igrejas e comunidades eclesiais, entraram, com o Bispo de Roma, em prociss�o, na Bas�lica de S�o Paulo Fora-dos-Muros. Nunca, at� ent�o, um evento foi assinalado por t�o numerosa participa��o de outros crist�os n�o-cat�licos. A Porta Santa foi aberta pelo Santo Padre, acompanhado de dois enviados que representavam o Oriente e o Ocidente crist�o. Ajoelharam-se com Jo�o Paulo II diante da Porta, isto �, de Cristo, nosso Redentor. A troca do sinal da paz foi uma marca prof�tica e alegre do objetivo dessa peregrina��o em busca da plena comunh�o. Esse � apenas um epis�dio do recente Ano Santo. Toda a Eclesiologia parte da resposta a uma pergunta: �Quem � a Igreja?� � a comunh�o de pessoas, enxertadas em Cristo, comunh�o essa que atravessa a Hist�ria, tendo como ponto de partida a miss�o livremente conferida e aceita. A dimens�o mission�ria �, pois, essencial. E ao mesmo tempo, no seu exerc�cio, deve ser absolutamente fiel � doutrina de Jesus. Pregar a todo mundo, tudo e somente o que veio de Cristo e foi por Ele ensinado. Como exemplo, na obedi�ncia �s ra�zes, n�o lhe � permitido admitir mulheres � Ordem sagrada. Incumbe � Igreja preservar a pureza do que foi comunicado pelo Senhor Jesus e transmitido atrav�s dos s�culos.

A terceira parte do curso versou sobre o relacionamento do Bispo com o seu presbit�rio e o dever do Pastor em cumprir seu minist�rio junto a seus pr�vidos colaboradores, os sacerdotes, na express�o do Conc�lio. Deus proporciona a seu Povo, ainda hoje, a presen�a eficaz de Pastores que o congreguem, que o guiem segundo o Seu Cora��o que se revelou a n�s plenamente em Cristo, Bom Pastor (Exorta��o Apost�lica �Pastores dabo vobis� n� 28). Ele nada possui para si mesmo (Lc 9,59), n�o persegue os pr�prios interesses (Jo 13,14-16), oferece-se em resgate por n�s, para livrar-nos da morte e fazer-nos participantes da vida eterna (Jo 10,10ss). Os padres representam seu Pastor nas comunidades dos fi�is, tomando sobre si uma parte importante do cargo e da solicitude pastoral, exercendo-a no trabalho cotidiano, sob a autoridade do Bispo (Ef 4,12; �Lumen Gentium�, n� 28). Devemos reconhecer que Bispos e Presb�teros s�o homens de hoje: filhos de uma cultura decadente, que sonha com ilus�es de bem-estar, distantes de Deus, que � o verdadeiro Bem. Da� serem as exig�ncias da forma��o bem maiores para superarem a for�a do ambiente mals�o que os rodeia. E de uma forma��o continuada que preserve a identidade do sacerd�cio ministerial. Urge defender o car�ter sobrenatural e sagrado do sacerd�cio.

Eis um r�pido bosquejo dos temas do Curso para os Bispos sobre �Igreja e Ecumenismo�, com o objetivo de integrar os fi�is e pessoas de boa vontade nessa iniciativa da Arquidiocese do Rio. O texto integral das aulas vir� a lume no pr�ximo n�mero da revista �Communio�, edi��o em portugu�s.

O Cardeal Dario Castrillon concluiu sua reflex�o sobre o Sacerd�cio com a seguinte ora��o de Jo�o Paulo II (Exorta��o Apost�lica �Ecclesia in America� n� 76): �Protege a tua Igreja e o Sucessor de Pedro, a quem Tu, Bom Pastor, confiaste a miss�o de apascentar todo o teu rebanho (...) Ensina-nos a amar tua M�e, Maria, como Tu mesmo a amaste. D�-nos for�a para anunciar com valentia a tua Palavra na empresa da Nova Evangeliza��o para corroborar a esperan�a do mundo�.

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