O ABORTO NÃO É UM DIREITO, É HOMICÍDIO. PELO DIREITO A VIVER


A polêmica questão do aborto Prof. Humberto L. Vieira Presidente da PROVIDAFAMÍLIA

O direito à vida não deveria comportar discussões nem seria objeto de polêmicas, pois representa o mais sagrado direito do homem: o direito de existir. Todos os demais direitos, direito à saúde, direito à propriedade, direito a ter e criar filhos, direito de se expressar etc., são decorrentes do direito que tem o homem de nascer.

Mas, porque nos últimos tempos o direito à vida tornou-se objeto de inúmeras discussões? Por que tanto recurso financeiro destinado a eliminar a vida nascente? Quais os interesses que se escondem por trás de tudo isso?

O primeiro motivo é o egoísmo dos que tiveram o direito de nascer e negam esse direito aos demais. O egoísmo levou os países ricos, que não quererem perder o poder político e a dominação do mundo, a defenderem a contracepção e o aborto. Por outro lado, o egoísmo dos detentores da riqueza do mundo, procuram eliminar os que poderiam lhes tirar alguma parcela. Estes, julgando-se portadores de "sangue puro", descendentes de uma "raça superior" defendem a tese da não proliferação do que denominam de "sub-raça" aqui compreendidos os pobres, os negros e mulatos para usar a expressão de Margareth Sanger, a criadora da IPPF - International Planned Parenthood Federation, citada por E. Drogin em seu livro "Margareth Sanger - Arquiteta do Mundo Moderno".

A partir desses princípios vemos, hoje, uma verdadeira guerra entre os opositores e os defensores do direito à vida.

A existência de fabulosos recursos e do poder político envolvidos nos programas de eliminação de vidas humanas, encontram explicação na própria origem desses grupos - os detentores do poder e da riqueza.

Como demonstração do poder político, os países ricos, conhecidos como países do Primeiro Mundo, não somente injetam recursos para a implementação de projetos anti-vida, como procuram incentivar e manipular conferências internacionais com a intenção de pressionar e impor seus objetivos aos demais países. Assim foi na Conferência do Cairo, na Conferência de Beijing e na conferência de Istambul (Habitat II). Ainda agora, na conferência de cúpula da FAO (13-17 de novembro/96), o assunto é objeto de discussão.

Já os grupos privados, utilizando-se dos incentivos fiscais em seus respectivos países, injetam recursos nos conhecidos projetos anti-vida, que são executados pelos mesmos agentes encarregados dos projetos de origem política: governos, fundações e as denominadas ONGs (organizações não governamentais).

Para viabilizar seus projetos e obter a "colaboração" da sociedade os promotores da "cultura da morte" usam de pressões, de subterfúgios, meias-verdades e até mesmo de inverdades. Dessa maneira, muitas pessoas e instituições, não devidamente informadas, trabalham nos projetos de destruição da vida sem saber. Daí o temor daqueles grupos na divulgação de informações que levem ao público os verdadeiros objetivos de seus projetos.

Sem nenhuma dúvida, o melhor trabalho que se pode fazer em defesa da vida é divulgar informações sobre os projetos, estratégias e objetivos dos antinatalistas.

Alguns exemplos poderão ilustrar essa afirmação. Na Conferência das Nações Unidas sobre a Mulher, em Beijing, procuraram defender o aborto como "um direito humano" e que os governos deveriam fazer valer esse direito. O aborto é sempre mencionado pela expressão "saúde reprodutiva" que significa, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, "interrupção da gravidez não desejada", em outras palavras - aborto a pedido. A própria expressão "planejamento familiar" era usada antes, com a denominação de "controle da natalidade". Hoje a expressão planejamento familiar significa "controle de nascimentos". Expressões como "educação familiar", "educação para a saúde sexual e reprodutiva" são usadas para significar "educação sexual".

Como estratégias, para envolver pessoas e instituições os grupos defensores do controle da natalidade, dizem que defendem "os direitos da mulher": o direito de ter ou não ter filhos, o direito de melhor qualidade de vida, a igualdade de direitos com os homens, o direito ao "planejamento familiar" etc. Em verdade estão explorando as mulheres e tornando-as escravas do imperialismo contraceptivo, usando da boa fé de muitas delas.

Os objetivos, como dissemos, estão sempre ocultos. Vamos a um outro exemplo. O UNICEF que, em sua origem, tinha como único propósito cuidar da atenção à criança, promovendo a saúde e o bem-estar, tem atualmente assumido projetos antivida. Para não falar de seus projetos antinatalistas em outros países vejamos alguns projetos que o UNICEF tem assumido entre nós. Poucos sabem que aquele organismo internacional promove, juntamente com outras organizações, a contracepção e apóia o "lobby" do aborto no Congresso Nacional. Se essa informação fosse amplamente divulgada muitos, que são contrários ao aborto, não colaborariam com as campanhas para angariar fundos para o UNICEF que, em virtude dos projetos sociais, como o que é realizado com a Pastoral da Criança, transmite a imagem de uma organização preocupada com a saúde e o bem-estar das crianças pobres.

Uma outra estratégia utilizada é criar e/ou apoiar ONGs com denominação de "fachada" para a execução dos projetos antivida: "Sociedade Civil de Bem-Estar Familiar - BEMFAM", "Católicas pelo Direito de Decidir - CDD" são exemplos dessas denominações. A BEMFAM, afiliada à IPPF, em Londres é a maior entidade privada promotora da esterilização da educação sexual hedonista, e do aborto. Apesar de sua denominação de "Bem-Estar Familiar". Já as "Católicas pelo Direito de Decidir" é uma organização não católica, dirigida por ex-freiras e ex-padres que, passando-se por católica, leva muitos a ingressarem em suas fileiras e defenderem o aborto, o "casamento" de homossexuais e a combater a doutrina da Igreja.

Um claro exemplo disso é o engajamento do Pe. Christian De Paul De Barchifontaine na campanha para legalização do aborto no Brasil. O depoimento desse padre no vídeo "Aborto Legal", suas entrevistas na TV e seus artigos defendendo o aborto, levam muitos a pensarem que a doutrina da Igreja admite o aborto, pelo menos em certas situações. Ainda recentemente a Revista Manchete (12.10.96) em uma grande reportagem defendendo o aborto e sua legalização, cita o Pe. Christian: "Em São Paulo, o professor de Bioética, Christian De Paul De Barchifontaine, faz uma análise das diferentes escolas que discutem o início da vida e questiona a chamada teoria concepcionista, que situa a vida no momento exato da concepção e é defendida pela Igreja: 'Nesse caso, o que dizer dos abortos espontâneos? É um desperdício da natureza?'. O comentário (prossegue a matéria da Manchete) não seria muito natural se, entre suas múltiplas atividades (enfermeiro e diretor de Faculdade), o Dr. Barchifontaine não fosse também o padre Christian, que não esconde a contrariedade sobre a posição de sua Igreja: 'O que ela deveria fazer era promover mais a educação, admitir e transmitir as informações sobre os métodos anticoncepcionais. A ciência existe para melhorar a qualidade de vida das pessoas e a Igreja tem que caminhar com estas evoluções'. Na questão do aborto, padre Christian é francamente feminista: 'Quem conhece o sofrimento pelo qual passa uma mulher que aborta? Qual é o ombro ao qual ela pode recorrer? A sociedade culpa e marginaliza a mulher, mas, até onde sei, são necessárias duas pessoas para se fazer um filho'".

Não se pode alegar que o Pe. Christian não tenha informações sobre a vida humana, pois é professor de bioética. Mas, certamente, não está atualizado com suas informações. É indiscutível o fato da Igreja fundamentar sua doutrina não só à luz da fé mas, também, baseada na ciência. É hoje fato aceito, sem discussão, pela ciência, que o início da vida se dá com a concepção. O Santo Padre tem em suas academias (Pontifícia Academia de Ciências, Pontifícia Academia para a Vida, Pontifícia Academia de Ciências Sociais) cientistas do mais alto nível, muitos deles prêmio nobel. O Prof. Jerôme Lejeune, membro da Pontifícia Academia de Ciências, 1� Presidente da Pontifícia Academia para a Vida e um dos maiores geneticistas, descobridor da causa genética da Síndrome de Dow, afirmou perante a Corte de Justiça do Tennessee: "No momento em que o espermatozóide penetra no óvulo, um novo ser humano começa a existir e a traçar sua trajetória única, diferente de todos os que já existiram e que existirão em face do cruzamento das inúmeras combinações genéticas que se processam na intimidade da zona pelúcida".

Ou o Pe. Christian está sendo ingênuo e se tornando um inocente útil, apoiando os projetos antivida, ou é um "virtual" membro da organização "Católicas pelo Direito de Decidir". O fato é que está desatualizado com relação aos estudos da genética. Qualquer que seja sua situação, suas idéias contrariam frontalmente a doutrina da Igreja e, por conseguinte, não deveria continuar em suas fileiras.

Assim como Pe. Christian, alguns poucos padres tem uma concepção errônea sobre a origem da vida e defendem, por isso, o aborto a pedido.

Não fosse a intransigente defesa da vida feita por João Paulo II, os Cardeais e todo o Episcopado, os católicos poderiam ficar em dúvida quanto à licitude do aborto. A recente encíclica "Evangelium Vitae" não deixa dúvida quanto à posição da Igreja nesse particular. O aborto é punido com a excomunhão automática (Código de Direito Canônico).

Entre nós, todos os bispos, sem exceção, não admitem o aborto a pedido. Muitos deles publicam artigos, veiculados pela imprensa, defendendo a vida "desde a concepção". Entre outros podemos citar os Cardeais D. Eugênio Sales, D. Lucas Moreira Neves (Presidente da CNBB), D. José Freire Falcão, D. Luciano Mendes de Almeida e tantos outros.

É evidente que os abortistas usam pessoas desinformadas, até mesmo padres e freiras, para, como inocentes úteis, defenderem suas ideologias.

É necessário que os defensores da vida se informem, conheçam bem os promotores da "cultura da morte", suas artimanhas e estratégias para melhor combater a ideologia antivida e não se tornem colaboradores dos que promovem a "cultura da morte".

Bibliografia

1. Jerôme LEJEUNE, L'Énceinte Concentrationnaire, Coleção Des Chrétiens, Le Sarment FAYARD, 1990.

2. Revista MANCHETE, Suplemento Saúde, 12 de outubro de 1996.

3. Elasah Drogin. T.O.P. "Margareth Sanger, FATHER OF MODERN SOCIETY, Cul Publications, New Hope, KY 40052, 1989

4. Implications of Worldwide Population Growth for U.S. Security and Overseas Interests -, 1974, desclassificado em 1989, pela Casa Branca.

5. Naciones Unidas, "Informe de la Cuarta Conferencia Mundial sobre la Mujer" (Beijing, 4 a 15 de septiembre de 1995)

6. Inventory of Populaton Projects in Developing Countries Around the World, Fundo de População da ONU (UNFPA), 1995.

7. "Evangelium Vitae", Carta Encíclica de João Paulo II, Edições Loyola, 1995.

Atue em favor da vida - divulgue estas informações!











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