Emídio Navarro

Emídio Júlio Navarro destacou-se como advogado, conselheiro de estado, ministro, deputado, jornalista e escritor. Nasceu em Viseu, em 19 de Abril de 1844, mas cresceu em Lamego. Matriculou-se no seminário local, mas acabou por desistir da vida eclesiástica, ao que se julga por amor a Ernestina.

Matriculou–se em matemática e filosofia, em Coimbra, para seguir medicina. Na academia privou com Antero de Quental, Eça de Queirós ou Teófilo Braga, teve vários problemas com o duque de Loulé e acabou por mudar–se para a faculdade de direito, terminando o curso em 1869.

Instalou-se em Bragança onde exerceu a sua profissão de advogado mas sem grande sucesso. Mudou-se para Lisboa, ingressando no Partido Progressista Histórico e, logo imediatamente, no corpo redactorial do jornal O País.

Fundou, com António Enes, o jornal O Progresso. Posteriormente fundou um dos principais orgãos políticos do país: O Correio da Noite, onde evidenciou raras qualidades de combate e acção, atacando tudo e todos, no poder central. Seguiu a sua carreira de advogado e jornalista, mas nunca abandonou a política. Defendia o Partido Progressista com uma enorme dedicação.

Após o falecimento de Anselmo Braancamp, aderiu à eleição do conselheiro José Luciano de Castro, e foi deputado de várias legislaturas. Foi nomeado ministro Obras Públicas, Comércio e Indústria, cargo que exerceu entre 20 de Fevereiro de 1886 e 23 de Fevereiro de 1889, no governo progressista, presidido por José Luciano de Castro.

Da acção governativa de Emídio Navarro destacam-se, em 1886, as reformas das estruturas estaduais de apoio à agricultura, a criação de uma Direcção-geral de Agricultura e de agrónomos distritiais (28 de Julho) e a instituição das circunscrições regionais agrícolas e do Conselho Superior de Agricultura (9 de Dezembro). O mesmo ministro, em 30 de Dezembro de 1889, estabeleceu uma reforma dos institutos industriais e comerciais de Lisboa e do Porto.

Ao abandonar o cargo ministerial foi nomeado secretário do Tribunal de Contas e, depois, Ministro de Portugal, em Paris, em 1882. Ao regressar, dedicou-se exclusivamente ao jornalismo. Mais tarde retirou-se para o Luso com a família, devido a doença. Faleceu a 16 de Agosto de 1905.
(fonte das informações: ES Emídio Navarro - Almada e Manuel de Almeida.)


Notas:
Emídio Navarro é igualmente patrono de uma escola de Viseu: a Escola Secundária Emídio Navarro. Esta escola foi criada em 1899 como "Escola de Desenho Industrial de Viseu". Em 1916, com a introdução do Curso Elementar do Comércio, passa a designar-se como "Escola Industrial e Comercial Emídio Navarro de Viseu". Em 1918 voltou a mudar de nome, abandonando aquele patrono. Ainda sofreu várias alterações de designação e adoptou um novo patrono: "Dr. Azevedo Neves". Só em 1979 é que voltaria a recuperar o nome de Emídio Navarro.

Devido ao facto de ter sido o autor da reforma dos institutos industriais e comerciais, o nome do antigo ministro surge assim como adequado para patrono da escola de Viseu, na altura em que esta passa a ser "Industrial e Comercial", tal como aconteceu com a escola de Almada em 1959 - data em que a escola de Viseu tinha ainda como patrono "Azeredo Neves".

Leia também esta desenvolvida biografia de Emídio Navarro escrita pelo nosso colega Manuel de Almeida para os Anais e Almada.

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