HOME ARQUIVOS LINKS TEXTOS

TEXTOS:

- FAQ Psychobilly

- Por Gus Tomb

1. Mas que porra é essa de psychobilly ? 
No início dos anos 80, no auge do movimento punk na Inglaterra, a cena undergroud tomou vários rumos distintos e foram criados muitos sub-estilos na cola do punk. Um deles foi o psychobilly. Sem muita complicação, psychobilly é um estilo musical que mistura punk e rockabilly e tornou-se muito mais do que apenas um movimento musical. Criou-se em torno deste novo estilo de música toda uma cultura que preserva um lado extremamente doentio em sua postura, buscando para sua inspiração temas de terror, sexo, violência, bebedeira e mais tudo o que for escatológico e tenebroso. Pode-se acrescentar a tudo isso muito filme de horror B e histórias em quadrinhos. Isso é psychobilly ! 

2. Qual é a diferença entre psychobilly e rockabilly ? 
Tem muita gente que coloca o rockabilly e psychobilly no mesmo saco. Mas não é bem assim. É importante deixar uma coisa bem clara: o rockabilly é o rock em sua forma mais clássica. O psychobilly é seu filho bastardo. O rockabilly tenta preservar a pureza de uma guitarra limpa, o psycho pouco se importa com isso, e se a música permitir muita distorção é assim que vai ser. O rockabilly é nostálgico, curte o ambiente o som o clima dos anos 50. O psycho é atual. Pega toda a neurose que existe hoje e transforma tudo isso tanto em visual como em música. Nesse ponto cabe uma pequena explicação: esta "neurose" que o psychobilly trata não diz respeito com a realidade, problemas sócio-econômicos, etc... ela é direcionada sempre ao irreal, escatológico, bizarro. O psychobilly é o bizarro. O que de fato importa é que o psycho nasceu tendo o rockabilly como base, mas tudo isso muito distorcido por uma linguagem atual e caótica. 

3. Como é que eu posso identificar um psycho na rua ? 
Primeiro dê uma olhada na cabeça do sujeito. As laterais e a parte de trás da cabeça possivelmente estarão raspadas, e só no cocuruto haverá um topete normalmente armado com muito spray. A jaqueta de couro é importante. Colete jeans, com patches e bottons de bandas preferidas. Camisetas de banda, ou camisa xadrez com mangas cortadas fazem parte do visual. Muita tattoo também. Caveiras, contra-baixos, pin-ups, desenhos clássicos, monstros e demônios. Calça jeans azul clássica ou preta. Nos pés creepers (sapatos grandes com solas grossas e peles de zebra, onça, etc...), ou coturnos. Tudo isso de preferência velho e batido. O psychobilly é uma cena de rua e tudo isso nada mais é do que roupa barata para a guerra. 

4. Mas então o visual de um psychobilly é igual ao de um punk ? 
É semelhante, mas tem algumas diferenças fundamentais. Primeiro: você não verá psycho algum com mensagens políticas escritas na roupa. Raramente aparece algum com moicano. O desalinho do punk também não faz parte da estética do psychobilly. É muito importante para um psycho estar bem colocado com sua parafernália. O topete deve estar perfeito. Todo o resto também. Essa é uma grande diferença. Ao contrário de um punk, um psycho não tem nenhum interesse em contestar nada, e quer mais é fazer um visual legal para poder ir curtir a balada. 

5. E o som ? 
Há um universo muito vasto no som psychobilly principalmente por ele se iniciar como um movimento, em essência, musical. Hoje a cena conta com mais de vinte anos e muita coisa foi criada neste tempo todo. Por isso, hoje se pode dizer que houve um momento clássico, com bandas mais sossegadas que até mesmo soaram semelhantes a bandas neo-rockabilly e hoje existem bandas que tem em sua influência muito do metal ou hard-core. Mas tudo é psychobilly. Outra discussão bem interessante existe sobre quem seria a primeira banda psycho. Nos Estados Unidos dizem que foi o The Cramps, na Europa, The Meteors. Isso não importa muito. O que importa nisso é que dessas duas bandas que formaram toda a base de inspiração para todas as bandas que surgiram posteriormente, dois estilos bem definidos foram traçados: o estilo americano e o europeu. No americano tem muito do rockabilly da raiz, freqüentemente com baixo elétrico. No Europeu um psycho com mais identidade própria como estilo independente e contra-baixo acústico quase sempre. Muito baixo de pau e um formato muitas vezes mais punk. Diversas faces existem hoje a partir disso. Como hoje não se faz mais somente psycho na Europa e nos Estados Unidos, cada região do mundo apresenta seu estilo, e mesmo nestas regiões há o psycho clássico, o porrada, o gótico, o metal. Tem psycho para todo o tipo. 

6. Por que a grande maioria das banda usa contrabaixo ? 
O contra-baixo acústico (baixo-de-pau, rabecão, etc...) é um ícone do psychobilly. Uma marca bem característica e diferencial. De longe ao ver uma foto de uma banda tocando, se rolar um baixão você já vai saber que alguma coisa tem. Este também foi um ícone herdado do rockabilly, mas uma característica também antiga, mas menos usada no rockabilly com relação ao baixo de pau, foi potencializada no psycho: o slap. O slap nada mais é do que o estralo que se ouve junto às notas do baixo. Você pode perceber com mais facilidade prestando atenção na forma de tocar do contra-baixista do psychobilly, que toca batendo e puxando as cordas do instrumento, causando assim esse estralo (o slap) que é usado até mesmo como forma de percussão no ritmo da música. Depois que você se acostuma com o som do slap na música, todas as vezes que você ouvir uma boa banda, mas com baixo elétrico, vai parecer que está faltando alguma coisa... 

7. E o topete ? 
Esse é o ícone maior do psycho. Raspado nos lados e atrás, o topete é cultivado em cima da cabeça, cortando curto na parte de trás e deixando crescer na frente. Pode ser colorido e ao armá-lo o psycho irá tentar deixa-lo pontudo como um bico de navio. Mas essa não é a regra geral. Alguns topetes imensos, semelhantes a topetes rockabillies, mas desproporcionais no tamanho são bastante psycho também. 

8. Existe alguma ideologia ou posição política no psychobilly ? 
Só a doutrina da breja gelada. Nada mais. Esqueça a política ! E se você tiver sua própria posição não traga nunca para um show ou para a cena. Isso não importa para o psycho. O que rola é a diversão, a mulherada, o som, a cerveja. Muitas vezes a cena psychobilly abriga pessoas de outras cenas, que vem ao psycho, justamente porque no psycho é improvável que você venha a morrer porque você é ou não isso ou aquilo. Esse tipo de postura não existe. O negócio é basicamente cerveja e diversão. 

9. É possível citar algumas das principais bandas psychobilly ? 
The Cramps (EUA), The Meteors (UK), Demented are Go ! (UK), Batmobile (Holanda), Guana Batz (UK), The Quakes (EUA), Frantic Flintstones (UK), Mad Sin (Alemanha), Nekromantix (Dinamarca), Klingonz (UK), e muitas outras. mas esse já seria um bom começo. 

10. Se eu quisesse comprar 10 discos pra me interar, quais seriam? 
Essa não é uma ordem de preferência: 

Mad Sin - God Save the Sin (porrada clássico)
Nekromantix - Brough Back to Life (porrada clássico)
Godless Wicked Creeps - Hellcoolic (porrada clássico)
Demented are Go - Tangenital Madness (essencial)
The Meteors - In Heaven (clássico essencial)
The Cramps - qualquer um (clássico clássico)
Frantic Flintstones - The Nightmare Continues (malvado clássico)
Kães Vadius - Delirium Tremens (clássico nacional)
Os Catalépticos - Zombification (porrada nacional)
Banane Metalic - Requien de la Depravación (porrada porrada)

Mas uma boa dica é partir para coletâneas. É muito normal encontrar cds com dezenas de bandas de todo o mundo reunidas e ali você pode ter uma boa idéia das melhores para o seu gosto. 

Coletâneas clássicas : 
Stoping at the Klub Foot (vários volumes muita coisa ao vivo dos anos 80)
Psycho Attack Over Europe (vários volumes, seleção de primeira dos anos 90)
Rumble Party (vários volumes, seleção de bandas participantes do Big Rumble europeu)
It Came From Hell (vários volumes, trás o melhor do psycho moderno)
Revel Without a Cause (coletânea dupla com o melhor do psycho moderno)
Devil Party (LP coletânea nacional clássica com as melhores dos anos 90)
O Monstro Compilation (coletânea nacional com psycho moderno)

11. Aonde existem as principais cenas psychobilly ? 
A Europa ainda tem as maiores cenas. A Inglaterra já foi o melhor local e núcleo de bandas boas, hoje a Alemanha está mudando isso e se tornando o maior foco, com grandes festivais, bons selos e bandas. Mas por toda a Europa a cena é boa. Os Estados Unidos tem sua cena a parte. Muitas bandas e novos lançamentos. O maior festival do mundo, o Big Rumble, mudou da Inglaterra para NY. Mas por todo mundo a cena está consolidada, inclusive no Japão, Rússia, Escandinávia e até aqui no Brasil ! 

12. E no Brasil, isso é recente ? 
Não. A cena é quase tão antiga quanto lá fora. Os legendários Kães Vadius começaram toda a cena local lá pelo meio dos anos 80, cena esta que teve alguns momentos bem característicos. Os Kães foram a primeira banda. E na cola deles a cena foi forte no final dos anos oitenta principalmente em São Caetano e São Paulo, com bandas como Kães, K-Billy's e S.A.R., e em Curitiba, neste mesmo período rolou uma grande safra de boas bandas como Os Missionários, Os Escroques, Os Cervejas, Estúpido Estupro, Playmobillys. No Rio de Janeiro a Big Trep segurava a cena. A coisa estava tão forte que em 1990 o Guana Batz veio ao Brasil. Durante os anos noventa a cena esfriou um pouco, e se manteve graças a bandas como Ovos Presley e Krápulas em Curitba, Mongolords no interior de São Paulo, Maniac Rockers em Londrina, Baratas Tontas em Belo Horizonte. No final dos anos noventa surgiram Os Catalépticos e a partir daí o psycho brasileiro passou a ser conhecido no exterior e novas bandas foram aparecendo. Hoje é possível dizer que a cena brasileira está mais forte do que nunca. 

13. Existem muitas bandas no Brasil ? 
A cada edição de um novo festival, bandas novas aparecem. Por cima, hoje no Brasil existem cerca de 15 bandas psychobilly, nas mais variadas formas. Em atividade hoje: Dead Billys (Salvador), Big Trep (Rio de Janeiro), Skizoyds (Santa Izabel), Kães Vadius (São Caetano), Os Catalépticos (Curitiba), Ovos Presley (Curitiba), Limbonautas (Curitiba), Brown Vampire Cats (Londrina), Straight to Hell (Londrina), ... 

14. E na cena mundial, aonde eu posso conseguir mais informações ? 
Pela internet existem duas páginas essenciais para o psychobilly. A Psychobilly-net, feita na Alemanha pelo Mad Man, e a Wrecking Pit, feita na Holanda pelo Roy der Matt.
Nestas duas páginas você encontrará milhares de links para as principais páginas de bandas e tudo mais o que for relacionado ao psycho. 

15. E aonde eu posso achar mais material, como cds, camisetas, etc? 
É muito fácil comprar Cds e camisetas pela internet. O problema hoje é o preço do Cd gringo, que com o dólar alto e mais a extorsiva alíquota do imposto de importação (60%), está cada vez mais difícil de comprar. De qualquer forma a gente recomenda pela seriedade de entrega e profissionalismo a página da Nervous Records na Inglaterra. Os caras são sérios e até agora pelo menos nunca deu roubada.
No Brasil também existem boas opções, como o Bufunfa, e a Desgracera Records. Uma boa dica: vá nos shows. Em todos eles sem exceção haverá uma barraquinha com alguém vendendo material. Essa é a melhor maneira de comprar bem e barato. De qualquer forma vale a pena visitar estes sites. 

 

 

- Sexta-feira - 19/11/2004 - Fonte: Tudo Paraná (http://tudoparana.globo.com/gazetadopovo/fun/)

- OS CATALÉPTICOS - SEM CALOTE

- Por O.G.

Com quatro excursões européias e uma americana no currículo, o trio curitibano Os Catalépticos encontrou pouca ou nenhuma dificuldade para viajar novamente para os Estados Unidos – de onde retornou no início deste mês. "As coisas mudaram muito", conta o baixista Gustavo. "Antes, viajávamos na cara e na coragem. Dessa vez, tivemos um selo por trás da turnê e um produtor organizando tudo", completa. A miniturnê californiana contou com uma data em São Francisco e duas em Los Angeles. Na terra do cinema, o grupo participou do maior festival de psychobilly dos EUA: o Wreckers Ball. Gustavo, Vlad (voz, guitarra) e Coxinha (bateria) tocaram para um público jovem e interessado, que conhecia os álbuns da banda, fez fila durante uma tarde de autógrafos e acabou rapidamente com o estoque de camisetas colocadas à venda. "Fomos muito bem recebidos. Várias pessoas apareciam com o nosso logo tatuado no corpo. Nunca esperei viver uma coisa dessas", confessa o baixista.
De acordo com Gustavo, a audiência psychobilly americana difere muito da européia. Enquanto os fãs do Velho Continente são arrogantes e tradicionalistas, os ianques se mostram mais abertos a outras sonoridades. Uma "gurizada nervosa", como diz o músico, que participa ativamente dos shows e não fecha a mão na hora de consumir o merchandising de suas bandas favoritas.
Mas a surpreendente acolhida em território estrangeiro deu lugar a uma certa deprê durante a volta para Curitiba. "Foi angustiante voltar para continuar na mesma", revela Gustavo, referindo-se ao precário cenário underground brasileiro. Cansados de levar calotes dos produtores locais, os três catalépticos resolveram tomar uma decisão drástica: não aceitarão propostas para shows sem a garantia de um cachê razoável e uma estrutura decente. "Para nós, não há mais graça em tocar por tocar. No Brasil, as bandas continuam nascendo sem ambição. Parece que as coisas ficaram estabelecidas assim e não vão mudar", lamenta o baixista, que anuncia para 2005 um novo álbum de seu grupo. "Essa é a prioridade, e por isso não quero viajar no ano que vem. O tempo que gastaríamos ensaiando para uma turnê vamos usar na preparação do disco", avisa. Contatos: http://www.oscatalepticos.net/ (OG)

 

 

- Sexta-feira - 09/01/2004 - Fonte: O Bule (www.obule.com.br)

- HILLBILLY RAWHIDE DETONA EM UM DOS ÚLTIMOS SHOWS NO CAMORRA

- Por Guto Gevaerd

A gente reclama, mas no fundo é uma honra morar em Curitiba. Em poucos lugares do mundo você pode ver uma banda tão boa e com influências tão distintas quanto o Hillbilly Rawhide. Ótimos músicos tocando um som de primeira.
É o seguinte: Na bateria, o Germano. Exímio baterista que nas horas vagas trabalha num estúdio. O cara é um relógio. Segura tudo lá atrás. O baixista, que infelizmente o álcool me fez esquecer o nome, também manda muito bem com o seu gigantesco baixo acústico. Juntos eles são uma das melhores "cozinhas" da cidade. Cleverson, também guitarrista do Maremotos, mostra sua versatilidade tocando violino (sim, pessoal, violino!!). Nas guitarras, Matheus (o responsável pelo som no 92) e Coxinha, também baterista do Catalépticos e integrante de pelo menos umas dez bandas da cidade. O último também é responsável pelo vocal gutural. Essa moçada mistura rockabilly com bluegrass, com rock, com punk e com heavy metal de uma maneira nova e ao mesmo tempo verdadeira. Não existe enganação quando os caras estão tocando. E o melhor é que eles se divertem fazendo isso. Claro que o público, percebendo a situação, corresponde dançando e se divertindo também. Poucas bandas conseguem tanta interação com seu público tocando um repertório tão específico e desconhecido.
Entre os clássicos tocados pelo grupo, o recém-falecido Johnny Cash está presente com Ring of Fire, I Walk The Line e Folson Prison Blues. Só estas três músicas já valeriam o ingresso do show. Mas os caras não param por aí. Depois de quase duas horas de um repertório calcado em stardarts esquecidos do folk, do country e do bluegrass, a banda cai no heavy metal!! Sim! Uma sessão inteira de AC/DC com duas guitarras e um baixo acústico!!! Só vendo pra acreditar. Agora diz aí: onde você pode ver uma banda tocando Johnny Cash e AC/DC no mesmo set??? Só nessa cidade.
O show é tão impressionante que eu tinha que escrever alguma coisa assim que chegasse em casa. Só que, infelizmente, marcou o fim de um dos poucos bares da cidade voltado para a música alternativa. O Camorra fecha definitivamente suas portas no sábado. Pelo menos antes do fim tem o aniversário de 2 anos do Sun Studios, com shows do Krappulas, Ovos Presley, Chernobillies e Crampsmobile. Aproveite e se divirta.

 

 

- Quinta-feira - 04/12/2003 - Fonte: O Bule (www.obule.com.br)

- A HISTÓRIA DO 92 GRAUS

- Por Dudu Munhoz

A Visconde do Rio Branco começa no bairro Mercês e termina lá no centro. O sentido de tráfego de veículos é ao contrário da numeração da rua, portanto pode-se dizer que ela começa sem saída, ali naquela quadra depois da Emiliano Perneta, onde tinha uma loja Raridade Discos. Comprei vários álbuns em vinil alí: X, Johnny Thunders, Generation X, Elvis Costello, Vibrators, entre outros menos “raros”. Também estudei no Dom Bosco daquela rua e comi muito pão de queijo na panificadora da esquina. Logo que abriu a Rua 24 Horas algumas cervejas adolescentes foram sorvidas na calçada. A Visconde do Rio Branco era meio percurso entre a cerveja do bar do Joe e o rabo-de-galo do boteco abaixo do Dromedário, portanto vitimávamos suas paredes com breves jatos de urina clara e bêbada. Na mesma Visconde do Rio Branco comprei revistas em quadrinhos na antiga livraria Itiban. Mas para mim a Visconde do Rio Branco sempre vai ser a rua do 92 !!! 92 Graus. Ninety Two Degrees. O porão mais rock da cidade. Visconde do Rio Branco, 294 !!
Ano de 1990, Geraldo Jair Ferreira Júnior mais conhecido como J.R., usava o porão do prédio que morava como atelier de suas esculturas e para ensaiar com a banda Jully et Joe. O prédio de 3 andares pertencia à família da Ana, esposa do J.R. e o porão já tinha sido usado como lavanderia. Alguém sugeriu: “Por que vocês não montam um bar neste porão?”. J.R. gostou da idéia, pois havia uma brecha na cidade que estava carente de bons espaços. O circuito de bares e locais para shows alternativos do Centrão estava decadente (o Sal Gosso, o 68, o Novak) e foi descentralizando. Vários bares interessantes começaram a surgir: Milanis (futuro Sheena), Poeta Maldito, Cabareth Voltaire, Ponto G (com aquele cheiro de fritura), além do Cardoso e do Hermes (Berlin). Em março de 1991, J.R. e seu irmão começaram a trabalhar (sem pressa) a fim de transformar o porão num bar. Quebraram paredes, tiraram pedras e foram moldando de forma tosca e ingênua os 300 metros quadrados do porão rústico, escuro e abafado, que lembrava templos alternativos do punk rock como o CBGB’s.

Com o nome inspirado em uma música da Siouxsie And The Banshees, o Ninety Two Degrees foi inaugurado no dia 06 de dezembro de 1991. A festa era da recém-criada marca de roupas Cruel Maniac e os shows foram com as bandas Morfeu e Missionários.  Ingresso a R$2,00, palco no meio, calotas de Volkswagen como cinzeiro, tudo pintado de branco, e no chão aqueles riscos de eletro-cardiograma. O Missionários levou uma máquina de gelo seco, J.R. colocou um circuito de 3 televisores e um vídeo... e o porão lotou !!!
No verão, portas fechadas, e a partir de março de 1992 começaram a rolar shows aos domingos: Relespública, Woyzeck, Boi Mamão, Cervejas, Magog, etc etc...  Agendavam apenas dois shows por mês, assim podiam fazer uma divulgação legal.  Os shows eram feitos num clima de cooperativa e irmandade, uma verdadeira confraria. Meses depois J.R. bancou bandas de outras cidades como Pin Ups e Second Come; e no final do ano criou o primeiro BIG (festival de Bandas Independentes de Garagem). 13 datas entre 04 e 16 de dezembro em dois locais, 92 e Hole Bar. Apenas bandas locais, mas de todos os estilos: Cervejas, Jully et Joe, Missionários, Acidose, Shades Before Dawn, Skijktl, Relespública, Loveless, Magog, Electric Heaven, Gatos Travados, Vox Humana, Krápulas, Morfeu, Rosários de Soláquio, S.M.D. e C..M.U. Down. Desde então o 92 vem se firmando como um local democrático e eclético. Lá já rolou de tudo: exposição de fotos, artes plásticas, quadrinhos, leitura de poesias, peças de teatro, desfile de moda e despedida de solteiro !!! O 92 foi protagonista de inúmeros encontros e desencontros amorosos. Por lá já passaram bandas de todos os estilos e de todos os países de tradição roqueira do mundo.
Em 1993 começaram a acontecer shows as sextas, aos sábados e como sempre, aos domingos. O público era bom, muita informação rolando e muita vontade de fazer tudo acontecer, crescer e aparecer. Foi assim que J.R. teve a idéia de fundar seu próprio selo Bloody Records e lançou 13 compactos 7 polegadas. Num sistema de cooperativa 13 bandas entraram na viagem: Boi Mamão, Relespública, Missionários, Pinheads, Jully et Joe, Vox Humana, Acrilírico, S.M.D., Tempest Waltz, Cuttin Flower, C. M. U. Down., Acidose e os Krápulas.
Há 10 anos atrás era praticamente impossível lançar um disco independente. O rock de Curitiba só tinha lançado coletâneas (“Cemitério de Elefantes” e “Vampiros de Curitiba”) ou discos do Blindagem e do Infernal. “Música ligeira nos países baixos” primeiro Lp do Beijo AA Força só foi lançado em 1993.  O Bloody conseguiu lançar 13 compactos de uma vez só!!! Outras pessoas (incluindo aí, donos de rádio) queriam lançar uma simples coletânea e não conseguiram.
As bolachas de 7 polegadas foram enviadas para rádios, gravadoras, revistas, jornais e fanzines do país inteiro. O 92 e o Bloody se tornaram sinônimo de underground em Curitiba para o resto do Brasil. Só não teve maior repercussão pois o formato compact-disc chegava com tudo. Para o lançamento dos compactos e durante todo aquele ano de 93,  J.R. trouxe bandas de outros estados, iniciando um intercâmbio importantíssimo para as bandas de Curitiba. O segundo National Garage (em 1993) trouxe bandas como Acústicos e Valvulados, Planet Hemp, Dash, Safari Hamburguers, Killing Chainsaw e Little Quail.  Para se ter uma idéia, os novatos Pinheads só tinham tocado no 92Graus e no Berlin e mesmo assim foram convidados para tocar fora da cidade pela primeira vez. Logo de cara tiveram a responsabilidade de abrir o show do Pin Ups no Aeroanta da capital paulista. Já o Boi Mamão gravou um vídeo clip produzido pelo cineasta José Mojica Marins, o Zé do Caixão!! Muito disso graças aos compactos e ao 92 Graus, que encerrava 1993 em grande estilo com mais um BIG.
Dezenas de shows, bandas e bares alternativos pipocavam em Curitiba no começo de 1994. Mas o 92 Graus era o mais cool. Em abril veio o terceiro National Garage. Desta vez J.R. resolveu fazer apenas um show no ginásio do Círculo Militar. De Curitiba chamou os Cervejas, os Pinheads e sua própria (nova) banda, os Intruders (futuro Magnéticoss). De “fora” chamou os Pin Ups e os até então desconhecidos Raimundos, que pela primeira vez pisavam em palcos curitibanos.
Em agosto aconteceu o que J.R. considera o melhor show da história do 92. 3 datas com o símbolo da resistência roqueira: FUGAZI, nos dias 25 e 26/08 lotados, mais um show extra marcado às pressas no dia 27, para alegria de 40 felizardos.
Um incansável J.R. continuava promovendo shows em seu bar ou, quando este sofria com problemas de alvará, arriscava em outros locais.  Até que no dia 10 de março de 1995 resolveu fechar o 92 !! J.R. queria um lugar um pouco maior, com mais estrutura e principalmente sem problemas com alvarás e vizinhança. No “outro” 92 Graus, na Alameda Cabral (521), rolaram bons shows, o inesquecível foi Sick Of It All. Mas o local não tinha o charme do porão; tínhamos perdido aquela sensação de clube restrito. E em poucos meses, este “outro” 92 também fechou.
Mesmo assim J.R. continuava agitando a cidade promovendo shows em diferentes locais. Abriu um outro bar, o Q.G. que também durou pouco.

Em 1997 rolaram poucos e bons shows “clandestinos” e esporádicos no porão do 92  (como um show surpresa por apenas R$1,00 da banda californiana TSOL). 

J.R. negava, mas quem conhece a inquietação do músico e produtor sabia que um dia aconteceria o retorno definitivo do porão. Algumas melhorias estruturais foram feitas e o 92 devagarinho voltava a ser o habitat das bandas alternativas da cidade. Nesta nova fase, o grande diferencial de outras épocas foi o horário de início e término dos shows. As matinês resolveram o problema de horário (até às 22hs) e era uma alternativa saudável e diferente no circuitos de shows de Curitiba.
Bandas iniciantes tiveram o privilégio de fazerem seus primeiros shows no mesmo palco que pisaram bandas importantes do cenário musical mundial, como Man Or Astroman?, Seaweed, Varukers, Toasters, Riistetyt, Rasta Knast, Sick Of It All, Olho Seco, Fugazi, Agnostic Front e TSOL. O grande mérito do J.R. foi botar a cara pra bater e bancar a vinda de grupos desconhecidos (que depois fariam lotar lugares não alternativos). Quem o vê sempre sorrindo e animado não sabe das dificuldades e barreiras por ele superadas. Multas, shows sem público, problemas com alvará, vizinhos influentes politicamente, bandas caloteiras e invernos rigorosos, são exemplos das dificuldades diárias que J.R. supera com maestria e dá fôlego para que o 92 suba outros tantos degraus.

Segundo J.R., na primeira fase do 92 o maior público foi de uma banda local, Pinheads no dia 08 de agosto de 1993, com direito a stage dives do mezanino e traumatismo craniano de um amigo nosso.
Já com o palco de cimento no canto direito, o Fugazi batia novo recorde numa única noite, e a fumaça e o suor sufocavam os menos avisados.
Já na reativação com o porão um pouco ampliado, Man Or Astroman? superou a marca fugaziana. O suor vertia dos corpos para o chão e paredes. O público disputava espaço e sonhava com um sistema de ventilação mais eficiente.
E já na fase atual, ampliada, com melhor estrutura, com matinês, com o aquário do Dj Volpato, com sistema de ventilação bom, com segurança contra incêndio e saídas de emergência perfeitas, com as câmeras, home page, com banheiros novos e sem a escada que levava a lugar algum; os Replicantes em 2002 lotaram o porão como nunca se viu. 450 pessoas suando e se divertindo. Com orgulho, suor na testa e uma cerveja na mão posso dizer que marquei presença nesses 4 shows mais lotados do 92. Cheers !!!
Vida longa ao porão mais rocha do Brasil. Dali irradiaram forças que alimentaram e alimentarão diferentes gerações e propostas musicais. Vida longa ao grande J.R., um herói da resistência roqueira. Que venham mais 12 anos. Curitiba e o Brasil agradecem.

DEPOIMENTOS:


“A noite inesquecível do 92 pra mim, foi sem dúvida o show do TSOL a R$ 1,00. Bar lotado, mais gente do que cabia. A certa altura comecei a sentir uma falta de ar incrível e achei que eram os efeitos da vodka. Aí eu olhei pro lado e vi que tinha uma garota tentando acender o isqueiro e não estava conseguindo. Percebi que eu não conseguia respirar porque não tinha mais ar puro no porão. Era só uma névoa de fumaça e suor. Foi a melhor noite de rock da minha vida. Ah! Também tenho que dizer que eu curto o 92 por que é O ÚNICO BAR QUE EU NUNCA FUI EXPULSO !!!!!!" Trajano, vocalista do Sarnentos, ex-No Milk Today


O 92 Degrees nos proporcionou momentos tão inesquecíveis como improváveis. Lá embaixo, nas entranhas culturais da cidade, o incansável JR Ferreira, músico, produtor, promotor, pai de família, terrorista underground e tantas outras identidades, manteve vivo o lema punk do "faça você mesmo". Contra todas as marés, correntezas e sutilezas nada sutis do curitiban way of life, fez festivais, promoveu shows e deu sua colaboração para a cena cultural local. Replicantes, TSOL, Fugazi, grebo, punk, hardcore, ska... a lista de bandas, estilos e sons é imensa e cada um deve ter a sua. Naquelas paredes subterrâneas, já incontáveis vezes lavadas pelos vapores sonoros, jazem milhares de notas e histórias.” Fabiano Camargo – jornalista... e dos bons

Já toquei no 92 umas 7 ou 8 vezes, com o Little Quail e o Autoramas. JR é herói do rock e referência total de Curitiba. E o 92 pra mim é sinônimo de risada e diversão. Me lembro de várias histórias, a primeira vez que toquei lá estava tão cheio e quente que o JR e mais uma galera pegaram umas picaretas e começaram a quebrar uma parede abrindo espaço pra caber mais gente. E também teve uma vez que fomos com um roadie totalmente trapalhão, que entre outras coisas quebrou a torneira do bar provocando uma cachoeira e trancou a porta da casa do JR com a chave dentro...Obrigado JR!!!!! Longa vida ao 92!!!!”. Gabriel Thomaz – Autoramas e ex- Little Quail and the Mad Birds.

“O 92 tem o melhor palco, o melhor público e o melhor pogo. Em dia de bom show, é o lugar certo para encontrar os camaradas. O underground curitibano mora lá. Lá tocaram as melhores bandas do Brasil e muita gente boa de fora também. É só descer pelas escadas, passar pela portinha e cair no barulho. As paredes suam, o chão fica escorregadio. O som alto com a cerveja sempre barata e gelada, deixa a gente pronto pro crime. Tive a chance e honra de tocar na inauguração do bar, fazendo o primeiro show. O J.R. é um batalhador e se a cena underground curitibana ainda resiste, certamente foi graças a ele e ao 92”. Gustavo, ex – Missionários, atual Catalépticos.

Pouco antes do Magog começar a tocar no 92, eu fui DJ do porão junto com o Mauro, do CMU Down, bem no começo de 1992. Era a festa Splashing Madness, onde você poderia dançar ao som de Stooges, Stone Roses, Charlatans, Buzzcocks e também das bandas locais que já tinham demos. Na maioria das vezes a gente tocava para ninguém. O som era bom, as luzes também, mas as pessoas não apareciam. Então paramos de nos importar com isso, e a coisa virou uma festa particular para 5, 6 pessoas. Uma noite, o Mauro levou uma garrafa térmica com chá dentro. Apareceram 10 ou 11 sujeitos, o que nos deu a impressão de que o lugar estava lotado. O fato é que à partir daquela noite as pessoas não pararam de chegar. Em menos de um mês, a festa era o lugar pra se estar em Curitiba, não dava nem para respirar lá dentro. A notícia de que tinha um porão onde rolava rock alternativo pra dançar tocado por Djs que ofereciam chá de cogumelo para os convidados se espalhou que nem gripe. Pelo que me lembre, o chá da garrafa nunca foi nada além de Twinnings, chá inglês, que o Mauro, anglófilo de primeira, fazia questão de beber entre uma cerveja e outra".   Cassiano Fagundes – Bad Folks – ex-Magog.

“Pro Brasil ter uma verdadeira cena independente, falta basicamente três coisas: as bandas se levarem a sério (porque vocês fazem música? pra fazer a foto do jornal?), consumo auto-sustentável de cds e shows; e lugares legais para esses shows acontecerem. O 92 é um exemplo nacional destes lugares... Cria e sustenta movimentos culturais. Com um pouco mais de estrutura técnica e apoio das rádios, a cidade só sairia ganhando com lugares como este: ganha-se identidade cultural e diversão inteligente. Melhor  show no 92?

Acho que foi o Primeiro BIG... A diversidade das bandas, o inocência perdida do inicio dos anos 90...Pode ser um pouco de nostalgia, mas a cidade tinha bandas muito legais e com sonoridades muito originais: Magog, Woyzeck, Pinheads, Jully et Joe... bons tempos...”. GLERM – ex-Boi Mamão e Málditos Ácaros, atual Jason e Intona Rumori.

“Quando começamos éramos menores de idade e o 92 e o Hole foram os primeiros a abrir para a Relespública. Éramos os mais moleques da turma e isso teve um significado muito forte, pois o pessoal que conhecemos se tornou uma referência inesquecível. Parabenizo o J.R. e o bar, que continue com o mesmo estilo de abrir para todos os estilos”. Fábio Elias, Relespública.

 

“O primeiro show do No Milk Today foi no 92, no dia 17 de junho de 1994, dia de abertura da Copa do Mundo daquele ano, Alemanha 1 x 0 Bolívia. Era a festa do programa de rádio HARDCORE, capitaneado por mim e pelos Pinheads na Estação Primeira Fm. O ingresso era uma camiseta da Cruel Maniac, numerada. No palco as bandas Sillybones, Oz (DF) e a estreante No Milk Today. Tocamos 5 músicas e repetimos uma delas. Tosquêra! O Trajano era cabeludo, eu também. O Minduim era magro. Em 2004 faz 10 anos deste debut. Teremos que fazer um show comemorativo. Ah! ...outra coisa marcante foi aquela despedida de solteiro, está lembrado Dudu? Inesquecível”. Mauricião – No Milk Today.

 

“Falar do 92 Graus é fácil. Moleza. Espaço cultural sempre aberto à cultura alternativa, independente, sem distinção de gênero, ponto de encontro de quem gosta de música boa e de verdade. O difícil mesmo é manter o 92 Graus. Aí complica. E por isso devemos ressaltar a persistência de JR Ferreira, que há tanto tempo rema contra a maré dos ingressos caros, dos alvarás caçados, da música de mentira. Esperamos que ele nunca se canse. Bandas e público agradecem”. André Teixeira – jornalista.

 

“Comprei um tênis Puma vermelho novinho e no mesmo dia fui no 92... show do Man Or Astroman?   O porão estava muuuuuuuito cheio, paredes úmidas, chão molhado. Resolvi ficar parado encostado na parede de fundo do bar pois o ambiente estava intransitável. Mas nas duas “viagens” que fiz até o balcão para comprar uma lata de cerveja, meu tênis Puma já era!!! Após o término do show, enquanto subia os 16 degraus do porão observava meus tênis novos... sujos, molhados... pareciam que já os tinha usado por décadas... coisas do rock... mas sempre vale a pena”. dudE  Agnew.

 

"O 92º tem uma importância fundamental para cena rock curitibana e falando
mais amplamente na cena cultural como um todo. Não só por ser um espaço que
abriga qualquer gênero musical, mas também por JR ainda ser um
agitador cultural de fundamental importância em Curitiba." VLAD – catalépticos, ex-cervejas.

 

“92 graus. Este é o nome do bar que vai inaugurar, Jr Ferreira, um gótico ex-hippie abrindo um bar pra punx, psychos e outsiders em geral. Entao tá, claro que os Missionarios se orgulham de serem chamados para a histórica missão de inaugurar a maior casa de shows que essa cidade jamais verá igual.
Estava tudo lá, o porão, o calor infernal, as paredes que não falam, mas suam pra cacete. Alguém naquele dia imaginou que no mesmo palco que estavam o Morfeu (do guerreiro Coelho) e os Missionários, ainda subiriam Fugazi, Man or Astroman, Varukers, além de centenas das melhores bandas do mundo, que antes disso só tocavam em SP e RS e nem imaginavam o que era Curitiba?
Pois é, o tempo passou, a casa tomou muitas pancadas da "família curitibana", que a todo custo achava que naquele porão coisa boa não podia acontecer e tinha que fechar.  O 92 mudou de lugar, mudou de horário da melhor forma camaleônica, sobreviveu e está cada dia mais forte, pois o que move esse lugar histórico da musica brasileira que caga pra MTV e pra radio FM, não é o retorno financeiro, é algo muito mais nobre, talvez uma frustração de JR de nunca ter tido muito espaço para suas próprias bandas. Algo tomou o ser do rapaz, que arregaçou as mangas e abriu na marra um espaço para tantos outros músicos "marginais" que insistiam em criar sua própria música e repudiavam as bandas cover, que na época enchiam os bolsos de grana e comiam todas as meninas gostosas da praça. Cito ainda um fatídico dia em que uma banda cover se arriscou a tocar lá... deu pena dos pleiboizinhos, que sofreram uma enxurrada de latas de cerveja tão violenta, que aquilo que aconteceu com os Rivets na abertura dos Dead Kennedys foi brincadeira de criança. Então é isso, 12 anos, essa criança tem mais experiência que muito adulto, e sempre que possível estarei lá tocando com os Limbonautas (ou qualquer outra banda) um som pra 300 ou mesmo pra 3 pessoas interessadas, pois enquanto tiver uma pessoa interessada em ver um show, o 92 graus não fecha por nada!!! Minhas respeitosas parábolas!!!”.
Timtim From Zero Zone – guitarrista dos Limbonautas e ex-Missionários.

HOME ARQUIVOS LINKS TEXTOS

Hosted by www.Geocities.ws

1