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Menu - Índice - Trichechus manatus

 
 

    Morfologia da espécie indisponível.  Vídeo da espécie indisponível.   Áudio da espécie indisponível.   

Classificação 
Reino: Animalia
  Filo: Chordata
    Classe: Mammalia
      Ordem: Sirenia
        Família: Trichechidae
          Gênero: Trichechus
Trichechus manatus
Peixe-boi-marinho

Figura de um espécime. Clique para ampliar.

2005/07/13 Rafael Silva do Nascimento 16/07/2005

Taxonomia

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Trichechus manatus [Linnaeus, 1758].  
Citação: Syst. Nat., 10ª ed., 1:34.
Localização típica: "Mari Americano"; restrito por Thomas (1911) à "Índias Ocidentais."

Características gerais

Comprimento do corpo: 240-450 cm.
Peso: até 1.500 kg (200-600 kg em média).

O corpo é revestido por derme duma cor que varia do cinza ao marrom extremamente grossa, com 5 cm em média. Os espécimes juvenis são duma coloração mais escura, que clareia conforme este cresce. Aleatoriamente distribuídos pelo corpo, existe uma cobertura de pêlos finos, com aproximadamente 3-4,5 cm de comprimento. A cabeça é pequena e curta. O lábio superior é partido em dois lóbulos que podem se mover independentemente do outro. O lábio superior é bastante característico, com um lobo carnoso dotado de pêlos eréteis.  As narinas, que podem ser tapadas durante seus mergulhos, são bastante largas. Os olhos são pequenos e configurados na parte de trás da cabeça. Não existem orelhas externas. O corpo levemente cilíndrico termina numa cauda tipo remo, que é circular e posta horizontalmente, como nos cetáceos. As duas nadadeiras frontais flexíveis tem um formato retangular, e existem três vestígios de ''unhas'' na superfície superior.

Chaves de classificação física: endotérmico; simetria bilateral; hidrodinâmico.
Dimorfismo sexual:
não apresentável.

Ontogenia e Reprodução

Apesar dos indivíduos desta espécie serem de natureza solitária, grupos de reprodução são formados quando uma fêmea está no estro. Esses grupos são formados de machos buscando uma fêmea sexualmente receptiva. Os machos de corte estabelecem uma dominância hierárquica pelos direitos de se reproduzir, enquanto a fêmea está disposta a evitar esses machos durante a maior parte do seu ciclo de estro. A fêmea podem atrair mais de 20 machos, que a persegue de uma semana a até um mês. Os machos alcançam sua total maturidade reprodutiva entre os 9 e 10 anos de idade, mas são capazes de cruzar cedo quanto aos 2 anos. As fêmeas são capazes de se reproduzir na idade entre 7 e 9 anos. O período de gestação é de 12 a 14 meses e as crias são totalmente dependentes de sua genitora por cerca de 2 anos. Uma cria é produzida por vez, mas gêmeos foram ocasionalmente reportados. O intervalo entre cada parto é de 3 a 5 anos, mas esse evento pode ser antecipado acaso a cria morra. As crias mamam dentro d'água de forma semelhante aos seres humanos, com sua mãe a segurando nos braços junto às mamas peitorais. As crias nascem com ambos os molares e os pré-molares e podem começar a consumir vegetais pouco tempo depois de terem nascido, normalmente dentro de suas primeiras três semanas. O par de genitora e cria é a única associação de longo termo dentro desta espécie. Foi sugerido que tanto genitora quanto cria podem se reconhecer depois da cria deixar a genitora e a associação continua, até os anos de adolescência da cria. O longo tempo de cuidados maternais na espécie ocorre para auxiliar a transferência de informação sobre rotas de migração e outras informações aprendidas. 

Período de gestação: 12-14 meses.
Número de crias: 1-2.
Maturidade sexual: 9-10 anos (♂); 7-9 anos (♀).
Longevidade: mais de 30 anos (possivelmente mais que até 60 anos).

            Chaves de características reprodutivas: vivíparo; sexual; dióico; fertilização interna.

Ecologia e Comportamento

O peixe-boi-marinho é ativo tanto de dia quanto de noite. Dentro dum período de 24 horas, adultos foram observados alimentado-se durante 6-8 horas em intervalos de 1-2 horas, descansando durante as 6-10 horas de tempo restantes. Dormitam suspensos junto a superfície, com os olhos fechados. A maior parte do período de alimentação ocorre entre a superfície e a profundidade de 4 m. Normalmente nadam numa velocidade de 3-7 km/h, mas quando acuados podem atingir mais de 25 km/h. A grande nadadeira cauda é a fonte da força da natação, provendo também a capacidade de mudança de direção. O tempo médio de submersão é de 260 segundos (4, 3 minutos), sendo que o mais longo foi de 980 segundos (16,3 minutos). É uma espécie nômade, viajando quilômetros para suas necessidades diárias. Viajando em rotas estabelecidas, normalmente numa profundidade de 2 m, o peixe-boi marinho pode parar em qualquer lugar durante alguns dias em locais que podem suprir suas necessidades. O senso primário parece ser o som, apesar de que em águas límpidas a exploração visual é comum. Normalmente silencioso, o peixe-boi-marinho tem uma ampla gama de vocalizações. Quando a fêmea está no estro, pode ser acompanhada por até 20 machos durante semanas ou meses. Esses machos às vezes são violentos uns com os outros e podem empurrar-se de modo a ficar numa posição mais próxima da fêmea. Fora dessa época, é um animal solitário. Em causa do baixo valor nutricional das plantas que consome, os peixes-boi-marinhos podem comer ce 5 a 10% do seu peso diariamente, o que pode ser até 100 kg em indivíduos grandes. O baixo valor nutricional da sua dieta também contribui no seu baixo valor metabólico. Podem sobreviver com 25% menos de de energia a mais do que qualquer outro mamífero típico dum tamanho similar. 

            Estrutura social: Solitário 
            Dieta
: Plantas aquáticas.
            Predadores principais
: Homem
, tubarão.

            Chaves de características comportamentais: móvel; diurno; noturno; gregário.
                Chaves de características alimentares:
herbívoro; heterótrofo.

Habitat

Habita águas costeiras, estuários, canais e rios (ambas águas doce e salgada), geralmente acima dos 25º C.

Bioma aquático: rios e afluentes; estuário; costeiro.

Distribuição Geográfica

Ocorre pela costa sudeste do Estados Unidos da América (Flórida), costa do México, Caribe, Antilhas, costa da Venezuela, Suriname, Guiana, Guiana Francesa e costa nordeste do Brasil (outrora habitava até a costa do estado do Espírito Santo).

Região Biogeográfica: neoártico (nativo); neotropical (nativo): brasiliana (nativo); oceânico (nativo): oceano Atlântico (nativo).

Distribuição Histórica

O peixe-boi-marinho é uma espécie holocênica de triquequídeo proveniente de formas pleistocênicas basais, tal como afirmam os registros fósseis do gênero Trichechus encontrados no leste dos Estados Unidos da América e na Argentina.

Era geológica: Cenozóico; Quaternário; Holoceno (dias atuais).

Estado de Conservação

O peixe-boi-marinho e ambas as suas duas subespécies estão classificadas como vulneráveis de acordo com o IUCN (1996). Caçado por sua carne e ossos, deste os ameríndios até hoje, onde populações locais o caçam pela carne, não é mais encontrado em certas regiões costeiras, como a costa do Espírito Santo no Brasil. O fechamento de estuários dificulta o parto da espécie, pois a cria necessita de águas rasas e calmas para nascer, dificulta o tratamento da genitora, que muitas vezes tem seu filhote encalhado nas praias devido às fortes correntes marinhas. 

Exemplares vivos: algumas centenas.

Subespécies

  Imagem Descrição Distribuição
 
Trichechus manatus latirostris [ - ]
Peixe-boi-da-flórida

A subespécie habitante das águas do sudeste norte-americano e do Caribe, passa o inverno na costa da Flórida e migra no verão para as águas costeiras dos estados de Virgínia (ao norte) e Louisiana (ao oeste). É uma atração turística em parques da Flórida.

 
Costa sudeste dos Estados Unidos da América.
 
  © Samantha Pritchard
Trichechus manatus manatus [Linnaeus, 1758] - Syst. Nat., 10ª ed., 1:34.
Peixe-boi-das-antilhas

Esta subespécie habita as águas quentes do Caribe, Antilhas e costa nordeste da América do Sul, e assim como o peixe-boi-da-flórida é uma espécie vulnerável, devido a intensa caça que sofreu e que ainda sofre hoje em dia, em menor escala.

 
Caribe, Antilhas e costa nordeste da América do Sul.
 
     

Observações e Etimologia

O peixe-boi-marinho possui apenas seis vértebras no pescoço, enquanto a maioria dos outros mamíferos, do musaranho às girafas tem apenas sete. Outra característica anatômica interessante é sua dentição - os dentes são recolocados horizontalmente, formando atrás uma lenta fila que se move 1 mm por mês, caindo após ser totalmente recolocado. Os seres humanos são os únicos inimigos do peixe-boi-marinho, e encontros com barcos à motor na Flórida são sempre sérios, com as hélices afiadas matando esses gentis animais. Apesar do nome popular ''peixe-boi'', este animal não é nem peixe nem boi, é mais relacionado com os elefantes e porcos-da-terra. Thrix (Grego), genitivo thrikhos, cabelo; ekho (Grego) eu tenho: em referência dos pêlos de sua face. Manati (Espanhol) o peixe-boi, manati, palavra que pode ter sido derivada dum nome nativo do Haiti.

Nomes vulgares: peixe-boi-marinho (português); peixe-boi-do-mar (português); peixe-boi-das-índias-ocidentais (português); manati-norte-americano (português); vaca-marinha (português); manati-marinho (português); west-indian-manatee (inglês); north-american-manatee (inglês); caribbean-manatee (inglês); lamantin-d'amérique-du-nord (francês); manatí (espanhol). lamantin-des-antilles; lamantin-des-caraíbes; lamantine; lamantino-norteamericana, manatí-norteamericano; sea-cow (inglês); sekoe.

Referências

Animal Info - American Manatee, Paul Massicot. Avaliado on-line em: http://www.animalinfo.org/species/tricmana.htm 

Edwards, H. 2000. "Trichechus manatus" (On-line), Animal Diversity Web. Acessado em 3 de Abril de 2005. Avaliado on-line em: http://animaldiversity.ummz.umich.edu/site/accounts/information/Trichechus_manatus.html 

The Ultimate Ungulate Page, Brent Huffman. Avaliado on-line em: http://www.ultimateungulate.com   

Wilson, D. E., e D. M. Reeder [editores]. 1993. Mammal Species of the World (Segunda Edição). Washington: Smithsonian Institution Press. Avaliado on-line em: http://nmnhgoph.si.edu/msw/ 

 

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