.RSN - BioData© Enciclopédia Multimídia dos Seres VivosSímbolo da Biologia

Página principal | Notícias | Artigos | Arquivo | Índice principal | Galeria | Glossário | Recursos adicionais | Contato | Sobre | Ajuda

_________________________________________________________________________________________

Menu - Índice - Raphus cucullatus

 
 

    Morfologia da espécie indisponível.  Vídeo da espécie indisponível.   Áudio da espécie indisponível.   

Classificação 
Reino: Animalia
  Filo: Chordata
    Classe: Aves
      Ordem: Columbiformes
        Família: Raphidae
          Gênero: Raphus
Raphus cucullatus
Dodô-das-maurícias †

Figura de um espécime. Clique para ampliar. Figura de um espécime. Clique para ampliar. Figura de um espécime. Clique para ampliar. Figura de um espécime. Clique para ampliar.

2005/02/05 Rafael Silva do Nascimento 10/09/2005

Taxonomia

_
Raphus cucullatus [Linnaeus, 1758].  
Citação: Syst. Nat., 10ª ed.
Localização típica: -

Características gerais

Comprimento do corpo: cerca de 1 m.
Altura: aproximadamente 90-100 cm.
Peso: de 13 a 23 kg.

Tudo que se sabe hoje em dia sobre a aparência dos dodôs-das-maurícias é baseada em várias fontes. São relatos de diários e escritas de marinheiros e capitães que atracaram em Maurício nos séculos XVI e XVII, desenhos dos poucos que conseguiram vê-lo vivo, pois não é provável que todos os artistas que o desenharam na época realmente os tenha visto (mesmo as pinturas são duvidosas em relação a sua aparência, porque na maioria das vezes mostram um animal de aparência desajeitada e cômica, na forma duma pessoa gorda, corcunda apoiada em sua bengala). O dodô-das-maurícias era uma espécie de pombo que perdeu a capacidade de vôo, grande, coberto com penas macias acinzentadas, e algumas plumas brancas e arqueadas formando uma curta cauda. Possuía pequenas asas que eram fracas demais para poder levantar vôo. Por causa dessa incapacidade de vôo, os que o viram sem ''asas'' reais, o descreveram como um possuidor de ‘’pequenas asinhas’’. O estudo dos esqueletos revela que o dodô-das-maurícias de fato possuía asas que eram simples, não usadas para voar, parecidas com a dos pingüins. As pernas do dodô-das-maurícias eram curtas e fortes, de cor amarelada. Possuía quatro dedos, três apontados para frente e um voltado para trás (típico de aves de poleiro, característica provável inexistente no modo de vida dos dodôs, mas que herdou dos pombos), todas com unhas negras grossas. A cabeça, desproporcional ao tamanho do corpo, ostentada por um curto pescoço, era de cor acinzentada, mais clara que o restante do corpo, com olhos pequenos e amarelos. Muitas palavras foram atribuídas ao longo (cerca de 23 cm), maciço e poderoso bico, que era de cor verde clara ao amarelo pálido, uma das características únicas dos dodôs-das-maurícias. Antigas figuras européias sobre os dodôs-das-maurícias podem não ser de aspecto confiante, já que podem ser uma versão romantizada. Estudos dos poucos vestígios ósseos dos dodôs-das-maurícias que podem ser encontrados hoje em dia (alguns ossos, como crânio e perna; um único esqueleto completo), indicam que ele pode não ter sido um pássaro grosso e lento. 

Chaves de classificação física: endotérmico; simetria bilateral; bípede.
Dimorfismo sexual: não apresentável.

Ontogenia e Reprodução

O período de incubação, assim como outros hábitos não são conhecidos (há quem acredite em cerca de pouco mais de um mês). Muitas pessoas descreverão que os ninhos dos dodôs-das-maurícias eram feitos no interior das florestas, em camas de grama. Nele, a fêmea colocaria um único ovo, protegido todo o tempo. Um marinheiro disse algo sobre ouvir a crias do dodô-das-maurícias gritando no ninho, com som parecido com os dos gansos jovens. Ficavam a vida toda com um único parceiro, e ambos cuidavam do filhote até que esse alcançasse a maturidade. Estórias contam que eles batiam as asas como um ritual de reprodução. Acredita-se que vivia até os 15 anos, mas há quem opine 40 devido ao aparente baixo metabolismo.

Período de incubação: aproximadamente 49 dias.
Número de crias: 1.
Longevidade: cerca de 15 anos.

            Chaves de características reprodutivas: ovíparo; sexual; dióico; fertilização interna.

Ecologia e Comportamento

Seus hábitos assim como outras características só são conhecidas através de contos dos que visitaram a ilha onde habitava na época em que ainda sobrevivia. Os marinheiros que atracaram em Maurício encontraram muitas informações assistindo o comportamento dos dodôs-das-maurícias. Existe uma história de quem observou um dodô-das-maurícias, escapando com pressa. Quando tentou ir embora correndo, tropeçou e foi abaixo na terra. Mas na maior parte, o dodô-das-maurícias é descrito como um animal preguiçoso, vagaroso. Praticamente não possui nenhum tipo de defesa contra predadores (pois na ilha onde vivia, quando adulto não tinha predadores naturais), exceto pelo seu grande bico, capaz de dar um poderoso apertão, em casos como se encontrasse sua cria em perigo. Cientistas conhecem a dieta do dodô-das-maurícias baseada principalmente em especulações. Alguns marinheiros falavam sobre o dodô-das-maurícias entrar em lagoas para capturar peixes. Foram descritos como predadores fortes. O que mais fascinou os visitantes de Maurício foi o fato de os dodôs-das-maurícias comerem pedras e ferro freqüentemente, sem nenhum problema. Hoje se sabe que essas pedras, os gastrólitos, ajudam na digestão do animal (o que supõe que fosse herbívoro, já que essa característica é típica de animais comedores de fibras duras, difíceis de digerir). Algumas pessoas acham que a árvore calvária (Sideroxylan grandifrorum), é completamente dependente do dodô-das-maurícias. Os pássaros se alimentavam dos frutos da árvore e seu poderoso estômago (junto aos gastrólitos ingeridos) quebravam a casca dura e liberava as sementes, secretadas junto as fezes. Acreditam que a semente só germinava após passar pelo estômago do dodô-das-maurícias. Com o desaparecimento do dodô-das-maurícias, a árvore calvária também será extinta. Foram introduzidos perus, para recuperar o nicho ecológico exercidos pelos dodôs-das-maurícias na ilha. Se tudo isso for verdade, é um bom exemplo da extinção de uma espécie dentro de um ecossistema, causando danos nas demais espécies. A teoria que a árvore calvária requer o dodô no seu desenvolvimento foi elaborada por Stanley Temple e está sendo muito debatida e outros sugerem que o declínio da árvore é exagerado, ou que outros animais extintos também distribuíam as sementes pela mesma forma da suposta ao dodô. Não há evidências se a semente da calvária precisa ser desgastada pelos ácidos estomacais do dodô-das-maurícias antes que possam germinar. Existem árvores calvárias em Maurício que nasceram depois da extinção do dodô-das-maurícias. Não são árvores raras. É uma grande estória do início da década de 1970, que foi provada como falsa. Estudos modernos e reconstruções sugerem que não era uma ave gentil: dodôs adultos podiam ser agressivos, territoriais e que atacariam se atacados. Longe de ser estúpido e inútil, era bem adaptado ao seu ambiente - um ambiente sem mamíferos - e apenas decaiu devido à introdução de predadores que não evoluíram para atacá-lo. O chamado dos dodôs-das-maurícias, provavelmente era similar aos dos gansos selvagens, mas é provável também que não fizesse barulho todo o tempo.

  Estrutura social: Solitário ou encontrado em pares.
  Dieta: A quem diga peixes; provavelmente sementes e frutos.
  Predadores principais: Nenhum; Homem, animais domésticos (a partir da colonização do Arquipélago de Maurício).

            Chaves de características comportamentais: móvel; diurno; terrícola.
                Chaves de características alimentares:
onívoro?; heterótrofo.

Habitat

Habitava áreas de bosque.

Bioma terrestre: floresta; bosque; savana ou campo.

Distribuição Geográfica

Subfósseis ocorrem nas Ilhas Maurício, à aproximadamente 500 milhas (800 km) a leste da costa de Madagascar.

Região Biogeográfica: oceânico (nativo): oceano índico (nativo).

Distribuição Histórica

Estudos indicam que o ancestral dos dodôs e solitários e do gênero Caloenas, o mais próximo animal vivo dos dodôs, se diversificou nos meados do Eoceno superior, cerca de 43 milhões de anos atrás, e a separação entre o dodô e o solitário ocorreu entre 26 milhões de anos, durante o Oligoceno superior. A última data é biogeograficamente interessante, se considerar que é mais velha que as ilhas de Maurício e Rodrigues. Evidência geológicas sugerem que Maurício emergiu de uma série de violentas erupções vulcânicas marinhas, começando em 7 milhões de anos atrás, e enquanto Rodrigues não emergiu antes de 1,5 milhões de anos atrás. Então não é provável que a grande diferença genética entre dodôs e solitários foram resultado da isolação das duas ilhas. Os dodôs e os solitários chegaram as ilhas voando, depois perdendo a capacidade de vôo independentemente. A vida em ilhas sem predadores propicia portas evolutivas nas quais não são necessárias capacidade de vôo e técnicas de defesa, e também leva a ave adquirir gigantismo (dodôs e solitários são pombos gigantes) e hábitos particulares. Fragmentos de DNA foram extraídos dos ossos, dando uma visão clara de sua evolução. 

Era geológica: Cenozóico; Quaternário; Holoceno (até 1681).

Estado de Conservação

Extinto desde 1681. 

O primeiro grupo de marinheiros a chegarem ao Arquipélago de Maurício foram os navegadores portugueses liderados pelo capitão Mascaregnas em 1507. Eles cruzaram o Cabo da Boa Esperança na África do Sul, mas tempestades os tiraram do curso e acabaram atracando em Maurício. Várias outras expedições, portuguesas, inglesas e outras, fizeram paradas nas ilhas em anos seguidos. Nos dodôs, os marinheiros encontraram suprimentos, quando estavam com o estoque sem comida. Os holandeses colonizaram Maurício em 1644. Junto aos grupos de pessoas, os navios trouxeram gatos ,cães, suínos e ocasionalmente macacos. Esses animais rapidamente invadiram os bosques, destruindo os ninhos e competindo com os dodôs-das-maurícias. Essas criaturas domésticas também devoraram os ovos e os exemplares jovens. A interferência desses animais e o uso excessivo que esses pássaros sofreram os levaram a extinção total em 1681. O único contato entre os dodôs e os homens era de caçador para caça. A carne dos dodôs não era saborosa, e eram abatidos sistematicamente. Alguns dodôs foram levados para a Europa em navios, sendo pouco estudados; apesar de resistirem à longas viagens, muitos pereceram. Já houve relatos de dodôs nos jardins de pessoas ricas européias, tragos de Maurício. A última visão confirmada de um dodô em Maurício foi em 1622. Existem poucos ossos remanescentes da época de colonização da ilha. Espécimes preservados de dodôs tornaram-se tão raros que na década de 1800 os naturalistas questionaram se ele realmente tinha existido; um cientista escrevendo em 1801 descreveu o dodô como uma ''tartaruga-emplumada''! A parte os poucos subfósseis escavados ali, apenas a cabeça e um pé de dodô-das-maurícias estão preservados em Oxford, Inglaterra (afora o esqueleto completo único), sem nenhum espécime completo. Através dos arquivos da Universidade de Oxford, é possível descobrir o dia e o ano exatos em que os restos do último espécime de dodô, que tinham sido deixados apodrecer na coleção do Museu de Ashmolean, foram jogados fora. A data era 8 de janeiro de 1755. Alguém removeu um pé e a cabeça do espécime e os salvou das chamas; o resto foi queimado como lixo. Em 1684, o Ashmolean Catalogue ainda tinha uma entrada mencinando o pássaro: ''Nº 29, Gallus gallinaceus peregrinus, Clusii''. No entanto, a versão atualizada do mesmo catálogo impressa logo a seguir a 1755 diz apenas que ''os números de 5 a 46, estando danificados, foram submetidos a ordem de remoção durante um encontro da maioria dos acionistas, em 8 de janeiro de 1755''. Entre estes, como é evidente, estava o pobre Nº 29. Mais tarde, o catálogo de 1876 dá-nos a mesma referência sem já mencionar sequer os números dos removidos. Os últimos vestígios do único dodô embalsamado que ainda restava tinham desaparecido para sempre. 

Exemplares vivos: 0.

Subespécies

O dodô-das-maurícias é uma espécie monotípica.

Observações e Etimologia

Quando foi primeiramente descoberto, foi variavelmente descrito como um peru-selvagem, um casuar, um cisne, ou um avestruz bastardo. É atualmente uma pomba ratita gigante. Não há definições de subespécies, já que estas são definidas por características de pigmento e distribuição (em algumas pinturas antigas é possível observar dodôs de diversas cores ,como a marrom e a branca, e fusões das mesmas, mas sem fontes confiáveis). A existência de dodôs-brancos (solitários-de-reunião) em Reunião (sob debate) é às vezes atribuída à diferentes fases de coloração ou tipos de coloração do dodô-das-maurícias; possivelmente dodôs imaturos que eram brancos enquanto os adultos variavam do marrom ao cinzento. Existem duas hipóteses para a origem do nome ‘’dodô’’. A mais aceita é a palavra holandesa ‘’dodoor’’, que significa algo como farto, desengonçado; também em holandês era chamado de walghvogel, também em referência à sua aparência carnosa. Essa palavra descreve a aparência e o modo de vida do dodô. A outra especulação é que o nome vem da palavra de origem portuguesa ‘’doudo’’, que significa doide, maluco.

Nomes vulgares: dodô-das-maurícias (português, lusitano); dodô-de-maurício (português); dodô (português); pássaro-dodô (português); dodô-das-ilhas-maurício (português); dodô-comum (português); dodô-marrom (português); dodo (inglês, holandês, espanhol, francês, alemão); common-dodo (inglês); brown-dodo (inglês); dodo-bird (inglês); mauritus-dodo (inglês); mautirisdodo (holandês); dronte-de-maurice (francês); dronte (alemão, dinamarquês); dronte-de-maurice (francês); dront (sueco); dodo-di-mauritius (italiano); dront-dodo (polonês); mauritiuksendodo (finlandês); doadoa (japonês); do-do- (japonês); ドードー (japonês); walgvogel (neerlandês).                                                                                                                         Protônimo: Struthio cucullatus (Linnaeus, 1758).                                                                                                                                                                        Sinônimos: Didus ineptus (Linnaeus, 1758);

Referências

Avibase - The World Bird Database. Português: Gonçalo Elias. Avaliado on-line em: http://www.bsc-eoc.org/avibase/ 

BBC News - Scientists/Nature - Scientistis pinpoiint dodo's demise. Avaliado on-line em: http://news.bbc.co.uk/1/hi/sci/tech/3281323.stm 

Brown, B. 2002. "Raphus cucullatus" (On-line), Animal Diversity Web. Acessado em 25 de janeiro de 2005. Avaliado on-line em: http://animaldiversity.ummz.umich.edu/site/accounts/information/Raphus_cucullatus.html 

Extinct Species in Bronze. Dodo. Avaliado on-line em: http://www.extinct-species.com 

Rare and Extinct Creatures - Common dodo. Avaliado on-line em: http://messybeast.com/extinct/extinct.htm 

Recently Extinct Animals Page. ''Dodo''. Avaliado on-line em : http://www.petermaas.nl/extinct/english.htm 

 

Menu - Índice - Raphus cucullatus


_________________________________________________________________________________________

RSN - BioData

©2005 RSN BioData. Rafael Silva do Nascimento. Todos os direitos reservados. Não é permitido o uso total ou parcial deste site. Acaso deseje usar o conteúdo para qualquer fim educacional não comercial, entre em contato comigo . As imagens são propriedades de seus respectivos donos. Todo esforço foi feito para encontrar o proprietário do devido direito de cópia.

Termos de uso | Política de privacidade

Topo                                                                                                                                                                                                        Enviar e-mailAdcionar aos FavoritosIndique este siteVersão para impressão
Hosted by www.Geocities.ws

1