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Odobenus rosmarus
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- Odobenus rosmarus
- Morsa
- 2005/07/26 Rafael Silva do Nascimento 30/07/2005
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Taxonomia
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- Odobenus rosmarus [Linnaeus, 1758].
- Citação: Syst. Nat., 10th ed.,
1:38.
- Localização típica:
"intra Zonam arcticam Europae, Asiae, Americae".
Características gerais
Comprimento do corpo: 3-4 m (♂); 2,6 m
(♀).
Peso: 700-1.700 kg (♂); 400-1.250 kg (♀).
A
característica física mais chamativa na morsa é a presença de presas
compridas em ambos machos e fêmeas. Essas presas, os caninos, podem crescer
num comprimento de até 1 m (o comprimento médio é de 50 cm), e são
normalmente mais longos e pesados nos machos. Acompanhando as presas existem
os pêlos eréteis do lábio superior, as chamadas vibrissas, com grande variação de
comprimento de indivíduo para indivíduo, podendo chegar aos 30 cm, de forma
alinhada. Os pêlos do bigode são substituídos anualmente. Os machos são fisicamente maiores que
as fêmeas, com a média de 3 m de comprimento contra 2,6 nas fêmeas. Apesar
dos bigodes abundantes, ambos machos e fêmeas parecem quase totalmente
carecas. Em fato, são cobertos por uma ligeira pelagem que vai se tornando
menos densa de acordo com a idade do animal. A pele, dum marrom pálido ao
escuro ou cinzento, que é formada de muitas dobras, pode ter 4 cm de espessura. A camada
de gordura flácida embaixo da pele pode ter 15 cm de espessura. A pele é mais dura
ainda na pele do pescoço e nos ombros dos machos adultos. De acordo com a
idade que avança, a pele da morsa vai se tornando pálida. Quando o animal
entra na água a pele fica mais pálida ainda que a irrigação do sangue na
pele é bastante restrita. Controverso à isso é quando a morsa está com a
pele quente onde o fluxo de sangue é bastante intenso e a pele têm
aparência muito vermelha, parecendo que foi queimada ao sol. As morsas não
têm orelhas externas e os olhos são muito pequenos e semelhantes aos dos
porcos. Os dois orifícios nasais são pequenos e podem ser fechados
quando mergulha. As duas nadadeiras frontais podem girar num ângulo bastante
amplo; as traseiras são curtas e juntas, de modo que formam uma espécie de
cauda.
Chaves
de classificação física:
endotérmico; simetria bilateral; quadrúpede; hidrodinâmico.
Dimorfismo sexual: não
apresentável.
Ontogenia e Reprodução
Devido
às morsas se reproduzirem durante os invernos árticos, pouco é conhecido
sobre seu sistema de acasalamento. Acredita-se que seu sistema é baseado num
fêmea-defensiva polígama. Grandes machos maduros possuem acesso exclusivo à
um grupo de fêmea de 1-5 dias duma vez. A procriação acontece em janeiro e
fevereiro, na maioria das vezes debaixo d'água. As morsas são interessantes
porque a implantação de blastócito é feita durante 4 ou 5 meses, até junho
ou julho. Os nascimentos ocorrem 10-11 meses após isso, da metade de abril à
metade de junho, significando que o período de gestação total é de 15-16
meses. Fêmeas dão a luz á uma única cria precoce, raramente nascendo
gêmeos. A cria têm aproximadamente 113 cm de comprimento e pesa cerca de 63
kg. Sua coloração é cinzenta e pode nadar logo após o nascimento. O laço
social entre fêmea e cria é muito forte, e a genitora é extremamente
protetora. O período de lactação acaba entre 1,5-2 anos, mas as crias são
capazes de encontrar comida antes que a dependência acabe. As jovens morsas
machos tornam-se sexualmente maduras nos 8-10 anos, mas não incapazes de
competir com sucesso por fêmeas até que tenham completado 15 anos de idade. As
fêmeas tornam-se sexualmente maduras aos 6-7 anos de idade, e crescem
totalmente aos 10-12 anos de idade. A fecundação das fêmeas é maior quando
atingem os 9-11 anos de idade, e nessa idade podem produzir um filhote a cada
outro ano. O intervalo entre os nascimentos é maior em fêmeas velhas. Na vida
selvagem, sabe-se que as morsas podem viver até 40 anos de idade.
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Período
de gestação: 15-16 meses.
Número de crias: 1-2.
Maturidade sexual: 18-10 anos (♂); 6-7 anos (♀).
Longevidade: 40 anos.
Chaves
de características reprodutivas: vivíparo; sexual; dióico; fertilização
interna.
Ecologia e Comportamento
As
morsas são extremamente gregárias. Centenas de indivíduos podem se agrupar
sobre os blocos flutuantes de gelo ou a costa. Durante a estação que não
corresponde à reprodutiva, esses grupos são sexualmente segregados, e existe
uma dominância hierárquica baseada em ambos tamanhos de corpo e presas. Quando
um indivíduo sai da água e procura por um lugar para repousar e encontrar um
animal menor, irá expulsá-lo do local, intimidando-o com as presas e a
cabeça. Se isso não intimidar a outra morsa, o maior irá atacar com as
presas, e freqüentemente ocorre sangramento. Aparentemente, as morsas preferem
permanecerem no meio dessas grandes agrupações. O comportamento de corte
consiste em diversas competições entre machos adultos para garantir o direito
exclusivo de reprodução com um grupo de fêmeas. Grupos de machos ocorrem em
grandes tamanhos e utilizam diversas táticas para atrair as fêmeas. Essas
táticas incluem um canto extenso e amostras de vocalização, juntamente com
combates de macho contra macho. Machos emitem uma variedade de cliques e sons
semelhantes à sinos debaixo d'água. Também emitem outros tipos de som com
somente a cabeça na superfície. Ocasionalmente, os machos engatam um combate
físico, tentando derrubar o inimigo posicionando as presas no pescoço do
adversário. Essas lutas geralmente não duram muito e terminam quando um macho
abandona a área. Os machos que obtiveram êxito em atrair as fêmeas permanecem
nesse posto durante 1 a 5 dias, logo depois são normalmente expulsos por outros
machos. Ambos cópula e nascimento são previstos para ocorrer debaixo d'água.
Quando uma fêmea está quase pronta para dar a luz, ela se afasta do grupo.
Após dar a luz, ela entra num grupo de outras fêmeas com suas respectivas
crias. A fêmea amamenta, protege e ensina a cria a nadar. As crias fêmeas
permanecem no grupo de suas mães, mas os jovens machos se dispersam aos 2-3
anos de idade para se juntar à um grupo de machos. Os machos não dão cuidado
às crias, mas comunidade de cuidado entre crias e outras fêmeas foi observado.
Adoções de crias órfãs também foram documentadas, embora a dependência
cria-mãe é tal que, se a genitora for capturada, a cria também se entrega
passivamente; se ela for morta, a cria fica ao lado dela, às vezes até morrer
de fome. Alimentam-se de animais que residem na superfície dos oceanos, ou nos
sedimentos. A dieta principal inclui equinodermos, caranguejos, moluscos e
estrelas-do-mar. O tempo que permanecem submersos à cata de bichinhos
normalmente termina entre 2-10 minutos (até 20 minutos) em profundidades de
10-50 m (até 90 m). Nadam rapidamente, podendo alcançar os 35 km/h (7 km/h em
média) de cabeça até o fundo do oceano, fuçando dum modo semelhante aos
porcos. Duas teorias de como as morsas devoram bivalves foram propostas, e
parece que utiliza ambos os métodos. Racham a concha entre os as nadadeiras e
comem a parte macia. Podem colocar os organismos de concha entre os lábios e
ingerem apenas a parte carnosa por poderosas sucções, descartando as conchas.
Ocasionalmente, as morsas predam também peixes, focas e jovens baleias. As
morsas são capazes de levantar pequenas focas e jovens baleias e perfurá-los
com suas presas. No inverno, quando acompanham fêmeas e filhotes, os machos
parecem comer muito pouco. Acreditava-se que as morsas usavam as presas para
cavar até suas presas, mas essa noção é falsa. Entre as morsas ocorre um
caso incomum de solidariedade entre os animais: apoiada no dorso de uma
companheira, a morsa que estiver ferida e esgotada é mantida com a cabeça fora
d'água, para poder respirar. Ao mesmo tempo, uma terceira empurra as outras
duas, enquanto nadam para algum refúgio. O urso-polar e a orca são os mais
temíveis inimigos da morsa. Cada morsa representa para eles centenas de quilos
de carne e gordura. Tanto o urso-polar quanto a orca atacamos filhotes ou as
fêmeas, algumas delas desprovidas de presas. Mas se o macho estiver por perto,
nada furiosamente em defesa de sua família. O combate, que ocorre então, é
uma disputa feroz, sangrenta e equilibrada. Às vezes ganha o urso,
principalmente pela maior agilidadde sobre o gelo; às vezes vence a morsa,
superior em fôlego, natação e presas. Raramente a morsa toma iniciativa de
atacar o homem. Mas, quando ferida por algum caçador (é caçada para fornecer
carne, gordura, couro, ossos e tendões, este último como material artesanal
para os esquimós), ela investe contra o caiaque do atacante, despedaçando o
barco a dentadas e atira o inimigo na água. Para o esquimó, então, é quase
impossível a salvação. A morsa quando enfurecida ataca com as poderosas
presas e a luta acaba em rápidos movimentos, antes que alguém possa
socorrer.
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Estrutura social: Grupos grandes, com mais de 2.000 indivíduos.
Dieta:
Equinodermos, moluscos, peixes, crustáceos, estrelas-do-mar e mamíferos.
Predadores
principais: Homem,
urso-polar, orca.
Chaves
de características comportamentais: móvel; gregário;
natatorial.
Chaves de características alimentares: carnívoro;
heterótrofo.
Habitat
Habita
preferencialmente
áreas com blocos de gelo flutuantes em regiões costeiras rasas dos caminhos
de água árticos (no inverno) ou em áreas isoladas de praias e costas
rochosas (quando migram no verão); fêmeas e crias preferem permanecer em
blocos de gelos em todas as estações.
Bioma
terrestre: camada de gelo.
Bioma aquático: costeiro.
Distribuição Geográfica
Ocorre
proximamente
ao círculo polar ártico, na costa do oceano Atlântico (costa leste do
Canadá e Groenlândia), na costa do Pacífico (Alasca e mar de Bering) e no
mar de Laptev (norte da Sibéria).
Região
Biogeográfica: oceânico
(nativo): oceano Ártico (nativo).
Distribuição Histórica
A
morsa é uma espécie holocênica de pinípede proveniente de carnívoros terciários
basais que optaram por viver no meio aquático.
Era
geológica:
Cenozóico; Quaternário; Holoceno (dias atuais).
Estado de Conservação
Apesar
da população das morsas ter decaído drasticamente desde o início do século
XX, programas de conservação tiveram resultado no dramático estado da
população do oceano Pacífico. Apesar de se acreditar que as populações não
estejam em risco de extinção, as populações de Laptev e do Atlântico ainda
permanecem em níveis baixos. Atualmente, o número estimado de morsas em todas
as populações é desconhecido. Foi explorado por anos por parte dos nativos,
que têm interesse em sua carne, gordura, couro, ossos e as presas. Os grupos
étnicos do norte tem permissão para caçar as morsas para subsistência, mas
ainda existem caçadores ilegais em busca do marfim. O IUCN (2000) listou a
subespécie Odobenus rosmarus laptevi como Deficiente de Dados.
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Exemplares
vivos:
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Subespécies
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Três subespécies são distinguidas, com diferenças
físicas e de distribuição geográfica, uma do oceano Atlântico, uma do
oceano Pacífico e uma terceira, descrita na década de 40, do mar de Laptev,
que não é considerada por muitos taxonomistas como uma subespécie distinta
dentro da espécie Odobenus rosmarus, sendo então parte da população
do Pacífico:
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Imagem |
Descrição |
Distribuição |
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- Odobenus rosmarus divergens
[Illiger, 1815]
- Morsa-do-pacífico
A
subespécie habitante da costa oeste do ártico americano, a
morsa-do-pacífico vive no mar de Bering, Alasca e outros pontos do oceano
Ártico. Como as demais subespécies, tem longas presas semelhantes à
marfim. Muitos especialistas acreditam que esta subespécie abrange a
população do mar de Laptev, norte da Sibéria, chamada por muitos de
morsa-de-laptev, numa subespécie separada. Fisicamente são pouco maiores
que a subespécie do Atlântico.
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Mar
de Bering, Alasca e outros pontos do oceano Ártico. |
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Odobenus rosmarus laptevi [Chapski,
1940]
- Morsa-de-laptev
É
a terceira proposta de subespécie, de 1940. Habita a região do mar de
Laptev no norte da Sibéria. Por muitos taxonomistas esta subespécie não
é reconhecida como população separada, sendo provavelmente integrante
da população de Odobenus rosmarus divergens, a morsa-do-pacífico
É a subespécie de tamanho intermediário.
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Mar
de Laptev, norte da Sibéria. |
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- Odobenus rosmarus rosmarus
[Linnaeus, 1758] - Syst.
Nat., 10th ed.,
1:38.
- Morsa-do-atlântico
A
primeira das subespécies mais aceitas, a morsa-do-atlântico vive no
leste do ártico canadense e o leste da Groenlândia à Novaya Zemlya, no
oceano Atlântico. Vive em grandes grupos e pode mergulhar a grandes
profundidades em busca de alimento. É pouco menor que a subespécie do
Pacífico.
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Leste
do ártico canadense, leste da Groenlândia e Novaya Zemlya. |
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Observações e Etimologia
As
morsas estão entre os animais viventes mais estranhos. Suas longas presas o
fazem diferente de qualquer outro animal marinho. Essas presas podem ser usada
em combates, mas também tem outras funções. As presas podem ser usadas para
cortar através do gelo, apoiar o animal no gelo enquanto este dorme, e ajudar
a por o corpo para fora d'água. As morsas às vezes usam a cabeça para
quebrar camadas de gelo com mais de 20 cm de espessura. Os machos possuem um
báculo grande (o osso do pênis), com mais de 63 cm de comprimento, o maior
de qualquer animal vivo em ambos absoluto e relativo tamanho. Outro aspecto
incomum nas morsas é a presença de bolsas faríngeas que se abrem em ambos
os lados no esôfago. Essas bolsas podem estocar mais de 50 l de ar provendo
auxílio respiratório quando mergulha. Isso permite que a morsa descanse em
uma posição voltada para cima. Essas bolsas também trabalham como câmara
de ressonância e amplificador para os chamados que produz durante o cio. Odobenus
rosmarus significa ''aquele que anda com os dentes'', devido ao aspecto
longo das presas que parecem tocar o chão. Nomes
vulgares:
morsa (português, espanhol); walrus (inglês, britânico); walroß
(alemão); mursu (finlandês); valross (sueco); morse (francês); trichecho
(italiano); hvalross.
Protônimo: Phoca rosmarus (Linnaeus, 1758).
Referências
BBC
On-Line; Science & Nature. Animals. Avaliado on-line em: http://www.bbc.co.uk/nature/
Carling,
M. 1999. "Odobenus rosmarus" (On-line), Animal Diversity Web. Acessado
em 23 de julho de 2005. Avaliado on-line em: http://animaldiversity.ummz.umich.edu/site/accounts/information/Odobenus_rosmarus.html
Os
Bichos,
©1972-1973 Casa
Editrice A. M. Z. e Produzioni Editoriali D´Ami. Volume 1. Págs: 78, 79 e 80.
Walrus -
Canadian Animals. Avaliado on-line em: http://www.sasked.gov.sk.ca/~gregory/animals/index.html
Walrus (Odobenus
rosmarus). Avaliado on-line em: http://ourworld.compuserve.com/homepages/jaap/walrus.htm
World
Almanic for Kids - Walrus. Avaliado on-line em: http://www.worldalmanacforkids.com/explore/animals/walrus.html
Wilson,
D. E., e D. M. Reeder [editores]. 1993. Mammal Species of the World (Segunda Edição). Washington:
Smithsonian Institution Press. Avaliado on-line em: http://nmnhgoph.si.edu/msw/
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Odobenus rosmarus
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