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Menu - Índice - Macropus rufus

 
 

    Morfologia da espécie indisponível.  Vídeo da espécie indisponível.   Áudio da espécie indisponível.   

Classificação 
Reino: Animalia
  Filo: Chordata
    Classe: Mammalia
      Ordem: Diprotodontia
        Família: Macropodidae
          Gênero: Macropus
Macropus rufus
Canguru-vermelho

Figura de um espécime. Clique para ampliar.

2005/02/04 Rafael Silva do Nascimento 18/06/2005

Taxonomia

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Macropus (Osphranter) rufus [Desmarest, 1822].  
Citação: Mammalogis. In Encycl. Méth., 2 (Suppl.): 541.
Localização típica: Austrália, Nova Gales do Sul, Montes Azuis.

Características gerais

Comprimento do corpo: 1,4 m.
Comprimento de cauda: 1 m.
Altura: 1,4 m (♂); 1 m (♀). 
Peso: 66 kg (♂); 26,5 kg (♀). 

O canguru-vermelho, símbolo da Austrália, único país onde habita, distingui-se facilmente dos demais animais pela forma característica de se deslocar aos pulos: contrariamente a maioria dos animais, este marsupial movimenta-se aos saltos, utilizando as suas robustas patas posteriores como alavancas. A dentição do canguru-vermelho caracteriza-se por um desenvolvimento considerável dos molares e pela total ausência de caninos. Aos três pares de incisivos, de crescimento contínuo, no maxilar superior, corresponde um único par de incisivos no maxilar inferior, tal como o cavalo. A fórmula dentária de cada semi-arcada é I 3/1, C 0/0, PM 1/1, M 4/4. O regime alimentar leva este marsupial a utilizar sobretudo os molares, que são pelo menos 16. Os molares são todos do mesmo tamanho e podem renovar-se quatro vezes durante a vida do animal, avançando ao longo da arcada à medida que se vão desgastando. Por sua vez, os três incisivos do maxilar superior servem para cortar. O estômago, muito grande, pode pesar, quando está cheio, cerca de 15% do peso total do animal. Está dotado de células que segregam um muco muito rico em bactérias específicas, cuja função é a de facilitar a digestão, decompondo os alimentos digeridos para permitir a sua assimilação. O estômago é considerado o principal elemento que diferencia o aparelho digestivo do canguru do dos outros herbívoros efetivamente ruminantes. O focinho só em parte coberto de pêlos, apresenta malhas características brancas, castanho-escuras ou pretas, bem visíveis, atrás das narinas. A musculatura das extremidades posteriores é muito desenvolvida, e graças ao seu poderoso impulso, os seus saltos alcançam mais de três metros de altura (o recorde de salto de um canguru foi de 3,1 m de altura, em fuga) e nove metros de distância. As patas dianteiras, finas, menos desenvolvidas que as traseiras e de aparência atrofiada, munidas de cinco dedos com unhas robustas (pentadátilo) podem pegar o alimento e levá-lo a boca, além de auxiliar nos combates. Isso é uma grande vantagem, já que podem comer de pé, enquanto vigiam as redondezas. O segundo e o terceiro dedo das patas posteriores são unidos, mas as unhas são separadas e forma uma espécie de pente para limpeza do pêlo. A pelagem assegura ao canguru-vermelho um bom isolamento térmico, por ser muito densa. Varia do vermelho claro à um vermelho mais contrastante nos machos e dum cinza-azulado nas fêmeas. O marsúpio da fêmea, que é uma prega cutânea permanente da parede abdominal, situada perto da abertura uro-genital das fêmeas. Em forma de ferradura, é sustentada por um par de elementos ósseos e rodeada por um músculo, o sphincter marsupii. Após a sua primeira fase de desenvolvimento, o marsúpio é quente e toma o papel do que nos mamíferos mais avançados é feito pela placenta. Dentro do marsúpio, ou bolsa marsupial, ficam quatro mamilos nos quais o pequeno embrião do tamanho de uma abelha fica unido até o seu desenvolvimento total. As orelhas são grandes, e os cangurus podem move-las em direção aos ruídos, identificando os sons com muita precisão. São eficientes para que possam perceber o perigo a tempo de fugir. A cauda é longa (vai de 65 cm até 105 cm), possante e musculosa, e serve de apoio quando o animal está erguido e para manter o equilíbrio enquanto salta, atuando como contrapeso.

Chaves de classificação física: endotérmico; simetria bilateral; quadrúpede; pentadátilo (patas anteriores).
Dimorfismo sexual: macho maior com pelagem avermelhada
; fêmea cinza-azulada com bolsa ventral marsupial.

Ontogenia e Reprodução

O canguru-vermelho acasala durante todo o ano, visto que o ciclo reprodutivo é influenciado pelas condições ambientais e não se limita a uma estação do ano específica. O ciclo da fêmea dura 35 dias. O óvulo, após a fecundação, desenvolve-se no útero até se transformar, após cerca de 33 dias, num embrião larvar que pesa de 0,8 à 1 g, e que tem de 2,5 a 5 cm de comprimento. Pelado, mas com patas anteriores já dotadas de unhas, o embrião inicia a sua ''subida'' – que dura cerca de cinco minutos – em direção ao marsúpio, agarrando-se aos pêlos da genitora. Logo que alcança a sua meta, abocanha um dos quatro mamilos e permanece nessa posição durante todo o período embrionário (190 dias). A matriz possibilita a fêmea ter, ao mesmo tempo, um pequeno canguru no seu marsúpio e uma cria no interior do útero. Assim os cangurus-vermelhos conseguem se reproduzir rapidamente. Ao fim de 110 dias, o corpo da cria imatura apresenta-se coberto de pêlos e por volta dos 150 dias começa a espreitar para fora da bolsa. Entre os 235 e os 250 dias, o pequeno canguru abandona definitivamente a bolsa materna. Nesta fase do seu desenvolvimento pesa entre 2 e 4 kg e continua a mamar leite materno, apesar se já se mostrar muito mais independente. A cria ainda permanece por mais algum tempo junto da genitora. Apenas passado um ano, quando atingir cerca de 10 kg de peso, estará completamente desmamada. As crias maduras dos cangurus são chamadas de joey.

Período de gestação: 33 dias no útero; 235 no marsúpio.
Número de crias: 1.
Maturidade sexual: 14-22 meses (♀); 24 meses (♂).
Longevidade:
15-20 anos (6-7 em média).

            Chaves de características reprodutivas: vivíparo; sexual; dióico; fertilização interna.

Ecologia e Comportamento

Cerca de uma hora antes do pôr do sol, os cangurus-vermelhos começam a procurar alimento e dirigem-se para as nascentes de água mais próximas. O canguru-vermelho, tal como a maioria dos outros cangurus, alimenta-se essencialmente de ervas (60% a 90% de o seu regime alimentar) e de plantas herbáceas com flores, como a luzerna e o trevo; além disso, aprecia especialmente a Triodia spinifex, ou ''erva-porco-espinho'', uma gramínea cujas folhas, rígidas e pontiagudas como alfinetes, se assemelham a espinhos. Os quenopódios, pequenas plantas herbáceas muito ricas em sais, fazem também parte do seu regime alimentar. O canguru-vermelho, ao contrário dos wallaroos, seus parentes próximos, quase nunca se alimenta de folhas de acácia ou eucalipto. Os machos consomem em média mais uma hora que as fêmeas, talvez por estas escolherem alimentos mais ricos em proteínas, sobretudo durante o período de seca, e também por procurarem pastos que lhes ofereçam recursos alimentares favoráveis, de forma a melhorarem a qualidade do seu leite. Estes marsupiais necessitam de várias horas para se alimentarem. Quaisquer que seja a estação do ano, os cangurus-vermelhos despendem entre 7,1 e 10,5 horas por dia alimentar-se. Cerca de 78% do tempo dedicado a pastar ocorria à noite: nas seis horas seguintes ao pôr dos sol e pouco antes da aurora. Os cangurus-vermelhos alimentam-se também durante as primeiras duas horas do dia (80% do pasto diurno) e pouco antes de entardecer. Apesar de estarem bem adaptados ao clima árido da sua área de distribuição, temem o calor excessivo: assim, nos dias mais tórridos nas savanas da Nova Gales do Sul, procuram ficar na sombra. O ciclo vital do canguru-vermelho está estreitamente relacionado as condições climáticas. Quando a temperaturas ultrapassam os 50º C, procura as sombras das escassas árvores da região. Chega a percorrer 200 km em busca de regiões mais favoráveis à alimentação e reprodução. Nas regiões mais áridas, onde a precipitação nunca ultrapassa os 250 mm por ano, os freqüentes períodos de seca limitam as disponibilidades alimentares e a qualidade do alimento, com repercussões inevitáveis sobre a reprodução e os meios de sobrevivência do canguru. Na Austrália, o canguru desempenha um papel que em outros continentes é realizado por vários outros animais selvagens. Exclusivamente herbívoro, surge como um dos principais consumidores da cadeira alimentar. Em geral, o canguru mastiga o alimento de forma a não ter que regurgitar e rumina-lo mais tarde. Para matar a sede, os marsupiais escavam muitas vezes buracos que podem chegar a medir um metro de profundidade, assim favorecem também outros animais da mesma região, por exemplo pombos-selvagens, cacatuas-vermelhas, dasiúros e as vezes emus. Dessa forma, proporciona o mesmo tipo de contribuição do elefante-africano, que, escavando buracos do mesmo gênero, permite que os antílopes e zebras da savana também possam beber. Além disso, o canguru contribui para a reprodução das espécies vegetais, favorecendo, com a expulsão dos excrementos, a disseminação e a germinação das sementes.

            Estrutura social: Vive geralmente em pequenos grupos livres,cuja hierarquia não é muito rígida,com no máximo oito indivíduos.
            Dieta
: Hervas coriáceas, dicotiledóneas.
            Predadores principais: Homem, dingo

            Chaves de características comportamentais: móvel; diurno; noturno.
                Chaves de características alimentares:
herbívoro; heterótrofo.

Habitat

Habita savanas e estepes semi-áridas e áridas.

Bioma terrestre: savana ou campo.

Distribuição Geográfica

Ocorre na Austrália ocidental e central.

Região Biogeográfica: australiano (nativo).

Distribuição Histórica

O canguru-vermelho é uma espécie Holocênica proveniente dos marsupiais procoptodontes isolados do restante dos continentes na Austrália (Oceania), no decorrer da deriva continental. A família Macropodiadae, a qual o canguru-vermelho pertence é uma das mais recentes no decorrer da evolução dos marsupiais. Encontram-se 50 espécies distribuídas por cerca de 10 gêneros. O canguru-vermelho possui alguns parentes pré-históricos imensos, como o Procoptodon goliah, do Pleistoceno, com 3,1 m de altura, que era o maior dos marsupiais macropodídeos hoje extintos. Este se diferenciava dos cangurus atuais por possuir a face curta e as patas traseiras com somente um dedo. 

Era geológica: Cenozóico; Quaternário; Holoceno (dias atuais).

Estado de Conservação

O canguru vermelho sofre caça regulamentada fora dos parques nacionais, onde a espécie é protegida. 

Exemplares vivos: 2.073.000 (Nova Gales do Sul, 1983).

Subespécies

Existem três subespécies de cangurus-vermelhos,apesar de as suas diferenças não estarem totalmente definidas:

  Imagem Descrição Distribuição
  © The Zoological Society of Sand Diego
Macropus rufus dissimulatus [ - ]
Canguru-vermelho-dissimulado

A subespécie que habita a parte ocidental australiana (Austrália Ocidental), cujas fêmeas possuem uma pelagem avermelhada, como os machos.

 

Oeste da Austrália.
 
 
Macropus rufus pallidus [ - ]
Canguru-vermelho-pálido

Presente na região norte-ocidental (noroeste) australiana (Austrália Ocidental e Território do Norte), cujas as fêmeas possuem um manto cinza-pardo, diferentemente dos machos avermelhados.

 

Noroeste da Austrália.
 
Macropus rufus rufus [Desmarest, 1822] - Mammalogis. In Encycl. Méth., 2 (Suppl.): 541.
Canguru-vermelho-comum

A subespécie típica, presente na parte oriental da área de distribuição da espécie (Queensland e Nova Gales do Sul).

Leste da Austrália.
 
     

Observações e Etimologia

A palavra ''kangaroo'', canguru em inglês, foi adotada para as línguas ocidentais pelos colonizadores ingleses que ao perguntar ao povo nativo da Austrália, os aborígines, o nome daqueles animais saltadores nunca antes vistos, recebiam em resposta ''kangaroo''. A denominação ''kangaroo'' na língua aborígine significa ''eu não compreendo''. Os aborígines não compreendiam o que os ingleses estavam falando. Tão pouco os ingleses entendiam o que os aborígines falavam, e acharam que o nome ''kangaroo'' fosse o nome dos animais saltadores diferente dos demais do Velho e do Novo Mundo. O canguru é chamado wallaby nas línguas nativas. Neste, há sub-denominações específicas para o canguru: os machos adultos são chamados ''boomer'' ou ''old man'' (homem velho); as fêmeas são ''doe'' ou ''dam''; as crias são chamadas de ''joey''; e a viagem dos cangurus é chamada de ''mobs''. Macropus (Latim) significa ''grande pata''. A denominação rufus vem do Latim, e significa vermelho. Sendo do gênero dos animais de grandes patas, o espécie vermelho dentro do gênero.

Nomes vulgares: canguru-vermelho (português); canguru (português); canguru-gigante (português); wallaby-vermelho (português); canguru-rufo (português); canguru-australiano (português); red-kangaroo (inglês); wallaby (aborígine).                                                                                               Pronônimo: Kangurus rufus Desmarest, 1822.

Referências

Enciclopédia da Vida Selvagem, ©1993-1997 Sociéte Périodiques, Larousse - Animais da Savana VII. Págs: 25 à 44.

Enciclopédia dos Seres Vivos, CD Rom 1, Vertebrados 1.

Evolução - O Jogo da Vida.Crossover; Discovery Channel Multimedia; Globo Multimídia. ''Bestiário''. © 1997 Discovery Communications, Inc. Todos os direitos reservados.

Wilson, D. E., and D. M. Reeder [editores]. 1993. Mammal Species of the World (Segunda Edição). Washington: Smithsonian Institution Press.  Avaliado on-line em: http://nmnhgoph.si.edu/msw/ 

 

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