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Inia geoffrensis
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- Inia geoffrensis
- Boto-cor-de-rosa
- 2005/01/28 Rafael Silva do Nascimento
06/08/2005
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Taxonomia
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- Inia geoffrensis [Blainville, 1817].
- Citação: Nouv. Dict. Hist. Nat., Nouv. ed., 9:151.
- Localização típica:
"sur la côte du Brésil.", provável Rio Amazonas acima.
Características gerais
Comprimento do corpo: 2,55
m (♂);
2,01 m (♀);
1,8-2,5 m em média.
Peso: de
90 a 160 kg.
O
corpo é granuloso. As nadadeiras peitorais são grandes e
largas, assim como a caudal, e possuem uma pequena mas longa nadadeira dorsal que os dá
estabilidade debaixo d`água. O
focinho é dentado, longo e estreito. Uma das características são os pêlos
modificados, as vibrissas, sobre a parte superior do focinho, que
provavelmente têm função táctil. O
boto-cor-de-rosa é o maior dos golfinhos de
rios (mais precisamente platanistídeos). Apesar do grande peso de seu corpo
(até 160 kg nos machos), é muito flexível, habilitando o boto a fazer
manobrar subaquáticas complicadas. A
coloração pode variar bastante com a idade, atividade e local onde o animal
vive e está ligada com a irrigação sanguínea dos vasos subcutâneos. Os filhotes nascem com o pigmento
acinzentado e tornam-se rosas contrastante quando na maturidade, na parte
ventral do corpo. Depois de anos de isolamento nas águas turvas dos rios
amazônicos, a seleção natural permitiu que o senso de visão se reduzisse
um pouco, e daí resultaram olhos que são muito menores que os dos distantes
golfinhos marinhos. Apesar dos olhos serem pequenos, em
águas claras sua visão é muito boa. Apresenta uma saliência na cabeça, o
''melão'', por onde emite ondas ultra-sonoras.
Chaves
de classificação física:
endotérmico; simetria bilateral; hidrodinâmico.
Dimorfismo sexual: macho
maior.
Ontogenia e Reprodução
O
período de reprodução vai do final de outubro ao começo de novembro, com os
nascimentos acontecendo oito meses e meio depois de maio a julho, no período
das cheias. As crias tem cerca de 800 mm e em cativeiro chegam a crescer 200 mm
por ano. A duração
de lactação ninguém tem certeza mas, um indivíduo foi encontrado mamando um
ano depois de seu nascimento.
Período
de gestação: cerca de
49 dias.
Número de crias: 1.
Longevidade:cerca de 15 anos.
Chaves de características reprodutivas: vivíparo;
sexual; dióico; fertilização interna.
Ecologia e Comportamento
Esses
animais são normalmente solitários ou encontrados mãe junto à cria. São
nadadores normalmente lentos, mas capaz de chegar a pequenas velocidades, até
23 km/h. O Boto é uma criatura curiosa, a respiração, as vezes, barulhenta
pode se elevar até 2 metros. Ativo sobretudo no amanhecer e entardecer, ele
salta, às vezes, mais de um metro. O mergulho dura, geralmente, 30 à 40
segundos. Os botos, como seus parentes no mar, possuem atitudes amistosas em
relação ao homem e dão prova de grande inteligência. São ditos como animais
curiosos e brincalhões, que podem ser domesticados por seres humanos, mas ficam
no rio de origem. Aceitam comida e acariciações das pessoas que moram a beira
rio, com as quais adquire confiança após passar períodos juntos. Apesar desse
tipo de relação com os seres humanos, pode ser prejudicial a pesca, pois rouba
o pescado das redes, com seu longo focinho, penetrando nos vãos. Mas também são
usados para levar os peixes as mesmas redes, os domados, sendo economicamente
importante para os moradores locais. Vive especialmente em águas relativamente
rasas, onde procura, de preferência, peixes de couro tais como o tamuatá e o
bagre. Consegue nadar até dentro da floresta inundada na época da cheia e se
locomover sem problemas nas águas turvas da região. Mas não se aproxima de
cascatas ou cachoeiras nem de estuários. Utiliza-se
das ondas ultra-sonoras emitidas pelo ''melão'' em sua cabeça para se
orientar, pois estas ondas refletem sobre os corpos sólidos, retornando como
eco, orientando o boto-cor-de-rosa, perfeitamente, em águas negras ou barrentas
com reduzida ou até nenhuma visibilidade.
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Estrutura social: Solitário, ou em duplas de mãe e cria.
Dieta:
Peixes, caranguejos e cágados.
Predadores
principais: Homem.
Chaves
de características comportamentais: móvel;
natatorial; gregário; migratório.
Chaves de características alimentares: carnívoro;
piscívoro; heterótrofo.
Habitat
Habita
rios e afluentes equatoriais.
Bioma
aquático: rios
e afluentes.
Distribuição Geográfica
Ocorre
nos afluentes
dos rios Amazonas, Negro, Mamoré e Orinoco do Peru, Equador, Brasil, Bolívia,
Venezuela e Colômbia.
Região
Biogeográfica: neotropical (nativo).
Distribuição Histórica
Os
botos-cor-de-rosa são espécies holocênicas de cetáceos odontocetos,
provenientes de formas terciárias basais.
Era
geológica:
Cenozóico; Quaternário; Holoceno (dias atuais).
Estado de Conservação
Vulnerável (CITES - Apêndice
II, IUCN).
A
pressão causada por humanos coloca a população em declínio. Outros
fatos, tais como estações hidrelétricas, que mudam a área de concentração
dos peixes, sua presa principal, e a isolação de sua população nos
sistemas de rios; o mercúrio despejado nos afluentes, usado para encontrar
ouro, encontrado em grande concentração nos peixes do qual se alimenta. Outras
ameaças deste golfinho são as redes de pesca, caça, a poluição, a destruição
do habitat natural. A sua carne não é apreciada mas, os homens utilizam a
sua gordura para óleo de lanternas, os olhos e a genitália para feitiço. A
sua população é desconhecida.
Exemplares
vivos:
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Subespécies
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Não há definições
de subespécies disponíveis neste banco de dados. |
Observações
Existem
várias lendas folclóricas sobre os botos na América do Sul, principalmente
por parte de tribos indígenas e populações ribeirinhas. Diz se que esses
animais durante a noite com lua cheia se transformavam em homem e seduzia as
mulheres, engravidando-as e as largando ao amanhecer. Usaria um chapéu para
esconder o orifício nasal no alto da cabeça.
Os órgãos sexuais do boto-cor-de-rosa são semelhantes aos do homem e
da mulher. Daí existirem essas estórias a respeito de relações sexuais
entre homens e fêmeas do boto, e mulheres com o boto macho. É comum, no
norte do Brasil, a expressão 'filho de boto' para definir filhos sem pai. A
mulher menstruada não pode viajar de canoa, porque o boto a persegue, e, se
houver descuido, pode até ser arrebatada da "montaria". Nomes
vulgares:
boto-cor-de-rosa (português); boto-rosa (português); boto (português);
uiara (português); golfinho-do-rio-amazônico
(português); golfinho-rosa (português); amazon-river-dolphin (inglês);
bouto (inglês); pink-dolphin (inglês).
Protônimo: Delphinus geoffrensis (Blainville, 1817)
Sinônimos: Inia boliviensis (espécie sinônima).
Referências
Boto - Valter Jacinto. Avaliado on-line em: http://golfinhos.paginas.sapo.pt/Boto.html
Sorin, A. and N. Rudolph. 2001. "Inia geoffrensis" (On-line),
Animal Diversity Web. Acessado em 25 de Janeiro de 2005. Avaliado on-line em: http://animaldiversity.ummz.umich.edu/site/accounts/information/Inia_geoffrensis.html
Wilson, D. E., e D. M. Reeder [editores]. 1993.
Mammal Species of the World (Segunda Edição). Washington: Smithsonian
Institution Press. Avaliado on-line em: http://nmnhgoph.si.edu/msw/
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Inia geoffrensis
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