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Giraffa camelopardalis
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- Giraffa camelopardalis
- Girafa
- 2005/04/07 Rafael Silva do Nascimento
09/07/2005
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Taxonomia
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- Giraffa (Giraffa) camelopardalis [Linnaeus, 1758].
- Citação: Syst. Nat., 10ª ed., 1:66.
- Localização típica:
"AEligthiopia et Sennar" (restrito ao Sudão, Sennar)
Características gerais
Altura: 5,3 m (♂), 3,3 (cernelha); 4,3 m (♀), 2,7 m
(cernelha).
Peso: 800-1,300 kg
As
girafas são os mamíferos mais altos da Terra, podendo alcançar até 6 m de
altura. Sua característica marcante é o longo pescoço, formado por sete vértebras
somente, como os demais mamíferos. Quando foi descoberta pelos europeus,
muitos tentaram reproduzir um retrato fiel de sua imagem, mas nenhum com
sucesso. Pensava-se que era o cruzamento de um camelo com leopardo, donde lhe
vem o nome. Sua coloração que pode variar de malhas bem encaixadas como na
subespécie girafa-reticulada quanto aos polígonos com bordas desbotadas e
irregulares, como na girafa-dos-massais. Girafas albinas existem, assim como
nas demais espécies de animais, mas são bastante raras, e são chamadas de
''fanstasmas-da-savana''. Ambos os sexos possuem um par de cornos, que nos
machos podem aparecer calombos na sua superfície dando uma aparência
estranha (atingem até 25 cm); nas fêmeas é recoberto por um tufo de pelos
negros nas pontas. As malhas tem função primária de camuflagem, pois fica
difícil observar uma girafa em meio a vegetação densa das savanas
arborizadas donde habita. A língua, assim como no seu único parente vivo
ocapi, é longa, flexível e negra, usada para lamber as orelhas e olhos e
para pegar o alimento, folhas, porque a girafa não possui os incisivos
superiores, que os demais ungulados usam para puxar a vegetação. Os dentes,
32 no total, incluem caninos e incisivos presentes apenas nas mandíbulas
inferiores. O grande pescoço, que ostenta uma crina curta e dá a aparência
da girafa ser corcunda, possui um mecanismo especial usado para que o sangue
bombeado pelo coração consiga chegar ao cérebro, que fica a mais de três
metros de distância para o alto: o retículo admirável. As pernas da girafa
são igualmente longas, até 2,5 m, e ao andar, a girafa não faz como os
outros ungulados, que movimentam primeiro as patas dianteiras e depois as
traseiras, primeiro ela move as patas dum lado e depois do outro. Os cascos são
fortes e usados como sua principal defesa contra predadores. Mata até leões.
A cauda comprida termina num tufo de pelos longos e embaraçados. Ao contrário
do que se pensava antigamente, as girafas não são mudas. São dotadas de um
órgão fonético normal e podem produzir uma variedade de sons. Pode
ronronar, produzir uma tosse rouca, grunhidos e até gritos muito parecidos
com assobios.
Chaves
de classificação física:
endotérmico; simetria bilateral; quadrúpede.
Dimorfismo sexual: machos maiores e com cornos mais salientes, com duas
outras excrescências e uma protuberância na testa.
Ontogenia e Reprodução
As
girafas alcançam a maturidade sexual por volta dos 2-4 anos de idade, variando
de sexo e das subespécies. Não
há época definida para que ocorra a reprodução. O pescocear, nome
dado a luta entre as girafas machos, não se trata apenas dum simples e repetido
roçar de cabeça amigável contra o corpo de outro animal. Pode ser o prenúncio
de uma luta mais séria. Os combates entre os machos verificam-se durante todo o
ano, independentemente da presença de fêmeas. Raramente acabam com a morte de
um dos adversários. No final de um combate, pode acontece que um dos machos
monte o outro, simulando uma cópula, e demonstrando desta forma seu domínio
sobre o rival. O pescocear é pois inerente quer à vida sexual quer à vida
social das girafas. As girafas reproduzem-se o ano inteiro. O macho identifica
se a fêmea está receptiva colhendo amostras de sua urina. Acaso a fêmea não
esteja, o macho para de perseguia-la e continua a pastar e ruminar normalmente.
Se a fêmea estiver receptiva, então continua a persegui-la. Ao cabo de várias
horas de perseguição, o macho fica instantes imóveis junto a garupa da fêmea
e a cópula começa. Esta dura poucos segundos. A fêmea dá à luz a sua
primeira cria aos 5 anos de idade. Após 15 meses de gestação, a fêmea dá a
luz a um filhote (casos de gêmeos são raros), normalmente no alvorecer. A fêmea
na hora do parte se isola do grupo até após os primeiros dias de vida da cria.
O filhote, que já nasce com até 70 kg e 2 m de altura, cai duma altura de 2 m.
Não parece sofrer, e meia hora depois já se alça sobre as patas, trêmulas. O
pescoço ainda é relativamente curto e direto, e os cascos são macios, mas
endurecem rápido.
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Período
de gestação: 15
meses.
Número de crias: 1.
Maturidade sexual: 3-3,5 anos (♂); 2-2,5 anos (♀).
Longevidade: 26 anos.
Chaves
de características reprodutivas: ovíparo; sexual; dióico; fertilização
interna.
Ecologia e Comportamento
As
fêmeas ficam no território de sua genitora, e os machos se separam das mesmas
para viverem em grupos formados apenas de machos, que às procurarão no calor.
Os machos são distinguidos das fêmeas a distância pelos seus hábitos de
pasto diferentes. Os machos tendem a levantar seu pescoço até os galhos mais
altos para pegar as folhas que os demais ungulados não podem pegar, enquanto as
fêmeas parecem preferir árvores menores. As girafas podem ser facilmente
encontradas em grupos de 12-15 animais, porém, no passado já ouve registro de
um grupo com mais de 100 exemplares. Não existem membros permanentes num grupo.
Os grupos são liderados por um macho adulto e é composto de fêmeas adultas,
crias e machos sexualmente imaturos. Fêmeas são normalmente mais alertas ao
perigo. Beber água é uma tarefa difícil para a girafa, pois seu enorme pescoço
a deixa numa posição desconfortável e desprotegida quando se abaixa até a poça.
É nesse hora em que seus principais predadores naturais as abatem, mordendo sua
nuca. Os humanos caçavam girafas antigamente as encurralando com queimadas, em
bosques ou entre montes, assim, a matavam utilizando lanças. Mas é perigosa
quando acuada. Podem alcançar até até 50 km/h quando acuada, jogando sobre os
atacantes uma chuva de pedras movidas pelos seus cascos. Para despistar
predadores, dormem de pé. Usam chutes para proteção, que é bastante eficaz,
podendo facilmente matar um leão.
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Estrutura
social:
Grupos pequenos temporários.
Dieta:
Folhas tenras.
Predadores
principais: Leão.
Chaves
de características comportamentais: móvel;
diurno.
Chaves de características alimentares: herbívoro;
heterótrofo.
Habitat
Habita
savanas e estepes arborizadas.
Bioma
terrestre: savana ou campo.
Distribuição Geográfica
Originalmente
distribuída por quase todo o continente africano (não habitava as áreas de
florestas equatoriais), hoje resta apenas em áreas ao sul do Saara, Senegal,
Mali, Guiné, Níger, Nigéria, Chade, Sudão, Etiópia, Somália, República
Centro-Africana, Uganda, Quênia, Tanzânia, Angola, Namíbia, Botsuana, Zâmbia,
Camarões, Moçambique e África do Sul.
Região
Biogeográfica: etiópico
(nativo).
Distribuição Histórica
A
família dos girafídeos diferenciou-se dos outros artiodátilos há apenas 25
milhões de anos atrás. Os seus numerosos representantes povoaram o mundo
antigo até o final do Terciário. Há 20 milhões de anos, os gêneros Palaeotragus
e Giraffokeryx eram girafídeos típicos, este último com dois
pares de cornos. Há 10 milhões de anos, Mioceno Superior, existiram várias
subfamílias,entre a elas, a do Sivatherii, que lembrava um boi. Os gêneros
atuais, Giraffa e Okapi surgiram mais ou menos na mesma época
do sivatério, e são os únicos sobreviventes dessa diversificada família de
ruminantes.
Era
geológica:
Cenozóico; Quaternário; Holoceno (dias atuais).
Estado de Conservação
Protegida em muitos países. Não
está incluída na Convenção de Washington.
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Exemplares
vivos:
em decréscimo.
Subespécies
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Segundo as zonas, a pelagem das girafas apresenta diferentes tonalidades de
manchas de diversas formas. As girafas da parte ocidental e central do
continente africano possuem manchas geralmente mais claras, mais uniformes e
menores do que as da girafa-reticulada. Esta grande variedade é o que
justifica a teoria segundo a qual alguns pesquisadores confirmam a existência
de nove subespécies de girafas. Para outros, existem apenas duas, a
girafa-reticulada e a girafa-malhada (Girafa-da-núbia), sendo todas as outras
provenientes destas duas. Então qualificadas na seguinte forma:
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Imagem |
Descrição |
Distribuição |
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- Giraffa camelopardalis angolensis [Lydekker,
1903]
- Girafa-de-angola
Pelagem com manchas largas com alguns vincos envolta de
seus contornos, estendendo-se para baixo em toda a sua perna. Tem uma
tendência ao tipo reticulada. As manchas são grandes, sub-quadrangulares
com seus contornos bem marcados.
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Angola,
Namíbia, Botsuana
e Zâmbia. |
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- Giraffa camelopardalis antiquorum [Swainson,
1835]
- Girafa-do-cordofan
Rara, vive na região norte-africana. De estatura pequena
em relação às outras subespécies, suas pernas são cobertas por manchas
irregulares. Também é conhecida como girafa-do-Congo, Giraffa
camelopardalis congoensis ou Giraffa camelopardalis antiqurum.
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Sudão,
República Centro-Africana, Chade e Congo. |
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- Giraffa camelopardalis camelopardalis [Linnaeus,
1778] - Syst. Nat., 10ª ed., 1:66.
- Girafa-da-núbia
De grande estatura, com manchas marrons de quatro lados
com um branco apagado de fundo. Não existem manchas em suas pernas.
Apresenta um desenho colorido próximo ao da girafa-reticulada, mas
as manchas são separadas por linhas brancas mais largas, parecidas com a
girafa-da-uganda. Também é chamda de Giraffa camelopardalis typica
ou girafa-malhada.
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Sudão,
Congo, Eritréa
e Etiópia. |
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- Giraffa camelopardalis giraffa [Boddaert,
1785] - Elench.
Anim.
- Girafa-do-cabo
Possui as manchas rodeadas, também descoloradas e mais
espaçadas, algumas
com extensões tipo estrela com um tom amarelo de fundo, que vão até os
joelhos. Pode ser considerada a mesma subespécie da girafa-do-sul, Giraffa
camelopardalis capensis, ou ainda a girafa-do-transvaal, Giraffa
camelopardalis wardi.
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África do
Sul, Botsuana,
Moçambique, Namíbia e Zimbábue. |
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- Giraffa camelopardalis peralta [Thomas,
1898]
- Girafa-do-chade
Sua pelagem mostra manchas amarelo-avermelhadas. Outrora
presente em Serra Leoa, Nigéria, Gâmbia e Mali, hoje em dia sobrevive
só em parques nacionais.
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Camarões,
Nigéria, Gâmbia, Mali, Serra Leoa, Chade, Níger
e Senegal. |
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- Giraffa camelopardalis reticulata [De
Winton, 1899]
- Girafa-reticulada
É a maior e mais difundida subespécie. Os machos podem
alcançar até seis metros de altura. A mais elegante dentre as
subespécies, distingue-se facilmente por sua pelagem, uma delgada e
definida retícula branca separa as suas manchas de coloração intensa,
dum mogno brilhante que forma polígonos regulares, com vários e
pequenos espaços entre si. Os blocos podem, às vezes, serem de coloração
vermelho escuro e cobrir as pernas inteiras. É considerada distinta em
razão de sua espetacular reticulação. Também é conhecida como Giraffa
camelopardalis reticulatare.
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Somália,
Etiópia
e Quênia. |
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- Giraffa camelopardalis rothschildi [Lydekker,
1903]
- Girafa-da-uganda
Tamanho médio. De manchas retangulares ou circulares e
juntas com largos espaços claros entre elas. Têm coloração marrom
escuro com linhas fracas de cor creme. Elas possuem de três até cinco
chifres. As pernas não são marcadas com manchas abaixo dos joelhos. A
girada-da-uganda é considerada parte da população da Giraffa camelopardalis
antiquorum com mistura das raças do leste. A palavra ''rothschildi''
é formada por roths (vermelho) e schildi (escudo ou placa).
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Quênia,
Uganda
e Sudão. |
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- Giraffa camelopardalis thornicrofti [Lydekker,
1903]
- Girafa-da-rodésia
Desenhos estrelados estendem-se para baixo das pernas.
É
uma subespécie típica da Zâmbia, tanto que seu nome, girafa-da-rodésia
refere-se á Zâmbia, chamada antigamente de Rodésia.
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Zâmbia. |
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- Giraffa camelopardalis tippelskirchi [Matschie,
1898]
- Girafa-dos-massais
É endêmica da região que compreende a reserva natural
Masai Mara. É a menor das subespécies (embora já ouve registro dum
exemplar com seis metros de altura). As fêmeas podem ser menores que
quatro metros de altura. Elas têm o padrão de manchas mais irregular de
todas as subespécies. As manchas e as linhas são menos definidas do que a
da girafa-reticulada, por exemplo. As marcas podem aparecer como rosetas de
marrom escuro, com fundo creme-amarelado, ou seja uma coloração chocolate
escuro sobre um fundo amarelo que vai até suas patas. Geralmente possuem
dois chifres e uma saliência no meio da testa que pode compreender um
terceiro chifre.
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Quênia e
Tanzânia. |
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Observações e Etimologia
Giraffa
é uma forma aperfeiçoada do árabe Xirapha, que significa
''aquela que anda depressa''. Camelopardalis refere-se ao antigo
pensamento de que fosse o cruzamento entre um camelo e um leopardo.
- Nomes
vulgares:
girafa (português); giraffe (inglês).
Referências
Enciclopédia
da Vida Selvagem, ©1993-1997 Sociéte Périodiques, Larousse - Animais da
Savana I. Págs: 45 à 64.
GirafaMania.
Sérgio Sakall. Avaliado on-line em: http://www.girafamania.com.br
Lamerato,
A. 2000. "Giraffa camelopardalis" (On-line), Animal Diversity Web.
Acessado em 3 de Abril de 2005. Avaliado on-line em: http://animaldiversity.ummz.umich.edu/site/accounts/information/Giraffa_camelopardalis.html
Os
Bichos,
©1972-1973 Casa
Editrice A. M. Z. e Produzioni Editoriali D´Ami. Volume 1. Págs: 18-19.
The
Animals! A True Multimedia Experience-San Diego Zoo.©1992 The Software
Toolworks, Arnowitz, The Zoological Society of San Diego.
The
Ultimate Ungulate Page, Brent Huffman. Avaliado on-line em: http://www.ultimateungulate.com
Wilson,
D. E., and D. M. Reeder [editores]. 1993. Mammal Species of the World (Segunda
Edição). Washington: Smithsonian Institution Press. Avaliado on-line em: http://nmnhgoph.si.edu/msw/
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