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Equus quagga
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- Equus quagga
- Zebra-das-planícies
- 2005/03/29 Rafael Silva do
Nascimento 17/09/2005
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Taxonomia
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- Equus (Hippotigris) quagga Boddaert, 1785.
- Citação: Elench. Anim., p. 160.
- Localização típica:
África do Sul.
Características gerais
Comprimento do corpo: 2,4 m..
Comprimento de cauda: cerca de 90 cm.
Altura: 1,35-1,4 m (cernelha).
Peso: 290-340 kg.
Machos
e fêmeas da zebra-das-planícies são muito similares em aparência. A altura
na cernelha é de até 1,4 m. Os machos normalmente possuem o pescoço mais
grosso que o das fêmeas. A zebra-das-planícies pode ser distinguida das
demais zebras por possuir as listras mais esparsas, e por não possuir a bolsa
de pele situada abaixo no pescoço, no caso da zebra-das-montanhas. O padrão
das listras das zebras-das-planícies é bastante variado, normalmente de
acordo com a região e subespécie. Em áreas ao norte da África (ao sul do
Saara, mas perto da linha do equador), as listras cobrem todo o corpo. Em
outras regiões as listras são claras e cobrem primeiramente o dorso, quase
imperceptíveis nas pernas. Não existem duas zebras com o mesmo esquema de
listras, o que serve de identificação conveniente mútua (por exemplo, se o
filhote perde-se da mãe, e não a encontra pelo odor, recorrerá a encontrá-la
pelas listras), tanto para as zebras quanto para os pesquisadores. Suas
orelhas são grandes e móveis, capitando todos os ruídos em ambas as direções,
recurso utilizado para detectar predadores.
Chaves
de classificação física:
endotérmico; simetria bilateral; quadrúpede.
Dimorfismo sexual: não
apresentável.
Ontogenia e Reprodução
O
macho vem a saber se a fêmea está receptiva identificando odores da sua urina,
utilizando seu órgão-de-Jacobson. Podem ocorrer lutas entre machos para
conquistar uma fêmea, em perseguições, e lutas em que se ajuelham, para
proteger as patas delicadas contra as mordidas que podem causar graves
ferimentos. A gestação dura cerca de 370 dias, um ano, e nasce uma única
cria, com aproximadamente 30 kg. A genitora após o parto devora a placenta para
aproveitar os nutrientes contidos na mesma. Se a fêmea estiver em boas condições,
estará receptiva novamente, durante o que se chama de ''calor da cria''. Outras
vezes, o intervalo entre os nascimentos é de dois anos. As crias podem nascer
em quaisquer parte do ano, mas normalmente isso ocorre no início da estação
das chuvas, em dezembro e janeiro. Os recém-nascidos podem já se manter em pé
após 15 minutos de seu nascimento (isso os torna aptos desde cedo para fugir
dos predadores, que procuram esse tipo de presa por ser menos resistente), e
logo estarão mamando dentro de uma hora. A genitora mantém todos os membros do
grupo, incluíndo sua cria anterior, longe dela e da cria durante alguns dias,
mas após esse período o contato social entre a cria e as outras zebras terá
início. A predação por parte dos leões e hienas-malhadas resulta em uma
mortalidade juvenil alta, mesmo junto ao fato da genitora defender a cria todo o
tempo. A cria é amamentada por cerca de um ano. A maturidade sexual ocorre
entre os 2-3 anos de idade,mas um macho não será capaz de defender seu acesso
reprodutivo à um grupo de fêmeas até que tenha cerca de seis ou mais anos de
idade. A fêmea começa a se insinuar com cerca de dois anos de idade,
normalmente anda com as patas traseiras afastadas e a cauda ligeiramente
levantada. Esta irá ser ''abdicada'' do grupo pelo seu genitor, para que não
ocorra acasalamento entre exemplares familiares. Após dar a luz á primeira
cria,ela terá o período receptivo mais difícil de se identificar, e ficará
com o pai de sua cria.
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Período
de gestação: 12
meses.
Número de crias: 1.
Maturidade sexual: 2 anos.
Longevidade: 30-35 anos.
Chaves
de características reprodutivas: vivíparo;
sexual; dióico; fertilização interna.
Ecologia e Comportamento
A
zebra-das-planícies, assim como as outras espécies de zebra são animais
sociais. Vivem em famílias pequenas permanentes. Existe uma dominação hierárquica
entre as fêmeas do grupo, com a primeira a se acasalar ser a superior. Os
garanhões vivem sós ou em pequenos grupos não-familiares. O tamanho do grupo
varia com a qualidade do habitat local. Os machos reprodutivos não permitem que
outros machos acasalem-se com as fêmeas de seu harém, e defende sua família
deste invasores e dos predadores dando mordidas e chutes, como coices. As zebras
são conhecidas por matar hienas com um chute. Um dos garanhões adultos,
normalmente o mais velho, tem o trabalho importante de liderar a família até
as áreas com algum curso d'água. Fica vigiando as redondezas para proteger a
família contra eventuais predadores. A família é normalmente constituída por
um macho adulto dominante, o garanhão, e 1-2 fêmeas,as jumentas, e suas crias.
O garanhão normalmente passa a vida toda junto as mesmas, mas pode ter seu
posto tomado por um animal mais jovem e saudável. Muitos grupos familiares
podem se unir para formar um rebanho que pode também se associar com rebanhos
de outras espécies, tal como os gnus. Esse agrupamento com um número elevado
de animais é em intenção de proteção porque diminui a chance do predador
escolher uma presa fixa sem se confundir em meio ao bando. Subespécies como o
cuaga (atualmente extinta), lançavam um grito de alarme semelhante à ''cuaha'',
quando avistavam um possível predador. O hábito alimentar é de um típico
herbívoro de pasto, bastante amplo, devora cerca de 50 espécies de gramíneas.
Ocasionalmente busca folhas e ervas em arbustos baixos. Usa seus lábios ágeis
para empurrar a vegetação entre seus incisivos. As plantas ficam entre suas
poderosas mandíbulas, que se move para frente e para trás. Preferem
particularmente os brotos novos de gramíneas, que nascem normalmente após
um incêndio.
Estrutura social:
Família permanente composta em geral por um macho adulto, 1-2 fêmeas e as
respectivas crias; grupos grandes.
Dieta:
Gramíneas.
Predadores
principais: Leões, hienas-malhadas.
Chaves
de características comportamentais: móvel;
diurno; gregário.
Chaves de características alimentares: herbívoro;
heterótrofo.
Habitat
Habita
savanas arborizadas, savanas abertas e estepes.
Bioma terrestre: savana
ou campo.
Distribuição Geográfica
Ocorre
na Etiópia ao norte e leste da África do Sul, e pontos a oeste até Angola.
Região
Biogeográfica: etiópico (nativo).
Distribuição Histórica
A
zebra-das-planícies é uma espécie holocênica, sendo a subespécie Equus
quagga quagga, o extinto cuaga, muito semelhante aos cavalos
norte-americanos como o cavalo-ocidental (Equus occidentalis). Já possuía
ancestrais na África no Pleistoceno, mas acredita-se que se originou
na América do Norte.
Era
geológica:
Cenozóico; Quaternário; Holoceno (dias atuais).
Estado de Conservação
Espécie ainda numerosa, não
protegida em órgãos, mas presente em parques nacionais; extinta como cuaga (Equus
quagga quagga) desde 1872, quando o último exemplar cativo morreu. Em 2004,
Groves e Bell revisaram as subespécies de zebra-das-planícies. Eles
concluíram que aquela ''zebra-de-burchell extinta'' era um fantasma. A
zebra-de-burchell (Equus quagga burchelli) ainda existe em Kwazulu-Natal
e em Etosha: esta é a intervenção populacional geográfica que está extinta,
não uma subespécie distante por si mesma.
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Exemplares
vivos:
300,000.
Subespécies
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Atualmente se reconhecem-se cinco subespécies.que se
distinguem pela disposição das listras. Nos exemplares das populações
meridionais, elas se apresentam cada vez mais esbatidas, à medida que se avança
para sul:
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Imagem |
Descrição |
Distribuição |
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- Equus quagga antiquorum
- Zebra-de-damara
A cada duas listras negras possui uma marrom clara
desbotada. As listras das pernas são menos constranstantes do que em
outras subespécies. |
Namíbia. |
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- Equus quagga boehmi
- Zebra-de-grant
Listras escuras sem listras claras no meio das
mesmas. Corpo robusto, corpo mais claro do que na
subespécie de Burchell. Amplamente distribuída.
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Etiópia,República
Democrática do Congo (ex-Zaire), Sudão,Uganda e Tanzânia. |
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- Equus quagga burchelli
[Gray, 1824] - Zool. J., 1:247.
- Zebra-de-burchell
Listras escuras sem listras claras no meio das
mesmas. Pernas desprovidas de zebruras. Corpo robusto, subespécie típica da espécie
zebra-das-planícies. Muita confusão rodeou esta subespécie, que já foi
dita como extinta, mas depois foi ''redescoberta''.
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Botsuana e na
Namíbia, além da República da África do Sul. |
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- Equus quagga chapmani
- Zebra-de-chapman
A cada duas listras negras possuI uma marrom mais contrastante
do que na subespécie de damara.
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Zimbábue,
República
da África do Sul até o Transvaal. |
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- Equus quagga quagga †
Boddaert, 1785 - Elench. Anim., p. 160.
- Cuaga †
Subespécie bastante peculiar e as vezes
classificada como uma espécie aparte, porém estudos genéticos
afirmam pertencer a mesma espécie da zebra-das-planícies. Dorso de
cor bege ou creme, com zebruras claras amareladas somente no pescoço e
poucas desbotadas sobre o tronco. Pernas desprovidas de listras.
Quando assustado, lançava um grito de alarme, um som semelhante à
''cuaha'', donde
lhe advém o nome. Dizimado em natureza, o último exemplar desta
subespécie de zebra-das-planícies em cativeiro morreu em 1883, em Amsterdã.
Não se sabe exatamente tudo sobre sua distribuição geográfica
histórica, já que todas as zebras na parte sul da África recebiam o
nome de cuaga pelos nativos. |
África
do Sul.
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- Equus quagga selousi
- Zebra-de-selous
Listras escuras sem listras claras no meio das
mesmas. Corpo robusto, parecida com a subespécie
de Burchell. |
Moçambique. |
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Observações e Etimologia
Existe
muito debate em torno do modo correto de classificar a zebra-das-planícies. Equus
quagga foi primariamente descrito por Boddaert em 1785, sendo que em 1824
Gray descreveu Equus burchelli.
Na taxonomia moderna, a zebra-das-planícies é classificada como Equus
burchelli e o cuaga como Equus burchelli quagga (estudos genéticos
recentes mostram que seus genes são os mesmos da zebra-das-planícies, e que
o cuaga é apenas uma subespécie extinta). Porém, há quem diga que são
espécies diferentes, principalmente por diferenças da pelagem e
vocalização, colocando o cuaga como uma espécie separada, Equus quagga.
Colocar a zebra-das-planícies em um subgênero também causa confusão, pois
às vezes é colocada em Equus (Hippotigris) burchelli (a
zebra-das-montanhas, muito semelhante, é encaixada no subgênero Hippotigris)
ou em Equus (Quagga) burchelli. Sua classificação varia de autor para
autor, mas hoje em dia é mais aceito classifica-la como Equus quagga,
sendo todas as subespécies de Equus burchelli e a própria Equus
burchelli burchelli colocadas na espécie Equus quagga, pois esta
foi descrita primeiramente e, de acordo com as regras internacionais de
nomenclatura binominal, tem prioridade. Equus em latim significa cavalo. Hippotigris é o nome dado
a essa espécie de cavalo pelos antigos romanos, que os usavam em jogos
circenses, significando ''cavalo-tigre'', devido as suas listras. Quagga
referente ao som que a subespécie cuaga emitia, ''cuaha'', quando
alarmada; assim era chamada pelos nativos sul-africanos. Nomes
vulgares:
zebra-das-planícies (português); zebra-das-estepes (português); zebra
(português); zebra-comum (português); zebra-de-burchell (português); cuaga
(português); plains-zebra (inglês); burchell's-zebra (inglês); quagga (inglês);
cebra-común (espanhol).
Protônimo: Equus quagga Boddaert, 1785.
Sinônimos: Equus burchelli Gray, 1824.
Referências
Ciszek, D. 1999. "Equus
burchellii" (On-line), Animal Diversity Web. Acessado em 26 de maio de
2005. Avaliado on-line em: http://animaldiversity.ummz.umich.edu/site/accounts/information/Equus_burchellii.html
Enciclopédia
da Vida Selvagem, ©1993-1997 Sociéte Périodiques, Larousse - Animais da
Savana I.Págs: 25 á 44.
Rodriguez,
D. 1999. "Equus quagga" (On-line), Animal Diversity Web. Acessado em
25 de janeiro de 2005. Avaliado on-line em: http://animaldiversity.ummz.umich.edu/site/accounts/information/Equus_quagga.html
The
Animals! A True Multimedia Experience-San Diego Zoo. ©1992 The Software
Toolworks, Arnowitz, The Zoological Society of San Diego.
The
Ultimate Ungulate Page, Brent Huffman. Avaliado on-line em: http://www.ultimateungulate.com
Wilson, D. E.,
e D. M. Reeder
[editores]. 1993. Mammal Species of the World (Segunda Edição). Washington:
Smithsonian Institution Press. Avaliado on-line em: http://nmnhgoph.si.edu/msw/
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