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Elephas maximus
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- Elephas maximus
- Elefante-asiático
- 2005/05/28 Hugo Gomes Antunes
& Rafael Silva do Nascimento
09/07/2005
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Taxonomia
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- Elephas maximus [Linnaeus, 1758].
- Citação:
Syst. Nat., 10th ed., 1:33.
- Localização típica:
''Zeylonae" [Sri Lanka].
Características gerais
Comprimento do corpo: 5,5-6,6 m.
Altura: 3 m (♂; cernelha); 2,5 m (♀; cernelha).
Peso: 4,7-5 t (♂); 3 t (♀).
Têm
um porte inferior e uma configuração mais arredondada em relação ao
elefante-africano. Medem 5,5 a 6,6 metros de comprimento, têm 2,4 a 2,9
metros de altura nas espáduas e pesam cerca de 4700 kg. O dorso é convexo. A
fronte é acentuadamente côncava e rematada por duas bossas salientes. O
crânio é leve em relação ao corpo e dotada de várias reentrâncias. As
orelhas são menores do que as do elefante africano e são quadrangulares.
Nitidamente menores quando em posição de repouso, os seus pavilhões
auriculares não cobrem totalmente as espáduas, como sucede com o
elefante-africano, mas desempenham a mesma função reguladora da temperatura
nestas duas espécies. O lábio superior e o nariz formam a tromba, que é
lisa e apresenta um único apêndice digitiforme na extremidade. Esta é usada
para cheirar, manusear objetos, recolher alimentos e água e ainda para
defesa, ataque ou demonstrações de afeto. Alguns elefantes-asiáticos
apresentam manchas de despigmentação de tamanho variável na testa, na
tromba e nas orelhas. Essas manchas claras conferiam um estatuto especial ao
animal que as ostentava, e assim nasceu a lenda dos elefantes-brancos. Na
maioria dos casos, porém, não se tratava de animais realmente albinos e as
suas manchas eram até de pequenas proporções. As presas, que não são mais
do que os dentes incisivos superiores, são pequenas nos machos (mas em casos
raros, quando não desgastadas, podem crescer bastante) e rudimentares nas fêmeas
(não visíveis). Os elefantes não têm caninos, têm dois incisivos
superiores (as presas) e quatro molares funcionais de cada vez, que vão sendo
substituídos periodicamente ao longo da vida do animal, em seis fases
sucessivas: a primeira aos dois anos; a segunda aos seis anos; a terceira aos
nove; a quarta e primeira dentição de adulto entre os 20 e 25 anos;
finalmente, surgem os quinto e sexto pares de molares. Os elefantes velhos não
desenvolvem novos molares, pelo que, à medida que estes se desgastam,
vai-lhes sendo cada vez mais difícil alimentarem-se, levando-os a um
enfraquecimento gradual e à morte. Os sentidos da audição e do olfato estão
bem desenvolvidos. A pele grossa, com pêlos escassos, é muito sensível e,
por isso, é molhada constantemente e esfregada na terra. As patas anteriores
têm cinco unhas e as posteriores quatro.
Chaves
de classificação física:
endotérmico; homeotérmico; simetria bilateral; quadrúpede; paquiderme.
Dimorfismo sexual: macho
maior e dotado de presas.
Ontogenia e Reprodução
Os
machos são solitários, e só se aproximam das manadas quando estão no cio,
conhecido por musth. Os treinadores de elefantes-asiáticos constataram
há muito esse fenômeno, mas na África ele só foi reconhecido recentemente. O
musth pode ter uma duração de 2-3 meses, e ocorre frequentemente em
plena estação das chuvas. O elefante-asiático percorre, então, ativamente a
floresta à procura de fêmea para cruzar. Estas, por seu lado, têm ciclos de
22 dias, dos quais quatro correspondem ao estro. A gestação é de 21-22 meses
(de 615 a 668 dias contados em cativeiro, ou seja, uma média de 644 dias). A
cria, que nasce com uma pelagem rala pesa quando nasce em torno de 50 a 150 kg,
com uma média de 107 kg. O elefantinho-asiático põe-se de pé poucas horas
após ter nascido e, passados dois dias, é capaz de caminhar e seguir a sua
genitora, agarrando-se à sua cauda com a pequena tromba. Continua a mamar ainda
durante muito tempo, mesmo depois de já ter começado a comer. Apenas começa a
utilizar sua tromba no fim dos primeiros 6 meses, e torna-se independente aos 4
anos de idade.
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Período
de gestação: 21-22
meses (615-668 dias; 644 dias em média).
Número de crias: 1.
Maturidade sexual: 8-14 anos.
Longevidade: até 70
anos.
Chaves de características reprodutivas: vivíparo;
sexual; dióico; fertilização interna.
Ecologia e Comportamento
O
modo de vida do elefante-asiático, espécie decididamente florestal, é
semelhante ao do elefante-africano. As fêmeas e as crias formam pequenas
manadas matriarcais; os machos são mais solitários. Cada família mantém
forte ligação com as outras; seu conjunto forma, porém, uma comunidade
exclusivista, que não aceita estranhos. Os machos só se aproximam durante o musth.
O elefante-asiático segue um regime alimentar muito semelhante ao do seu primo
africano. Procura alimento de manhã, ao final do dia e durante a noite.
Repousam no meio da vegetação durante as horas mais quentes do dia.
Alimentam-se basicamente de herbáceas, folhagem, bulbos e frutos, mas não
desdenha o bambu, que é uma gramínea lenhosa. Por vezes, também gosta de
comer cana-de-açúcar e arroz, causando graves prejuízos aos agricultores. Os
animais adultos consomem aproximadamente 150 kg de vegetais frescos por dia. O
desenho da superfície de desgaste nos molares do elefante dito asiático é
diverso do que é característico do elefante-africano: no primeiro, as marcas
de fricção são unidas e retas; no segundo, formam rombos. As linhas paralelas
correspondem a uma dieta alimentar em que predominam gramíneas e mato, enquanto
os rombos correspondem a um regime de vegetais lenhosos. No conjunto, contudo,
os estudos efetuados nesse campo não mostram grandes diferenças entre os
regimes de alimentação das duas espécies. Outras observações comprovaram
que, quando o vento está quente, os elefantes das duas espécies mantêm as
orelhas distendidas, como forma de captar a mínima corrente de ar. Mas só os
adultos agem assim; os jovens (subadultos) não o fazem voluntariamente,
evitando confundir os mais velhos sobre suas intenções.
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Estrutura
social:
Grupos matriarcais; os machos vivem afastados.
Dieta:
Material herbáceo e lenhoso.
Predadores
principais: Homem,
tigre.
Chaves
de características comportamentais: móvel;
gregário; matriarcal; solitário.
Chaves de características alimentares: herbívoro;
heterótrofo.
Habitat
Habita
as
planícies e florestas tropicais úmidas.
Bioma
terrestre: pelágico.
Distribuição Geográfica
Ocorre
da
Índia à China, Sri Lanka, Sumatra, Bornéu, Burma e Península Malaia.
Região
Biogeográfica: paleoártico
(nativo); oriental (nativo).
Distribuição Histórica
O
grupo dos proboscídeos floresceu no período Terciário, durante o Eoceno,
há 50 milhões anos atrás, com uma criatura que se assemelhava a um javali. Moeritherium
habitava os alagados do Egito e parecia um hipopótamo. No decurso dos
milênios, os proboscídeos tornaram-se cada vez maiores, adquiriram uma
tromba e duas ou quatro presas, os característicos dentes incisivos, por
vezes com formas extraordinárias. Phiomia já tinha o aspecto dum
elefantídeo e pode ter dado origem as espécies mais avançadas. No conjunto,
300 outras espécies espalharam-se por todo o Globo, exceto na Antártida e
Oceania. Nesse meio tempo, descendências inteiras desapareciam devido a
mudanças climáticas. A dos mastodontes persistiria na América setentrional
até o início do Quaternário. A família dos elefantídeos é a última que
atualmente sobrevive. Existem desde há cerca de 5 milhões de anos e inclui
os mamutes, adaptados sobretudo ao clima das eras glaciais, e várias
espécies de elefantes, das quais seis ou sete coexistiram com o homem. Hoje,
só duas espécies sobrevivem: o elefante-africano e o asiático. Por terem
sofrido uma evolução separada por milhões de anos, as duas espécies
apresentam algumas diferenças anatômicas. O elefante-asiático vem sofrendo
uma constante regressão em sua população desde os tempos históricos, onde
foi domesticado pelo homem, como animal de carga e transporte, mas em certos
locais da Ásia é adorado como uma divindade, como na Índia.
Era
geológica:
Cenozóico; Quaternário; Holoceno (dias atuais).
Estado de Conservação
É
uma espécie em perigo (segundo a União Internacional para a Conservação da
Natureza). Pertence ao Apêndice I da CITES. Está muito ameaçada
principalmente pela destruição do habitat e a caça para obtenção do marfim.
Os elefantes indianos são relativamente dóceis e fáceis de domesticar, ao
contrário dos seus parentes africanos, mas os machos ficam agressivos na época
de acasalamento, pelo que são muito dificilmente mantidos em cativeiro. Estes
animais têm sido utilizados como animais de carga, há séculos, mas nunca
foram completamente domesticados; em regressão desde os tempos históricos.
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Exemplares
vivos:
6.000
(média).
Subespécies
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Quatro subespécies são distinguidas, pelo tamanho e
distribuição geográfica:
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Imagem |
Descrição |
Distribuição |
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- Elephas maximus
borneensis [ - ]
- Elefante-pigmeu-de-bornéu
È
um dos mais pequenos e o mais raro das subespécies de elefante-asiático.
Vive na ilha de Bornéu e por vezes é considerada uma espécie distinta (Elephas
borneensis). As fotos e vídeos deste animal são raras. |
Bornéu. |
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- Elephas maximus indicus [
- ]
- Elefante-indiano
O
mais conhecido das subespécies de elefante-asiático, como também o mais
comum. Vivem nas florestas tropicais e planícies de campo aberto da Índia.
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Índia. |
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- Elephas maximus maximus
[Linnaeus, 1758] -
Syst. Nat., 10th ed., 1:33.
- Elefante-do-sri-lanka
O
elefante do Sri Lanka está confinada á pequena ilha do Sri Lanka.
Existem cerca de 2.500 na ilha. Estão em grandes vias de extinção, já
que a população humana da área não para de crescer.
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Sri
Lanka. |
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- Elephas maximus
sumatrensis [ - ]
- Elefante-sumatrano
A menor subespécie de
elefantes-asiáticos, mede cerca de 1.7 a 2.6 de altura. Vive na ilha de
Sumatra e a oeste de Indonésia, em florestas tropicais. Também é
conhecida vulgarmente como elefante-do-ceilão.
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Sumatra
e oeste da Indonésia. |
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Observações e Etimologia
Elephas
(Latim) elefante. Maximus máximo, grande, enorme,
portentoso. Borneensis, indicus e sumatrensis referem-se
ao local onde habitam, com a terminação -ensis significando
''proveniente de...''. Nomes
vulgares:
elefante-asiático
(português); elefante-indiano (português); elefante (português);
asian-elephant (inglês); indian-elephant (inglês); elephas (latim).
Protônimo:
Elephas
maximus (Linnaeus,
1758).
Sinônimos: Elephas borneensis (espécie sinônima).
Referências
Enciclopédia
da Vida Selvagem, ©1993-1997 Sociéte Périodiques, Larousse - Animais da
Savana III. Págs: 5, 20 e 21.
The
Ultimate Ungulate Page, Brent Huffman. Avaliado on-line em: http://www.ultimateungulate.com
Vida
Selvagem, Animais da Savana, Elefantes. Seleções Reader's Digest.
Wilson, D. E., e D. M. Reeder [editores]. 1993.
Mammal Species of the World (Segunda Edição). Washington: Smithsonian
Institution Press. Avaliado on-line em: http://nmnhgoph.si.edu/msw/ WWF.
World Wide Foundation. Avaliado on-line em: http://www.panda.org
Zoológico
de Lisboa. Avaliado on-line em: http://zoo.sapo.pt
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Elephas maximus
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