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Dermochelys coriacea
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- Dermochelys coriacea
- Tartaruga-de-couro
- 2005/04/22 Rafael Silva do
Nascimento 28/05/2005
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Taxonomia
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- Dermochelys coriacea [Vandelli, 1761].
- Citação: -
- Localização típica:
"Mari mediterraneo, Adriatico varius" (= Mares mediterrâneo
e adriático); restrito ao Palermo, Itália por Smith & Taylor, 1950.
Características gerais
Comprimento do corpo: até 3 m.
Peso: até 916 kg.
A
tartaruga-de-couro ou gigante é a maior espécie de quelônio vivente. Alcança
até 3 metros de comprimento. Possui a envergadura de nadadeiras frontais de
2,7 m, que lhe permite nadar longas distâncias. A cabeça é arredondada e
possuí um bico não tão afiado como nas outras espécies. Sua carapaça não
é visível. É presente mas constituída de ossos que ficam sob sua pele, e
é de coloração preta com manchas brancas ou azuladas espalhadas ao longo
das quilhas. Possui pontos rosados no pescoço, axilas e virilha,
brilhante e menos rígido que a das outras espécies de tartarugas-marinhas,
lembrando um couro, donde lhe vem o nome. Possui cerca de sete dobras de pele
no casco na parte superior e cinco na inferior. O maior espécime
registrado, foi encontrado morto em Harlech Beach em Gwyneed Wales (EUA), em
setembro de 1988. Seu peso chega a 916Kg. Crescem mais rápido que as outras
espécies de tartarugas-marinhas.
Chaves
de classificação física:
ectotérmico; simetria bilateral; quadrúpede; hidrodinâmico.
Dimorfismo sexual: fêmea
maior.
Ontogenia e Reprodução
A
tartaruga-de-couro, como muitas outras tartarugas, se reproduz em terra (isso é,
desova nela).Apesar disso, passa a maior parte de sua vida em mar aberto e a fêmea
é fertilizada ai. Deposita os ovos nas praias, onde se machucam muito e fazem
muito esforço. A crias, assim como as demais espécies que desovam nas áreas
costeiras, são capturadas por aves marinhas e outros predadores, sendo que
poucas chegam a maturidade. Prefere desovar em praias continentais. Normalmente
desovam no outono e inverno, diferentemente das outras espécies de tartarugas
marinhas, quando chegam em grandes grupos nos sítios de desova formando as
arribadas. As praias de desova caracterizam-se pela ausência de recifes, pelos
declives acentuados que facilitam o acesso a estes corpulentos animais e por se
localizarem perto de águas oceânicas profunda. As fêmeas normalmente desovam
de 4 a 6 vezes por temporada, com 61 a 126 ovos por ninho. Os ninhos são
geralmente construídos ao longo da linha da Praia-mar e muitas vezes abaixo
desta, o que tem como conseqüência a perda de toda a postura quando a água
invade o ninho nas marés vivas. Normalmente mais da metade do ninho consiste de
ovos pequenos e sem gema (não férteis). A incubação varia de 50 a 78 dias e
a temperatura adequada é por volta de 29º C. Em ambientes quentes e secos o
período de incubação é mais curto e as taxas de sobrevivência são menores.
A emersão dos recém nascidos acontece na maior parte das vezes durante a
noite. À semelhança do que acontece com as outras tartarugas, os ovos e os
neonatos são predados por uma variedade de organismos, no entanto os
neonatos desta espécie são demasiado grandes para os pequenos predadores. A
tartaruga-de-couro tem um ciclo de nidificação de 2 a 3 anos. As fêmeas
geralmente fazem 4 a 5 posturas em cada estação reprodutiva (menos
frequentemente 6 ou 7).
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Período
de incubação: 50-78
dias.
Número de crias: 61-126 ovos.
Chaves de características reprodutivas: ovíparo;
sexual; dióico; fertilização interna..
Ecologia e Comportamento
A
tartaruga-de-couro é uma nadadora poderosa ,conhecida por viajar em mar aberto.
Está mais adaptada às águas frias devido à sua derme grossa e oleosa. Como
resultado, é a mais amplamente distribuída; há registros em altas latitudes
onde as temperaturas da água oscilam entre 10º C e 20º C. Alimenta-se de águas-vivas,
pequenos crustáceos e peixes. Esta espécie tem hábitos pelágicos e se
aproximam da costa somente durante a temporada de reprodução. Também
conseguem descer a grandes profundidades e estão bem adaptadas aos mergulhos
duradouros. Foi reportado que a tartaruga-de-couro é uma das duas tartarugas
consideradas tóxicas para os seres humanos e outros animais. Esse animal
supostamente contém a substância chamada quelotoxína, de química
desconhecida. Os sintomas reportados de envenenamento seriam náusea, vômitos,
diarréia, sensação de queimação nos lábios, língua e boca, dificuldade de
respiração, hipersalivação, rachaduras na pele, coma e morte. Apesar disso,
isso é questionado porque essas tartarugas são regularmente capturadas para
alimentação.
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Estrutura social: Solitário.
Dieta:
Celenterados, crustáceos e peixes.
Predadores
principais: Homem,
tubarões, orcas (adultos); aves marinhas, mamíferos, carangueijos, peixes
(filhotes).
Chaves de características comportamentais: móvel;
natatorial.
Chaves de características alimentares: carnívoro; heterótrofo.
Habitat
Habita
águas quentes e temperadas (chegando até 10º C).
Bioma
aquático: recife
de coral; costal.
Distribuição Geográfica
Ocorre
nos oceanos Atlântico, Pacífico e Índico e Mar Mediterrâneo.
Região
Biogeográfica: ilhas oceânicas (nativo); oceânico (nativo): oceano Atlântico
(nativo); oceano Índico (nativo); oceano Pacífico (nativo).
Distribuição Histórica
Os
quelônios tem origem no início da Era Mesozóica, quando um tipo particular
de répteis sem abertura temporal cranial foi se diversificando. Pareiasaurus
já era diferente dos demais tipos da fauna da época. As tartarugas são
classificadas a parte dos répteis diapsídeos, como os lagartos, cobras e
dinossauros. Proganochelys foi provavelmente a primeira tartaruga real,
ainda que fosse primitiva, do Triássico. As tartarugas, cágados e jabutis são
animais com um grande sucesso evolutivo,j á que quase não mudaram no
decorrer dos milhões de anos. Atingiram grandes dimensões, como o arquêleon,
tartaruga-marinha gigante do Cretáceo, e Testudo atlas, jabuti gigante
da Índia. A tartagura-de-couro representa um família aparte das
tartarugas-marinhas, Dermochelyidae, como o nome diz, ''carapaça de pele'',
pois é diferenciada das demais por apresentar a pele parecida com um couro.
Essa família possui apenas uma espécie hoje em dia, Dermochelys coriacea,
a tartaruga-de-couro ou gigante.
Era
geológica:
Cenozóico; Quaternário; Holoceno (dias atuais).
Estado de Conservação
O crescimento da colheita
dos ovos dessa espécie está levando-a para a extinção. Em muitos lugares em
torno do globo, as tartarugas-de-couro estão completamente extintas e em outros
lugares sua população decai drasticamente. Muitos programas foram
estabelecidos para prevenir o comércio ilegal que está eliminando essa espécie.
Reservas naturais foram estabelecidas nas áreas costeiras onde as tartarugas
vem se reproduzir para prevenir que as pessoas peguem os ovos, como o Projeto
Tartaruga Marinha (Tamar), na costa brasileira, onde cerca de sete fêmeas botam
seus ovos (no estado do Espírito Santo). Em algumas áreas, os cientistas
colocam os ovos em programas de reprodução cativa, para tentar aumentar a
população da área.
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Exemplares
vivos:
em
decréscimo.
Subespécies
-
As duas subespécies são separadas principalmente pelos
diferentes padrões de distribuição geográfica, mas também por caracteres
morfológicos (tamanho da cabeça e do corpo), e pela coloração,
acreditando-se que a quantidade de manchas brancas que cobrem o corpo seja significativamente
diferente nas duas populações. Há quem diga que são apenas variações de
distribuição geográfica, não existindo subespécies:
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Imagem |
Descrição |
Distribuição |
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- Dermochelys coriacea coriacea [Vandelli,
1761]
- Tartaruga-de-couro-do-atlântico
A subespécie que habita o Atlântico, principalmente o
Mar do Caribe e o Golfo do México. |
Oceano
Atlântico. |
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- Dermochelys coriacea schlegelii [Garman,
1884]
- Tartaruga-de-couro-do-pacífico
A subespécie que habita as águas frias do Pacífico,
desde a Baixa Califórnia até o sul do Equador, América do Sul.
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Oceano
Pacífico e Índico. |
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Observações e Etimologia
Dermo,
pele, revestimento; chelys (Grego), lira (segundo a mitologia
grega, a carapaça das tartarugas foram usadas para fabricar as liras usadas
pelos deuses). Vem a significar ''carapaça de pele'', isto
devido à sua carapaça ser quilhada e sem escamas tendo a aparência de
couro. Nomes
vulgares:
tartaruga-de-couro; tartaruga-gigante; tartaruga-corcunda;
leatherback-sea-turtle (inglês); giant-turtle (inglês).
Protônimo: Testudo
coriacea Vandelli, 1761; Linnaeus, 1766: 350.
Sinônimos: Testudo
arcuata (Catesby, 1771: 40); Testudo lyra (Lacépède, 1788: 111); Testudo
tuberculata (Pennant, 1801,em Schoepff); Chelonia lutaria (Rafinesque,
1814); Sphargis mercurialis (Merrem, 1820,nom. subst. pro. T.coriacea
Linnaeus); Dermochelis atlantica (Lesueur, 1829,nomen nudum); Dermatochelys
porcata (Wagler, 1830,nom. subst. pro. T.coriacea Linnaeus); Sphargis
coriacea (Gray, 1831); Sphargis Coriacea (Duméril & Bibron,
1835: 560); Dermatochelys coriacea (Günther, 1864); Sphargis
merculiaris (Gray, 1873: 172); Sphargis coriacea var. schlegelii (Garman,
1884: 303); Dermochelys coriacea (Boulenger, 1889); Sphargis angusta
(Philippi, 1899); Dermochelys coriacea (Stebbins,1985: 107; Conant
& Collins, 1991: 77; Engelmann et al., 1993; Liner, 1994; Glaw
& Vences, 1994: 229; Cox et al., 1998: 137; Cogger, 2000: 185).
Referências
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Fontanes, F. 2003.
"Dermochelys coriacea" (On-line), Animal Diversity Web. Acessado em 21
de Abril de 2005. Avaliado on-line em: http://animaldiversity.ummz.umich.edu/site/accounts/information/Dermochelys_coriacea.html
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Laboratório de Biologia
Marinha e Oceanografia. Dermochelys coriacea. Avaliado on-line em: http://www.uma.pt/Investigacao/Tartaruga/html/body_p22-cori.htm
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Projeto
Tartaruga Marinha (Tamar). Tartaruga-de-couro. Avaliado on-line em: http://www.tamar.com.br
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Tartarugas marinhas do
Brasil. Erich Frederico Betz. Avaliado on-line em: http://geocities.yahoo.com.br/erichpanda/index.html
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The EMBL Reptile Database.
Dermochelys coriacea. Avaliado on-line em: http://www.reptile-database.org/
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Dermochelys coriacea
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