Finais dos anos sessenta, lançaram o primeiro álbum com uma capa de luxo, amarelada com foto de uma ruína, o vinil RENAISSANCE (1969), produzido por Paul Samwell-Smith. O disco traria faixas que eram totalmente diferentes do que eles vinham fazendo antes, nos tempos dos YARDBIRDS. As cinco faixas, lançadas em vinil, eram "Kings & Queens", "Innocense", "Island", e "Wanderer" e "Bullet". Uma outra faixa "The Sea" ficou de fora, quando eles decidiram lançar o LP, que só foi incluída no formato CD, tempos depois. O improviso passou a ser uma das características marcante da banda. As melodias, as letras e os arranjos eram suaves, quase acústico, muito bom de ouvir e de assistir ao vivo. Partiram para turnês de lançamento e obtiveram boa aceitação do público em geral, com saldo positivo. Resolveram providenciar o próximo álbum.
Ilusionismo ou mera ilusão
Início da década de setenta, o grupo RENAISSANCE resolveu entrar em estúdio para gravar mais uma preciosidade, com o novo álbum em vinil ILLUSION (1971), registrando seis faixas inéditas ao som ilusionista ou espacial. Jane Relf divide os vocais com seu irmão Keith. Participaram do disco, além dos integrantes anteriores, participaram também Terry Crowe, Michael Dunford, Neil Korner, Don Shin e Terry Slade. Dentre as seis faixas incluídas foram "Love Goes On", "Golden Thread", "Love Is All", Mr Pine, "Face Of Yesterday" e "Part Orbits Of Dust". Jane, Keith, Jim e Terry dividiam os vocais.
Por ironia profissional ou mera ilusão anterior, veio outra surpresa: depois de alguns desentendimentos e conflitos internos e profundas reformulações, todos resolveram abandonar de vez a banda. Consequentemente, esse segundo LP ficou órfão quanto a divulgação do mesmo, e Binky Cullom assumia os vocais, no lugar de Jane. Na ocasião, esse segundo álbum só foi lançado na Alemanha. Consequentemente, os dois únicos que deram raízes à primeira fase do Renaissance, ainda permanecem como raridades atuais. Não existem vestígios de relançamentos para o grande circuito comercial, por parte de outras gravadoras, e muito menos no Brasil. Aliás, a mídia brasileira injustiçou muito a essa grande banda e o recurso só foi restado para importadoras, a um preço altíssimo. "Mas, a Internet é o sonho de todos", apelo de fãs.
Terminada a primeira fase, considerada pré-RENAISSANCE, é consolidada uma nova e longa história do rock progressivo, a partir de 1972. Os integrantes originais já não participavam. Começaria uma segunda fase da banda Renaissance, totalmente reformulada. Michael Dunford assumiria a frente do novo grupo, ao integrar decisivamente o que se pode considerar por RENAISSANCE II. O ritmo e o gênero também começavam a sofrer mudanças, porque eles convidavam uma orquestra inteira para participar dos discos. Entrava em cena, substituindo os vocais de Jane, a poderosa e a mais conceituada musa do gênero progressivo, a jovem vocalista Annie Haslam.
Há 38 anos, nascia em Surrey, Inglaterra, a legendária banda de rock, gênero progressivo, batizado por RENAISSANCE. Mesmo com profundas mudanças no line-up foi esse grupo quem marcou os finais dos anos 60, toda a década de 70, e seguintes. Keith Relf tinha morrido eletrocultado por uma guitarra elétrica, o instrumento preferido dele, em maio de 1976. Em 1977, foi formada a banda ILLUSION, trazendo Jane Relf nos vocais principais. Gravaram três álbuns históricos, no gênero progressivo. Inclusive, ela foi a principal idealizadora da banda, concretizando um sonho do falecido irmão Keith.
Assim como os Yardbirds lançaram três grandes guitarristas da história do rock, JIMMY PAGE (do Led Zeppelin), ERIC CLAPTON e JEFF BECK, o Renaissance também lançou as carreiras solos bem sucedidas de Jane Relf, Annie Haslam, Jim McCarty, John Hawken, Terry Sullivan e outros. Surgiram novas bandas, como LED ZEPPELIN, ILLUSION, JEFF BECK GROUP, STAIRWAY, PILGRIM, RENAISSANT, além da recente volta dos NEW YARDBIRDS e da possível volta do RENAISSANCE, com a formação clássica. Em meio à glória e ao sucesso, a história da banda RENAISSANCE III seguiu-se, a partir de 1983, a trajetória sombria e por um clima de instabilidade total e, consequentemente, pela decadência do bom e o velho rock progressivo. Confira, desde já, um Boletim sobre a trajetória da vocalista Annie Haslam.
DISCOGRAFIA (clique)
 RENAISSANCE - 1969
 1. Kings and Queens
 2. Innocense
 3. Island
 4. Wanderer
 5. Bullet
 6. The Sea (incluída só em CD)
 ILLUSION - 1971
 1. Love Goes On
 2. Golden Thread
 3. Love Is All
 4. Mr Pine
 5. Face Of Yesterday
 6. Part Orbits Of Dust