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  Ordem Rosacruz
Portal do Terceiro Milênio


A Ordem de Maat apresenta:
Estudos Especiais

O Plano Terra
Um mundo em permanente reciclagem e contínua deterioração requer um homem em permanente renovação e contínua reconstrução.

por Matias Francisco, OM (*)

"O Plano Terra" (quadro a óleo do pintor Tobias*)

 Vivendo em um mundo em constante mutação, o homem se vê continuamente confrontado com suas próprias criações e projetos, a ponto de, às vezes, acreditar que perderam ou estão perdendo o sentido. O ser humano tem acentuada tendência para a acomodação e, depois que se vê assentado em um nicho, tudo faz para que as coisas permaneçam ad aeternum como estão, que não mudem jamais, ou seja, que não evoluam.

Sendo que cada situação particular está inserida no conjunto cósmico manifestado como Plano Terra, o qual evolui incessantemente, apegar-se ao imobilismo é, em última análise, se opor a Leis Cósmicas que regem a Criação.

Concepção, nascimento, crescimento, amadurecimento, envelhecimento, degeneração e morte são fases da Vida, um contínuo e cíclico movimento da energia no Reino da Matéria - ela própria em permanente ressurreição e renovação.

Tomemos como exemplo a criação de um sistema planetário em uma das incontáveis galáxias existentes no Universo Visível de três dimensões em que ora se acha existindo a Terra, essa pequena bola na imensidão. Originalmente, uma estrela (um sol) gira arremessando pedaços em chamas que, ao atingirem certo ponto, passam a gravitar em torno da estrela-mãe que os arremessou, descrevendo elipses; com o passar das eras esses corpos se solidificam e tornam-se planetas, alguns com satélites, em uma repetição, em escala menor, do ciclo que os gerou. Pouco a pouco,  - imperceptivelmente para um observador terráqueo -, esses planetas vão perdendo velocidade até caírem, retornando à estrela (seu sol), que no princípio os gerou. Há uma grande explosão e a massa estelar primordial absorve aqueles corpos, reciclando-os. Novas explosões ocorrem e novos pedaços da estrela são arremessados no vácuo sem sentido, para que um novo ciclo planetário se manifeste. Novamente o sistema se materializa e o vazio passa a ter sentido: é um espaço separando corpos.

Um dia, não dentro da Eternidade mas dentro do Tempo, aquela estrela que originou os planetas aqui referidos esfriará ao ponto de perder suas chamas, e morrerá, junto com a galáxia, sendo absorvida pela antimatéria em um buraco negro, aparentemente sem fundo. Mas o buraco na realidade é um túnel quântico que suga permanentemente uma dimensão para outra, na incessante reciclagem dos Planos de Compreensão.

Sistemas planetários e sistemas atômicos, absolutamente iguais perante a Lei.

Assim os universos se devoram, gerando a Vida permanente, com  mutação constante e ausência de objetivo que faça sentido (ou possa sequer ser percebido) pela mente humana.

Essa é a descrição da Criação, essa é a história do Homem.

Quando a deterioração se faz sentir de modo aparentemente intolerável no Plano Terra trata-se de um indício de que o processo de mutação da Vida está ativando uma nova fase no ciclo permanente. Nessas ocasiões, os velhos valores são inexoravelmente substituídos por novos ícones de objetivos a serem atingidos.

Misteriosamente, uma força maior que tudo direciona todos os seres para uma adequação aos novos parâmetros e a Vida desenha o esboço de um novo quadro, em que cada traço colorido será pessoamente pintado por cada ser humano envolvido no processo.

Este o Mistério da Vida, que o homem deve compreender para poder evoluir, ascendendo a um plano superior, onde tudo se repetirá novamente, e novamente, e novamente.

Benedictus Deus Summum Bonum Qui Dedit Nobis Signum.


Notas dos Editores:

(*) Matias Francisco é membro da Ordem de Maat.

(**) Tobias, artista plástico mineiro, viveu 33 anos, produzindo uma obra composta por milhares de quadros como os que ilustram este artigo e centenas de esculturas em madeira, pedra-sabão e ferro. Jamais estudou arte e realizou sua obra por dons naturais, tendo sido professor de Arte na Escola Preparatória de Cadetes do Ar em Barbacena, Minas. Durante a ditadura militar foi preso e torturado por contestar todas as formas de censura e opressão.

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