Ordem
Rosacruz
Portal do Terceiro Milênio
A Ordem de Maat apresenta:
Estudos Especiais
Orisà
Omolu
Sob o Signo de Osíris
O velho Omolu está vivo, dentro de seus descendentes, e rege, juntamente com Èsù, a Nova Era que se inicia: Transformações radicais, com a destruição gerando a reconstrução da Humanidade. Todos vieram da África: o primeiro casal humano era negro.
pelo Oluawo Azunilè do Intoto, FRC (*)
Este novo século será um século de profundas transformações em toda a estrutura social e mental da Humanidade. A maioria dos conceitos será destruída para a substituição por uma conceituação mais ampla e abrangente, que afetará significativamente a moral. A Ética, porém, por ser imutável, dará a essa nova moral o arcabouço necessário para que haja harmonia e justiça.
Trata-se de preparação para uma nova etapa na evolução da Humanidade como um todo: no período completo do Terceiro Milênio da Era Cristã inclusive o biotipo humano sofrerá acelerada mutação, com aumento do crânio e compressão do cérebro, que se tornará mais plano e imerso em líquido.
No dia 15 de fevereiro de 2015 (**) um acontecimento de drásticas proporções afetará totalmente o rumo da civilização e o atual modelo econômico será destruído, surgindo uma nova ordem; daí por diante a sociedade de consumo deixará de existir.
Essa reciclagem não deve ser encarada com receio. É mais uma fase no contexto geral da evolução universal, que compreende a destruição para a reconstrução, em um nível acima.
É assim que tem sido ao longo das eras e é assim que continuará sendo, para a contínua manifestação do Nada como Existência.
Dentro desse torvelinho o homem - tal qual a gota de água desejando ter a consciência total do oceano - continuará encontrando em estruturas místicas os pilares para a sua sustentação e orientação no rumo do grande objetivo: a expansão da capacidade de compreensão da consciência, um processo que vem se sedimentando gradativamente, século após século.
Retornemos no tempo, não há 3.300 anos atrás, na época de Akhenaton, sob a vigência do mito de Osíris (na verdade o mito da terra do Nilo, com a morte ocorrendo para gerar a vida novamente), mas há muito antes, há cerca de 6 mil anos, e meditemos sobre o mito original, o do Orisà Omolu (1), que foi transposto para o panteão egípcio na saga osiriana, envolvendo Seth e Ísis.
Este ano de 2001 e este inteiro Novo Milênio estão sob a regência do arquétipo Omolu: a morte gerando vida, a destruição produzindo a nova construção.
Há 6 mil anos tribos nômades vagavam pelas imensas savanas africanas onde o primeiro casal humano - que era negro - surgiu. Os líderes dessas tribos eram pessoas dotadas pelo Cósmico de imenso carisma e personalidade magnética. Vários fundaram cidades-estado, como Odúdùa, fundador de Ifé, a cidade sagrada: seu filho mais velho, Ògún, que introduziu a África na Idade do Ferro (2), conquistou a cidade de Irê, até hoje regida pelo Onirê, seu descendente direto. Na verdade, nessas cidades todos os habitantes era descendentes do Orisà. Após seu desaparecimento - sua passagem para outro plano de compreensão da vida - os Orisàs passaram a ser revenciados como ancestrais. Com o passar dos séculos, perdidos no tempo, foram deificados e passaram a ser cultuados como semideuses, o que deu origem a cultos religiosos animistas, como o conhecido no Brasil como Candomblé.
Durante esses cultos era formada uma roda de dezenas de pessoas, que dançavam reptindo os gestos que, segundo a tradição, eram os do seu Orisà ancestral. Faziam-lhe oferendas alimentares e entoavam cânticos em Yorubá arcaico. Ocorria, então, o fenômeno da possessão do descendente pela personalidade do ancestral. E - o que durante muito tempo se considerou no mínimo intrigante - o espantoso fenômeno da incorporação coletiva: numerosos participantes da roda "recebiam" ao mesmo tempo o mesmo Orisà! A todos era prestada a mesma reverência.
Há poucos anos, um grupo de cientistas, em Londres, descobriu que as características da personalidade dos ancestrais estão codificadas no DNA e que, se um deles a tinha realmente forte e marcante, se sobrepõe a tudo. Assim, se o descendente tem um sistema nervoso simpático (3) receptivo (configurando-se o que os espíritas chamariam de "médium"), e se os ritos evocativos do ancestral certo forem bem feitos, ocorre a manifestação! O líder tribal, fundador de cidades e promanador de regras sociais, revive momentaneamente neste plano, no corpo do seu descendente. Não vindo de fora para dentro, mas de dentro para fora, no "milagre", do transe, em que a personalidade do descendente é anulada, dando lugar àquela do ancestral, gravada em seu DNA.
Eis o milagre da vida. E por aí é fácil entender como e porque os arquétipos do insconsciente coletivo podem reger períodos de contagem do tempo, como dias, semanas, meses, anos, séculos, eras inteiras - mesmo que elas sejam a contagem iniciada com o advento de um determinado avatar.
A África foi cristianizada e islamizada (na Nigéria, terra de Ògún, por exemplo, a religião hoje predominante é a muçulmana), mas os Orisàs continuam existindo, vivos como arquétipos, dentro das pessoas, influenciando os rumos da Humanidade através da tomada de decisões segundo a personalidade de cada um, segundo o ancestral de cada um.
Esta Nova Era, realmente osiriana, é regida em seu início por Omolu e também por Èsù, o agente da transformação.
É o que diz o Opélè (Colar de Ifá) (4), lançado para mostrar o Odu (5) desta Nova Era.
Notas do Autor (***)
(1) Omolu, filho de Nanã Burukù, tinha doença de pele e se recobria com um azê de palha da Costa. Foi criado por Yemanjá e muito ajudado por Òsun.
(2) Ògún descobriu que o minério de ferro, aquecido, podia ser forjado em armas e ferramentas: e assim foi a África tirada da Idade da Pedra Lascada.
(3) O Sistema Simpático é estudado no Sexto Grau de AMORC (Monografias escritas pelo Dr. Spencer Lewis).
(4) Corrente na qual estão intercaladas oito metades secas do caroço de uma oleácea, as quais, na jogada, podem cair com a parte côncava ou convexa para cima.
(5) História Mitológica Yorubá preservada oralmente. São 256 e a que sai na jogada do Opélè significa que se repetirá no presente/futuro (Trata-se do desdobramento fractal de um evento, ou eventos). A formação de um oluawo (pronuncia-se oluô) compreende o estudo e a memorização completa e detalhada dessas histórias e leva cerca de 20 anos.
(*) Nota dos Editores: O Oluawo (Sacerdote de Ifá) Azunilè do Intoto, da Nação Ketu, é membro da Ordem Rosacruz AMORC.
(**) Segunda Nota dos Editores: Publicado em 30 de dezembro de 2000 neste Site, este artigo causou tamanha repercussão que já no dia 31 centenas de e-mails haviam sido recebidos, tornando-se necessária a adição desta segunda nota. As pessoas, que acessaram a Internet durante a madrugada e leram o artigo, queriam saber o porque do ano 2015. Algumas outras, da comunidade negra, questionaram o título, dizendo que deveria ser "Sob o Signo de Omolu". Contatado, o autor disse que não faria um update no artigo e deu as seguintes explicações verbais: "Do ano de 2001 ao ano de 2014 inteiro a total regência será do arquétipo do meu ancestral, Omolu, filho da Terra e senhor das doenças; em 2015 Olodumaré (Olorum), o Deus Supremo, delegará parte da regência a Èsù, o Mensageiro, e este será O Ano de Èsù. O Grande Cobrador Vermelho e Negro fará todas as cobranças". Sobre o título, declarou: "Não o mudarei. A sociedade é hipócrita, aceita o Panteão Egípcio e marginaliza o Panteão Negro. Quero que isso fique bem marcado, para que haja mudança."
(***) Terceira Nota dos Editores: Por solicitaçao de visitantes deste Site, o autor adicionou notas explicativas ao texto.