DIÁLOGO ENTRE CRISTÃOS, ANARQUISTAS, MARXISTAS, NÃO CRISTÃOS, NÃO ANARQUISTAS E NÃO MARXISTAS







DIÁLOGO ENTRE CRISTÃOS, ANARQUISTAS, MARXISTAS, NÃO CRISTÃOS, NÃO ANARQUISTAS E NÃO MARXISTAS:
Nem clérigos nem leigos, nem burgueses nem proletários, nem patrões nem empregados, nem ricos nem pobres



“As correntes utópicas do socialismo, embora elas próprias fundadas historicamente na crítica da organização social existente, podem ser justamente qualificadas de utópicas na medida em que recusam a história -- isto é, a luta real em curso, assim como o movimento do tempo para além da perfeição inalterável da sua imagem de sociedade feliz --, mas não porque eles recusassem a ciência. Os pensadores utópicos são, pelo contrário, inteiramente dominados pelo pensamento científico, tal como ele se tinha imposto nos séculos precedentes. Eles procuram o acabamento desse sistema racional geral: eles não se consideram de nenhum modo profetas desarmados, porque crêem no poder social da demonstração científica, e mesmo, no caso do saint-simonismo, na tomada do poder pela ciência. Como, diz Sombart, “quereriam eles arrancar pela luta, aquilo que deveria ser provado?” Contudo, a concepção científica dos utópicos não se estende ao conhecimento de que os grupos sociais têm interesses numa situação existente, que eles tem forças para mantê-la, e, igualmente, formas de falsa-consciência correspondentes a tais posições. Ela permanece, portanto, muito aquém da realidade histórica do desenvolvimento da própria ciência, que se encontrou em grande parte orientada pela procura social resultante de tais fatores, que seleciona não só o que pode ser admitido, mas também o que pode ser procurado. Os socialistas utópicos, ao ficarem prisioneiros do modo de exposição da verdade científica, concebem esta verdade segundo a sua pura imagem abstrata, tal como a tinha visto impor-se um estágio muito anterior da sociedade. Como o notava Sorel, é segundo o modelo da astronomia que os utópicos pensam descobrir e demonstrar as leis da sociedade. A harmonia por eles visada, hostil à história, decorre duma tentativa de aplicação à sociedade da ciência menos dependente da história. Ela tenta fazer-se reconhecer com a mesma inocência experimental do newtonismo, e o destino feliz, constantemente postulado, “desempenha na sua ciência social um papel análogo ao que cabe à inércia na mecânica racional” (Materiais para uma teoria do proletariado). A Sociedade do Espetáculo, Tese 83, Debord

“O lado determinista-científico no pensamento de Marx foi justamente a brecha pela qual penetrou o processo de “ideologização”, enquanto vivo, e ainda mais na herança teórica deixada ao movimento operário. A chegada do sujeito da história é ainda adiada, e é a ciência histórica por excelência, a economia, que tende cada vez mais a garantir a necessidade da sua própria negação futura. Mas, deste modo, é repelida para fora do campo da visão teórica a prática revolucionária que é a única verdade desta negação. Assim, importa estudar pacientemente o desenvolvimento econômico e nele admitir ainda, com uma tranquilidade hegeliana, a dor, o que no seu resultado permanece “cemitério das boas intenções”. Descobre-se que agora, segundo a ciência das revoluções, a consciência chega sempre cedo demais, e deverá ser ensinada. 'A história não nos deu razão, a nós e a todos os que pensavam como nós. Ela mostrou claramente que o estado do desenvolvimento econômico do continente estava, então, ainda bem longe de estar amadurecido...', dirá Engels em 1895. Durante toda a sua vida, Marx manteve o ponto de vista unitário da sua teoria, mas o enunciado da sua teoria colocou-se no terreno do pensamento dominante ao precisar-se, sob a forma de criticas de disciplinas particulares, principalmente a crítica da ciência fundamental da sociedade burguesa, a economia política. É esta mutilação, ulteriormente aceita como definitiva, que constitui o 'marxismo'.
A carência na teoria de Marx é naturalmente a carência da luta revolucionária do proletariado da sua época. A classe operária não decretou a Revolução permanente, na Alemanha de 1848; a Comuna foi vencida pelo isolamento. A teoria revolucionária não pôde, pois, atingir ainda a sua própria existência total. Reduzir-se a defendê-la e a precisá-la na separação do trabalho douto, no British Museum, implicava uma perda na própria teoria. São precisamente as justificações científicas tiradas do futuro do desenvolvimento da classe operária, e a prática organizacional combinada com estas justificações, que se tornarão obstáculos à consciência proletária num estágio mais avançado.
Toda a insuficiência teórica na defesa cientifica da Revolução proletária pode ser reduzida, tanto no conteúdo assim como na forma do enunciado, a uma identificação do proletariado com a burguesia, do ponto de vista da tomada revolucionária do poder.” A Sociedade do Espetáculo, Teses 84 a 86, Debord
Os primeiros sucessos da luta da Internacional levavam-na a libertar-se das influências confusas da ideologia dominante que nela subsistiam. Mas a derrota e a repressão que ela cedo encontrará fizeram passar ao primeiro plano um conflito entre duas concepções da Revolução proletária, ambas contendo uma dimensão autoritária, pela qual a auto-emancipação consciente da classe é abandonada. Com efeito, a querela tornada irreconciliável entre os marxistas e os bakuninistas era dupla, tendo ao mesmo tempo por objeto o poder na sociedade revolucionária e a organização presente do movimento, e ao passar dum ao outro destes aspectos, as posições dos adversários invertem-se. Bakunine combatia a ilusão de uma abolição das classes pelo uso autoritário do poder estatal, prevendo a reconstituição de uma classe dominante burocrática e a ditadura dos mais sábios, ou dos que serão reputados como tal. Marx, que acreditava que um amadurecimento inseparável das contradições econômicas e da educação democrática dos operários reduziria o papel de um Estado proletário a uma simples fase de legalização de novas relações sociais, impondo-se objetivamente, denunciava em Bakunine e seus partidários o autoritarismo duma elite conspirativa que se tinha deliberadamente colocado acima da Internacional, e que formulava o extravagante desígnio de impor à sociedade a ditadura irresponsável dos mais revolucionários, ou dos que se teriam a si próprios designado como tal. Bakunine recrutava efetivamente os seus partidários sob tal perspectiva: “Pilotos invisíveis no meio da tempestade popular, nós devemos dirigi-la, não por um poder ostensivo mas pela ditadura coletiva de todos os aliados. Ditadura sem faixa, sem título, sem direito oficial, e quanto mais poderosa menos terá aparências de poder”. Assim se opuseram duas ideologias da Revolução operária, contendo cada uma delas uma critica parcialmente verdadeira, mas perdendo a unidade do pensamento da história e instituindo-se, a si próprias, em autoridades ideológicas. Organizações poderosas, como a social-democracia alemã e a Federação Anarquista Ibérica, serviram fielmente uma e outra destas ideologias; e em toda parte o resultado foi grandemente diferente do que era desejado. Debord, A Sociedade do Espetáculo, tese 91 O fato de olhar a finalidade da Revolução proletária como algo imediatamente presente constitui, ao mesmo tempo, a grandeza e a fraqueza da luta anarquista real (porque nas suas variantes individualistas, as pretensões do anarquismo permanecem irrisórias). Do ponto de vista do pensamento histórico da moderna luta de classes, o anarquismo coletivista retém unicamente sua conclusão, e sua exigência absoluta desta conclusão traduz-se igualmente no seu desprezo deliberado pelo método. Assim, sua crítica da luta política permaneceu abstrata, enquanto sua escolha da luta econômica não se afirmou, ela própria, senão em função da ilusão de uma solução definitiva arrancada de uma só vez nesse terreno, no dia da greve geral ou da insurreição. Os anarquistas têm um ideal a realizar. O anarquismo é a negação ainda ideológica do Estado e das classes, isto é, das próprias condições sociais da ideologia separada. é a ideologia da pura liberdade que iguala tudo e que afasta toda a ideia do mal histórico. Este ponto de vista da fusão de todas as exigências parciais deu ao anarquismo o mérito de representar a recusa das condições existentes no conjunto da vida, e não em torno de uma especialização crítica privilegiada, mas esta fusão, ao ser considerada no absoluto, segundo o capricho individual, antes da sua realização efetiva condenou também o anarquismo a uma incoerência demasiado fácil de constatar. O anarquismo não tem senão a redizer e a repor em jogo, em cada luta, a sua simples conclusão total, porque esta primeira conclusão era desde a origem identificada com a concretização integral do movimento. Bakunine podia pois escrever em 1873, ao abandonar a Federação do Jura: “Nos últimos nove anos desenvolvemos no seio da Internacional mais ideias do que o necessário para salvar o mundo, [como] se as ideias por elas mesmas pudessem salvá-lo, e desafio quem quer que seja a inventar uma nova. O tempo já não está para ideias, mas para fatos e atos”. Sem dúvida, esta concepção conserva do pensamento histórico do proletariado a certeza de que as ideias devem tornar-se práticas, mas ela abandona o terreno histórico ao supor que as formas adequadas a esta passagem à prática já estão encontradas e não variarão mais. Debord, A Sociedade do Espetáculo, tese 92

Os anarquistas, que se distinguem explicitamente do conjunto do movimento operário pela sua convicção ideológica, vão reproduzir entre si esta separação das competências, ao fornecer um terreno favorável à dominação informal, sobre toda a organização anarquista, pelos propagandistas e defensores da sua própria ideologia, especialistas, via de regra, medíocres na medida em que sua atividade intelectual se reduz principalmente a repetição de algumas verdades definitivas. O respeito ideológico da unanimidade na decisão favoreceu antes de mais nada a autoridade incontrolada, na própria organização, dos especialistas da liberdade; e o anarquismo revolucionário espera do povo liberto o mesmo gênero de unanimidade, obtida pelos mesmos meios. De resto, a recusa de considerar a oposição das condições entre uma minoria agrupada na luta atual e a sociedade dos indivíduos livres alimentou uma permanente separação dos anarquistas no momento da decisão comum, como o mostra o exemplo de uma infinidade de insurreições anarquistas na Espanha, limitadas e esmagadas no plano local. Debord, A Sociedade do Espetáculo, tese 93

A ilusão, sustentada mais ou menos explicitamente no anarquismo autêntico, é a iminência permanente de uma Revolução que deverá dar razão à ideologia, e ao modo de organização prático derivado da ideologia, ao realizar-se instantaneamente. O anarquismo conduziu realmente, em 1936, uma Revolução social e o esboço, o mais avançado de todos os tempos, de um poder proletário. Nesta circunstância, é preciso ainda notar, por um lado, que o sinal de uma insurreição geral tinha sido imposto pelo pronunciamento do exército. Por outro lado, na medida em que esta Revolução não se concluiu nos primeiros dias, pela existência de um poder franquista em metade do país, apoiado fortemente pelo estrangeiro no momento em que o resto do movimento proletário internacional já estava vencido, e pela sobrevivência das forças burguesas ou de outros partidos operários estatalistas no campo da República, o movimento anarquista organizado mostrou-se incapaz de alargar as meias-vitórias da Revolução, e até mesmo de defendê-las. Os seus reconhecidos chefes tornaram-se ministros e reféns do Estado burguês que destruía a Revolução para perder a guerra civil. Debord, A Sociedade do Espetáculo, tese 94
O “marxismo ortodoxo” da II Internacional é a ideologia científica da Revolução socialista, que identifica toda sua verdade ao processo objetivo na economia e ao progresso dum reconhecimento desta necessidade na classe operária educada pela organização. Esta ideologia reencontra a confiança na demonstração pedagógica que tinha caracterizado o socialismo utópico, mas dotado de uma referência contemplativa do curso da história: porém, tal atitude perdeu tanto a dimensão hegeliana de uma história total como perdeu a imagem imóvel da totalidade presente na crítica utópica (no mais alto grau, em Fourier). É de tal atitude científica, que não podia fazer mais que relançar simetricamente escolhas éticas, que procedem as tolices de Hilferding quando este afirma que o fato de reconhecer a necessidade do socialismo não dá uma “indicação sobre qual atitude prática adotar. Porque uma coisa é reconhecer uma necessidade, e outra é pôr-se ao serviço desta necessidade” (Capital financeiro). Aqueles que não reconheceram que o pensamento unitário da história, para Marx e para o proletariado revolucionário, não era em nada distinto de uma atitude prática a adotar, deviam normalmente ser vítimas da prática que tinham simultaneamente adotado. Debord, A Sociedade do Espetáculo, tese 95 A ideologia da organização social-democrata submetia-a ao poder dos professores que educavam a classe operária, e a forma de organização adotada era a forma adequada a esta aprendizagem passiva. A participação dos socialistas da II Internacional nas lutas políticas e econômicas era certamente concreta, mas profundamente não critica. Ela era conduzida, em nome da ilusão revolucionária, segundo uma prática manifestamente reformista. Assim, a ideologia revolucionária devia ser despedaçada pelo próprio sucesso daqueles que consigo a traziam. A separação dos deputados e dos jornalistas no movimento arrastava para o modo de vida burguês aqueles mesmos que eram recrutados entre os intelectuais burgueses. A burocracia sindical constituía corretores da força de trabalho, vendendo como mercadoria ao seu justo preço aqueles mesmos que eram recrutados a partir das lutas dos operários industriais e deles extraídos. Para que a atividade de todos eles conservasse algo de revolucionário, teria sido necessário que o capitalismo se encontrasse oportunamente incapaz de suportar economicamente este reformismo que politicamente ele tolerava na sua agitação legalista. A incompatibilidade que a sua ciência garantia era a cada instante desmentida pela história. Debord, A Sociedade do Espetáculo, tese 96

“Nossos agitadores disseminaram idéias que uma sociedade de classes jamais engoliria. Os intelectuais a serviço do sistema - eles mesmos mais decadentes que o próprio sistema - estão agora cuidadosamente investigando esses venenos na esperança de descobrir alguns antídotos; mas não terão sucesso. Eles fizeram de tudo que puderam para ignorá-los - mas em vão, pois grande é o poder da verdade dita em seu tempo. [...] Não venha nos dizer agora quão boas foram as armas que usamos: elas permanecem atravessadas na garganta do sistema reinante de mentiras. [...] Desde o princípio dediquei-me a subverter esta sociedade, e eu agi adequadamente. Eu tomei esta posição em um tempo quando quase todo mundo acreditava que esta sociedade desprezível (em sua versão burguesa ou burocrática) teria um futuro mais promissor. E desde então eu não tenho alterado minha visão, como tantos outros fizeram uma ou várias vezes na medida em que os tempos mudavam. Esta é uma das razões principais de eu ter despertado tanta animosidade por parte de meus contemporâneos”. [Debord, In girum]

Revoltas modernas exemplares

A revolução é inverossímil? As possibilidades provavelmente dizem o contrário. O principal problema é que não há muito tempo. Em épocas anteriores era possível imaginar que, apesar de todas as loucuras e desastres da humanidade, poderíamos sair ilesos e talvez aprender finalmente dos erros do passado. Mas agora que as políticas sociais e o desenvolvimento tecnológico alcançou ramificações ecológicas globais irrevogáveis, o método de tentativa e erro já não é mais suficiente. Temos apenas mais algumas décadas para mudar as coisas. E na medida que o tempo passa, esse empreendimento se torna cada vez mais difícil: o fato de que os problemas sociais básicos apenas são encarados, e não resolvidos, fortalece cada vez mais o desespero e as tendências delirantes da guerra, do fascismo, do antagonismo étnico, do fanatismo religioso e outras formas de irracionalidade coletiva, desviando o que poderia ser potencialmente útil para a construção de uma nova sociedade em direção a ações de contenção meramente defensivas e em última instancia futis.

A maioria das revoluções tem sido precedidas por períodos em que todos se burlavam com a idéia de que as coisas pudessem mudar. Apesar das muitas tendências desalentadoras no mundo, há também alguns sinais alentadores, o menor deles é o extenso desencanto com respeito às falsas alternativas anteriores. Muitas revoltas populares deste século se moveram espontaneamente na direção correta. Não me refiro às revoluções “exitosas”, que são fraudes sem exceção, mas a esforços menos conhecidos, mais radicais. Alguns dos exemplos mais notáveis são a Rússia de 1905, a Alemanha de 1918-19, a Itália de 1920, as Asturias de 1934, a Espanha de 1936-37, a Hungria de 1956, a França de 1968, a Checoslováquia de 1968, Portugal de 1974-75 e a Polônia de 1980-81; muitos outros movimentos, desde a revolução mexicana de 1910 até a recente luta anti-apartheid na África do Sul, contiveram também momentos exemplares de experimentação popular antes de caírem sob o controle burocrático.

Ninguém que tenha analisado cuidadosamente estes movimentos está em condições de rechaçar as expectativas da revolução. Ignorá-las por seu “fracasso” é não compreender o mais importante.(3)

A moderna revolução é tudo ou nada: as revoltas individuais estão condenadas a fracassar enquanto não eclodir uma reação internacional em cadeia que se espalhe mais rápido que a repressão possa abarcar. Não é surpreendente que estas revoltas não tenham ido mais além; o que é estimulante é que foram tão longe quanto puderam. Um novo movimento revolucionário tomará indubitavelmente formas novas e imprevisíveis; mas estes esforços anteriores seguem plenos de exemplos daquilo que se pode fazer e daquilo que não se deve fazer. [Extraído de “A Alegria da Revolução”, Ken Knabb, http://www.geocities.com/projetoperiferia3/ar1.htm]


Proposta de Base Prática e Teórica para os Membros dos Organismos de uma Federação Comunalista

Observação Importante acerca do site Coletivo Periferia: Nos últimos meses o Yahoo decidiu sem mais nem menos implementar (ou forçar) “limites de transferência de dados”. Em outras palavras, isto significa algo como deixar o motor do site eventualmente funcionando sem suas correias de transmissão. É por isso que muitos de nossos visitantes vez por outra se deparam com mensagens de erro envolvendo “data transfer” quando tentam acessar nosso site. A verdade é que o acesso a este site passou a ser parcialmente obstruído pelo simples fato de tornar-se popular. Para resolver este problema o Yahoo agora exige que eu pague mensalmente para que o acesso ao site seja totalmente liberado. De qualquer forma, enquanto não resolvo o problema, conto com a compreensão dos visitantes. Railton.


Cada trabalhador como seu próprio capitalista.
Quem não é empregado de si mesmo
acaba empregado dos outros

“Se qualquer um me pedisse que resumisse em uma palavra o que parece ser a chave da solução do Problema Social provavelmente eu responderia sem qualquer hesitação que é a Cooperação. Sem nunca perder de vista que nos referimos à Cooperação conduzida sob princípios íntegros, justos, honrados, retos, virtuosos, idôneos, e com o objetivo de fazer coisas boas da maneira correta; caso contrário é de se esperar que a Associação não produza outro fruto mais vantajoso do que o Individualismo. Cooperação é associação aplicada -- associação com a finalidade da produção e da distribuição. Cooperação implica numa combinação voluntária de indivíduos para atingir um objetivo pela ajuda mítua, pela deliberação mútua, e pelo esforço mútuo. Nesse exato momento há muita conversa fiada no mundo sobre capital, como se o capital fosse inimigo do trabalho. É bem verdade que há capitalistas, e não são poucos, que podem ser considerados como inimigos, não só do trabalho, mas da raça humana; mas o capital em si mesmo, longe de ser um inimigo natural do trabalho, é o grande objetivo que o trabalhador tem constantemente em vista. Porém por mais que um agitador denuncie o capital, sua grande queixa é que ele não tem suficiente capital para si mesmo. Então, o capital não é um mal em si mesmo; pelo contrário, é bom -- tão bom que um dos grandes alvos do reformador social deveria ser facilitar o máximo possível sua distribuição entre os membros da raça humana. O que é mau é o acúmulo, a concentração, a congestão de capital, e a questão do trabalho nunca será definitivamente resolvida até que cada trabalhador seja seu próprio capitalista.” William Booth, 1890, Na Mais Tenebrosa Inglaterra e A Saída.





"Da multidão dos que creram, uma era a mente e um o coração. Ninguém considerava unicamente sua coisa alguma que possuísse, mas compartilhavam tudo o que tinham[...]. Não havia pessoas necessitadas entre eles, pois os que possuiam terras ou casas as vendiam, traziam o dinheiro da venda e o colocavam aos pés dos apóstolos, que o distribuiam segundo a necessidade de cada um". (Atos 4:32-35)





"O caminho do inferno é feito de boas intenções". Citado em Devil's Playground



"De vez em quando Deus nos coloca na escuridão para que saibamos que Ele é Luz". Citado em Devil's Playground



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Abrimos nosso site para anúncios. Alguns são inadequados, outros são puro lixo, estamos filtrando. De qualquer forma, nenhum dos anúncios acima necessariamente refletem o pensamento do coletivo periferia. REPUDIE os exploradores da fé popular! Diga NÃO às igrejas de pedra! O REINO DE DEUS ESTÁ DENTRO DE VOCÊ!
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Repensando o Odre.
REPENSANDO O ODRE é mais um dos livros escritos por Frank Viola sobre cristianismo primitivo que o Coletivo Periferia disponibiliza em lingua portuguesa.
Reconsiderando o Odre, de Frank A. Viola, é parte de uma longa e distinta série de exposições que descrevem o estilo de vida que caracterizava a igreja neotestamentária e seu efeito sobre nós no dia de hoje. Vozes como a de Frank expressam a marca da igreja neotestamentária —a igreja é um corpo, uma família e uma noiva. Na realidade, a igreja neotestamentária é relacional.
Gostaria de considerar, ponderar, avaliar tais questões? Então participe das discussões em nossa comunidade no Orkut.



“Quem te controla?” Quem é tua cobertura?
A palavra adelfoi, traduzida como “irmãos”, aparece 346 vezes no NT e 134 vezes só nas epístolas de Paulo. A maioria das vezes esta palavra é a forma abreviada que Paulo usa referindo-se a todos os crentes da igreja, homens e mulheres. Em contraste, a palavra anciãos aparece somente cinco vezes nas epístolas de Paulo. A palavra episcopos aparece nada mais que quatro vezes e a palavra pastores aparece apenas uma única vez! O NT enfatiza a responsabilidade coletiva. É a comunidade crente que é chamada a levar a cabo as funções pastorais. O NT enfatiza a responsabilidade da igreja como um todo. A liderança e a responsabilidade pastoral repousa sobre os ombros de cada membro da igreja, e não sobre as costas de determinada pessoa ou grupo seleto.

“No Velho Testamento, Deus tinha um santuário para Seu povo; no Novo, Deus tem Seu povo como um santuário. Arthur Wallis, citado em Cristianismo Pagão.
CRISTIANISMO PAGÃO é o terceiro dos nove livros escritos por Frank Viola sobre cristianismo primitivo.
Trata-se de uma obra ricamente documentada (mais de mil notas de rodapé) que mostra como os cristãos viviam no tempo em que o Novo Testamento foi escrito e como com o passar do tempo foram contaminados por costumes pagãos. Ou seja, o cristianismo primitivo parecia mais um modo de vida do que uma religião.
Se você cansou de sermões, pastores, padres, sacerdotes, e acha as igrejas deprimentes, saiba como tais coisas -- sermão, sacerdote, pastor e padre, edifício de igreja, e muitas outras -- foram copiadas de religiões pagãs oriundas das civilizações greco-romanas e egípcias.
Gostaria de considerar, ponderar, avaliar tais questões? Então participe das discussões em nossa comunidade no Orkut.


“Os adolescentes eram pagos para ficar simplesmente olhando até implorarem unir-se ao trabalho, que para eles parecia um jogo. [...] Foi dedicado um cuidado peculiar às crianças. Primeiramente elas eram pagas pela simples presença, como ociosos observadores, até suplicarem às lágrimas que lhes fosse permitido trabalhar”. [Count Rumford, 1795, pags. 18-24], citado em In Darkest England and The Way Out

“Se você tem algum plano que promete efetivar a libertação destas multidões mais diretamente que o meu, eu lhe imploro que o coloque imediatamente em execução. Deixe-o visível à luz do dia. Mostre-nos não apenas sua teoria, mostre-nos também as evidências que provam seu caráter prático e que asseguram seu sucesso. Se seu plano suportar um exame meticuloso, então vou considerá-lo aliviado da obrigação de ajudar-me -- mais que isso, se depois de uma completa análise de seu plano eu considerá-lo melhor que o meu, eu deixarei meu plano de lado, na gaveta, e vou ajudá-lo em seu plano com todas as minhas forças. Mas se você não tiver nada a oferecer, eu exijo sua ajuda em nome desses cuja causa pelejo”. William Booth, 1890, In Darkest England and The Way Out

“Desate os nós da maldade; largue os fardos pesados; liberte o oprimido; quebre todo jugo; alimente o faminto; traga o pobre de volta para a casa de onde foi expulso. Agasalhe aquele que tem frio e não desvie teus olhos. Derrame tua alma ao faminto. Então das ruínas surgirão novos edifícios e serão restabelecidas as fundações de muitas gerações”.



“Esta hipocrisia religiosa, que se livra de todo incômodo do sofrimento humano passando cheques a serem pagos no outro lado da sepultura, é tão impossível quanto a ladainha Socialista que posterga todo alívio ao sofrimento humano para depois da virada geral. Ambos buscam refúgio no Futuro para fugir de uma solução dos problemas no Presente, e pouco importa aos sofredores se o Futuro está deste ou do outro lado da sepultura. Ambos estão, para eles, igualmente fora de alcance”. William Booth, 1890, In Darkest England and The Way Out



“O divórcio entre a teoria e a prática proporciona a base central da recuperação, da petrificação da teoria revolucionária em forma de ideologia, que transforma as exigência práticas reais (cujos indícios de realização existem já na sociedade atual) em sistemas de idéias, em exigências da razão.” Mustapha Khayati



“Ao contrário do que parece, o mérito de nossa teoria não está no fato dela ser uma idéia correta, mas no fato dela ser absorvida naturalmente. Em suma -- e isto deveria ser enfatizado continuamente, como acontece no campo da prática -- o propósito da teoria é treinar aquele que a pratica e não servir-lhe de muleta para cada passo que dá na realização de suas tarefas”. (Clausewitz, The Campaign of 1814)



“Quando o bom tempo chegar, quando as riquezas forem redistribuídas e a propriedade privada abolida, todos os estômagos serão fartos e não haverá mais nenhum João Jonas impaciente implorando por uma oportunidade de emprego para não morrer de fome. Pode ser assim, mas enquanto isso não ocorre, aqui está o João Jonas, mais impaciente do que nunca porque sua fome aumenta, ele deseja saber se terá que esperar pela chegada da Revolução para poder comer”. William Booth, 1890, In Darkest England and The Way Out



“O primeiro homem que, depois de cercar um pedaço de terra, atreveu-se a dizer: 'isto é meu' e encontrou gente simples o suficiente para acreditar nele é o real fundador da sociedade civil. Quantos crimes, guerras, assassinatos, misérias e horrores à raça humana poderiam ter sido evitados se alguém diante daquela cerca ou fosso tivesse gritado para seus companheiros: 'cuidado com este impostor; vocês estarão perdidos se esquecerem que os frutos da terra pertencem a todos e que a terra não pertence a ninguém'“ [Rousseau, The Social Contract and Discourses, p. 84]




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“O porvir, o futuro, não é do cosmos, de meu século, de meu país. Minha existência de nenhuma maneira será dedicada à preparação do mundo que me sobreviverá. Pertenço irredutivelmente à minha época”. [Frantz Fanon, 1966]







“Portanto Jesus os chamou e disse: 'Como vocês sabem, os reis e os homens importantes da terra dominam sobre o povo. Porém entre vocês é diferente [...]'“ Marcos 10:42,43




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