Nasceu
aos 18/07/1911, em Mogi das Cruzes-SP, e faleceu em
04/02/1978 em Taubaté-SP.
Filiação: Anacleto Rosas, natural da Espanha, e
Maria Bourbon, natural da Itália.
Foi o 3º numa prole de sete filhos.
O pai tinha armazém, padaria e açougue. Os irmãos
ajudavam o pai no comércio,auxiliando-o no
atendimento ao público. Todos os irmãos exerciam a
função de balconista, menos Anacleto, que adorava
animais e exercia a função de entregador. Fazia
todas as entregas de compras e pães de charrete e
carroça. Teve dois animais de estimação, Mimo e
feitiço.
O cachorro Mimo buscava os animais no pasto e
mordia-os no calcanhares; só parava de mordê-los
quando chegavam. Feitiço, um burro, era bonito e
esperto. Tomava conta do pasto. As pessoas estranhas
não podiam aproximar-se do pasto, pois, Feitiço
ficava furioso e avançava na tentativa de
atacá-los. Só ficava calmo quando Anacleto chagava
e o acariciava. Foi um transtorno para algumas
pessoas.
Anacleto passou a infância e adolescência na cidade
de Poá-SP, próxima à sua cidade de origem. Desde
garoto gostava de cantar e tocar violão, juntamente
com os irmãos. Na adolescência adorava fazer
serestas e as fazia muito bem. Apaixonou-se por
Clementina, conhecida por Tina, em sua seresta. Tina
era uma graciosa jovem de 15 anos e Anacleto a
conhecia desde criança. Sempre foi muito
extrovertido e irreverente.
Todos os casamentos religiosos de Poá-SP eram
realizados em Mogi das Cruzes-SP, devido à falta de
padres na cidade. O padre não quis ir à Poá
realizar o casamento de Anacleto e Clementina.
Casou-se apenas no civil em janeiro de 1932, embora
na época o casamento religioso fosse de suma
importância para a sociedade. Foi um escândalo!
O casamento religioso foi discretamente realizado
pelo padre Cícero, quando completaram Bodas de
Prata; a cerimônia foi realizada no Santuário de
Santa Terezinha de Taubaté-Sp.
Após o casamento, residiram pouco tempo na cidade de
Poá-SP, Mudando-se para São Paulo, capital. O casal
teve três filhos, Luiz Rosas Sobrinho, Rubens Rosas
e Cleusa Rosas.
Luiz e Cleusa adoravam música como o pai, cantavam e
tocavam instrumentos musicais. Formaram o Trio
Turuna; faziam parte do Trio: Luiz, Cleusa e Teodoro.
Fizeram muito sucesso na época. O Trio Turuna,
sempre obteve a supervisão de Anacleto e todas as
músicas que cantavam eram de composição dele.
Anacleto nunca estudou música; as inspirações para
as composições surgiam principalmente de madrugada.
Durante o dia pegava o violão e fazia melodia.
Começou a compor Valseados, Rancheiras, Sambas e
Tangos por volta de 1930.
Recebia com freqüência, em sua casa, vários
cantores e compositores famosos da música sertaneja.
Tais como: Tonico e Tinoco, Mário Zan, Limeira e
Zezinha, Torres e Florêncio, Palmeira e Luizinho, o
compositor Arlindo Pinto, Motinha, Mariazinha, Vieira
e vários outros artistas. Fez muitos shows no Vale
do Paraíba, Sul de Minas e uma tournê pelo norte do
Paraná.
Suas composições de maiores sucessos foram:
| "Cavalo
Preto", feita em 1945, foi
a primeira moda campeira, consagrando-o
pioneiro da música campeira no Brasil. Na
época todas as duplas queriam gravá-la.
Quem gravou primeiro foi a dupla Palmeira e
Luizinho, logo após regravada por Sérgio
Reis, Tonico e Tinoco e vários outros.
Continua sendo um sucesso até os dias de
hoje. Foi regravada em japonês, sendo uma
das trilhas sonoras da novela
"Pantanal", na voz de Sérgio Reis,
exibida pela TV Manchete no Brasil e no
exterior.
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| "Os
Três Boiadeiros", gravada
pela dupla Pedro Bento e Zé da Estrada, tema
do filme " Os Três Boiadeiros ".
|
| "Fogo
no Rancho", tema do filme
"Jeca Tatu", de Mazzaropi.
|
| "Aparecida
do Norte", dupla Tonico e
Tinoco, tema do filme " Nossa Senhora de
Aparecida ". A música foi composta
dentro de um ônibus, quando Anacleto
retornava de Aparecida-SP, onde vendia seus
discos. Foi o primeiro compositor a
homenagear a cidade e a Santa Padroeira do
Brasil.
|
| "Presépio
da Serra", homenagem a
cidade de Campos do Jordão-SP.
|
| "Baldrana
Macia", gravada pelo
saudoso Luiz Gonzaga.
|
| "Cortando
Estradão", regravada pela
dupla Sérgio Reis e Almir Sater, executada
na novela " O Rei do Gado ",
exibida pela rede Globo de televisão no
Brasil e no exterior.
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| "Confissão",
"A
Cruz de Ferro", "Filho
de Mato Grosso", "Flor
Matogrossense", "Zé
Tartuiano",
"Zé Valente", "Boi
de Carro", "Burro
Picaço", "Vaca
Mestiça", "Mil
e Quinhentas Cabeças",
"Timidez", "Na ponta do
Reio", "Surrei de Chicote".
|
Segundo a "Revista
Sertaneja", de dezembro de 1959, Anacleto tinha
430 composições e fez 60 para a dupla Tonico e
Tinoco. Foi convidado em 1960 para ser Diretor
Artístico do Selo Sabiá Copacabana Discos e
aceitou. Seu trabalho foi um sucesso, deu
oportunidades a novos talentos. Dirigiu a notável e
fabulosa gravação do LP "Canto de Aves
do Brasil". Tratava-se de Cantos de
Aves gravada pelo engenheiro industrial Dalgas
Frisch, focalizando vozes de pássaros de nossa
terra. O roteiro foi de Martin Bueno Mesquita, e
produzido por José Carlos de Magalhães e
biologistas do departamento de Agricultura de São
Paulo.
Oswaldo Calfat com sua voz bonita foi narrador
sóbrio e correto.
Com a edição desse disco o Brasil tornou-se
pioneiro no mundo em gravações realizadas em plena
natureza, dos cantos das aves sul-americanas.
Anacleto trabalhou na Rádio Difusora do Paraná,
Rádio clube de São José dos Campos-SP e, por
vários anos, na Rádio Difusora de Taubaté-SP.
Criou o programa "Manhas Sertanejas", na
Rádio Difusora de Taubaté-SP, hoje dirigido pelo
filho Luiz Rosas. Prestava serviço a utilidades
pública, dava os famosos "Alôs" para a
zona Rural, alegrava os ouvintes com seu jeito
engraçado e extrovertido. O programa tinha muita
audiência.
Fundou também na Rádio Difusora, juntamente com
Trio Turuna, o programa "Sertão do
Caboclo", também de grande audiência.
Os seus programas de rádio eram ouvidíssimos e
dominava toda a região do Vale do Paraíba e Sul de
Minas Gerais. Com sua voz tipicamente sertaneja,
agradava dezenas de emissores do Estado e todas o
convidavam para se apresentar na região. Quando
tirou férias, atendeu todos os pedidos solicitados.
Na época quase todas as duplas sertanejas do Brasil
gravavam suas melodias. As duplas faziam questão de
gravar porque suas gravações não enferrujavam nas
prateleiras das casas de disco. Era um dos campeões
de vendagem de disco, pois as gravações de sua
autoria ultrapassavam a casa de um milhão.
Em 09/12/1961 recebeu o diploma de honra na qualidade
de diretor artístico, expedido pela Sociedade de
Amigos do Jardim Novo Osasco.
Em 13 de maio de 62 recebeu o diploma de honra ao
mérito, confirmando o êxito de sua batalha em
defesa da música sertaneja, expedido pela Bandeira
União e Amizade de São Paulo.
Em 15/06/1969 o governador paulista Abreu Sodré com
justo orgulho, conferiu a Anacleto o diploma de
reconhecimento pela participação nos festejos
comemorativos da TV Cultura de São Paulo.
Em 29 de abril de 1970 recebeu da Câmara Municipal
de Campos do Jordão o diploma de reconhecimento
pelos relevantes serviços prestados ao município.
Em 30/09/1977 recebeu da Câmara Municipal de
Taubaté-SP o diploma de Cidadão Taubateano.
Após 1978, ano de seu falecimento, a dupla Tonico e
Tinoco gravou LP, homenageando e relembrando
Anacleto. O nome do LP "Rancho Vazio", com
12 músicas, todas de composições de Anacleto ( 7
músicas em parcerias e 5 somente dele ). Na capa do
disco um acróstico com o nome e o sobrenome de
Anacleto. Foi um sucesso.
Anacleto foi um homem simples, dormia e acordava
cedo, não consumia bebidas alcóolicas, gostava de
alimentos saudáveis. Era alegre, extrovertido e
irreverente.
Não gostava de gente presunçosa, dizia que era
gente de "nós nas costas". Ajudava muito
pessoas necessitadas.
Excelente marido, pai, avô e amigo. Não ficou rico
com suas composições e vida artística. Viveu uma
vida plena e feliz, deixando muitas saudades.
Outras composições deste grande compositor de
músicas sertaneja raíz.
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